_ É aqui. – ditou Sehun num tom tão baixo que mais parecia um sussurro aos ouvidos humanos. Jongdae desviou os olhos para a boate com suas luzes de néon, enquanto clientes entravam e saiam do local. O moreno avaliou o lugar por alguns segundos e arqueou uma das sobrancelhas para o ruivo que ainda encarava a frente da casa de show.
_ Uma boate gay? – comentou baixinho. – Tem certeza?
_ Pelo que sei, um dos proprietários é quem procuramos. – explicou, estendendo a mão para o outro. – Virá comigo?
Jongdae respirou fundo três vezes e contou até dez duas vezes antes de segurar a mão do Matador e, juntos, entrarem no estabelecimento. Em pouco tempo, as luzes ofuscantes e a música alta chegaram aos seus ouvidos, obrigando a dupla a se afastar um pouco da multidão. Num tom natural, o Mordomo questionou ao parceiro se ele havia se alimentado, já que o cheiro dos humanos parecia um banquete para seres como ele. Sehun gargalhou baixinho e alegou que, “antes de sair de casa, ele havia comido algo”. Por fim, a dupla acomodou-se próximo ao bar, apenas esperando.
_ Duas cervejas, por favor. – pediu um homem que parou ao lado esquerdo de Jongdae. Sehun, que estava do lado direito, desviou os olhos para o novo visitante, notando o longo olhar que este dava ao moreno. Logo, uma das cervejas foi estendida para o Mordomo, que estranhou a gentileza. – Vem sempre por aqui?
_ Primeira vez. – respondeu, pegando a bebida e agradeceu.
_ Eu... – e o avaliou dos pés a cabeça. – Notei. Quer dizer... – logo, uma risada nervosa escapou-lhe dos lábios grossos. – Eu meio que percebo as pessoas e eu nunca te vi por aqui.
_ Hum. – assentiu Jongdae, reprimindo uma risada. Não era impressão sua: aquele cara estava lhe cantando. E, por sinal, estava indo muito mal.
_ Veio sozinho? – o homem se apoiou no balcão, no entanto, estava bastante próximo de Jongdae. E antes mesmo que o moreno pudesse responder, Sehun se adiantou.
_ Ele veio com o namorado. – e meteu-se entre os dois. – Por que não vai cantar outro cara, hein?
Como um animal assustado, o homem alternou os olhos entre os dois e sorriu nervoso, afastando-se em seguida. Jongdae riu da reação alheia e tomou um breve gole da cerveja, colocando-a sobre o balcão. Nem mesmo ele esperava uma reação exagerada do Matador. Quer dizer, ou aquilo foi um fingimento forçado... Ou realmente Sehun estava com ciúmes. Logo, o ruivo desviou os olhos para o moreno que ainda encarava longamente a bebida a sua frente.
_ Estava tentando agir como um humano? – o humano questionou baixinho.
_ Eu exagerei? – suspirou.
_ Não... – negou. – Quer dizer, se está se referindo a agir como um namorado ciumento, você foi bem. – por fim, desviou os olhos para o ruivo. – Mas acredito que...
Rapidamente, a atenção de Jongdae se voltou para dois homens mais afastados, que conversavam brevemente entre si. Ambos eram altos e fisicamente enormes, algo que poderia assustar um humano comum. Mas o Mordomo sentia que eles eram diferentes. Em especial... O cheiro que emanava de seus poros. Sehun notou que ele parecia levemente nervoso e, no segundo em que as órbitas escuras voltaram para as semelhantes vermelhas, o vampiro entendeu os motivos.
Dois Adoradores da Lua estavam se aproximando.
_ Tem alguma ideia do que fazer? – murmurou o humano, tomando um gole de sua bebida.
_ Para dizer a verdade, tenho. – concordou, guiando o moreno para longe.
Atravessaram a multidão rapidamente e logo esconderam-se nas sombras da boate movimentada. Jongdae observou os homenzarrões, que havia avistado anteriormente, procurando algo em meio as pessoas. Logo, ele desviou os olhos para Sehun estava notavelmente colado ao seu corpo. Para o ruivo, o cheiro do moreno era mais do que viciante para si: uma mistura de suor, colônia masculina, testosterona e muito, mas muito sangue.
_ O que faremos agora? – questionou o Mordomo, enquanto o vampiro lhe observava.
E, sem delongas, Sehun calou os lábios finos do menor. Por um segundo, Jongdae cogitou a ideia de interromper e, consequentemente, mata-lo, porém, tal ideia foi abandonada quando a presença dos mesmos homens surgiu ao seu lado. O moreno correspondeu ao ósculo longo e saudoso, enquanto as palmas frias lhe apalpavam pela extensão de seu corpo. Calmamente, o Matador encurralou o rapaz, roçando suas intimidades e provocando arrepios gostosos do outro.
_ Espero que não esteja se aproveitando do momento. – rosnou Jongdae, enquanto lhe mordia o lábio inferior.
No entanto, o ruivo nada disse; apenas tornou a beija-lo. Vez ou outra, o moreno abria um dos olhos, a fim de verificar onde os dois homenzarrões estavam, enquanto seu coração disparava loucamente contra o peito. As palmas frias invadiram suas vestes, roçando a ponta das unhas na tez branquinha, enquanto Jongdae gemia baixinho e segurava as madeixas avermelhadas do Matador. As línguas moveram-se em fricções excitantes, enquanto os dentes se faziam presentes apenas para maltratar os lábios afoitos. Logo os selares desceram pelo pescoço longo, enquanto os olhos se fechavam em resposta. Involuntariamente, o Mordomo estava, mais uma vez, se entregando aos desejos abolidos. E ele se sentia mal por trair a confiança de seu Mestre.
Diferente do seguidor de Luhan, que parecia bastante satisfeito com aquela situação.
_ Garoto. – o tom grave chegou aos ouvidos do ruivo, que interrompeu as carícias e desviou as órbitas de Marte para a dupla atrás de si. Nesse segundo, Jongdae se autodeclarou “mortos”. – Por acaso, sabe onde você está?
_ Numa boate? – respondeu simplista, porém, o homenzarrão arqueou uma das sobrancelhas grossas. – Ah... Eu não sabia que esse era o território de vocês.
_ Não sabia? – comentou o outro, sorrindo e logo desviou os olhos para Jongdae que tentava se recompor. Algo que parecia demorar mais do que o esperado. – Parece que ele estava mais preocupado em brincar com a comida do que identificar o território, Taylor.
_ Também acho... – concordou o primeiro, alternando os olhos entre os visitantes.
_ Bem, já que estou em território proibido... – ditou Sehun, segurando Jongdae e afastou-se aos poucos. – É melhor eu ir.
_ Espere. – o segundo homem começou, se aproximando aos poucos da dupla. – Eu acho que sei... Quem você é. – por fim, ordenou. – Sigam-nos.
E, devagar, os homenzarrões se afastaram ao que Sehun puxou Jongdae pela cintura, também os seguindo. O quarteto atravessou o longo corredor humano e, logo que passaram pela porta de acesso restrito, a música estrondosa diminuiu drasticamente. Caminharam pelo corredor bem iluminado, enquanto os outros funcionários desviavam os olhos para eles, até finalmente pararem diante uma porta robusta.
_ Alguém vai querer ver vocês. – ditou Taylor, abrindo a porta.
Sem muitas opções naquele segundo, o moreno caminhou para dentro da sala, sendo acompanhado pelo ruivo que observou a porta ser fechada atrás de si. O local mais parecia um gabinete simples: uma grande mesa de vidro com uma cadeira atrás dela, onde – pelo que Jongdae notava – havia um homem de cabelos vermelhos acomodado. Sehun, que se encontrava atrás do Mordomo, verificou rapidamente em volta da saleta, surpreendendo-se – no entanto, sem muito demonstrar – com o corpo de um homem acorrentado no canto.
_ Vejo que devem ter percebido o meu ilustre convidado. – comentou o homem sentado, que virou na direção da dupla. Rapidamente, Jongdae desviou os olhos para onde Sehun encarava, piscando incrédulo. Um homem estava sendo drenado por muitos e muitos tubos, espalhados por seu corpo seminu. – Este é Alexander. – apresentou, enquanto se levantava. – Aparentemente, 28 anos, cabelos negros, olhos verdes... Ou no passado, foram verdes. Renascido em 1735, por uma criatura que costumavam chamar de “succubus”. Atualmente, pertence ao clã Ventrue e está sob proteção da Máscara. – e riu. – Ou melhor, pertencia, já que ele foi capturado pelos meus homens.
_ O que está fazendo com ele? – perguntou Sehun, ao que o homem recostou-se a mesa, enquanto lhe encarava.
_ O que acha que estou fazendo? – refez a pergunta. – Estou drenando o sangue dele.
_ Por quê? – sussurrou Jongdae.
_ Por que, além de pertencer à Máscara, ele invadiu o meu território sem nenhuma autorização. – explicou. – Segundo ele, o Príncipe ordenou que ele seguisse seu Matador... – nesse momento, Jongdae baixou os olhos, confusos. Eles sabiam que estavam sendo seguidos? – Mas não entrou em muitos detalhes. Então... Eu supus que você, Sr. Oh, me explicasse por que está aqui.
_ Diversão? – comentou, calmo. – Não tenho a intenção de incomodar os vizinhos.
_ Entendo. – sorriu, piscando devagar. – Então, por precaução e, claro, antes que meu Mestre descubra... Sugiro que saiam daqui imediatamente.
_ Como quiser. – finalizou Sehun, puxando Jongdae pelo pulso e o arrastou para fora da saleta. Antes mesmo que eles alcançassem o final no corredor, o Matador ainda conseguiu ouvir a última ordem do anfitrião: “E alerte ao Príncipe de que, se a Máscara ousar expandir o território, eles irão se mover”.
E aquilo estava começando a assustar do vampiro.
_ Espera. – pediu Jongdae, soltando-se do ruivo logo que saíram da boate. – O que está acontecendo? Quem é aquele cara? E por que você está tão nervoso?
_ Vamos embora daqui. – ordenou Sehun, levando-os rapidamente para o carro, onde imediatamente partiram. – Merda! – ditou, passando a mão pela face.
_ O que houve? Por que aquele cara estava sendo drenado? – questionou. – Sehun!
_ É pior do que eu temia. Londres será banhada de sangue... – murmurou pensativo.
_ Para de resmungar e fala!
_ O anfitrião... – começou, observando a movimentação rápida do lado de fora. – Aquele é Marcus Tuan. Também conhecido como Mark.
_ O que tem ele? – o olhou.
_ Ele é um Adorador da Lua. – explicou. – Assim como os dois brutamontes.
_ Ok. E aquele Marcus... Era quem procurávamos? – questionou.
_ Não. Ainda não é quem procuramos.
_ Mas por que você ficou nervoso?
_ Por que Luhan enviou um membro da Máscara para uma missão e ele foi capturado. – suspirou. – E quando isso acontece... Significa que algo muito ruim está prestes a acontecer.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Acomodado numa poltrona relativamente afastada da grandiosa cama de casal, Yixing observava em silêncio as feições tranquilas de um Baekhyun adormecido. E pensar que o moreno entrou em pânico há algumas horas só em ter visto seu irmão mais velho acamado. O chinês suspirou arrastado e moveu a taça em círculos, tomando um breve gole de vinho. Lentamente, a porta do quarto se abriu, ao que Eunjung adentrou o cômodo silencioso e se aproximou do Chefe dos Zeladores.
_ Algum sinal de que ele acordará? – questionou num sussurro.
_ Por enquanto, não. – suspirou. – Por que não descansa um pouco? O turno agora é de Kyungsoo.
_ Certo. – assentiu. – Me avise se ele acordar, ok?
_ Ok. – concordou. – Boa noite.
_ Noite. – respondeu, deixando o cômodo em seguida.
Assim que a porta se fechou, o celular do chinês vibrou em seu bolso, fazendo-o remover o aparelho e verificar o visor. Não demorou muito para que um sorriso tímido transparecesse seus lábios e, imediatamente, ele atendesse a ligação.
_ Sim? – começou, esperando. – Sim, eu sei. – concordou. – Irei providenciar. – mais um longo silêncio. – Nesse momento, a situação está um pouco complexa. – alegou. – Por que o Mestre foi abatido e seu irmão está desacordado. – subitamente, Yixing ficou de pé. Nesse momento, Baekhyun se remexeu entre os lençóis, acordando aos poucos de seu desmaio. – Não, não faça isso. Se tentar algo parecido, eles vão acabar... – mas, foi interrompido. Devagar, a atenção do professor de História se desviou para o dorso do zelador, que parecia nervoso ao telefone. – Eu entendo, meu senhor, mas ainda não. Agora não. – implorou, levemente desesperado. Mas quem estaria assustando Yixing? – Por que eles não sabem de sua existência! – gritou.
_ Yixing? – chamou Baekhyun, que se sentou na cama. Rapidamente, o chinês desligou o celular e se virou para o moreno. – Algum problema?
_ Não. – sorriu de leve, enfiando o aparelho no bolso, enquanto se aproximava. – Como se sente?
_ Meio sonolento. – respondeu confuso. – O que aconteceu?
_ Você desmaiou. – explicou, sentando na cama ao lado do rapaz. – Além do mais...
_ Onde está Minseok? – a pergunta interrompeu as palavras do Chefe que o observava atentamente. Yixing sabia que Baekhyun perguntaria pelo irmão mais velho em algum momento.
_ Está descansando. – começou. – Baekhyun, eu quero que você me escute com bastante atenção. E não fale nada até que eu conclua, certo? – e o moreno concordou em resposta. – Ok. Há uma semana, seu irmão travou uma luta com o homem que assassinou o pai de vocês. O nome deste homem é Park Changmin; o mesmo que comandou o ataque à Ordem, em Busan. – logo, continuou. – Após vencer a batalha, o Sr. Kim... Quer dizer, Minseok ficou gravemente ferido. Nós o trouxemos à Ordem, e, após todos os cuidados, o deixamos descansando.
_ Qual é o estado dele? – murmurou. Nem mesmo o professor tinha confiança na própria voz.
_ Gravíssimo. – resumiu.
_ Eu quero detalhes, Yixing. – ordenou.
_ Pois bem. – pigarreou, iniciando. – Minseok teve um ferimento abdominal profundo, quatro costelas quebradas, hemorragia interna e externa, o braço esquerdo descolado, muitas contusões pelo corpo e, logo que chegou à Ordem, uma parada cardíaca. – a cada palavra pronunciada, mais o coração de Baekhyun se apertava no peito. – Nesse momento, estamos filtrando o sangue dele para remover completamente o veneno que percorre suas veias. É claro que isso requer tempo e...
_ Eu quero vê-lo. – ditou num sussurro.
_ Baekhyun, não acho que seja uma boa ideia...
_ Mas eu quero. – foi firme. – Ele é meu irmão. E eu... Preciso vê-lo.
_ Você não está preparado para isso. – justificou. – Nesse momento, você está assustado, Baekhyun. Está com medo de que o homem, que tanto o protegeu durante esses anos todos... Tenha sido derrubado.
Era como se Yixing conseguisse lê-lo como um livro. Baekhyun estava mesmo assustado com o que poderia encontrar nos aposentos de seu irmão, no entanto, não voltaria atrás do que havia decidido. Ele precisava ter certeza de que o homem, que tanto lhe incomodou – ao ponto de sequestra-lo – estava, mais uma vez, vivo. O chinês pensou e repensou inúmeras vezes, antes de suspirar arrastado e assentir, levantando-se da cama. Se isso era tanto o que o professor de História precisava... Então, ele o faria.
Mesmo relutante, o Chefe ajudou-o a se levantar e o guiou para fora do cômodo, seguindo lentamente pelos corredores. O moreno ainda cogitou a ideia de questionar as razões por Minseok se encontrar “naquela forma”, porém, permaneceu calado até finalmente pararem diante a porta de carvalho dos aposentos de seu irmão. Yixing observou o professor deslizar a palma trêmula sobre o símbolo em alto relevo da Ordem, enquanto algumas lágrimas silenciosas deslizavam por seu rosto.
_ Quando se sentir pronto. – falou.
_ Certo. – assentiu, afastando-se um pouco da porta. – Pode abrir.
Num breve movimento, Yixing abriu a porta, permitindo a entrada do moreno que adentrou hesitante o cômodo. E, ao instante em que as safiras encontraram a fisionomia acamada do homem de madeixas acinzentadas, seu coração se apertou. Seus pés arrastaram-se pelo grandioso quarto, até a cama, onde o véu o impedia parcialmente de vê-lo nitidamente. Devagar, Baekhyun afastou os véus do leito e sentou-se na cama, enquanto seu olhar vagava pelo inúmeros tubos e faixas que se espalhavam pelo corpo. Era quase impossível identificar Minseok com aquela máscara de ar e o rosto enfaixado.
_ M-Minseok... – arfou, derramando mais lágrimas. Não demorou muito para que Yixing ficasse ao seu lado. – O-o... O que aconteceu... Com ele?
_ Nós o deixamos em coma para se recuperar dos ferimentos. – explicou. – Mas, segundo Eunjung, ele está se recuperando bem.
_ E... – logo, pigarreou. – E quem está no comando da Ordem?
_ Jongdae. – Yixing ditou, desviando os olhos para a porta, onde o Mordomo, que acabou de chegar, observava a cena em silêncio. – Venha fazer companhia à Baekhyun.
O moreno respirou fundo e adentrou o cômodo silencioso, enquanto Yixing os deixava sozinhos. Longos minutos se passaram naquele quarto, até que finalmente, Jongdae se pronunciou.
_ Yixing lhe contou o estado crítico do Mestre? – questionou, ao que Baekhyun assentiu. – Ele também revelou quem está no comando da Ordem? – e, mais uma vez, o professor assentiu. – Baekhyun, eu...
_ Por que não o protegeu? – a pergunta surpreendeu o Mordomo, que desviou a atenção do chão para o rosto choroso do rapaz. – É sua tarefa protege-lo.
_ Nós tentamos protege-lo...
_ Tentar não foi o suficiente. – e, como nas outras vezes, as safiras brilhantes fizeram o corpo de Jongdae tremer. – Você tentou e agora, ele está assim!
_ Acha que eu não estou fazendo o meu trabalho? – questionou, estreitando as sobrancelhas.
_ Pelo menos, esse trabalho, você não o fez. – rebateu.
_ Eu não pude protege-lo por conta da regras... – tentou explicar.
_ Foda-se as regras! – berrou, pondo-se de pé. – Meu irmão está em coma por que a Ordem não conseguiu proteger seu líder!
_ Primeiro: baixe o tom, Baekhyun. – ordenou Jongdae, observando-o ofegar. – Segundo: sob as Ordens de seu irmão, nós não podíamos interferir no combate. Acredite em mim: eu queria tê-lo salvo, mas eu estava de mãos atadas! Agora, pare de repetir que a Ordem foi inútil em proteger o Mestre. – por fim, engoliu em seco. – Acha que não me arrependo de não o ter impedido?
_ E... – recomeçou, um pouco mais calmo. – Que regras são essas que você não podia quebrar?
_ Uma das regras é que, nenhum caçador, zelador, médico, recruta e, principalmente, o Mordomo não podia interferir no combate. – resumiu. – Foi Minseok quem escolheu a regra. Não eu.
_ E agora, ele está assim. – e desviou os olhos para o irmão.
Jongdae encarou o líder em coma e respirou fundo, gesticulando para que ele e Baekhyun deixasse o cômodo, alegando querer conversar em particular com o professor. Ainda relutante, o moreno concordou, caminhando para fora do quarto e ambos seguiram para o escritório, onde se acomodaram no sofá. O Mordomo relatou sobre os últimos acontecimentos naquelas duas semanas conturbadas. O rapaz ouviu a tudo sem proferir uma única palavra e, no segundo em que o seguidor de Minseok se calou, o outro apenas assentiu.
_ Você disse que precisava conversar comigo e com o Sr. Kim. – Jongdae recomeçou. – Aconteceu alguma coisa?
_ Há uma semana... – iniciou, pensativo. – Eu estava saindo com um amigo e... – mas como Baekhyun explicaria sobre o que aconteceu naquela noite?
_ Sr. Byun, se quiser ir com calma... – ditou Jongdae.
_ Quem é Sehun? – questionou.
_ O que? – estranhou o Mordomo. – Onde você ouviu esse nome?
_ Não importa onde eu ouvi. – rebateu. – Só quero saber: quem é Sehun?
_ Sehun... – murmurou, pensativo. – Oh Sehun é o atual Matador do Príncipe. Ele pertence à Máscara. Mas por que está me perguntando isso?
_ Numa noite, eu estava acompanhado de um “amigo” quando este Sehun apareceu, alegando que meu amigo estava provocando a Ordem. – explicou. – Principalmente, estava provocando Minseok. O problema é que meu “amigo” disse que pensou que este homem estava assistindo meu irmão morrer. – e cada vez que Baekhyun continuava, mais Jongdae ligava os pontos. O visitante que o Matador do Príncipe foi convidar era amigo de Baekhyun?
_ Este seu amigo... – o interrompeu. – Qual é o nome dele?
_ Richard Park. – respondeu.
_ Richard Park? – repetiu Jongdae.
_ Sim. – concordou. – Mas naquela noite, Sehun o chamou por outro nome.
_ Qual nome? – devagar, a atenção do Mordomo se desviou para o professor.
_ Ele disse... Chanyeol. – respondeu. – Sehun chamou Richard Park de Chanyeol.
Jongdae o olhou por alguns segundos e assentiu, pensando um pouco. Então, Chanyeol sempre esteve perto de Baekhyun todo esse tempo? O professor avaliou as reações do Mordomo que nada dizia e engoliu em seco, recomeçando.
_ Esse Chanyeol... – disse. – É o mesmo vampiro que...
_ Provocou uma marca em você? – o olhou. – Sim.
_ Então, ele...
_ Baekhyun, o que irei lhe pedir não será muito de seu agrado mas não temos muito tempo. – começou, apoiando-se nos joelhos. – Eu quero que pegue seus pertences e venha para a Ordem imediatamente...
_ Eu não vou abandonar...
_ Não se trata de torna-lo um membro da Instituição. – rebateu. – Trata-se de sua proteção. Se você passar algum tempo aqui, poderemos garantir isso. Podemos colocar alguém para protege-lo na Instituição de ensino ao qual leciona. Eu só preciso que fique na Ordem até que seu irmão acorde.
_ Mas e minha noiva? – questionou. – Eu não poderei deixar Taeyeon sozinha...
_ Ela também virá. – garantiu. – Vocês poderão ficar em seus aposentos até que tudo se acalme.
_ Só que ela não sabe da Ordem. – lembrou-o.
_ Não se preocupe. Ela não saberá. – explicou. – Agora, por favor... – Baekhyun o olhou por alguns segundos e assentiu. – Pedirei que seja acompanhado por seu Mordomo. – Jongdae se levantou, caminhando para fora do escritório.
_ Espera... – chamou Baekhyun, logo o seguindo em passos rápidos. – O que quer dizer com “seu Mordomo”?
E logo que Jongdae e Baekhyun entraram num novo corredor, o seguidor de Minseok avistou Kyungsoo deixar os próprios aposentos. Rapidamente, o jovem professor reconheceu as feições do baixinho de olhos grandes que parou diante os dois, cumprimentando-os com uma leve mesura.
_ Acho que vocês já se conhecem. – começou Jongdae. – Este é o seu Mordomo, Do Kyungsoo. – os apresentou, enquanto Baekhyun o olhava longamente. – Sr. Do, preciso que acompanhe o Sr. Byun até seu lar e o espere até que ele pegue seus pertences. Quando terminar, retorne com o Sr. Byun e sua noiva à Ordem imediatamente. Fui claro?
_ Sim, senhor. – concordou, voltando sua atenção para o jovem professor. – Por aqui, senhor. – e gesticulou para o corredor que deveriam seguir.
_ Jongdae... – Baekhyun o olhou.
_ Você ficará bem. – garantiu. – O Sr. Do é um homem de confiança.
Relutante, Baekhyun concordou e seguiu Kyungsoo para o hall de entrada, onde este o aguardava. Logo, os dois adentraram o carro e dirigiram pelas iluminadas ruas londrinas. E, ainda na mansão, Jongdae observou os portões de ferro se fecharem, enquanto um suspiro arrastado abandonava seus lábios.
_ Chanyeol está jogando contra as regras. – murmurou. – Faremos o mesmo.
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