Makoto já havia vestido sua Yukata , junto a seus novos amigos e colegas de trabalho, o mesmo tinha certeza que a roupa não combinava com ele mas Kou foi a responsável por escolher a roupa de todos com seu " Instinto natural feminino de moda " e acabou com todos sentindo-se totalmente deslocados.
- Vocês não devem reclamar, estamos todos lindos! Vejam só! Onde comprei as Yukatas tinha máscaras para o evento! - disse Kou entregando máscaras para cada um do grupo. Rin ficou com a de tubarão. Nagisa a de pinguim. Souske a de um peixe . Rei a de um polvo . A de Kou uma baleia e finalmente a de Makoto, a face de uma sereia.
- São lindas!- disse Nagisa enquanto colocava sua máscara.
- Kou-san você é péssima em escolher Yukatas, mas, ótima em comprar máscaras!- disse Souske e todos riram.
Estava sendo divertido passear à noite pelo o evento de Uoza...a noite estava com o ar fresco e uma leve brisa de verão, o céu estava reluzente em estrelas que brilhavam ao redor da lua. O cheiro de peixe, sopa e frutos do mar invadia às narinas de todos. Os balões que iluminavam às ruas do evento que , esta data do ano, homenageava a Deusa do Mar. Pessoas caminhando de um lado para o outro, máscaras, danças, Yukatas, comida, teatros de rua...tudo parecia mágico!
- Eu estou com muita fome!- disse Rin .
- Meu estômago ainda não me alertou...ei , onde está Kou?- perguntou Rei e todos olharam em volta a procura da garota.
- Ela estava aqui a um minuto.- disse Tachibana.
- Ela deve ter se perdido!- exclamou Nagisa em tom desesperador.
- Ok! Sem pânico! - disse Rin já com às mãos sobre a testa e desesperadamente olhando em todas as direções- Souske vem comigo procurar Kou nas lojas que passamos antes.
- Eu e Nagisa iremos procura-la perto das barracas de comida.- disse Rei e logo sumiu de vista dos olhos do trio.
- Boa sorte!- disse Makoto assim que Souske e Rin começaram a correr, provavelmente eles não haviam ouvido , mas sorte é sempre útil.
Um som foi ouvido, não, não era o som dos comerciantes gritando, das pessoas falando, da música ou do teatro...parecia um som distante. Makoto o escutou com atenção e deixou seu extinto o levar na direção dele aos poucos ficou mais nítido e deu-se a entender que era o som de um chocalho.
Quando o Tachibana percebera onde estava olhou bem a sua volta e apenas consegui observar o que estava diante de seus olhos: Um teatro. Não como o teatro da rua, ele era diferente, diferente de uma forma inexplicável para Makoto.
Em cada beirada do palco improvisado de madeira, estavam tochas com fogo ardente, em cima dele, duas pessoas balançavam os chocalhos de som místico, no fundo de tudo, estavam duas pessoas tocando tambor e no centro do palco, uma garota com uma máscara completamente azul contava uma história.
Os tambores soaram e Makoto se aproximou do palco se espremendo diante do grupo de pessoas que assistia a peça ao ar livre.
- A história começa a centenas de milhares de anos...a Deusa do Mar havia tornado-se a deusa mais poderosa e forte de todo o mundo...Ela dominava tudo que vivia no fundo do mar e que lhe tinha direito.- a garota ao centro do palco começou a fazer uma dança estranha , seus pés descalços deslizavam com agilidade no chão improvisado - Porém, do nada! A Deusa da Terra apareceu.
Os chocalhos chacoalhavam loucamente e em alto e bom som. Os olhos de Makoto não desgrudavam da apresentação e muito menos seus ouvidos desligavam se dá história sendo contada.
- Deusa da Terra! Deusa mãe! Nela o solo era fértil, havia vida, havia coisas fascinantes! - a voz da garota diminui-se de forma intensa e tomou um ar de suspense - Oh... A Deusa do mar sentiu-se com tamanha inveja! Ela então enviou uma mensagem ao deus do inferno e lá estabeleceu um pacto com ele: " Todo humano morto na terra, que chamasse à Deusa do mar , ganharia uma nova vida como um ser do mar " em troca, ela deu ao Deus do inferno uma das chaves que selam os demônios dos humanos e deuses.
" Que coisa absurda!" Foi o que Makoto conseguiu pensar.
- Então foi aí que o desnível aconteceu! Seres humanos não são seres do mar, ora se juntarmos um humano ao mar... então aconteceu o acidente ! Sereias surgiram! Não aquelas boas, lindas , de voz suave...e sim às assassinas! Um cadáver podre unido ao corpo de um peixe! Elas devoravam pescadores, mordiam e se deleitavam de prazer enquanto mastigavam as entranhas dos pobres pais de famílias.- ela deu uma pausa e parou em um canto do palco e disse com voz mansa : - Porém, esses "acidentes "não vivem só no mar, este mês eles estão a solta pelos eventos! A noite vem confundir suas presas e mata-las.
Quando a garota acabou, todos a aplaudiram e assoviaram, Makoto sentiu um sorriso aparecer em seu rosto! A história era tão incrível!
Quando todos foram embora , ele esperou a artista descer do palco e foi em direção a ela.
- Oi!- disse e a garota tirou a máscara revelando seu rosto jovem.
- Oi, senhor!- disse a garota. Seus cabelos eram negros e escorridos para baixo, em um de seus olhos ela usava um tapa olho e o outro parecia uma bolita enorme de cor azul escura.
- Sua apresentação foi ótima! Parabéns! Meu nome é Makoto.- disse e estendeu a mão para a garota que a apertou - Sou biólogo marinho. Você poderia me falar mais dessa Deusa do mar e das sereias?
- Muito obrigado! Meu nome é Nananse Haruna. - ao dizer seu nome , Makoto lembrou-se da foto do garotinho que vira no tamplo - Que interessante! Um biólogo querendo aprender com uma estudante, me sinto honrada.
Ela sentou-se na escada do palco e Makoto sentou-se ao seu lado. Ela suspirou e depois sorriu olhando para o céu.
- Não há muito o que falar. Só posso lhe dizer que existem e existem ... só existem! Para muitos não fazem a mínima diferença.- disse a garota e Makoto sentiu-se confuso - Pergunte se tiver dúvidas! Não me olhe com essa cara senhor.
- Senhor?! Sou tão velho assim?!- perguntou e a garota sorriu.
- Tenho treze anos, para mim é um senhor! - respondeu a garota e Makoto abriu a boca em um "O" não era possível que tanto talento viesse de uma garota tão nova e com uma aparência tão mais madura para uma criança - Enfim... às deusas e deuses, assim como sereias e outros seres, são esquecidos! Eventos, igrejas, templos...tudo uma farsa!
Haruna estava com uma expressão de raiva que logo tomou a forma de uma tranquila e calma.
- Eles estão por um pequeno momento ligados e tudo ocorre como se um elefante se agarrasse a uma corda podre , um segundo ele fica fora do chão e no outro lá está ele caído.- Haruna disse tudo de forma natural e Makoto sorriu.
- Entendi! - disse e em seguida tirou sua máscara de sereia e a encarou .
- Whaaa! Você é lindo !- disse Haruna e o " senhor " sorriu envergonhado - O aniki também era lindo.
- Você tinha um irmão?- perguntou Makoto.
- Sim! Mas ele...- quando Haruna foi ditar o resto da frase, sua mãe apareceu e colocou a mão sobre seu ombro - Ei, essa é minha mãe, ela estava tocando tambor junto a meu pai .
- Vocês foram incríveis!- disse Makoto e a mulher apenas sorriu.
- Haruna, vamos.- disse a mãe enquanto caminhava em sua frente seguindo para uma caminhonete branca.
A garota levantou-se e e acenou para Makoto, e quando ele repetiu o gesto Haruna o encarou com os olhos cheios d'água.
- A pulseira. Onde encontrou essa pulseira?- perguntou e logo sua mãe estava novamente junto a ela.
- Essa pulseira, por favor, tire-a imediatamente.- ordenou a mãe e Makoto a tirou sem entender e entregou para a mulher - obrigado.
Às duas voltaram a seguir o caminho para a caminhonete e Makoto lembrou-se de ter que procurar Kou e quando virou-se de costas ouviu Haruna dizer para a mãe : "Hoje o Aniki vai voltar, não é?"
Makoto voltou a por sua máscara e caminhar a procura de Kou. Em meio a toda aquela confusão de pessoas no evento o esverdeado acabou perdendo-se na multidão, quando olhou para trás pode perceber o lugar mágico onde estava: O templo velho de mais cedo.
Ele sorriu de leve e subiu a longa escadaria do templo, e quando chegou em sua base, Um novo sorriso se fez em seu rosto, haviam luzes no templo, o que significava que ele não estava abandonado ou velho.
Ele fez uma reverência antes de abrir a porta do local, e quando abriu a mesma um olhar curioso se fez em sua face.
Uma pessoa estava de joelhos, sobre o pequeno altar do garotinho falecido , fazendo um tipo de reza em silêncio. Pela silhueta da pessoa, Makoto pode perceber que se tratava de um garoto, ele desejou ver seu rosto , que estava coberto por uma máscara branca.
- Eu sinto muito.- disse Makoto quando o suposto garoto terminou a reza - era algum parente seu?
E não houve resposta, apenas um "a" quase inaudível saiu da boca do mascarado. Ele levantou e saiu do templo, Makoto teve de ir atrás, ele sentia que algo era especial naquele garoto.
O garoto caminhou até a floresta ao lado do templo e ficou parado por um tempo sem fazer um movimento sequer, logo depois voltou a caminhar, e novamente Makoto o seguiu. Desta vez, ele parou em um lago , e, desamarrou o laço de sua Yukata e a deixou cair sobre o chão, ficando nú, em seguida tirou sua máscara e pulou no lago.
" Eu sou um pervertido!" Pensou Makoto,mas, o pensamento durou poucos segundos até ele raciocinar que o garoto havia pulado no lago e não voltara . Sem pensar duas vezes ele correu e mergulhou no lago, e, procurou pelo garoto e não o encontrou. Voltou a superfície respirou e voltou para debaixo d'água.
Rápido e ágil com seu nado, Makoto mergulhou um pouco além e quando sentiu o ar faltar tentou voltar a superfície: sem sucesso, algo havia prendido seu pé. Ele se debateu , contorceu-se , mas foi falho e logo ele viu tudo ficar mais escuro e, antes de apagar viu um pequeno filete de luz em frente ao seus olhos e nada mais foi visto.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.