PDV SLASH
O caminho até o Troubadour foi tranquilo, mesmo depois daquela cena. Dei umas olhadas pelo retrovisor e a Mandy parecia de boa, até porque fomos todos conversando. Teve uma hora que começou a tocar Whitesnake na rádio e as meninas pediram pra aumentar, fazendo um karaokê. Ri da cena.
Chegamos e tive que parar um pouco distante da entrada pra ninguém nos ver. A fila estava enorme, imagina lá dentro. Fiquei animado.
— Vocês descem aqui. – falei pras garotas.
— Estão com medo dos fãs maníacos? – Liv perguntou, abrindo a porta.
— Todo cuidado é pouco gata. – respondi e ela riu de leve. Assim que saíram, dei a volta e entramos por trás. Tinha uma van com uns caras tirando nossos instrumentos. Alan estava nos esperando na porta dos fundos.
— Viram como está lotado? Hoje vai ser insano. – ele disse.
— É o objetivo. – Axl falou, passando por ele, já entrando. Fomos atrás.
— Quem vai? – Steven perguntou, tirando um saquinho de coca do bolso.
— Eu. – Duff estendeu o braço, fechando o punho.
— Izzy? – Steven o olhou.
— Passo, já to animado o bastante. – respondeu. Já eu fiz o mesmo que o Duff. Não tinha como eu arrumar bebida agora, só no bar, então...
— Agora sim, caralho. – Duff deu uns pulinhos já em efeito e rimos.
PDV LIV
Eu e Mandy caminhamos até o amontoado de gente. Fiquei pensando em como íamos passar na frente de todos. Tínhamos que conseguir de qualquer jeito ou perderíamos metade do show.
— E aí, como vamos fazer? – Mandy perguntou, olhando pro segurança que mais parecia uma muralha.
— Tentar a sorte, porque tô sem ideia nenhuma. – respondi. Olhei pra fila e alguns já nos olhavam de cara feia como se soubesse o que queríamos fazer.
— As gatinhas estão perdidas? – de repente chegaram dois caras do nosso lado.
— Muito pelo contrário, querido. Pode dar meia volta. – o olhei de relance.
— Que isso, vamos dar o fora daqui. Vocês não vão estar perdendo nada. – um deles insistiu. Revirei os olhos.
— Você é surdo? Ela já disse não e eu também digo. Se mandem. – Mandy disse ríspida. Só ela conseguia dar uma de durona.
— Essa aí é nervosinha. – debocharam.
— Vocês não vão querer mexer comigo. – Mandy cruzou os braços.
— Qual é princesa, não precisa dar uma de durona. Vem, a gente te leva pra dar uma volta. – um deles a pegou pelo braço, tentando puxar.
— Me solta! – ela gritou.
— Solta ela agora! – tentei afastá-lo. Com sorte, o segurança veio apartar e enxotou os dois dali.
— Obrigada. – Mandy agradeceu.
— Tá tudo bem? Ele te machucou? – perguntei.
— Tô bem. – disse baixo. — Eu quero entrar logo.
— Eu sei. – respondi. Tentei olhar por trás do muralha pra ver se encontrava alguma das meninas pra nos ajudar a entrar. Ainda passando o olhar, avistei o Seb dando uma circulada. Abri um sorriso. — SEB! EI, AQUI!! – o chamei, acenando com o braço. Ele se virou e nos viu, graças a Hendrix. Logo veio na nossa direção.
— Aí Kyle, por que não deixou elas entrarem? – ele olhou pro segurança, que agora eu sabia que se chamava Kyle.
— Estão com você? – perguntou, com a maior voz grave do mundo.
— Comigo e com a banda, cara. Dá passagem aí. – Seb fez gesto pra entrarmos e o Kyle se afastou. Milagre que ninguém nos xingou da fila. Quando entramos, mal tinha como andar por ali de tanta gente. Nem sei como aquele povo todo lá fora entraria. Os meninos estavam ganhando reconhecimento rápido. Fiquei feliz por eles.
— Se eu não tivesse visto essa sua peruca loira, não conseguiríamos entrar. – Brinquei, abraçando o Seb. Mandy fez o mesmo.
— Cara... vocês estão lindas. Tipo, nossa, sem palavras. – ele disse e rimos de leve.
— A ocasião pediu. – Mandy falou. — Tá aqui a quanto tempo?
— Sei lá, umas três cervejas. Ou mais. – ele riu. — Querem alguma coisa? Eu vou passar no bar de novo.
— Cerveja pra mim, baby. – respondi.
— Vodka. – Mandy falou e a olhei.
— Gostei de ver, já vai começar extrapolando. – falei e ela riu.
— Já volto. – Seb se afastou, seguindo pro bar. Passei o olhar por todo mundo tentando encontrar as meninas, até que as vi bem perto do palco. Quando o Seb voltasse, iria lá.
— Tá feliz? – perguntei pra Mandy.
— Claro. Olha onde estamos. Não imaginava que isso tudo rolaria. – respondeu, olhando em volta.
— Ainda mais com uma banda de caras lindíssimos. – falei.
— E esse vai ser meu segundo show hein. Você tá um atrasado. – ela riu fraco e mostrei a língua. E realmente, eu não pude ir com ela no de Philadelphia, mas não tem problema, vou me divertir muito nesse e nos daqui pra frente.
— Cerveja e vodka pras morenas mais lindas. – Seb falou, nos entregando as bebidas.
— Vem cá, vamos ficar com as meninas. – o peguei pelo braço e Mandy veio atrás. Cheguei por trás delas, as cutucando e logo deram um sorriso.
— Nossa mas vocês demoraram. – Grace disse nos abraçando.
— É o que acontece quando se está com a banda. – falei.
— Ai meu Deus você também veio! – Becky olhou pro Seb, que as secava com gosto.
— Lembra delas né? – o olhei.
— Claro, como não lembrar? – disse malicioso.
— Você nem disfarça. – Mandy deu um empurrãozinho nele e rimos.
PDV IZZY
Estávamos no camarim minúsculo, já meio bêbados mas ainda em condições de tocar. Eu ainda tomei um ecstasy misturado na cerveja. Steven tinha cheirado sei lá quantas carreirinhas, fiquei me perguntando como ele ainda ia conseguir chegar até o palco. Ele tava muito agitado.
— Quando que vamos entrar? Eu tô muito pilhado. – perguntou dando uns pulinhos, como se estivesse aquecendo.
— Quando o Alan disser que podemos entrar, popcorn. – respondi e ele bufou.
— Eu tenho que aproveitar a adrenalina antes que acabe. – falou, batucando as paredes.
— Com o tanto de pó que você cheirou, duvido que acabe rápido. – Duff riu, ascendendo um cigarro. Aproveitei a chance e passei o meu pra ele fazer o mesmo.
— Não vamos tocar a música nova né? – Slash perguntou.
— Não. Ainda tenho que fazer uns ajustes. – Axl respondeu, dando um gole de cerveja.
— Que ajustes? – arqueei a sobrancelha.
— Uns que vão melhorá-la. – falou ríspido.
— Só não estraga a minha música. – respondi e ele revirou os olhos. Logo a porta foi aberta com o Alan entrando, abanando a fumaça que pairava no local.
— Vamos, hora do show. – falou e nos levantamos.
— Até que enfim caralho, vamos foder essa gente! – Steven começou a batucar a cartola do Slash atrás dele.
— Cara, você tá me irritando. – disse Slash e comecei a rir.
PDV AXL
Assim que subimos no palco, o público vibrou. A casa estava muito lotada, as pessoas se espremiam pra chegarem mais perto de nós e não paravam de gritar. Me deu a maior satisfação. Ajeitei o pedestal e os olhei.
— Essa que vamos tocar passou na MTV há alguns dias. – falei e se empolgaram. Olhei pra Slash que logo começou com o riff de Welcome to the Jungle. Foi um estouro porque todo mundo começou a pular enquanto eu cantava. Parecia uma onda de gente. Logo fomos para Mr. Brownstone e fiz minha “snake dance” que levou as mulheres à loucura. O set seguiu com It’s So Easy, Nightrain e Out Ta Get Me. Teria que ser curto e faltavam mais duas. Os caras estavam tão em êxtase quanto eu já no final de Out Ta Get Me, o público que o diga. Eu me sentia elétrico e ao mesmo tempo leve, o palco me dava diversas sensações diferentes, mas boas. Assim que terminamos a música, peguei uma cerveja quase a virando toda e voltei pro microfone. — A próxima que vem agora, fez com que todos nós conhecêssemos uma pessoa incrível e importante, que praticamente mudou nossas vidas. Aconteceu já tem um bom tempo, então vamos reviver esse momento. A música é Rocket Queen. – falei e as pessoas se agitaram mais ainda. Olhei pra plateia da frente e Mandy estava lá, incrédula e emocionada ao mesmo tempo. Liv a abraçava de lado, tão emocionada quanto, e o Sebastian bagunçava seu cabelo. Sorri com isso e começamos. Já pra chegar no refrão, me aproximei da plateia da frente, me agachando. — Here I am, and you’re a rocket queen... – estiquei meu braço pra Mandy pra que subisse no palco e logo ela se segurou, sendo ajudada por algumas pessoas. A público vibrou muito e ela estava completamente sem graça, sorrindo, mas logo se soltou quando repeti o refrão novamente. Fez a mesma dancinha de antes que ficou característica. Slash se aproximou dela, ficando de costas, fazendo com que um se encostasse no outro, e assim ela se soltou mais ainda, fazendo todo o tipo de movimento sexy. Slash estava se divertindo, Duff só sabia ficar hipnotizado, e Izzy e Steven sorriam com a cena junto comigo. Quando a música chegou ao fim, ela deu um beijinho no rosto do Slash e depois veio me abraçar.
— Você é demais, Rose. – disse no meu ouvido, ainda abraçada. Em seguida, desceu do palco com facilidade e foi aplaudida por todos. Sorri de leve e seguimos o final do show com Sweet Child. Quando acabamos, agradecemos e fomos saindo do palco na companhia de muitos gritos e assobios. Segui pro cubículo do camarim pra me recompor um pouco, quando sinto meu braço sendo agarrado.
— Que merda é essa? – me virei e Duff me olhava com uma cara não muito boa.
— Que porra foi aquela, Axl?
— Tá falando do que? – puxei meu braço de volta.
— Daquele discurso que fez pra Mandy. Você é um puto mesmo. – falou bravo e o olhei sem entender. — Você a trata como se ainda sentisse alguma coisa.
— Vai a merda, McKagan. O que eu disse lá não foi nenhuma mentira, achei que seria legal. E quer saber? Vai ser assim daqui pra frente. – respondi.
— Vai se foder. – ele deu as costas e fiz o mesmo. Pensei que tinha resolvido as coisas com ele e me vem com essa.
PDV AMANDA
— Garota, o que foi aquilo??? Você deu um show! – Liv ainda estava em choque.
— Mandy você arrasou, praticamente tomou a atenção de todo mundo. – Sebastian comentou e eu ri.
— Principalmente a sua né. – Liv o olhou e rimos. Estávamos todos no bar, tínhamos conseguido alguns lugares. Já havia recebido altos elogios e cumprimentos das pessoas que passavam. Eu ainda não estava acreditando no que tinha acontecido, foi como se eu tivesse voltado pro show de Philadelphia, onde os conheci e tudo rolou. Foi incrível e significou muito o Axl ter feito aquilo. Eu me senti leve, como se não tivesse ninguém ali, e me deixei levar pela música, novamente.
— O show foi incrível, nunca dancei tanto na minha vida. – Becky comentou.
— Eles ao vivo é outro nível. – disse Grace.
— Vamos brindar a tudo que rolou até agora. – Seb nos deu shots e viramos na mesma hora.
— Ai, eu tinha esquecido de como isso é bom. – Liv falou e ri.
— Já estão bebendo sem a gente caralho? – Slash e Izzy chegaram por trás da gente. — Ah e Mandy, eu te venero. – Slash me olhou.
— Para, vocês estão me deixando sem graça. Bebam. – entreguei dois shots pra eles dois. — E gente, essas são Grace e Becky. Nossas amigas da Empire. – as apresentei depois que eles viraram o copinho. Os dois as olharam de cima a baixo.
— Nossa, vocês tem bom gosto pra amizade. – Slash as secava.
— Se controla, moita. – falou Izzy.
— Começou o Sr. eu tenho controle. – Liv o olhou e ele deu uma risadinha irônica.
— Mandy, pode repetir a dose mas me dando um beijo de verdade? – Slash virou seu quarto shot.
— Slash! – o repreendi dando risada.
— Você não tem nada a perder, gata. – Becky incentivou.
— Ela tá se guardando pra alguém especial, por isso ela nega. – Liv respondeu e a olhei séria, impedindo de dar continuidade. — Ok, retiro o que eu disse. – levantou os braços em rendição.
— Eu vou dar um giro por aí. Mas antes... – Slash esticou o braço pelo balcão, pegando uma garrafa cheinha de Jack. — Apareçam lá em casa meninas. – falou pra Grace e Becky que riram em seguida.
— Vou com você. A gente se vê galera. – Seb seguiu Slash, sumindo na multidão.
— Gente, eu também vou dar uma voltinha. – Grace se levantou, segurando mais um shot e logo sumiu também.
PDV LIV
Izzy ficou entre mim e a Mandy no balcão, só bebendo um shot atrás do outro. Fiquei analisando ele, estava tão lindo com aquela jaqueta, o cabelo meio bagunçado... eu não sabia resistir nem um pouco.
— Vai com calma, se não você vai cair daqui a pouco. – falei pra ele.
— Mas eu não sou o Sr. eu tenho controle? – olhou pra mim, sorrindo de canto.
— Idiota. – peguei a cerveja que eu tinha pedido e dei um gole. Senti ele me olhando. — O que foi? – perguntei.
— Só retribuindo a olhada que você me deu agora a pouco. – respondeu e eu ri.
— Izzy querido, não me provoque. – respondi, mordendo o lábio. Ele apenas deu um sorrisinho e continuou. Me levantei, me aproximando, e ele permanecia imóvel. Levei minha mão até seu rosto, descendo até o pescoço e aproximei mais o meu rosto do dele. Ainda assim, continuava imóvel, apenas olhando pros meus lábios, estava visível o desejo dele. Ele direcionou o olhar pra mim e sorri, dando um empurrãozinho, nos afastando novamente. — É boa a tentação não é? – falei e ele balançou a cabeça em negação.
— Você é boa. – ele disse.
— Eu falei que você me pagaria, mas é só o começo. – pisquei pra ele, saindo dali. Depois dessa, eu queria um bom sexo e sabia de quem eu devia ir atrás.
PDV AXL
Tentando passar pela multidão pra chegar até o balcão, cruzo com uma garota que chamou minha atenção. Ela passou por mim não dando muito tempo de ver melhor o rosto. Desisti de ir no balcão e fui atrás dela. Eu podia estar louco pensando quem eu achava que era, mas foda-se.
— Ei. – consegui alcança-la, segurando em seu ombro.
— Oi? – ela se virou e não acreditei. Era a garota que eu tinha visto de perfil no Rainbow há alguns dias. A que eu tentei ir atrás mas não tive sucesso. — Axl Rose, né? – perguntou, me fazendo sair do transe.
— Isso, desculpa. E você é...? – perguntei.
— Grace. – ela sorriu. — Tenho que te dizer, foi um ótimo show.
— Que bom que gostou. – respondi. Aqueles olhos azuis estavam me deixando vidrado.
— Sem querer ser grosseira, mas por que veio falar comigo do nada?
— Ah... acho que se eu disser você não vai acreditar. – falei, meio sem jeito.
— Tenta a sorte. – ela disse, dando um gole do drink que segurava.
— Eu vi você no Rainbow uns dias atrás, mas você foi embora antes que eu conseguisse te alcançar. – respondi e ela arqueou as sobrancelhas.
— Nossa. Realmente é difícil de acreditar que um cara como você quisesse falar comigo. – riu de leve.
— Você chamou minha atenção, é isso que importa. – falei e ela sorriu novamente.
PDV AMANDA
— Meu Deus, tá vendo o que eu tô vendo? – Becky me cutucou, apontando pra Grace e o Axl, que estavam na maior conversa. Sorri com aquilo.
— Já apoio muito. – falei, terminando minha cerveja. Eu já estava começando a ver as coisas dobrado.
— Grace não tem muita sorte com os homens, tomara que com ele dê certo. – disse Becky. — Mandy, acha que eu tenho chance com o Steven? – perguntou sem mais nem menos.
— Por que a pergunta? – a olhei.
— Eu acho ele lindo e parece ser tão gente boa, sei lá. – falou, mexendo em seu copo.
— Vamos ver isso então. – falei me levantando, quase perdendo o equilíbrio.
— Como assim? O que vai fazer?
— Ué, vou te apresentar a ele. Vem. – a peguei pelo braço, a procura do poodle loiro. Demos uma volta pelas pessoas, até achá-lo. Estava conversando com alguém que não fazíamos ideia de quem era, mas logo a pessoa se despediu. — Steeee, aí está você. – falei, o abraçando.
— E aí Mandy, adorei ver você no palco de novo, foi demais. – falou.
— Ah não foi nada. Olha quem eu trouxe comigo. – posicionei Becky na minha frente, a segurando pelos ombros. — Essa é a Becky, me disse que estava doida pra te conhecer. – falei e ela me olhou incrédula. Ri com isso.
— Sorte a minha. – ele sorriu, a olhando de cima a baixo.
— Divirtam-se. – pisquei pra eles, saindo dali. Olhei em volta pra ver se encontrava alguém, já que eu acabei sobrando, até que me deparei com uma cena desagradável. Duff encostado na parede com a namoradinha vadia o prensando, aos beijos. Pareciam que iam se comer ali mesmo. De repente ele deu uma pausa, passando o olhar por todo mundo, até chegar em mim. Ficou me olhando por uns segundos, até que dei as costas, irritada, seguindo pro bar novamente. Eu não devia ficar irritada, afinal, eu não sentia mais nada por ele, certo? Argh, me arrependo de ter visto aquilo. Quero mais que se fodam mesmo. Me sentei no único banco livre do bar e bufei.
— Me acompanha? – um cara que eu não tinha notado que estava do meu lado, perguntou, me oferecendo uma tequila. Me virei pra vê-lo e ele era... muito lindo. Cabelos até o ombro, braços tatuados, olhos azul piscina, vestia uma regata meio solta toda preta e uma jeans também preta.
— Claro. – sorri fraco, pegando a bebida. Em algum momento eu ia começar a falar embaralhado.
— Você não parece bem. – disse ele, me olhando.
— Estou bem sim, só meio cansada. – respondi.
— E a Rocket Queen tem nome? – sorriu de canto.
— Amanda, mas pode me chamar de Mandy. – falei, meio sem graça.
— Sou Myles. – piscou, virando seu shot. Não bastava ser lindo, tinha que ter o nome lindo também. — Pelo visto tem bom gosto pra música. – apontou pra minha regata do Led.
— É um clássico, só louco pra não gostar. – falei, pedindo mais uma dose. — E você também, já que elogiou.
— Tenho minhas qualidades. – respondeu, mostrando um lindo sorriso.
— Você é um cara legal. – sorri de volta.
— Digo o mesmo, além de ser a garota mais linda desse lugar. – falou, sem nenhuma cerimônia, me fazendo corar. — Desculpa ter sido direto.
— Não, tá tudo bem. Eu gostei. – o olhei e ele riu de leve.
— Você tem namorado? – perguntou, olhando pra um ponto específico.
— Ok, agora foi bem direto. – ri, virando minha dose. — Mas não, sou solteira. Por que a pergunta?
— Porque aquele cara não para de olhar pra cá. – ele apontou disfarçadamente pra um canto e eu olhei em direção. Duff nos encarava, meio sério, fumando um cigarro. Ele nem disfarçou quando o olhei. Notei que a vadiazinha não estava mais lá, deve ter ido dar pra outro. O ignorei e voltei minha atenção a Myles.
— É um doido. Estou livre, acredite. – respondi.
— É o baixista, né? Ele não tirou os olhos de você no palco. – falou.
— Você é bem observador hein. – o olhei e ele riu de leve. Passamos o resto da noite jogando conversa fora, rindo, ele era bem divertido e sabia manter uma boa conversa. Me senti muito bem acompanhada e conseguiu ter toda a minha atenção, além de melhorar minha noite depois daquela cena. Cheguei a perder as contas do quanto nós bebemos, mas valeu a pena.
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