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História Moonlight - Quadragésimo Sexto - História escrita por UliEvee - Spirit Fanfics e Histórias
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História Moonlight - Quadragésimo Sexto


Escrita por: UliEvee

Notas do Autor


Se eu dissesse "pegadinha do malandro, yeah, yeah!", vocês não acreditariam em mim. Na verdade, a ideia de escrever esse capitulo veio depois de ter postado o anterior. Mas, sim. DEFINITIVAMENTE, ESSE É O PENULTIMO CAPITULO.
O próximo é o epilogo e... Não. Não irei me despedir agora.
Boa leitura.

Capítulo 47 - Quadragésimo Sexto


Fanfic / Fanfiction Moonlight - Quadragésimo Sexto

Busan, Coréia do Sul. Doze anos depois...

_ Peguei!

_ Não! – o terror transpareceu as órbitas azuladas de Daehyun, fazendo acelerar sua corrida enquanto assistia seu irmão mais novo saltar e se agarrar a uma cria mal abraçada, bolando em seguida pela terra molhada. Taehyung estava completando seus 14 anos naquele dia e seria uma enorme tragédia se o garoto morresse na tentativa de matar o vampiro. – Taehyung!

O corpo do vampiro pousou sobre o grande do garoto – afinal, o metabolismo do mais novo havia disparado quanto ao crescimento dele – fazendo Taehyung gemer baixinho, antes de empurrar o defunto para o lado. A cria mal abraçada grunhia de dor e somente se calou quando o machado do terceiro rapaz separou sua cabeça do restante. Daehyun puxou o irmão para longe, ofegante e avaliou longamente o rosto surpreso do outro, suspirando aliviado. Se o maknae não estava machucado, ele não iria receber o famoso sermão de seu pai.

_ Graças à Deus! – murmurou Daehyun.

_ Você ficou maluco?! – berrou o outro rapaz. O suor escorria de sua testa, grudando alguns fios castanhos ali, enquanto tentava controlar a respiração ofegante. – Quer que o Sr. Byun corte o meu pescoço por causa de seu descuido, Sr. Byun Taehyung?!

_ Calma, Hobi... – arfou Taehyung, sorrindo de leve. – Eu estou bem.

_ Você estaria morto se fosse mais fraco! – rebateu sem diminuir o timbre.

_ Hoseok! – chamou Daehyun, ao que o rapaz (apenas dois anos mais velho que os outros dois) desviou os olhos para o mais velho dos irmãos. – Se acalma. Nada aconteceu ao Tae, ok?

O rapaz de nome Hoseok alternou os olhos castanhos entre os dois donos das safiras e respirou fundo, arrastando o machado consigo. A camiseta sem mangas exibia algumas marcas de treinamento nos braços provocado por algumas crias mal abraçadas durante suas caçadas junto aos outros caçadores mais experientes. Ambos os irmãos Byun se entreolharam brevemente antes de seguirem o mais velho – e mais forte – do trio. Devido a insistência de Taehyung para participar de sua primeira caçada – já que Daehyun participava há algum tempo – Baekhyun havia enviado seu mais jovem ‘recruta’ para cuidar da caçada junto ao seu filho mais novo.

Contudo, Taehyung era imprudente, insistente e impulsivo. Qualidades que Hoseok, muitas vezes, detestava numa pessoa. E ele cogitou a recusar tal oferta de caçada proposta por Baekhyun... Se ele não fosse o próprio Líder da Ordem.

_ Hobi! – chamou Taehyung, tentando acompanhar o ritmo do mais velho. – Vai mais devagar!

_ Acompanhe meu ritmo! – ordenou, sem se virar.

_ Jung Hoseok! – ditou, provocando um arrepio violento no rapaz (e talvez não fosse o único, já que Daehyun também o sentiu), fazendo-o parar e se virar irritado para o garoto. – Só vai mais devagar, sim? Eu estou um pouco cansado.

Zangado com tal ordem e bufando pesadamente, Hoseok puxou o garoto e o jogou sobre o ombro, continuando sua caminhada, o que provocou um susto no mais novo. Surpreso com tal decisão, Daehyun apressou-se em segui-lo e logo ambos avistaram o jardim dos fundos da mansão. Sob o olhar ainda atônito do mais velho dos irmãos, o moreno que carregava Taehyung era mais alto que ele e com um corpo forte e atlético.

_ O que aconteceu? – questionou Tzuyu ao avisar o trio subindo as escadas.

_ Srta. Chou... – começou Hoseok, parando diante a mulher. – Seu filho é um garoto imprudente, insistente, desobediente e impulsivo. – ditou pausadamente, ao que Tzuyu assentiu. Ela sabia de onde o filho havia herdado aquelas “qualidades”. – Eu peço minhas sinceras desculpas, mas não posso me tornar babá de uma pessoa como ele.

_ Entendo. – assentiu ela. – Mas ele está machucado?

_ Não senhora. – negou, colocando o outro no chão. Antes que Taehyung pudesse protestar contra a acusação sofrida, Hoseok o fuzilou com um longo olhar, mesurando rapidamente. – Se me der licença, tenho de voltar ao treinamento.

_ Hobi! – protestou o rapaz, vendo o outro descer as escadas e desaparecer de seu campo de visão. – Mamãe, eu posso explicar...

_ Não é a mim que deve fazer isso. – e delicadamente, apontou na direção do escritório de Baekhyun. Em resposta, Taehyung fez uma careta de desgosto, arrastando-se manhoso pelo longo corredor. – E seja rápido ou seu castigo será muito pior, Byun Taehyung!

Com seus passos nervosos, Taehyung venceu a distância do corredor até parar diante a porta do escritório de seu pai. Logo que abriu a porta, flagrou o patriarca encarando a janela num extremo silêncio enquanto segurava firmemente a carta com as novidades sobre Yixing. Segundo o próprio Oh Sehun, o ex-Chefe dos Zeladores foi encontrado em Illinois e que o Príncipe da Máscara nos Estados Unidos da América está cuidando dele. Contudo, o motivo de tal “Alteza” dar o ar de sua graça tinha um propósito. Propósito este que Baekhyun ainda não se sentia confortável em aceitar. As irises azuladas perderam-se no imenso vazio de seus pensamentos e ainda permaneceria lá por mais algum tempo se seu filho mais novo não lhe tivesse chamado a atenção.

_ Papai? – em resposta, Baekhyun desviou a atenção para o garoto que o analisava com cautela. Sempre que seu pai estava naquela forma, com toda a certeza do mundo, ele sabia que havia algo de errado. – Está tudo bem?

_ Está. – resumiu, rapidamente mudando de assunto. – Qual é a reclamação da vez?

_ Segundo Hoseok, eu o desobedeci. Mas isso não é verdade, eu...

_ Está chamando Jung Hoseok de mentiroso?

_ N-não...

_ Então, o que aconteceu? – indagou, retornando para a mesa de trabalho. Taehyung remexeu os pés, encarando-os e moveu as mãos num extremo sinal de nervosismo antes de sorrir brincalhão. Em resposta, Baekhyun respirou fundo, arqueando uma das sobrancelhas e negou com a cabeça. Ele conhecia aquela artimanha. – Taehyung, é bom você me contar o que aconteceu ou eu chamarei Hoseok aqui. – de imediato, o garoto engoliu em seco. Era sempre assim: bastava seu pai pronunciar o nome do filho de um dos melhores caçadores da Brigada e seu corpo entrava em um estado de nervosismo esmagador. – Um... Dois...

_ Eu matei minha primeira cria mal abraçada! – adiantou-se, fechando os olhos.

_ Só... Isso?

_ Não exatamente... – continuou. – Eu... pulei em cima da criatura e nós bolamos pelo chão, então eu puxei a adaga que o senhor havia me dado... e cravei nela... – a medida em que Taehyung prosseguia com o discurso, mais Baekhyun o observava de forma preocupada. Especialmente, quando as palavras “filho mais novo” e “forte interesse” se repetiam em sua mente devido a leitura da carta. – Só que o Hobi-hyung ficou gritando comigo e...

_ Chame o Hoseok. – ordenou, o interrompendo.

_ M-mas...

_ Agora!

Taehyung engoliu em seco e prontamente concordou, correndo em disparada para fora do escritório. Não demorou muito para que o silêncio preenchesse o cômodo, fazendo o dono das madeixas acinzentadas e expressões cansadas suspirasse demoradamente. Se ele não estivesse interpretando de forma exasperada... Alexander Skarsgard estava curioso em conhecer seu filho mais novo. A questão é... por que? O que seu filho tinha a ver com a Máscara? E principalmente, a Instituição Vampírica que se encontra do outro lado do mundo?

_ O senhor me chamou? – as safiras brilhantes se desviaram para a entrada de sua sala, onde Hoseok respirava fundo, contendo o cansaço e Taehyung se apoiava nos joelhos, visivelmente ofegante.

_ Sim. – concordou. – Taehyung, saia da sala.

_ Mas...

Baekhyun olhou rápido para o filho que se encolheu, concordando. Logo que o garoto deixou o escritório, o Líder gesticulou para que ele se acomodasse no sofá, enquanto se dirigia a poltrona. Ao se acomodarem em seus respectivos assentos, a porta novamente se abriu, enquanto Kyungsoo e Jongin adentravam-na. O dono dos âmbares se desculpou pelo atraso, alegando estava em uma reunião com seu novo clã: Os Fianna. Já o Mordomo, limitou-se a falar, apenas mesurando e se sentando ao lado do amigo.

_ Eu peço perdão por interromper seus afazeres, mas preciso pedir um favor. – começou Baekhyun. – Hoje pela manhã, recebi um comunicado do Príncipe Oh Sehun, alegando que Yixing está bem e... Que encontrou o antecessor.

_ Não brinca! – Jongin o olhou chocado.

_ Quem me dera... – murmurou, voltando a se concentrar. – A carta é simples e direta: Yixing irá trazer o antecessor à Ordem, já que ele deseja conhecer os descendentes de sua filha.

_ Seu pai foi informado? – Kyungsoo questionou.

_ Sim. – confirmou. – Ele virá em algumas horas. Mas não é apenas isso o que me incomoda.

_ Como assim? – Jongin franziu o cenho.

_ O Príncipe responsável pelo estado de Illinois, Sr. Alexander Skarsgard... – e respirou fundo. – Deseja conhecer pessoalmente Taehyung.

Em resposta, Hoseok ergueu a cabeça, desviando os olhos para o Líder que encarava o vazio. Aquilo só podia ser brincadeira. Quer dizer, o moreno já conhecia a capacidade e a verdadeira origem do filho do Líder, mas... Um vampiro ter interesse em conhece-lo pessoalmente? Por que? Inúmeros pensamentos percorreram a mente do jovem caçador, ao mesmo tempo que Baekhyun o avaliava em silêncio.

_ Eu sei o que está pensando, Hoseok. – começou o outro, vendo-o baixar a cabeça. – Mas não me disseram por que querem conhece-lo.

_ Irá deixar que Taehyung vá aos Estados Unidos? – Kyungsoo continuou.

_ Não quero, mas não tenho escolha. – os olhou.

_ Não pode permitir que Taehyung vá. – interrompeu Hoseok.

_ Não vou permitir que Taehyung vá. – Baekhyun respondeu. – Contudo, também não posso impedir que o Príncipe venha. E se vier... Não seria diplomático impedi-lo de entrar.

_ O senhor é o Líder. – continuou como se não fosse interrompido. – Taehyung é seu filho! Vai mesmo arriscar a vida dele?

_ Hoseok está certo. – concordou Kyungsoo. – Taehyung ainda é uma criança e você é o pai dele. Não deve arriscar a vida do garoto pelo simples fato de que o Príncipe de Illinois está interessado em conhece-lo.

_ E qual seria a melhor solução? – Baekhyun alternou a atenção entre os presentes. – Estão apenas me dizendo que não devo permitir que um vampiro se aproxime de meu filho. Contudo...

_ Quando o Príncipe virá? – indagou Jongin.

_ Hoje em algumas horas. Junto com o antecessor.

_ Não temos muito tempo para encontrar uma solução... – murmurou Kyungsoo.

_ Eu cuidarei deles. – interrompeu o moreno, fazendo o Mordomo o encarar surpreso. – Daehyun e Taehyung ficarão sob minha proteção até que eles deixem a Ordem.

_ Você pirou?! – exaltou Kyungsoo, surpreendendo os outros dois. – Vai arriscar a sua vida assim?

_ Vocês arriscaram as suas para me proteger. – o lembrou. – E ainda tenho uma dívida imensa ao Sr. Kim. – por fim, continuou. – Posso levar Yoo Youngjae e Jung Hoseok comigo, para ajudar na proteção.

_ Eu irei com certeza. – afirmou Hoseok.

_ Acredito que Youngjae também aceitará. – murmurou Baekhyun. – Para onde irá levá-los?

Em resposta, Jongin sorriu de leve, alegando que seria mais propício que ele não revelasse onde os filhos do Líder estariam, caso o Príncipe visitante ousasse ameaçá-lo. Baekhyun concordou com as palavras do novo Chefe dos Fianna e agradeceu pelo apoio que ele estava lhe dando. Não demorou muito para que todos saíssem do escritório... exceto Kyungsoo, que permanecia em silêncio, encarando a carta recém-lida.

_ Quer mesmo fazer isso? – começou sem olhá-lo.

_ Eu sinto muito se estou arriscando Jongin dessa forma. – suspirou. – Eu sei que se importa com ele e...

_ Ele é um homem agora. Não um garotinho assustado. – por fim, desviou a atenção para o seu Mestre. – Não posso intervir mais nas decisões dele.

_ Mas por que tenho aquela leve impressão de que está “com o coração na mão”?

A longa troca de olhares perdurou por algum tempo, enquanto que o sorriso do dono das madeixas acinzentadas crescia gradativamente. Por mais que Kyungsoo negasse até a morte, Baekhyun sabia, mais do que ninguém, de que os sentimentos de seu seguidor estavam ficando cada vez mais fortes em relação ao novo “Adorador da Lua” na Ordem dos Caçadores.

_ Está... – começou, pigarreando. – Muito na cara assim?

_ Por um instante, eu pensei que você fosse abraçá-lo e implorar para que ele não fosse.

_ Que merda... – murmurou, contendo o sorriso. – Jongin está notando também.

_ Está?

_ Sim. – concordou. – Na noite de sua nomeação, Jongdae me contou que ele está desconfiado.

_ Parece que o Sr. Do está com dificuldades de esconder seus sentimentos. – zombou, rindo.

_ Sr. Byun, por favor. – o encarou. – Não diga uma palavra.

_ Não direi. – sorriu, vendo-o se levantar e mesurar. Contudo, no segundo em que Kyungsoo virou de costas, Baekhyun prosseguiu. – Mas Taeil já deduziu muita coisa apenas observando você.

Kyungsoo nada disse. Apenas retirou-se do escritório, deixando Baekhyun com seus próprios devaneios. Enquanto isso, Jongin observava os dois irmãos Byun arrumarem uma pequena mochila com algumas roupas e seus produtos de higiene pessoal, quando a porta se abriu, revelando a fisionomia de Hoseok. O jovem caçador havia o alertado de que o Fianna, Yoo Youngjae, estava no hall de entrada à sua espera. Pelo canto dos âmbares, foi possível notar a reação surpresa de Daehyun, que ajudava o mais novo a fechar o zíper da mochila.

_ Para onde vamos? – questionou Taehyung, colocando a mochila nas costas.

_ Nós vamos dar um passeio. – sorriu Jongin, guiando-os para fora do quarto.

_ Papai sabe que vamos sair? – Daehyun o olhou.

_ Não. Por isso, devemos manter segredo. – continuou, descendo as escadas.

_ Espera. – interrompeu o mais novo, olhando-os. – E se ele descobrir?

_ Vamos torcer para que isso não aconteça.

_ Hoseok virá conosco? – continuou, desviando os olhos para o mais velho.

_ Alguém tem que ficar de olho em você. – brincou Jongin, enquanto se aproximava do visitante. – Youngjae.

_ Chefe. – curvou-se, desviando brevemente as írises castanhas para o Byun mais velho.

_ Daehyun irá nas suas costas. – definiu, vendo o garoto citado engolir em seco. – Eu levarei Hoseok e Taehyung.

_ Sim, senhor. – concordou, e o quinteto seguiu para os fundos da mansão.

Logo que os pés de Youngjae tocaram o gramado recém-cortado, sua forma de lobo veio à tona, surpreendendo Daehyun que admirava, em silêncio, a pelugem branquinha. Apesar da relutância, o rapaz concordou com o incentivo de Jongin ao subir no dorso da criatura, que permanecia quieta, sentindo-o se acomodar em suas costas.

_ Apoie suas mãos aqui e torça para não cair. – alertou Jongin. – Afinal, nós odiamos selas.

_ Ok. – concordou Daehyun e Youngjae imediatamente partiu.

_ Ei! Eles não vão esperar por nós?! – Taehyung reclamou, desviando os olhos para Jongin que iniciava o alongamento.

_ Youngjae sabe para onde vamos. – e o olhou. – Não se preocupe.

E dando a conversa por encerrada, Jongin assumiu a forma de lobo, incrivelmente duas vezes maior do que Youngjae, e abaixou-se ao que Hoseok montou, puxando Taehyung para a sua frente. Quase como um cinto de segurança de carros de corrida, um dos braços fortes do mais velho cercaram o corpo esguio do mais novo, enquanto o outro – assim como ambas as mãos do jovem Byun – apoiava sobre o dorso da criatura, que prontamente, partiu noite adentro.

*~*~*~*~*~*~*~*

Sehun encarava pacientemente o portão de desembarque, bem acompanhado de seu Matador e alguns outros seguranças da Máscara, enquanto esperava pelos recém-chegados. Como combinado na carta enviada semanas antes, o Príncipe de Busan receberia o Príncipe de Illinois, assim como Yixing e o famoso sobrevivente do clã Lazulli. Baekhyung, que estava ao lado de seu Mestre, piscou levemente surpreso ao avistar a fisionomia do chinês, que, ao repará-lo, sorriu levemente. Não demorou muito para que outros dois homens incrivelmente altos também aparecessem.

O primeiro possuía uma aparência mais nórdica, se era possível definir desta forma. As órbitas avermelhadas vagavam por dentre os anfitriões até avistar as semelhantes do jovem Oh e, de imediato, um sorriso transpareceu em seus lábios. Contudo, não foi ele quem fez Sehun – quase que inconscientemente – recuar um passo. Trajando uma calça jeans, camiseta branca e tênis Nike, o homem de madeixas castanhas se aproximou calmamente, parando um pouco mais atrás do outro, enquanto analisava pacientemente os homens à sua frente.

_ Acredito que o senhor seja o Sr. Oh Sehun, Príncipe da Máscara em Busan. – começou o loiro.

_ Acredito que o senhor seja o Sr. Alexander Skarsgard, Príncipe da Máscara em Illinois. – imitou-o.

_ Então encontramos as pessoas certas. – sorriu, desta vez, Alexander. – Yixing me contou que vocês nos levariam até os descendentes de meu... Matador.

“Matador?”, pensou Sehun, desviando brevemente a atenção para o homem possuidor dos mais brilhantes Netunos de toda a sua existência. O Príncipe sabia que, se Luhan estivesse vivo, ficaria tão chocado quanto ele.

_ Yixing esqueceu de mencionar na carta enviada... – e encarou diretamente o seguidor de Alexander. – que ele era seu Matador.

_ Não, ele não se esqueceu. – adiantou-se, enquanto Yixing baixava a cabeça. – Eu fui quem pediu para que ele não mencionasse. Afinal, adoro surpresas.

_ Bem. – Sehun o olhou. – Então, permita-me apresentar meu Matador, Kim Baekhyung. – e gesticulou para seu seguidor, que mesurou em respeito. – Ele é um de seus descendentes.

Alexander alternou os olhos entre seu seguidor e o Matador de Sehun, notando o olhar curioso do primeiro. É como se não entendesse o motivo daquele descendente não carregar a característica principal do clã extinto. Em passos calmos, Youngho se aproximou de Baekhyung e encarou-o, esperando alguma resposta.

_ O que houve com seus olhos azuis? – questionou.

_ Eu os perdi. – respondeu.

_ Tem certeza de que ele é meu descendente? – devagar, Youngho arqueou uma das sobrancelhas para Sehun.

_ Tenho. – garantiu Yixing, fazendo o castanho o encarar. – No entanto, estou tentando entender por que as írises azuladas não apareceram quando eu o abracei.

_ Talvez seja por que o sangue Nosferatu não presta. – zombou, voltando a atenção para Baekhyung.

Yixing travou o maxilar de raiva, mas permaneceu em silêncio. Ele sabia que Youngho – ou Johnny – estava apenas dizendo aquilo como vingança por tudo o que ele havia sofrido. Alexander questionou ao seu seguidor se seria possível trazer as famosas írises azuladas de Baekhyung de volta, recebendo um consentimento do outro. Logo, o grupo deixou o aeroporto e dirigiu-se aos veículos selecionados. Sehun acompanharia o Príncipe de Illinois em seu carro particular, enquanto que ambos os Matadores e o chinês seguiriam noutro.

Dentro do veículo, Johnny retirou uma pequena ampola do bolso da calça e estendeu para Baekhyung que recebeu, encarando o pequeno objeto por alguns instantes. A ordem de beber seu conteúdo viera logo em seguida, fazendo o Matador de Sehun tomar o líquido instantaneamente. Yixing assistiu o procedimento em silêncio, enquanto que o moreno balançava a cabeça e fechava os olhos, estranhamente tonto.

_ Leva um tempo para se adaptar. – comentou, desviando as safiras brilhantes para a paisagem noturna. – Diga-me, Sr. Kim, do que se alimenta?

_ De sangue... – murmurou, ainda de olhos fechados.

_ Que tipo de sangue?

_ Animal.

_ Talvez explique por que você ainda não possuiu os olhos azuis.

_ O que quer dizer? – de imediato, o Matador de Sehun abriu os olhos, fazendo Yixing o encarar chocado. Lentamente, a atenção de Johnny se voltou para o outro Matador, enquanto um sorriso sutil despontava em seus lábios. Não demorou muito para que seus dedos longos afagassem a tez branquinha próxima das órbitas (agora, incrivelmente azuladas) de Baekhyung.

_ Isso sim é uma bela cor.

_ M-meu... Senhor... – gaguejou Yixing, tremendo ao receber a atenção de Baekhyung. – Estão... Azuis...

_ Como?

_ Você tem filhos, Sr. Kim? – continuou Youngho, enquanto o veículo adentrava os portões da Ordem.

_ Dois. – respondeu relutante. – Infelizmente, perdi um deles há alguns anos.

_ Como o perdeu?

_ Ele... Foi assassinado.

Logo, o carro estacionou próximo a escadaria principal da mansão, enquanto ambos os Príncipes deixavam o seu veículo. Johnny e Yixing desceram do outro, e no momento em que Sehun se aproximou do automóvel, seu seguidor surgiu, desviando a atenção para si. Prontamente, o corpo do loiro estancou exatamente onde estava, enquanto Alexander sorria largo, admirado com o resultado.

_ Isso é fascinante! – disse, se aproximando de Baekhyung. – Ele é realmente o seu descendente... Você está surpreso, Sr. Oh? – ao ouvi-lo questionar, Johnny desviou a atenção para Sehun que avaliava a mudança de seu seguidor.

_ Um pouco. – murmurou Sehun.

_ Então, os outros descendentes de Youngho estão aqui? – questionou o Príncipe de Illinois, analisando a mansão.

Sehun não respondeu. Ainda estava admirado e extremamente chocado – por mais que disfarçasse esta última – com o novo visual de seu seguidor. Talvez, agora, ele entendia por que seu antigo Mestre ficava tão fascinado com as safiras brilhantes do Sr. Kim. Seus devaneios somente foram interrompidos quando as grossas portas de carvalho se abriam e a presença de Kyungsoo foi notada pelos visitantes. Atrás do Mordomo, estavam 30 caçadores prontamente armados e preparados para qualquer ataque.

_ Senhores, sejam bem-vindos à Ordem dos Caçadores. – começou Kyungsoo, analisando os visitantes até sua atenção cair sobre a fisionomia de Youngho. Era como ver os mesmos olhos de Minseok em outra pessoa. – Agradeço pela presença de todos. Meu nome é Do Kyungsoo e sou o Mordomo do Líder Byun Baekhyun.

_ Muito prazer, Do Kyungsoo. – disse Alexander. – Sou Alexander Skarsgard, Príncipe...

_ Eu sei quem o senhor é, Sr. Skarsgard.

Em resposta, Alexander estreitou os rubis. Era a primeira vez que estava sendo interrompido. Kyungsoo fingiu indiferença e afastou-se da passagem, enquanto seu Mestre passava pelo hall de entrada, acompanhado da esposa. Baekhyun cumprimentou os visitantes – especialmente Sehun – e somente parou quando encontrou os olhos de seu pai. À distância, Youngho os assistiu em silêncio, notando a enorme semelhança e diferença de pai e filho. Pelo que Yixing havia relatado, Baekhyung havia morrido e renascido aos 28 anos. Seu filho já estava com 40. E mesmo com algumas rugas, linhas de expressão e altura os diferenciasse... Os Netunos brilhantes continuavam os mesmos.

_ O que houve com seus olhos? – questionou, tocando a face de seu pai.

_ Nosso antecessor os trouxe de volta. – respondeu, desviando os olhos para Youngho, contudo, o mesmo, de imediato, havia desviado toda a sua atenção para o lado leste da mansão. Estranhamente, havia um cheiro particular que o atraía, quase levando-o ao ponto de fechar os olhos. – Sr. Seo Youngho? – o chamou.

_ John. – corrigiu, desviando os olhos para Baekhyun que piscou surpreso. E não foi o único: Tzuyu também estava espantada. – Me chame de John, Johnny Seo ou...

_ Tataravô John? – murmurou o dono das madeixas acinzentadas, vendo o outro franzir o cenho. – Eu sou... seu tataraneto.

_ Então, neste caso... eu sou seu trisneto. – Baekhyung o olhou.

Johnny alternou os olhos entre os dois e respirou fundo, meneando com a cabeça. Não demorou muito para que Baekhyun convidasse a todos para se reunirem na sala de estar da mansão, e, logo que Kyungsoo os guiou, o Líder deteve seu próprio pai, um pouco receoso.

_ Algum problema? – perguntou Baekhyung.

_ O que o Príncipe de Illinois quer com os meus filhos?

_ Eu não sei. – negou. – Sehun não me disse nada.

Já no interior da mansão, o grupo se entreolhou em expectativa. Afinal, era a primeira vez que os descendentes da família Choi estavam reunidos. Alexander esperou o pronunciamento de algum dos três Lazullis restantes, mas nada foi dito. Baekhyun ainda raciocinava sobre o que estava acontecendo, enquanto analisava atentamente as feições sérias e avaliativas de Seo Youngho.

_ Só sobraram vocês? – questionou Johnny, após um longo tempo.

_ Sr. Seo, eu lhe revelei durante a viagem... – começou Yixing, se calando de imediato quando o outro o fuzilou com os olhos... sem proferir uma palavra.

_ Os filhos e netos do meu tio-avô Minseok faleceram com o decorrer dos anos. – começou Baekhyung. – A única neta dele, Song Ah Kyung, faleceu há alguns anos. Já por parte do meu avô, Minho...

_ Sohee teve dois filhos? – questionou curioso. A reação daquele homem estranhou ambos pai e filho, que se entreolharam brevemente. Ele realmente não tinha conhecimento do que houve à sua própria filha?

_ Sempre são dois. – ditou Baekhyun, como se aquilo fosse óbvio.

_ Pois bem. – continuou o Matador de Sehun. – Minha mãe, Sooyoung, faleceu logo após o meu nascimento. Eu... Fui assassinado aos 28 anos e meu irmão morreu somente em 2010. Ele deixou uma filha, Dahyun...

_ Que morreu, tentando salvar a minha vida. – completou o Líder.

_ Dahyun... – Baekhyung encarou o filho surpreso. – O que?

_ Minha ex-noiva, Taeyeon, havia atirado nela. – explicou. Afinal, seu pai desconhecia daquela informação.

_ Bem... eu me casei uma vez e tive Minseok, contudo, a mãe dele acabou falecendo. – ao ouvir aquilo, Tzuyu engoliu em seco, entrelaçando os dedos nas semelhantes do marido. – Alguns anos depois, conheci a Srta. Byun Sooeun... – em resposta, Baekhyun desviou a atenção para o pai, surpreso ao vê-lo ditar em voz alta o nome de sua mãe. – e desta relação, Baekhyun veio ao mundo.

_ E você? – Youngho desviou os olhos para o Líder.

_ Do meu primeiro casamento, tivemos Daehyun, e do segundo, com Tzuyu... – logo, desviou os olhos para a esposa. – Tivemos...

_ Byun Taehyung. – completou Alexander.

_ Mestre. – rosnou Youngho, vendo-o pelo canto dos olhos, reprimir um sorriso. – Prossiga.

_ Exatamente... Como o Sr. Skarsgard mencionou. Nós tivemos Taehyung. – ditou pausadamente, encarando o Príncipe de Illinois. – Diga-me, Sr. Skarsgard: por que o nome de meu filho o interessa tanto?

_ Bem... – começou, pensativo. – Digamos que um morceguinho me contou que... seu filho possui uma habilidade interessante. 

_ Habilidade? – indagou Tzuyu.

_ E seu irmão? – interrompeu Youngho, voltando a atenção para Baekhyun.

_ O que tem ele?

_ Onde está?

_Morto e enterrado. – foi direto.

_ Mostre-me.

Baekhyun desviou brevemente os olhos para Kyungsoo e, deste, para Sehun, voltando a atenção para Youngho que se encontrava de pé. Seu pai, que estava ao seu lado, ameaçou se erguer, porém foi impedido pelo último sobrevivente, que estendeu a mão para o “tataraneto”. Relutante, o dono das madeixas acinzentadas segurou a mão oferecida e seguiram calmamente para fora da mansão, sob o olhar atento dos outros. Rumaram em passos ritmados pelo grandioso e iluminado jardim, enquanto o silêncio era quebrado pelas criaturas da noite.

_ Posso perguntar uma coisa? – começou Baekhyun.

_ Sim. Sou Matador do Príncipe de Illinois. – o olhou, notando a surpresa alheia. – Também leio pensamentos, Sr. Byun.

_ Então, não seria um problema se iniciássemos uma conversa... mental?

_ Você também lê pensamentos?

_ Não. – negou.

_ Então não poderíamos fazer isso. – respondeu, encarando o caminho que seguiam.

_ Eu... Ainda não acredito que você seja o antecessor da família Choi.

_ Por que vocês se consideram da “família Choi”?

_ Na verdade... – explicou Baekhyun. – “Choi” é o sobrenome do homem que acolheu sua filha. É por isso que os dois filhos dela se chamam Choi Minho e Choi Minseok. – por fim, sua atenção se voltou para o rosto sério do mais alto que caminhava ao seu lado. – Há quanto tempo não tem informações sobre sua filha?

_ Há muito tempo. – sussurrou, encarando o vazio e somente parando quando Baekhyun fez o mesmo diante a lápide de Minseok. – Quando retornei para a casa de meu pai, o mesmo havia me alertado que enviara Yixing atrás dela para tirar sua vida. – logo, suas safiras encontraram as semelhantes do humano. – Deve imaginar como me senti ao saber que não poderia saber de sua existência... nunca mais.

_ E onde passou todos esses anos?

_ Em tantos lugares. – murmurou nostálgico. – Mas, a maior parte do tempo, nos Estados Unidos. – não demorou muito para que sua atenção se voltasse a lápide aos seus pés. – Este é seu irmão?

_ Sim. – concordou, observando a pedra onde o nome de seu Hyung estava gravado. – Minnie-hyung, este é o seu... Tataravô Youngho. – logo, um sorriso despontou em seus lábios. – Eu sei... que é estranho.

Youngho assistiu o mais novo iniciar um monólogo com a lápide e sorriu minimamente. Aquela não era a primeira vez que via um humano conversar com o túmulo de um parente perdido, enquanto repassa as novidades da Terra. Afinal, acompanhar aquele garoto tailandês até o túmulo de seus pais se tornou quase um passatempo para si. Vez ou outra, era possível visualizar as imagens no período em que o rapaz Minseok se encontrava vivo. E vislumbrar, ainda que de forma embaçada, a fisionomia e, com nitidez, as órbitas de gato deixou o Lazulli estranhamente atônito. Era o mesmo que conhecer a imagem masculinizada de sua pequena Sohee. Logo que Baekhyun se calou, o quadro de seu irmão desaparecera de seus pensamentos, fazendo o mais alto baixar as safiras brilhantes para o gramado recém-aparado.

Ele continuava ali? A sete palmos de seus pés?

_ Minseok-hyung ficaria encantado em conhece-lo, Sr. Seo. – comentou Baekhyun.

_ Posso dizer o mesmo. – murmurou, desviando as safiras para o dono das madeixas acinzentadas. O homem sorriu levemente, convidando-o a retornar para a mansão, contudo, no segundo em que deu as costas, Youngho adiantou-se. – Se eu lhe disser que posso trazer seu hyung de volta, Sr. Byun... – começou, ao que Baekhyun encarou o vazio chocado. – No entanto, não poderia vê-lo por mais que quisesse... O senhor... Permitiria que eu o fizesse?

Lentamente, os Netunos brilhantes desviaram para as semelhantes intensas de Youngho que permanecia quieto, encarando o gramado cortado. Inúmeras possibilidades percorreram a mente do antigo professor de história, ao mesmo tempo em que a insana vontade de afirmar aquele pedido, por muito pouco não escapou de seus lábios cerrados. Imediatamente, as írises piscaram, se voltando prontamente para o rosto desesperado e esperançoso de Baekhyun que não movia um músculo em sua direção.

Era como se Johnny fosse a válvula de escape do menor.

Tudo o que ele precisava, era de uma confirmação.

_ Diga-me... O que seu Mestre quer com meu filho? – engoliu em seco.

_ Ele quer que Taehyung pertença a Máscara. – explicou. – Taehyung é tão telepata... Quanto eu.

_ E o que devo fazer para deixa-lo longe de meu filho?

_ Não há nada que você possa fazer. – suspirou. – Alexander é ambicioso. – em resposta, Baekhyun fechou os olhos. – Contudo, planejo algumas coisas que podem manter Taehyung longe de seus pensamentos. – e, mais uma vez, o Líder da Ordem o olhou. – Mas, para isso, precisarei que me permita isso. – logo, Youngho se aproximou do outro. – Então, Sr. Byun. O que decidiu?

Baekhyun mentalizou sua resposta, assistindo um pequeno sorriso despontar dos lábios suaves de Johnny.

_ Podemos voltar à mansão? – sugeriu o mais alto, gesticulando na direção da mesma.


Notas Finais


Bem... A resposta de Baekhyun à pergunta de Johnny... Vocês verão no próximo capitulo!
Perdão por manter esse mistério, mas espero que ela agrade a todos.
E vocês? O que acharam da interação dos couples V-Hope e DaeJae? Olha só! Um caçador e um lobisomem para cada um dos irmãos... Isso é interessante!
Hoseok vai acabar ficando de cabelos brancos por causa do V...
Para quem não sabe quem é Alexander Skarsgard é o ator que fez o Tarzan em A Lenda do Tarzan.
Aposto que vocês sabem quem é o tailandês citado, né?
E esse discreto KaiSoo? Só eu vi, ou mais alguém notou?
Olha, pode não parecer, mas acho que o Sehun ficou de quatro pelo Johnny e o Lay ainda mais pelo Baekhyung ao ver os olhos azuis novamente.
Quanto a este detalhe, eu explicarei... Ou melhor, John explicará sobre o que houve ao pai dos irmãos Kim.
Bom... Hora de deixar essa com vocês!
Comentem...


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