História Minha Salvação - Capítulo XXXVII - Halloween - Anjo perfeito - Parte 2

Na pista de dança o moreno movimentava o corpo sensualmente ao ritmo de música que instigava a se mexer. Annie rebolava juntamente com Sasha que mesmo estando dançando comia um bolinho servido na festa, cantando a música juntos com outros colegas de classe. Eren fechava os olhos balançando a cabeça, viajando no som o fazendo ficar extasiado em meio ao barulho ao seu redor. Hora ou outra Lisa o puxava para dançarem juntos, e não se afastava, continuando aos passos de antes. Talvez se tivesse parado e virado um pouco sua cabeça para a esquerda veria que Levi o fitava de longe, com fogo em suas ires e se pudesse com facas a serem lançadas em sua direção, pois o único desejo do Ackerman era causar uma enorme dor física no adolescente.

"Como ele pode dançar assim com ela sabendo que EU estou aqui? Ele não tem medo de morrer...Eren quando você ver eu vou...", gruniu raivoso, amaçando o terceiro copo em menos de dez minutos atraindo a atenção dos seus amigos que achavam que toda sua irritação era por estar na festa, mas Hanji conhecia o motivo real por trás. 

- Levi, se acalma. - Pediu baixinho, olhando na mesma direção do professor - Eu sei que irrita ele estar dançando com ela, mas ele sempre fez isso e você.....

- Mas agora é diferente. - Interrompeu a mulher, não desviando os olhos nenhuma vez da cena - Ele faz para me provocar.

- Mas ele nem viu que a gente chegou. - Franziu a testa confusa.

- Não, mas ele sabe que eu estou aqui. Eu vou lá... - Iria caminhar em direção a pista, mas a mão de Hanji impediu que cumprisse esse ato.

- Levi, eu fico feliz que você demonstre ciúmes...

- Não é ciúmes...

- Mas você não pode fazer isso aqui. - Ignorou a fala do menor, soltando-o - As pessoas estão notando suas expressões nada agradáveis para a pista, em uma direção exata, e eu sou a pessoa que mais apóia vocês e não quero que você perca seu emprego, então por isso peço que se controle.

-Eu estou me controlando, é ele que dança com ela como se nada importasse. - Falou com seu tom alto.

- Mas importa, vocês estão juntos, ele nunca trairia você. - Hanji sorriu compreensiva - Vocês tem algo sério agora.

- Mas talvez isso não mude nada para ele. - Disse sem pensar - Talvez ele...

- Vocês estão juntos Levi, vocês namorando e se você ficar assim vão descobrir! - Seu tom de voz se alterou involuntariamente.

- Se você falar alto todos vão! 

E como em um estalo, ficaram em silêncio, e ao olharem para os lados muitos do jovens os encararam com expressões estranhas no rosto, certamente pela gritaria de poucos segundos causando certa confusão. O Ackerman engoliu em seco querendo se jogar contra a parede incontáveis vezes por seu discutido, pedindo para que ninguém tivesse ouvido nada importante da conversa.

- A gente só estava...ensaiando, para uma possível peça no fim do ano. - Hanji sorriu amarelo, pegando no braço do menor que revirou os olhos - Vamos ensaiar em outro lugar, não se preocupem. - Arrastou o Ackerman até a mesas de guloseimas, suspirando aliviada - Acho que não ouviram.

- Tsh, como se ligassem. - Falou pegando um pouco de ponche - Merda você pediu nada com álcool?

- Claro que não, eu posso ir contra as regras, mas isso já seria irresponsabilidade minha. - Rebateu, se encostando na mesa - Está mais calmo?

- O que você acha? - Fechou os olhos - Eu só...tenho medo de...não sei, de o perder acho.

- Levi, você nunca irá perde-lo.- Hanji falou, colocando uma das mãos no ombro do menor que a fitou aflito - Por que acha isso agora?

- Eu não sei, eu...você não entenderia. - Não sabia como explicar as emoções dentro de si, nunca soube falar dos seus sentimentos, e isso não mudará.

- Tenta, eu vou ouvir de qualquer forma. - Respondeu atenta no rosto do outro.

- Eu sinto que de algum jeito irei perde-lo, não sei como, ou por que, mas toda vez que estou com ele esse sentimento me assombra, como se um relógio me dissesse as horas restantes que temos junto, e isso me faz ficar sem chão.

- Desde quando está sentindo isso? 

- Uns dias. - Passou as mãos nos cabelos, respirando pesadamente - Odeio isso.

- Levi, eu sei que você se preocupa com ele, mas talvez isso seja só seu eu de antigamente. Estamos em um lugar seguro, não estamos mais ligados à eles. - Sua voz era baixa para que não houvesse problemas de alguém os ouvir - Eu tenho sonhos todas as noites, de voltar para Paris e viver tudo de novo ou que eles estão aqui, mas eu tenho que me lembrar que não estou. 

- Não é fácil. 

- Mas não é impossível. - Sorriu de lado.

Mas era difícil esquecer todas suas lembranças, cada uma lhe fazendo lembrar o homem que era, o que um dia foi. E aquela sensação era tão característica, já havia a sentido antes, há muito tempo atrás.

Flash Back 

- Isabel! - Levi correu para dentro da sala, mas sentiu um soco em seu estômago e um chute em suas pernas o forçando a cair no chão, mas não dando tempo para se levantar pois o homem de terno preto lhe atingiu, enfiando uma faca em sua perna. Gritou pela dor, mas em um movimento ágil removeu a faca acertando o peito do homem que arregalou os olhos caindo ao seu lado sem vida, não podendo o atingir novamente.

- Bravo! - Ouviu uma voz atrás de si e ao se virar encontrou Diogo com Isabel em seus braços pressionando uma arma na cabeça da garota - Você me surpreendeu, não pensei que fosse chegar até aqui. 

- Solta ela! - Ordenou se levantando, sentindo o sangue escorrer por sua perna e a dor agoniante da ferida aberta.

- Você não está em posição para fazer exigências. - Diogo abriu um sorriso cruel, caminhando pela grande sala se aproximando da enorme janela de vidro - Sabe, você é novo, deve ter quanto? Dezenove? Vinte? - Apertou mais a garota em seus braços - Mas você não deve ser muito experiente, já que não conseguiu me executar e ainda deixou essa ratinha ser pega.

- Solta ela... - Falou vendo nos olhos verdes de Isobel o medo e o desespero - Solta ela...

- Por que? Ela é só mais uma, não vai fazer diferença. - Gatilhou a arma e Isabel tremeu, derramando lágrimas, fechando os olhos em pavor - Ela é inútil.

- Levi! - E antes que pudesse responder ouviu a voz de Farlan, entrando na sala - Isabel? - Sua voz tremeu ao ver a amiga com uma arma na cabeça, tentou avançar para cima do homem, mas o barulho do tiro no teto do cômodo o fez parar, recuando alguns passos.

- Mais um passo e ela morre. - Diogo falou abrindo um sorriso maníaco - Ou melhor... - Se encostou na janela, ouvindo o trincar do vidro - Eu me jogo daqui de cima com ela junto...

- Não... - Levi sussurou, sentindo pela primeira vez o medo lhe atingir como um raio lhe atravessando - Não faça isso, o que você quer? 

- O que eu quero? Boa pergunta. - Diogo olhou para Farlan e depois para o Ackerman com suas esferas azuis gélidas - Vocês entraram aqui pensando que poderiam me matar, um agente da máfia mexicana, pensaram mesmo que seria fácil? Patético. - Soltou uma risada de escárnio - Mas eu tive uma idéia, eu a deixo ir se você Levi Ackerman matar seu amigo. - Estava dado, a sentença final - Uma vida pela outra, a dela pela dele, qual vale mais para você? 

Levi sentiu tudo ao seu redor girar, o ar não parecia existir, seu corpo e sua mente entraram em colapso com aquelas palavras. Como poderia fazer isso? Ouvia cada batida do seu coração, cada som ao seu redor era nulo, mas o estalar do relógio dentro da sala era real, era cortante. Levantou seus olhos para Isabel que negou bom a cabeça o pedido, e seus olhos esverdeadas já diziam tudo. "Não faça isso Levi...não vale a pena...", era o que queria dizer, mas a arma em sua cabeça impedia que falasse algo. Apertou seu punho.

O que eu faço?

O que eu faço?

O que eu faço?

Estava sem saída. Pela primeira vez estava sem saída, sem escolhas. Apenas uma. Matar. "O eu faço? Droga...não tenho como reverter essa situação...não...".

- Faça. - Farlan disse e sua atenção foi voltada para o mesmo, e seus olhos recaíram na mão do amigo onde a faca que minutos atrás matou o homem que lhe atacou se encontrava - Me mata.

- Não... - Levi sussurou - Não posso...

- Faça Levi, você precisa fazer para salvar ela. - Farlan se aproximou do Ackerman, lhe entregando a faca - Me mata. - Encarou os orbes cinzas, sorrindo tristemente fechando a mão do menor em volta do objeto cortante - Salve a Isabel. - Pediu sentindo as lágrimas descendo seu rosto - Faça por ela, você precisa fazer isso.

O Ackerman apertou a faca, sua mão tremia e sua mente não processava nada do que estava acontecendo, só sabia que tinha duas opções. 

Matar Farlan e salvar Isabel.

Ou deixar Farlan viver e Isabel morrer.

De qualquer maneira ambas seria sua culpa.

O que faço? 

Levantou a faca devagar, olhando para o loiro que balançou a cabeça em confirmação, sua respiração estava entre cortada, respirou várias vezes fechando os olhos, mas toda a força não existia, não poderia matar Farlan. Não conseguiria.

Fraqueza.

- Eu...não... - E antes que pudesse terminar, Farlan avisou em sua direção segurando o braço do Ackerman cravando a faca em seu peito. Levi arregalou seus olhos não imaginando que o outro pularia em direção  ao objeto, se matando e o grito de Isabel chamando pelo loiro foi o único som que existia naquela curto espaço de tempo. 

Tudo passou em câmera lenta.

O sangue escorreu a boca do maior, e se segurou nos braços do Ackerman o fitando, mantendo seu sorriso nos lábios ensanguentados, mas perdendo as forças e caindo ao seu lado. Sua visão ficou embaçada, não parecia ser real, não poderia.

Farlan estava morto por sua culpa.

- Você é um fracasso. - Diogo falou, e Isabel chorava em seu braços chamando o nome do amigo baixinho como se aquele ato o fizesse voltar a vida - Você não cumpriu minha exigência. - Levi levantou seus olhos, encarando o homem que sorriu impiedoso - E eu também não vou cumprir a minha.

E não pode agir, pois Diogo pegou Isabel pelo braço e a arremessou pela grande janela de vidro, quebrando-a no mesmo instante. Seu coração parou por milésimos de segundos, e sua reação foi gritar pelo nome da garota e correr até a janela, onde Diogo se afastou saindo da sala as presas para escapar. O Ackerman se debruçou na janela e pode ver nitidamente o corpo da ruiva caindo até chão, era uma altura considerável, ninguém sobreviveria a uma queda daquelas. E soube que não perdeu uma, mas duas pessoas. Nunca esqueceria aquela cena. Isabel esticou uma das mãos como se tentasse o alcançar e seus olhos tão verdes com lágrimas se fecharam, aceitando seu destino, e em um segundo atingiu o concreto, fazendo seu corpo soar sobre o chão, e para o Ackerman foi o som da morte, mas que durou eternamente.

Isabel estava morta.

Gritou a plenos pulmões, como se fizesse parar de doer, como se o tempo parasse e o relógio voltasse a minutos atrás. Quando ainda poderia ter salvado os dois. Mais sangue em suas mãos, mas agora eram de pessoas ao qual prezava. Fechou os olhos desejando que tivesse sido ele no lugar de ambos, mas desejos não se realizam, e aquele também não. Sentia o líquido doloroso manchar sua pele, e cravar uma ferida em sua alma, era como se um buraco abrisse em seu coração. 

"Foi minha culpa....eles morreram por minha culpa...minha...", repetia em sua mente a verdade cruel.

Abriu seus olhos, voltando a fitar o corpo de Farlan a metros de distâncias do seu. Sabia o que tinha que fazer. Não poderia voltar no tempo e mudar aquilo, mas poderia fazerem pagar.

E foi o que fez.

Flash Back 

Naquele dia sentiu novamente a dor dilacerar seu interior, o vazio lhe tomar e a tristeza lhe consumir. Não chorou pela morte deles, não por não sentir nada, por que sentia, e como sentia, mas por saber que nenhuma gota de lágrima valeria mais do que a gota de sangue derramada pela vingança. Naquela noite, soube que nada voltaria ser como era. E fez o que foi treinado por Kenny a fazer, matar sem piedade. Perseguiu Diogo por dias, não dando um minuto de paz para o homem, até que o matou dolorosamente e impiedosamente, sem remorso. Fez cada grito e cada tortura compensar a perda de seus amigos, mas no fim não compensou, pois nada mudaria. E no fim Kenny sabia.

Lembrança

- Soube que matou ele. - O mais velho falou indiferente, se encostando na porta - Estou orgulhoso.

- Não preciso do seu incentivo. - Respondeu secamente.

Kenny pegou o menor pelo braço, olhando dentro das orbes nublados e abriu o seu sorriso maligno, como se estivesse se divertindo.

- Você não me engana Levi. Sei perfeitamente que você matou Diogo Rivera, um dos mafiosos procurados do México, não por ser apenas seu trabalho, mas por vingança. - Soltou o braço do Ackerman que ficou em silêncio, mas não desviando seus orbes do mais velho - E também sei que você fez isso por conta daqueles dois que estavam com você. Farlan Church e Isabel Magnolia morreram por conta de Diogo e você se vingou dele, o torturando e o matando. Estou certo?

- Você está certo, fiz por vingança e não me arrependo. Faria de novo. - Passou pelo homem indo em direção a porta.

- Não importa o quanto você tente Levi, o quanto deseje, a morte de Diogo não mudará o que aconteceu. - Kenny falou fazendo o Ackerman parar, mas continuar de costas para o mais velho - No fim, Farlan e Isabel ainda estão mortos, quanto mais cedo aceitar, melhor será para você. - Caminhou até o sobrinho, passando pelo mais novo, e antes de atravessar a porta falou o que Levi levaria para sempre - Acho que hoje você aprendeu uma lição valiosa, que nem mesmo eu poderia lhe ensinar. Não se apegue, não se importe, não ame, isso serão fraquezas no final e se você deixar isso acontecer, pode acreditar querido e amado sobrinho. - Se virou, fitando profundamente as esferas cinzas do menor que lhe ouvia atento - Será pior para você, por que no final só a duas consequências para isso. Ou você morre tentando proteger todos que ama, ou eles morreram tentando o proteger. E nenhuma é de fato boa, não é? Então se quer um conselho, não torne isso uma fraqueza, não deixam que façam o que fizeram hoje, te manipulem. Não se apegue a ninguém, e só se importe com você mesmo, será mais eficaz. Quanto mais cedo aprender isso, mas se tornará forte contra seus inimigos.

Lembrança 

- Levi? - Sua consciência voltou a realidade ao ouvir Hanji lhe chamar e passar a mão em frente aos seus olhos - Você está bem? Parecia que estava sonhando acordado. - Brincou a mulher de óculos, obtendo somente o silêncio do outro - Caramba, será que colocaram bebidas aqui? - Hanji pegou o copo do Ackerman cheirando o líquido - Mas não tem cheiro de...

- Não, eu só estava pensando. - Suspirou, e ao levantar a cabeça encontrou com os par de olhos verdes de Eren, que sorriu de canto.

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- Isabel!! - Gritou correndo até a janela, olhando para baixo, tendo a visão da garota ruiva caindo os andares do prédio e esticar uma das mãos, e manter seu orbes esverdeados marejados fixos ao seu, antes de fecha-los e cair no chão - Não!! 

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Seu coração disparou, e sua mente voltava para a cena de anos atrás quando Isabel foi jogada pela janela. Não eram os mesmos olhos, mas eram semelhantes. .

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O homem, sorriu para Levi, respirando uma última vez antes de fechar seus olhos verdes como esmeraldas, e cair no chão frio da sala. 

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De novo. Outra lembraça. Vinha como uma faca atravessando seu corpo. Por que estava tendo isso de novo? Por que agora? 

- Levi tem certeza que você está bem? Parece que viu um fantasma. - Hanji seguiu o olhar do Ackerman que era para Eren parado do outro lado do salão.

O estudante não entendeu a reação do professor, era como se o olhasse assustado e depois com raiva, para mudar para o pânico de novo. "Será que ele está passando mal?", foi a primeira coisa que pensou e seguiria até o mais velho, mas...

- Eu preciso de ar. - Falou devagar, saindo de perto de Hanji que não teve tempo de questionar, apenas seguinte o amigo sair do salão.

- O que está acontecendo? - Sussurou para si mesma, voltando a cheirar o líquido do copo temendo que tivessem colado álcool ou alguma substância.

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- Tem algo errado. - Eren falou atraindo a tensão de Annie que falava com Christa - Ele me olhou estranho.

- Quem?

- Levi. - Disse baixinho para as duas loiras que se entreolharam sarcásticas, antes de fitar o maior de novo - Por que estão me olhando assim?

- Você dançava com a Lisa a minutos atrás se esfregando nela, e acha que ele não teria alguma reação? Me poupe. - Annie revirou os olhos azuis - Você não deveria ter dançado com ela.

- Que? Você que chamou ela para dançar. - Eren olhou para Annie raivoso.

- Sim, mas não era para você dançar também. Ainda mais com aquela fantasia que ela está. 

Os três fitaram a loira que conversava com Leandro e Olivia metros de distância. Lisa se fantasiou de coelinha, mas seu traje se assemelhava a uma garota de programa do que uma fantasia de Halloween. O ruivo se vestiu de Coringa, o visual antigo do personagem e Olivia de enfermeira, mas com falta de pano como a da primeira. Ambas as garotas usavam roupas provocantes como outras na festa. 

- É claro que o general sentiria ciúmes Eren. Olha para ela! Ela está caçando, e você é o alvo. - Annie falou convicta.

- Você assiste muito filme. - Eren suspirou - Vou falar com ele...

- Não precisa ele já voltou. - Christa apontou para a porta onde o professor acabará de entrar, indo para onde Hanji e os outros estavam.

- Será que devo ir lá? 

- Eu acho...

- Gente vocês viram isso? - Jean falou, fazendo os três se calarem - É ridículo.

- Ridículo? Quem? - Annie perguntou confusa.

- Aquele garoto atrevido conversando com o Armin. - Falou ríspido e olharam para perto do palco onde o loiro conversava animadamente com um garoto de cabelos negros - Idiota, ficam conversando sobre ciência e física como se fosse interessante.

- Mas por Armin é. - Christa deu de ombros.

- Mas aquele garoto nunca conversou com ele antes, e justamente hoje vem puxar assunto. - Jean cruzou os braços encarando a cena ao longe - Eu nem sei quem é ele.

- Nome dele é Will, ele é da nossa turma de artes. - Ymr apareceu  entregando para Christa um copo beijando o ombro da loira - Ele é bem legal e muito inteligente, eu converso com ele as vezes.

- Foda-se que ele é inteligente. Não lhe dá o direito de se intrometer. - Jean falou irritado.

- E por que se importa? - Eren fitou o outro que parou de olhar para Armin - Está até parecendo ciúmes. 

- Não é ciúmes! - Falou alto, se arrependendo por atrair atenção para eles - Não é ciúmes, tudo bem?

- Está parecendo que é. - Annie murmurou bebendo um gole do suco - Poxa deveria ter álcool nisso.

- Eu vou lá. 

- O que? Eu não acho que... - Eren não terminou ao ver o amigo caminhar para onde Armin e Will conversavam - Idiota. - Respirou fundo, voltando a fitar o professor que se encontrava sentado na mesa ao lado de Hanji e Mike que dialogavam enquanto o mesmo permanecia quieto - Então o que acha de eu...

- Gente! - Mikasa apareceu interrompendo Eren que fechou os olhos - Vocês estão achando essa festa estranha? 

- Como assim? - Ymr levantou uma sobrancelha.

- Tipo, o Jean grudado com o Armin, e o general olhando para o Eren o tempo todo antes.

Nesse instante todos ficaram paralisados, fitando a asiática como se a mesma tivesse revelado um número de uma conta bancária secreta. E para eles era secreta. Pois não imaginavam que Mikasa reparasse tanto em Eren ou no Ackerman para notar algo do tipo.

- Como assim? - O moreno perguntou aflito.

- Ele te olhava como se fosse te estrangular, você irritou ele de novo? Eren você não...

- Foi algo pequeno, só uma discussão na sala de aula. - Mentiu, sabendo que o único jeito da garota não desconfiar seria inventando um motivo para os olhares do outro - Ele que me provocou então eu só falei algumas coisas, ele não gostou acho.

- Ah Eren não acredito! Não faça isso, lembre-se daqui a alguns messes vamos sair daqui e não quero que você seja expulso agora. 

- Vou tentar. - Sorriu para a menina de cabelos negros que suspirou.

A música foi interrompida pela voz do Dj, que disse que passaria uma música pedida por uma das alunas e para a surpresa dos jovens, está foi Ymr que pediu para o músico tocar um som mais romântico e lento. Vários casais seguiram para a pista de dança ao ter a música Details da banda Sleeperstar se iniciar. 

- Me dá a honra? - Ymr pegou na mão de Christa que corou afirmando, seguindo para o meio do salão.

- Eu também quero dançar. - Annie falou emburrado e abriu um sorriso - Vem Mika. - Era o apelido da loira para Mikasa que se assustou ao ser arrastada para a pista.

- Ótimo, estou sozinho. - Eren falou, se encostando na cadeira. 

"Quem eu queria dançar não posso, que injustiça...", pensava olhando para o Ackerman que parecia evitar lhe encarar.

"O que está acontecendo? Por que ele não olha para mim? Será que ficou com tamanha raiva por eu dançar com a Lisa? Merda..."

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- Aí meu Deus! Essa música é tão linda! - Hanji soltou um gritinho, fazendo todos se encolherem pelo escândalo - Eu quero dançar! 

Levi fitou Erwin que desviou os olhos, chutou  o perna do loiro por baixo da mesa e encarou-o com suas esferas cinzas dizendo com seu olhar o que não podia dizer em voz alta. O maior limpou a garganta, respirando fundo.

- H-Hanji você gostaria de...de...dançar...comigo? - Erwin perguntou receoso - Se você não quiser eu entendo, na verdade....

- Claro que quero! - Falou a de óculos, abrindo um sorriso sincero pelo convite.

- Então vamos? - Estendeu o braço para a mulher que concordou empolgada, saindo da mesa com o loiro tão feliz quando ela por ter conseguido dar um passo na relação com a professora, que a tempos queria fazer acontecer. 

- Cade o Mike? - Petra perguntou procurando o amigo pelo salão.

- Deve ter ido fumar. - Deu de ombros e notou a  postura apreensiva da ruiva que hesitava em dizer algo.

- Levi eu sei que eu e você não vamos ter nada, você já deixou isso bem claro, mas você gostaria de dançar comigo? - Petra apertou as mãos por baixo da mesa, nervosa em receber um não como da última vez - Só como amigos. - Completou temerosa.

- Por que não? - O Ackerman se levantou da cadeira, pegando Petra pela mão, porém a menor estava perplexa por ter tido uma resposta positiva tão rápido do outro que sempre fora alguém difícil de convencer.

Seguiram até o centro da pista, e muitos estudantes ficaram surpresos por ver Levi dançar com a professora de biologia, algo que jamais imaginaram acontecer, afinal o perfil do professor não era de alguém que curtia dançar e muito menos publicamente. O homem de cabelos negros segurou a cintura da mulher com uma mão, e com a outra segurou a mão livre da mesma, iniciando a sequência de passos lentos ao ritmo da música. Hanji levantou as sobrancelhas ao ver os dois tão próximos dançando, e a mais velha não era à única, pois Annie parou de dançar com Mikasa que não entendeu o motivo.

A loira fitou o Ackerman primeiro só então olhando para o fundo da sala, e pode ver nitidamente no rosto de Eren o desgosto de ver a cena, e antes que pudesse ir até o amigo e tentar o acalmar, o maior respirou fundo saindo pela porta do salão com fogo em suas ires, e principalmente com o ciúmes lhe comendo vivo por dentro.

- Droga... - Annie passou a mão no rosto, e voltou seu olhar azulado para Levi que encontrou com a loira que entortou os lábios, e fez um sinal levemente com a cabeça indicando a porta e não foi necessário palavras para o Ackerman a compreender.

- Com licença. - Pediu para a ruiva que acenou, mas confusa com a ação inesperada.

Levi se afastou da pista indo rapidamente até a porta, olhando para ambos os lados pensando que Eren estaria no corredor, mas o ambiente se encontrava vazio. Saiu pela porta pensando que o mais provável seria o moreno ter ido até os banheiros no fim do corredor do que ter saído do prédio pelo lado oposto. Caminhou pelo corredor escuro, pois o único lugar com luz era a sala de música, que também estava com pouca iluminação por conta da festa. "Ele não deveria ficar tão irritado por eu dançar com a Petra, ele que começou dançando com a Lisa antes...Tsh...me sinto um adolescente querendo provocar ciúmes na pessoa que está afim...quando me tornei assim? Patético...", pensou colocando a mão na maçaneta para abrir a porta do banheiro masculino, mas um barulho em uma das últimas salas o fez recuar.

- Eren? - Chamou o nome do jovem, mas o único som que ouvia era da música alta provindo da sala de música metros de distância - Está ai? - Chamou novamente, não tendo resposta - Está de brincadeira.... - Levi olhou ao redor não vendo ninguém.

Andou em passos lentos se aproximando da sala onde ouviu barulhos pensando que encontraria o namorado, mas se arrependendo ao abrir a porta brutalmente e acender a luz e se deparar com dois de seus alunos se beijando em cima de uma das mesas. Ambos os estudantes pararam rapidamente com as carícias pela entrada do Ackerman no cômodo, a garota de cabelos curtos pegou a blusa do rapaz, cobrindo a parte de cima onde não estava vestida, saindo de cima da mesa visivelmente constrangida. 

- Professor... - Era Brian um dos alunos do terceiro ano, o mais novo fitou a garota que possuía tanto medo quanto ele - E-Eu...eu....

- Podemos explicar. - Emily Interrompeu o maior - A gente só estava...

- Eu sei exatamente o que vocês estavam fazendo. - Falou seco, fazendo os adolescentes se encolherem com vergonha - E não preciso dizer minha opinião sobre isso, porém hoje é uma festa e não quero estragar a diversão por conta de dois irresponsáveis como vocês. Sendo assim, se vistam corretamente, e voltam para o salão e caso eu não encontre um de vocês lá, pode acreditar que o castigo que aguarda vocês na segunda será tão ruim que desejaram nunca terem se conhecido. - Os jovens o olharam com medo acentindo - Agora saiam.

Ordenou e os dois pediram desculpas saindo a passos ágeis da sala deixando o Ackerman sozinho. "O que eu fiz para merecer isso? Não é possível...", suspirou, apagando a luz, fechando a porta da sala querendo ter ficado em seu quarto longe de tudo aquilo.

- Levi? - Ouviu a voz conhecida e ao se virar se encontrou com Eren que o fitava com curiosidade - O que estava fazendo nessa sala com aqueles dois?

- Aqueles dois estavam praticamente transando na sala, o que é uma pouca vergonha. - Ironizou ouvindo uma risada divertida do maior - O que está achando engraçado?

- Você fala isso, mas esqueceu que nós fazemos isso o tempo inteiro. - O moreno falou fazendo o menor ficar sem graça.

- Mas é diferente.

- Tem certeza? - Perguntou sarcástico.

- É melhor voltarmos para a festa antes que notem nossa falta. - Levi disse passando pelo estudante querendo mudar de assunto.

- Claro, a Petra deve estar te esperando, não é? - O deboche era insplicito na voz do mais novo que não escondeu sua insatisfação - Afinal ela deve esperar você para dançar.

- E a Lisa deve estar esperando você. - Rebateu tendo como resposta o revirar de olhos do adolescente - Diga, você fez para me provocar?

- O que? É claro que não! - Sua resposta saiu um pouco mais alta do que o esperado, se recompondo - Eu não fiz de propósito, eu nem sabia que você havia chegado.

- Tudo bem vou acreditar.

- Então acredite pois é verdade, eu não faria isso. Ela é minha amiga e sempre vai ser assim. - Argumentou.

- Mas antes vocês não eram...

- Antes de você chegar, sim, mas agora você está aqui. - Eren falou, e a reação do professor foi corar ligeiramente - Levi, acha mesmo que quero ter outra pessoa além de você? - Se aproximou do Ackerman, que não sabia responder diante das palavras - Você é meu namorado, é você que amo. Lisa? Eu a vejo como uma amiga, como a Annie ou a Christa, nada mais. - Sorriu de canto, colocando sua mão na frente dos orbes cinzas onde o anel prata repousava em seu dedo anelar - Isso prova o que eu disse? 

- Você está usando? Mas e se alguém ver? - Tocou na jóia delicadamente, o professor achou mais seguro guardar a sua dentro da fantasia, mas lembrou que o maior não usava parte de cima da roupa.

- Ninguém vai ver, e acharam que fazia parte da fantasia. Entende agora? Ninguém tem minha atenção, pois ela é voltada totalmente para você. - Falou sincero, roubando um beijo dos lábios do Ackerman que ainda processava tudo que ouvirá a segundos - Ainda está bravo?

- Não, mas poderia ter comprado uma fantasia mais coberta. - Disse fazendo Eren rir - E sobre a Petra...

- Eu sei, não se preocupa, confio em você. - O moreno interrompeu o outro - Além disso você ter vindo atrás de mim, só prova isso. 

- Idiota. - Murmurou batendo no ombro do jovem que soltou um riso contido.

Eren ouviu ao longe outra música se iniciar, conhecia o cantor por trás da letra, era Perfect do artista Ed.Sheeran, seu sorriso cresceu e cuidadosamente pegou o mais velho pela cintura, a surpresa do professor era óbvia, mas continuou segurando na mão do Ackerman que iria perguntar o motivo, mas o jovem foi mais rápido.

- Eu posso ter dançado com a Lisa, mas a única pessoa ao qual eu queria dançar eu não podia, pelo menos aqui eu posso fazer isso sem ser errado. - Explicou perto da orelha do professor que engoliu em seco.

- Alguém pode aparecer Eren...

- Não vai, não se preocupa, só aproveita. - O adolescente encostou sua cabeça na do mais velho, inalando o perfume que era característico do professor, apertando mais os corpos para que se sentissem - Fecha os olhos e finja que só somos nós aqui...

Levi pensou por um segundo, mas fazendo o que o moreno pediu, fechando seus olhos se concentrando em suas peles se tocando, na presença do estudante e em sua mão rodeando seu corpo. 

Perfeito. 

Não havia nenhuma outra palavra melhor para aquele momento, era perfeito a forma como se encaixavam, como se sentiam, como se entendiam e como se amavam. Era tudo único e perfeito. Eren era perfeito aos seus olhos, ninguém chegava perto da forma que o estudante conseguia o fazer se sentir. Ninguém em todos esses anos. O amava e como o amava, faria de tudo por ele, até mesmo voltar a ser quem um dia foi por ele. Por que esse era o poder que Eren possuía sobre si, o modificava. 

- Gosto dessa música... - Eren comentou após alguns segundos em silêncio onde só dançavam lentamente.

- Acho que eu também... - O Ackerman respondeu, sabendo que o moreno sorria.

Eren se separou do professor, se aproximando dos lábios do mesmo que sentia seu coração acelerar e seu corpo formigar pela expectativa, mas o jovem se separou rodando o Ackerman para depois voltar a posição inicial.

- Sempre quis fazer isso. - Sua voz era divertida.

- Idiota. - Levi o xingou pela segunda vez, mas para o jovem era uma forma de dizer que também gostava.

O moreno voltou a encostar sua cabeça na do professor, cantando a música baixinho em seu ouvido, como se fosse uma confissão e talvez de fato fosse, pois para Eren não poderia ser melhor. Segurava nos braços aquele que amava, aquele que mudará sua vida e aquele que lhe era especial. Levi era para si uma jóia rara, um sonho tão bom que desejava não acordar jamais, pois saberia que ninguém o faria sentir tudo com tanta intensidade como aquele belo homem de olhos de tonalidade cinza-azulado. Cantava cada palavra como se fosse uma oração, como se fosse um pedido e em sua consciência pedia que aquele momento durasse para sempre.

- Baby, I'm dancing in the dark with you between my arms...(Amor, eu estou dançando no escuro com você entre meus braços) - Eren cantava baixinho perto do ouvido do professor, que ouvia a voz do maior sentindo paz em seu interior, era definitivo, o jovem possuía uma voz rouca e ao mesmo tempo singela, como se recitasse um poema divino - Listening to our favorite song, I have faith in what I see, now I know I have met an angel in person... (Ouvindo nossa música favorita, eu tenho fé no que vejo, agora eu sei que conheci um anjo em pessoa) - O jovem se distanciou do menor um pouco para poder encarar os olhos do outro que refletiam as mais distantes estrelas - And...

- And he's perfect, I don't deserve this... (E ele está perfeito, eu não mereço isso) - Levi completou a letra da música surpreendendo o mais novo que sorriu fascinado, pois notou que o Ackerman mudará a letra da canção - You're perfect... (Você está perfeito) - O professor não desviou os olhos um segundo dos do estudante, se aproximando dos lábios rosados do maior dizendo as últimas palavras da música - Tonight... (Essa noite) - Levi levou suas mãos até o rosto do moreno que fechou os olhos brevemente pelo toque - Eu amo você... 

Eren abriu os olhos transbordando felicidades neles, reluzindo o amor que nutria nos orbes verdes como esmeraldas, sorrindo alegremente com o coração repleto de sentimentos que nenhuma palavra além daquelas poderiam expressar melhor.

- Eu também amo você... - Segredou, não esperando para tomar os lábios do professor em beijo romântico e delicado.

E assim como Eren.

Levi desejava que durasse para sempre, mesmo sabendo que desejos não se realizavam. 

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A porta foi fechada bruscamente, e nenhum dos dois presentes se importaram com o possível barulho já que a festa acontecia algumas salas a frente e possivelmente, ninguém perceberia a falta de duas pessoas em um recinto lotado, a não ser as pessoas que conviviam com ambos, mas sinceramente também não se importavam com esse detalhe.

Eren foi emburrado para dentro da sala pelo professor que disse que não poderia esperar nem mais um minuto para ter o outro e o jovem saiba que isso significava ambos dentro de uma sala de aula. O ambiente estava escuro, mas não precisam ligar a luz já que a ânsia que queimavam seus interiores parecia faminta e sedenta por contato.  

O Ackerman não sabia de onde vinha a vontade animalesca que lhe fazia perder a razão, mas não queria saber já que a única coisa que enxergava em meio a escuridão da sala era o adolescente com os lábios inchados e a respiração ofegante. O mais velho sorriu de canto malicioso, trazendo Eren para perto por uma das prendas que segurava a calça do mesmo, beijando o queixo do adolescente que gemeu ao ter a língua quente em sua pele. O professor arranhou o abdômen do mais novo com suas unhas ouvindo seu nome ser chamado pelo moreno.

- Eu vou te foder tanto que você nem vai conseguir andar... - Falou, indo até o pescoço do rapaz o mordendo tão forte que Eren teve que segurar em seus ombros para não gritar - Não posso evitar, sou um vampiro. - Levi lambeu o canto dos lábios onde um pouco do sangue do jovem estava por conta da mordida de antes - E estou com fome.

- E o que está esperando? - Eren perguntou com luxúria, abrindo os botões do colete do Ackerman que mantinha o sorriso provocativo - Sabe, eu sou a tentação das pessoas, pelos menos é o que dizem. - Brincou, tirando a peça de roupa a jogando em qualquer lugar do cômodo - E eu gosto de brincar, principalmente sem roupa. - Sugeriu rasgando a blusa branca do professor deixando seu torso exposto - Exatamente assim. 

Falou, passando sua língua devagar pelo peito do mais velho, beijando delicadamente as regiões sensíveis, descendo até o cos da calça, onde levou sua mão até o membro do Ackerman que marcava o tecido. Beijou o pênis por cima fazendo Levi segurar em seus cabelos perdendo o pouco do controle que ainda tentava manter. 

Eren olhou para cima encontrando com os olhos felinos do homem de cabelos negros, e mantendo o contato visual abriu o zíper com a boca, revelando a cueca do professor que se encontrava molhava pelo pré gozo. O moreno salivou, mas parando com o ato.

- O que quer que eu faça? - Eren tinha malícia na voz de tal forma que o Ackerman não sabia o quanto poderia aguentar - Quer que eu enrole você com minha língua? - O adolescente abaixou a cueca da mesma forma que abriu o zíper.

- Quero... - Levi engoliu sua saliva, ouvindo seu coração parecer uma bomba relógio.

Então o jovem não dando tempo, abocanhou seu membro inteiro, descendo até o fundo da sua garganta, o mantendo ali, passando a língua em volta, sentindo o sabor do professor cada vez mais.

- Ah...Eren... - Levi gemeu sôfrego puxando os fios castanhos entre os dedos, observando a cena do maior que não tirava os olhos dos seus tornando a experiência ainda melhor - Isso é tão bom...

O jovem não querendo parar começou os movimentos de vai e vem lentos para depois ir intensificando conforme ouvia a voz rouca do professor agravar. Colocou sua mão no quadril do Ackerman, sugando a glande várias vezes para depois levar o membro até o fundo de sua garganta, sentia um pouco de falta de ar, mas não pararia, pois só de ouvir seu nome na boca do outro já era prazeroso.

- Eren...está bom... - Falou rouco, levantando o maior para tomar seus lábios em mais um beijo selvagem, não querendo perder tempos com preliminares.

Empurrou o estudante até uma das paredes onde se encontrava uma das grandes janelas da sala. Levi chupava a língua do moreno e mordia seus lábios com desejo, e passava suas mãos pelo torso do mais novo.

- Levi... - Gemeu, e o professor o virou fortemente para a parede, tendo que colocar suas mãos no concreto frio para que não batesse a cabeça no vidro da janela - Levi...espera... - Pediu mas sentiu a língua do Ackerman ir para seus ombros - Ah...

- Eu vou te marcar, de tal forma que você vai precisar de um mês para as esconder... 

Levou uma das mãos para uma das bandas do estudante, apertando a carne sobre o tecido da calça, e com a outra segurou os braços do moreno em cima de sua cabeça, e com força tirou o suspensório da fantasia do mesmo que certamente havia rasgado um pouco a parte inferior. E antes que Eren pudesse questionar, o professor amarrou suas mãos com o pedaço de pano da camisa dele, fazendo Eren sentir o tecido machucar seus pulsos, mas o desejo era tanto que não se deu conta no instante do ato. O Ackerman mesmo na escuridão visualizava a tatuagem do estudante que ao seu ver era belíssima.

Com as mãos livres Levi massageou o membro do estudante que revirou os olhos, e mordeu os lábios ao sentir a ardência de um tapa desferido na sua bunda e então veio uma ardência maior, mas não pelas mãos do professor, mas sim por outro objeto.

- AH! - Eren gritou, tendo dificuldade em se manter em pé - Levi...

- Gostou? - Perguntou, chupando as costas do moreno que sentia o delírio em cada poro do seu corpo que começava a entrar em colapso - Quer de novo? 

- Sim... - Falou dolorido ainda, e novamente sentiu ser atingido pelo elástico do suspensório - Ah...caralho... - Doía, mas era uma dor que o fazia desejar por mais - De novo... - Pediu e sentiu novamente sabendo que dessa vez sua pele havia se cortado um pouco, e não demorou para ter a língua do mais velho limpar o mínimo do sangue que saiu.

- Você quer mais? Ou não aguenta? - Sorriu maldoso, inclinando mais o jovem abaixando suas calças até os tornozelos do mesmo juntamente com a cueca.

Eren estava frágil. E isso o deixava com tesão insaciável.

- Quero mais... - Sua voz era baixa, e sentiu com mais força o objeto imposto em sua carne agora na região das nádegas - Ah...Levi...me acerta de novo...

- Não sabia desse seu lado masoquista, mas na nossa primeira vez você foi exatamente assim... - O professor sorriu lascivo, beijando as costas do moreno que respirava com dificuldade - Não parecia ficar satisfeito... - Acertou o maior novamente agora causando um corte um pouco fundo em seu ombro acima do desenho de asas que o moreno tinha tatuado - Un ange en personne... (Um anjo em pessoa) - Falou perto da orelha do outro que sorriu erótico.

- Hoje eu sou os dois...Ein Engel und ein Teufel... (Um anjo e um diabo) - Disse com avidez, rebolando até sentir o membro do professor em sua entrada - Levi...por favor, eu não aguento mais esperar... 

- Você quer? - Perguntou, levando seu pênis ereto até a entrada do jovem que estremeceu e fitou o Ackerman por cima do ombro - Então diga.

- Me fode com força... - Pediu a plenos pulmões - Faça eu gritar...

E não precisou pedir mais, pois Levi adentrou com tudo no interior do estudante, não lhe dando tempo para se acostumar, já se movimentando brusco dentro do moreno que sentia a dor agoniante da penetração, mas que após alguns segundos foi excluía, pois a força e a rapidez que o mais velho entrava e saia do seu orifício era tamanha que se segurou na janela com as mãos amarradas para não perder o equilíbrio. E sentia o membro do Ackerman lhe acertar em pontos específicos que o faziam implorar por mais, como se não ficasse satisfeito.

O professor mantinha a boca ocupada chupando as áreas do adolescente, deixando mordidas e chupões por onde sua boca passava querendo o marcar nos mais pequenos pedaços. Seguiu com sua mão até o membro do moreno que mordia seu braço, para que não soasse tão alto para serem ouvidos. 

Ambos gemiam, tentando ao máximo controlar a voz o que era quase impossível. E sabendo que o limite estaria vindo, o Ackerman virou Eren para si, tirando o resto da roupa do mais novo tão rápido que o mesmo não teve tempo de sentir a falta do outro em seu interior, pois logo os movimentos voltaram com a mesma velocidade de antes. 

- Levi...Levi... - Chamava pelo mais velho diversas vezes preso no momento intimido dos dois, nada existia além daquela porta - Levi...eu vou...

- Eu também... - Voltou a beijar o jovem, brincando com suas línguas querendo prolongar o momento e assim sentiram seus corpos se esquentarem e uma corrente elétrica lhes atravessar devastadoramente, perdendo o ar dos pumles por milésimos de segundos, e assim Levi se desfez dentro de Eren que aproveitou para chupar o pescoço que ficou exposto deixando algumas marcas.

Ambos caíram no chão, suados e tentando regular as respirações ofegantes. O professor tirou o pano dos pulsos do maior, onde ficará marcas roxas, trazendo Eren para sentar em cima de si enquanto se recuperavam do orgasmo. Rodeou o corpo fraco em seus braços, beijando os cabelos molhados pelo suor.

- Não sinto minha pernas... - Eren murmurou fazendo o mais velho rir.

- Desculpe. - Ariciou as costas do jovem que se aconchegou no corpo do homem de cabelos negros, sentindo o cheiro de ambos se misturarem.

- Não precisa se desculpar, eu gostei... - Levantou a cabeça, beijando a bochecha do Ackerman que roubou um selinho do maior que sorriu - Eu amo você, Mein Vampir... (Meu vampiro) - Brincou sorrindo.

- Je t'aime... (Eu amo você) - Tirou da testa do moreno alguns fios de cabelos, pegando a mão do mesmo beijando o dedo onde o anel estava - Mon ange... (Meu anjo) - Sabia que a fantasia que Eren escolherá não era à de anjo, era o oposto, mas sempre o veria como um anjo, como uma raridade.

Com perfeição.

Um anjo perfeito.

Por que no fim Eren era sua salvação.

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O sinal foi ouvido e os mais novos recolheram os matérias, saindo da sala exaustos e apreensivos, pois a próxima semana seria inteiramente de provas. 

O mês de dezembro entrará com o frio e com a neve, e junto vinha o fechamento do segundo semestre, encerrando as aulas para as férias escolares. Rosey autorizava um mês e meio de férias, que pegava o natal e o ano novo, muito dos jovens passavam as datas comemorativas com as famílias antes de retornarem. Porém, para poderem ter quase dois meses de folga precisavam passar nos exames, criando tensão nos estudantes.

Era o início da semana, e o Ackerman não via a hora para poder se isolar de toda a bagunça dos mais novos. Caminhava para seu dormitório, querendo tomar um banho quente para se esquentar do frio e relaxar, e depois passar a noite corrigindo os diversos trabalhos que pediu dos terceiros.

Não era novidade que preferia o inverno do que as outras estações, se sentia mais confortável na estação gelada. E por mais que Eren gostasse dos climas quentes, ficava empolgado com dezembro, não por ser apenas natal, ou férias, ou a neve que o moreno julgava ser divertido, mas sim, por ser o aniversário do professor. O estudante falou que planejava que ambos pudessem viajar para outro lugar da Suíça, e passarem a data juntos, já que o Natal era no dia de seu aniversário. E mesmo que o Ackerman tenha dito diversas vezes que não gostava de surpresas ou presentes, o maior garantiu que teria, e que não poderia fazer nada para impedir.

E o mais velho tinha que admitir que a idéia de poder passar semanas com o adolescente, somente os dois sem ninguém para atrapalhar, não era uma idéia ruim. Principalmente se for em um ambiente longe do colégio. 

Depois que descansaram na sala no dia do Halloween tiveram que ajeitar as fantasias da melhor maneira que podiam, decidiu que voltaria para o dormitório e encerraria a festa, e Eren queria o acompanhar, mas pediu que este voltasse para a comemoração, para não insinuar tão obviamente que estavam juntos o tempo todo. E a contra gosto o moreno aceitou.

Durante os minutos que passou ao lado do estudante, esqueceu completamente suas preocupações anteriores. Suas lembranças de Isabel e Farlan que a anos decidirá esquecer ainda lhe assombravam, mas não tão frequentemente como antes, e muito menos a do homem que matou a meses atrás. Tentava a todo custo não se recordar, queria enterrar essas memórias no fundo de sua alma e nunca mais as ver novamente, mas não era tão fácil. Nunca era. 

Porém a sensação agoniante que o queimava e machucava por dentro permanecia, e parecia a cada dia piorar. Era uma sensação de afogamento, como se estivesse morrendo, mas ainda tendo seu coração batendo. Era sufocante. Nesses momentos, respirava fundos quantas vezes fosse preciso e tentava agir com normalidade, e até o atual momento esse método funcionava.

Chegou no corredor, e seus passos o levavam até a porta do seu quarto, e como acontecia, a sensação lhe atingiu de novo, mas tinha algo de diferente, parecia mais real. Colocou a mão no peito sentindo as batidas do seu coração como o soar de um relógio. "O que está acontecendo comigo? Por que estou assim? Merda...", fechou os olhos acalmando seus pensamentos que estavam desorganizados. Pós sua mão na maçaneta, e abriu a porta entrando no cômodo ignorando todas as sensações que diziam para fazer o contrário, e então veio como um soco no estômago, ou uma jogada cruel do destino.

- Olá sobrinho, quanto tempo...

- Kenny?