Adrien On
O grito que surgiu fez com que o loiro se separasse de Marinette rapidamente, se colocando na frente dela protetoramente, enquanto olhava em volta atentamente a procura de algum perigo. O barulho havia vindo do lado de fora do salão, mais não parecia haver ninguém estranho entrando no local.
- O que acha que foi isso? – a azulada perguntou igualmente em alerta.
- Eu não sei, mas tenha a leve sensação de que... – antes que pudesse terminar a sua frase, uma risada maléfica ecoou no local, confirmando as suas suspeitas.
Um akuma de cor preta entrou no salão, passando os olhos por todos os convidados até parar em direção a Chloe que estava caminhando em direção as mesas, quando a confusão se iniciou.
- Meu nome é Tormented Shadow – ele disse, especificamente para a loira, que o olhava com as sobrancelhas erguidas – E eu vim me vigar de você.
Marinette bufou irônica enquanto observando a cena.
- Por que isso não me surpreende mais? – perguntou para si mesma, soltando um suspiro.
Todos no salão se viraram e começaram a correr em direção a saída com gritos assustados, enquanto Chloe se esquivava da multidão e sentava na cadeira esperando o akuma a alcançar. O que ela está pensando? Adrien se perguntou, enquanto sentia as pessoas passando desesperadas por ele, o empurrando com força para a entrada – que também era a única forma de sair. Ele se virou tentando achar a azulada, no meio daquela confusão, para a levar até um local seguro, mas a garota havia desaparecido no meio das pessoas que entravam em pânico.
Como se nunca tivessem visto um akuma na vida, ele pensou consigo, tentando se distrair de sua preocupação com a garota. Tudo o que podia fazer naquele momento, era se transformar e lutar contra o akuma, para garantir a segurança de todos os que estavam ali e de Marinette, que devia estar sendo empurrada naquele instante para a saída do salão.
Rapidamente correu na direção contrária, até o banheiro masculino que se encontrava vazio, ele entrou dentro de uma das cabines para se transformar em Chat Noir e, para a sua sorte, quando saiu do local, viu Labybug lutando contra um... Civil? Choque passou por seu rosto ao perceber que ela e um garotinho com pouco mais de sete anos, lutavam com se ambos fossem iguais e tivessem superpoderes. Com rapidez foi na direção de onde a luta acontecia, querendo impedir seja lá o que a heroína estava tentando fazer.
- Ei, parem já com isso! – ele começou tentando intervir, mais de repente, o pequenino lhe acertou uma rasteira perfeita que o derrubou no chão com um baque – Mas que malcriação, sua mãe não te ensinou boas maneiras? - disse indignado pelo ato.
A joaninha envolveu seu ioiô em seu tornozelo e o puxou para longe do garoto, arrastando o gatuno pelo chão até parar ao lado dela, que rapidamente voltou a brigar com o garoto. Ele não estava conseguindo entender o que estava acontecendo ali. Os dois não deviam estar lutando contra um akuma? Se perguntou, enquanto voltava a ficar de pé.
- Ladybug! – ele a chamou com descrença quando quase acertou um soco no rosto do outro e tirou seu bastão das costas o esticando entre eles, parando momentaneamente a briga – O que vocês pensam que estão fazendo? Você é uma super-heroína, não bate em crianças... E você, seu malcriado, devia respeitar os mais velhos! – repreendeu, tentando agarrar o braço dele para o impedir de continuar a brigar.
Mais logo se arrependeu pois, o mesmo agarrou sua mão e começou a girá-lo no ar algumas vezes, antes de o jogar contra a parede do salão, com mais força do que uma criança de sete anos deveria ter. Ladybug logo veio ao seu socorro, o ajudando a sair da pilha de concretos da parede que havia se quebrado com o impacto. Ele gemeu, balançando a cabeça para afastar a tontura que se abateu sobre ele, abanando com a sua mão ao redor em uma tentativa de dispersar a poeira enquanto tossia. Como aquele pestinha havia conseguido fazer aquilo? Ele se perguntou, ainda confuso já que o garotinho não tinha a aparência dos akumas com que eles sempre lutavam.
- Você está bem? – ela perguntou preocupada – Se machucou?
- Não, eu estou bem... – mentiu instantaneamente, não se orgulhando muito daquilo – Mas essa é, com certeza, a última vez que eu dou bronca em uma criança.
- O akuma está o controlando de dentro da sua sombra – ela explicou, o puxando com agilidade para debaixo de uma das várias mesas – Estava tentando o expulsar de dentro dele.
Ele franziu a testa.
- Acho que vamos precisar de um padre... – comentou procurando pela silhueta do akuma por trás do pano dourado – Ou um pouco de água benta.
Ignorando seu comentário, a joaninha se aproximou, ficando consideravelmente perto dele, o que o deixou bastante surpreso mais não tanto quanto o que aconteceu logo em seguida. As mãos da heroína voaram até seu corpo, se movimentando por todo o seu peito enquanto aplicava suaves apertos, trilhando pelo uniforme um caminho desconhecido e provocativo para ele, que o fez arregalar os olhos e corar suavemente. Sua pele formigava por onde os toques delicados de suas mãos passavam e - por seu uniforme ser tão colado em seu corpo -, ele quase conseguia sentir como se ela realmente estivesse tocando sua pele por debaixo do traje. Engoliu em seco, impedindo que o ronronado suave que se formou em sua garganta saísse, e voltou para a realidade tossindo brevemente por seu constrangimento.
- My Lady...? – ele a chamou, tentando fazer com que percebesse o que estava fazendo, mais o olhar determinado continuou em sua face, até que ela apertou seu ombro, fazendo com que uma pontada de uma dor, até agora ignorada, se fizesse mais presente - Aiii...! - ele exclamou com um gemido, enquanto seu corpo se afastava involuntariamente de seu toque.
- Ahá! Eu sabia! – ela o olhou com revolta enquanto sua voz aumentava gradativamente – Sabia que você estava mentindo! Como pode dizer que não estava machucado? Eu sou sua parceira, não deveria ficar escondendo coisas de mim, Chat Noir!
Ele não teve chance de responder, pois o pequeno surto da joaninha deu uma pista muito óbvia de sua localização para o akuma, que arremessou a mesa para longe dos dois, revelando o seu esconderijo, e os obrigado a pular para longe de um ataque que foi realizado por ninguém mais, ninguém menos, que Chloe.
O akuma havia mudado de pessoa e agora controlava a loira que tinha um sorriso mais diabólico do que o normal em seu rosto. Chat Noir se viu incapacitado de lutar contra a garota, pois não queria machucar a sua amiga, já Ladybug não parecia ter nenhum problema com isso e lutava com vigor contra a loira enquanto ele tentava dar assistência a joaninha, encontrando a localização do akuma.
- Não tem nada de diferente na roupa dela – ele a informou, enquanto encontrava uma explicação plausível para não ter o achado – A borboleta deve estar dentro da sombra, com a forma verdadeira da pessoa akumatizada.
- Tudo bem, então distrai ela por alguns instantes – avisou calmamente, desviando de um ataque – Vou usar o Lucky Charm.
Ele concordou em reflexo antes de perceber o que aquilo significava.
- Espera, o que? Mas, eu não posso... – tentou protestar, mais era tarde demais, a joaninha já havia se afastado do local, o deixando sozinho com a loira.
- Chloe, eu não quero machucar você... – ele começou erguendo as mãos em sua frente, em rendimento - Então porque não paramos com essa briga e apenas conversamos um pouco?
Ele desejava que Chloe atendendo seu pedido, mais sabia que a garota não tinha controle sobre o que seu corpo fazia quando voltou a ataca-lo, fazendo com que desviasse dos constantes ataques que não pareciam cessar, até que ocorreu uma falha em um de seus movimentos e ele foi chutado pela loira, batendo novamente contra a parede, o que o deixou um pouco irritado.
A pontada de dor em seu ombro se fez mais presente, irradiando por seu braço e, apesar de tentar ignorar, não conseguiu, tendo que se apoiar brevemente em uma das mesas, encostando sua mão sobre a mesma, tentando buscar um pouco do equilíbrio que havia perdido. Mais algo estranho começou a acontecer. De repente, como num passe de mágica, a mesa começou a se corroer virando pó em poucos segundos, o assustando.
- O que? – ele perguntou para si mesmo, enquanto olhava para a mão, que soltava um brilho verde escuro exalando seu poder – Mais eu ainda não invoquei meu Cataclismo.
- CHAT, SE PREPARA! – ouviu a voz de Labybug e ergueu seu olhar, tentando se concentrar em ajuda-la. A mesma segurava uma lâmpada consideravelmente grande em sua mão e, quando foi a conectar sobre a tomada, avisou: - FECHE SEUS OLHOS!
Sem hesitar, seguiu o comando da joaninha, percebendo uma luz forte surgir por trás das pálpebras antes de apagar, voltando ao normal. Ele abriu os olhos, piscando algumas vezes para ajustar a visão, antes de ver o akuma perdido, coçando os olhos em uma tentativa fútil de fazer com que sua visão voltar ao normal.
Com rapidez analisou o objeto de mais diferente em suas coisas e quebrou, fazendo a borboleta negra sair, enquanto Labybug se apressava em começar a sua purificação. Mais um pequeno contra-tempo surgiu no meio desse ato, quando Tormented Shadow em seus momentos finais, atingiu o seu ioiô com força, o jogando para longe antes que ela conseguisse alcançar a borboleta negra, que voava livremente em direção as janelas que ficavam no topo do salão.
Os dois heróis se entreolharam por um momento, antes de Labybug correr em direção ao gatuno que rapidamente juntou as mãos, e assim que ela pisou entre elas, as ergueu, jogando a joaninha para o alto, permitindo que ela agarrasse o akuma com suas mãos antes que caísse nos braços de Chat Noir, que a segurou.
- Você pegou? – ele questionou, enquanto ofegava levemente pela pontada de dor em seu braço, causada pelo esforço abrupto que fez para evitar que a heroína sofresse uma queda.
- Sim, está aqui.
Ela desceu de seus braços e os dois correram em direção ao ioiô, que permanecia intacto sobre o piso branco. O gatuno olhou para Ladybug com ansiedade enquanto segurava o ioiô em suas mãos, ela olhou brevemente para ele e o alertou com uma contagem silenciosa, e assim que chegou ao terceiro número, a joaninha abriu suas mãos deixando que a borboleta voasse enquanto agarrava o seu ioiô que Chat Noir havia jogado em sua direção. Ela estava pronta para purificar o akuma. Então imagine a sua surpresa, ao ver que a borboleta tinha as asas brancas ao invés de negras, como se já estivesse sido purificada.
Os dois olharam pasmos o akuma voar para longe e, depois se entreolharam confusos, até que ele notou que a mão dela emitia um rosa suave, quase indetectável de primeira vista, e apontou para o local atraindo a atenção da joaninha que arregalou os olhos, surpresa.
- O que é isso? - ela perguntou confusa.
- Eu não tenho ideia – ele perguntou confuso – Mas, aconteceu a mesma coisa comigo quando...
Os dois Miraculous apitaram exibindo apenas uma bolinha e eles suspiraram, sabendo que não teriam mais tempo de discutir aquilo. Rapidamente, Ladybug jogou a lâmpada para o alto, permitindo que as joaninhas limpassem a bagunça que eles fizeram antes de um despedir rápido, e uma corrida para longe um do outro.
Totalmente confusos.
Adrien Off
Marinette On
Todos estavam dentro da limusine enquanto voltavam para casa.
A festa de aniversário de Chloe havia terminado instantes depois que o akuma apareceu e ninguém teve a chance de cantar "Parabéns" para a loira, muito menos comer o bolo gigante de três andares que estava em exibição na mesa principal. Alya e Nino conversavam animadamente entre eles sobre todos os acontecimentos da festa, principalmente sobre como Chloe havia causado mais outro ataque de akuma com a sua superioridade. Pelo o que havia entendido, das poucas partes que pegou sobre a conversa entre os dois, a loira havia recusado o pedido de dança de um garoto chamado Vincent e ainda havia o humilhado na frente dos amigos que riram debochadamente dele, piorando ainda mais a situação.
Mais, assim como Adrien, a azulada não conseguiu prestar atenção ou se envolver na conversa, pois seus cabeça estava muito longe daquele lugar. Ambos ainda estavam pensativos com o que havia acontecido a vários minutos atrás, com várias preocupações e um pouco de empolgação em relação a mudança inesperada em seus poderes, rondando sua mente. O que havia acontecido com suas habilidades naquele ataque? E como aquilo influenciaria em sua vida heroica dali para frente?
- Vejo vocês na escola – a azulada se despediu, pulando da limusine assim que a mesma parou na porta da padaria.
Ignorando os olhares curiosos que os amigos davam em sua direção, ela andou até a porta da casa, e assim que a fechou, correu para o andar de cima silenciosamente, não deixando que seus pais a notassem. Entrou no quarto com rapidez, fechando a porta e analisando todos os lugares para ter certeza que estava sozinha, antes de abrir a bolsinha, deixando que Tikkie saísse.
- O que foi aquilo, Tikkie? – ela perguntou, um pouco assustada – Eu nunca consegui purificar um akuma com as mãos antes, e Chat Noir disse que a mesma coisa aconteceu com ele... O que está acontecendo?
A pequenina flutuou a sua frente com o rostinho um pouco sério.
- Desculpe, Marinette – a kwami disse, soando um pouco culpada – Eu não contei algumas coisas sobre os poderes dos Miraculous, porque eu pensei que você teria mais tempo para se adaptar completamente a sua vida dupla e dominar suas habilidades assim como as outras... - ela desviou seu olhar pensativa - O que será que Mestre Fu está planejando?
- Não estou entendendo... O que Mestre Fu tem a ver com isso? – ela colocou sua bolsa em cima da mesa do quarto enquanto abria um pacote de cookies para a companheira – O que você estava escondendo, Tikkie?
A kwami soltou um suspiro longo antes de começar a explicar toda a situação, pegando um pedaço da comida no processo.
- Ouve um aumento pequeno, mais muito importante, em suas habilidades e elas só podem ser ativadas pelos guardiões dos Miraculous, neste caso, o Mestre Fu – contou lentamente enquanto Marinette se sentava na espreguiçadeira – Esses poderes só poderiam ser ativados quando você estivesse com uma idade mais adulta e com uma experiência maior da vida. Sempre fizeram assim, porque esses poderes veem das emoções, e os adolescentes não conseguem controlar seus sentimentos muito bem...
Ela assentiu, prestando atenção atentamente, enquanto a outra mordia um pedaço do cookie.
- Que tipo de poderes são esses? – ela questionou tanto preocupada como curiosa.
- Bem... Seu poder é o da criação, então você vai poder criar coisas pequenas e purificar os akumas sem o auxílio do ioiô - explicou calmamente, parando de comer - Mais tem um pequeno problema, esses poderes também poderão se manifestar em sua forma civil.
Marinette ergueu as sobrancelhas, arregalando os olhos chocada.
- Espera, o que?! - perguntou se sentindo aflita.
- Se acalme, Marinette, não precisa surtar - a kwami ergueu as mãozinhas - Você apenas tem que aprender a controlá-los quando eles surgirem. Eles só iram aparecer quando você estiver muito animada, e caso você tenha um descontrole, apenas tem que se acalmar e ter pensamentos negativos - ela sorriu brevemente - Eles vão diminuir o impacto de seus poderes. É a quase a mesma coisa para Chat Noir, só um pouco diferente.
Marinette assentiu, respirando profundamente enquanto tentava manter sua calma, Tikkie começou a lhe explicar mais detalhadamente os seus novos poderes e tudo o que poderia acontecer, tanto de bom, como de ruim, além de lhe dar aulas breves de como os controlar quando surgissem. Ela se sentia pronta para enfrentar aquilo.
Mais não estava pronta, para o que aconteceria naquela noite.
Marinette Off
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