Katsuki estava em seu quarto, deitado na cama, olhando as redes sociais e ouvindo músicas de sua playlist pelos fones de ouvido. Descia a tela do Instragram constantemente, não achando nada de interessante para ver.
As férias de verão já haviam começado, e elas estavam sendo como sempre foram na para Katsuki: Um tédio sem fim. Todos os seus amigos ou encontravam-se na praia aproveitando o calor da estação, ou em algum resort tomando um delicioso sorvete de morango com calda de chocolate.
Mas não reclamava. Preferia mil vezes ficar trancado em sua casa do que sair por aí sem motivo aparente.
- KATSUKI! - Grita Mitsuki, que ficava na sala de estar lá embaixo.
- O QUE É? - Berra de volta, não ouvindo nada em resposta. Frustrado, Bakugo levantou da cama na base de ódio e desceu até a sala de estar pisoteando forte. - Quê foi?! - Levantou os braços, tentando demonstrar toda a sua irritação.
- Preciso que você passe no supermercado para mim. Toma, aqui está a lista. - A mais velha entregou o papelzinho com as palavras escritas, cada uma em uma linha, muito bem organizada. Até para uma mísera lista de mercado sua mãe se dedicava para fazer algo no mínimo decente.
Revirou os olhos, pegou bruscamente o papel da mão de Mitsuki e saiu pela porta da frente.
O caminho até o mercado foi tranquilo e silencioso, é claro, se for considerar somente o som da música dos fones ser um silêncio. Ao passar pelas portas grandes e automáticas, avistou a única pessoa que lhe motivava a ainda vir ao supermercado: Kirishima Eijiro, o atendente de caixa.
E então você se pergunta, "Ah mas o que o garoto tem haver?".
Simples. Katsuki está caidinho por ele. Aquele ruivo idiota de sorriso fácil amoleçeu e conquistou seu pobre coração de pedra. Suas mãos começaram a suar de nervosismo, o coração batendo em um ritmo frenético. Respirou fundo e andou até as pilhas de cestas, pegando uma e olhando para a lista de compras.
"Pão de mel", o primeiro item. Caminhou calmamente até o corredor onde se encontrava o pequeno pãozinho e colocou três na cesta. Pão de mel era uma das únicas comidas doces que realmente gostava. Invés de doces, preferia comidas apimentadas.
"Maçâs", "Tomates" e "Cenouras". Antes que pudesse ir para onde estes itens estavam, viu o repositor no corredor dos laticínios, Kaminari, seu amigo de confiança. O loiro de mechas pretas olhou para o outro e sorriu largo.
- Bakugo! Bem quando eu precisava falar com você! - Aproximou o rosto do de Katsuki e colocou a mão perto da boca. - É sobre a missão impossível. - Acho que esqueci de avisar, Denki ajudava com a questão de Bakugo tentar conquistar Kirishima, dando informações sobre o ruivo nem tão "invasivas". E o nome que deram para isto? Foi uma ideia estúpida de Kaminari, afirmando que fazer o loiro mais velho se declarar para o amigo de fios ruivos era realmente uma "missão impossível".
- Manda.
- Beleza. Semana passada descobrimos que quando o Eijiro se sente atraído por alguém, ele faz a alisada dupla.
- Que merda é essa?
- A alisada dupla é quando ele gosta muito de alguém e acaba ficando nervoso, então pega duas mechas de cabelo e passa por trás das orelhas. - O menor sorriu travesso ao ver que Bakugo havia se intrigado.
- Interessante... Valeu pela dica Denki.
- Que isso bro, não foi nada! Beleza tenho que repor essas caixas de leite ou a Sra. Midnight irá me matar. - Assim que Kaminari saiu de perto para voltar ao trabalho, Katsuki foi para o local dos legumes e pegou uma pequena quantidade dos que estavam na lista.
[...]
Já com todos os itens necessários na cesta, o loiro procurava o caixa onde Eijiro estava atendendo. Quando achou, notou que o caixa dele não tinha tantas pessoas na fila, apenas um senhor de idade com vários produtos no carrinho de compras.
Sim. Um fucking carrinho.
Suspirou, percebendo que demoraria um pouco para falar com o ruivo, andou até lá e esperou. Um tempinho depois, por sorte mais da metade dos itens do velhinho já se encontravam nas sacolas.
- Próximo! - Kirishima chamou, Bakugo deu graças a Deus por finalmente poder ser atendido. - Oi Bakugo! - Recebeu, e o citado corou com apenas um "Oi!"
- O-Oi... - Merda. Não acreditava que foi gaguejar justo agora. - Tudo bem? - Perguntou, passando o pacote de bolachas para Eijiro.
- Tudo. Só o trabalho que está me matando. Eu tô acabado!
Riu nasalado.
- Tenho que concordar.
- Quê? - "Porra, Katsuki."
- Q-Quero dizer! Você está ótimo! D-Digo... Não foi o que eu quis dizer, es-estava concordando sobre o trabalho ser um porre. - O de fios tingidos riu enquanto passava as compras no caixa, o que deixou Katsuki extremamente confuso.
- Tudo bem, não precisa inventar uma desculpa!
- Não é uma desculpa! É sério... - Olhou para o loiro mais uma vez e decidiu se concentrar no trabalho. Katsuki era um fofo! Sempre se embolava nas palavras quando ia falar consigo e ficava extremamente corado.
- ... Tá solteiro?
- Desculpe não ouvi, o que disse?
- ARTEIRO! O meu priminho é... Muito arteiro. - "Que droga eu tô fazendo?"
- Ah... Legal, cara. - A vontade do loiro era de espancar a si mesmo até desmaiar. Como alguém pode ser tão idiota na frente da pessoa que gosta? - Deu R$45,00. - Tira uma nota de 50 reais da carteira e entrega para o outro, que separou o troco lhe deu em mãos.
Todos os produtos já haviam sido colocados dentro das sacolas. Katsuki as pegou e preparou-se para se despedir de Eijiro sem que gaguejasse.
- Beleza, nos vemos por aí? - Olhou de canto para Eijiro, tentando esconder o rubor de sua face, falhando miseravelmente.
- Claro! Até, volte sempre! - Vendo Bakugo sair, as bochechas de Kirishima tomaram uma coloração vermelha. Dando uma risadinha, pegou duas mechas e as passou para trás das orelhas.
*******
- Que merda, Katsuki! Por que você não pode agir normal com ele?! Porra... - Saiu batendo a mão na própria testa. - Eu sou um fracasso. Ele nunca irá gostar de mim. - Resmungou, até notar que a notinha das compras tinha algo a mais escrito.
"Me liga♡
XXX-XXXX"
- É... talvez eu esteja errado. - Sorriu, seguindo praticamente saltitando para casa.
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