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História Mudanças - Kakairu - Praia - História escrita por hatakevkook - Spirit Fanfics e Histórias
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História Mudanças - Kakairu - Praia


Escrita por: hatakevkook

Notas do Autor


Cheguei com mais um cap, dessa vez demorou um pouquinho, mas estou no prazo kkkkl

Espero que gostem.

Capítulo 7 - Praia


Ainda pensava sobre o que tinha feito, na verdade, se questionava sobre qual fora sua motivação pra ter se oferecido para cuidar do Uzumaki.

Claro, sua primeira intenção foi ajudar os dois novatos na cidade, pensando que o trabalho que Kakashi era muito pesado e também se lembrando da última vez que viu o garoto dormindo naquele sofá. Além disso, também ficou confuso pelo próprio responsável ter aceitado aquilo tão bem. Iruka só era professor de Naruto, mas fora isso, era um completo estranho pra essa família de dois e não ficaria surpreso se Kakashi negasse ou quisesse primeiro fazer uma série de perguntas do por quê o professor estar se oferecendo pra fazer algo desse tipo.

Durante toda noite – depois que chegou em casa e felizmente não tinha uma melodia lírica sequer –, esperou qualquer mensagem, a respeito de Naruto, vinda do albino, mas nenhuma chegou. 

Batucava a ponta na caneta no caderno aberto de um aluno, tinha até se perdido na atividade que vinha corrigindo e sem querer colocou "certo" em uma questão errada. Quer dizer, o cálculo estava errado, mas o resultado certo, então era meio ponto. Todos já tinham terminado as atividades e agora conversavam animadamente sobre o festival que se aproximava, e isso porque Iruka não podia deixá-los sair porque ainda faltavam vinte minutos pro sinal tocar. Já tinha soltado os alunos cedo essa semana e esse era um evento que acontecia uma vez a cada cinco dias.

Balançou a cabeça com um sorriso quando conseguiu escutar direito o foco da conversa.

Todo ano, o colégio realiza quatro festivais no final das estações climáticas. Essa seria para findar o verão. Todo comitê de professores concordou que seria legal fazer algo com fantasias e todo um tema de Hawaii. E enquanto os pequenos conversavam sobre quais fantasias usar, Iruka e os outros quebravam a cabeça pra se organizar a tempo porque tinham uma semana e três dias até que o evento chegasse, e até lá, teriam que deixar tudo pronto com brinquedos, comida, decoração e afins.

Sua cabeça estava tão agitada que nem mesmo três chás de maracujá e um de camomila iria trazer o conforto que precisava.

parabéns, seu idiota!, pensou ao se lembrar que além de tudo isso, tinha se oferecido pra cuidar de Naruto. Não, isso não era um problema ou motivo para que ele desistisse, longe disso. Apenas foi idiota o suficiente pra se esquecer que estava com os próximos dias cheios e ainda se comprometeu em ficar com um garoto, cujo responsável não tinha hora pra retornar do seu trabalho como chefe de cozinha. Mas tudo bem, esse compromisso não sugaria sua energia, muito pelo contrário. Naruto era um garoto empolgado e tinha uma luz tão forte capaz de cativá-lo, então seria uma boa cuidar dele. 

Respirou fundo tirando esses pensamentos por hora e se concentrou em findar as correções dos sete cadernos restantes.

As horas passaram e o Umino se colocou na porta enquanto os alunos passavam em fila indiana e ele devolvia o caderno para cada um. Sorria cada vez que um deles lhe dava tchau e quando Sakura lhe pediu para se abaixar e deu um beijo na bochecha dele, ficava todo derretido com esses atos de carinhos dos pequenos.

– tchau.– escutou aquela voz não muito conhecida e se assustou um pouco quando viu que fora Sasuke quem se despediu. O garoto seguida reto até o irmão que já estava no corredor, mas, ao invés de saírem, Itachi estava vindo na direção de Iruka, o que obrigou Sasuke a voltar também.

– Professor Iruka, quanto tempo.– o Uchiha estendeu a mão e logo a recebeu em uma saudação.– Queria conversar um pouco a respeito do festival.

– Ah, nem me fale.– sorriu soprado.– ainda têm algumas coisas em pendências.

– Bom, é por isso mesmo que eu quero me oferecer pra ajudar. Irei folgar no sábado do evento e gostaria de vir mais cedo pra isso.– O homem mantinha as mãos juntas e cotovelos dobrados na frente da barriga.– Além do mais, já conseguiram contatar com uma loja de brinquedos?

– Uh, a diretora está quase quebrando o celular dela de tanto que liga e ninguém retorna ou da certeza.– o Umino cruzou os braços e sorriu amarelo por lembrar de Tsuande puta batendo com o telefone na mesa, mas sendo controlada por Shizune que segurou o braço dela antes que quebrasse o aparelho.

– Ah, isso é ótimo.– disse, logo se corrigindo com um gesto.– Quer dizer, é que na frente do meu trabalho tem uma enorme loja de brinquedos e eu posso ir pessoalmente lá em nome do colégio.– Era verdade. No outro lado do prédio de advocacia tinha de fato uma loja de brinquedos. A entrada era estranha com uma enorme boca de leão aberta e o nome "safari divertido". Nome esse que prendeu a atenção de Itachi pensando no quão ridículo e sem criatividade, o fazendo se atrasar no almoço por ficar tempo demais projetando novos nomes e slogan pra loja.

– Sério?! Isso seria ótimo, claro, se não fosse tomar seu tempo. Caso contrário, me passe o endereço que eu mesmo posso ir.

– De forma alguma, eu vou sim. Eu ligo pro colégio pra avisar qualquer coisa.

Naruto ficou um pouco decepcionado quando viu o tio entrando pro colégio, indicando que voltaram pra sala de onde ele recém tinha saído. Se soubesse, sequer teria levantado da cadeira onde estava antes. Arrastou os pés ao lado do mais velho até que estivessem no corredor da sala 308.

Se aproximando devagar, Kakashi colocou as mãos no bolso e esperou até que os dois homens terminassem de conversar já que nenhum dos dois pareciam ter notado sua presença.

Sentiu uma mão puxando a barra de sua camiseta e olhou pra baixo, vendo um Naruto apontar pro garotinho de cabelos negros e dizer baixinho um "aquele é o chato do Sasuke." Logo, Kakashi lançou um olhar como quem dizia que não era pra Naruto chamar os colegas de chatos.

Sasuke pareceu notar a presença do loiro, já que o olhou e depois virou rapidamente com uma cara feia e nariz empinado. O que fez Kakashi franzir o cenho pela atitude da criança.

– Certo, até mais, professor.– Itachi se aproximou e deixou um beijo na bochecha de Iruka. Aquilo não somente pegou o professor de surpresa, como também o homem que tinha as mãos no bolso.

Kakashi acompanhou com o olhar todo trajeto que o homem fez até sumir do corredor. Ergueu uma sombrancelha quando aquele ainda sorriu e acenou de longe.

Não fazia idéia de quanto tempo ficou olhando naquela direção esperando o homem voltar ou qualquer coisa.

– Tio!– Naruto chamou pela terceira vez, mas agora dando um puxão na camiseta dele.

– O que foi?– perguntou rápido, olhando pro baixinho e depois pro professor que tinha um sorriso no rosto, apesar do olhar confuso.– Ah, oi, é.– pigarreou. – Eu só vim...– o que tinha que fazer mesmo? Tá bom, ele desceu do carro empolgado e nervoso porque tinha que falar com Iruka, mais precisamente, fazer um convite. Ah! É isso, o convite! Bom, ele poderia ter mandado por mensagem já que tinha o número do homem e isso já era um avanço, mas preferiu ir pessoalmente. Só não contava com aquela cena que o incomodou lá no fundo.– Você, você tem algum compromisso nesse sábado?

Iruka ergueu ambas sobrancelhas e abriu a boca, não que fosse falar alguma coisa de imediato porque ainda processava a pergunta. Ele primeiro tentou inutilmente pensar o por quê Kakashi querer saber isso. ah, claro. O Naruto. Óbvio! Kakashi queria que Iruka ficasse com Naruto por causa do trabalho.

– Eu, não. Nenhum compromisso. Vou poder ficar com ele.– sorriu e juntou as mãos pra trás.

Kakashi não tinha certeza do que significava o complemento daquela resposta. Também não tinha certeza de como chegaria e lançaria o convite pro moreno, quer dizer, não que tivesse medo ou duvida. Só estava nervoso suficiente pra disfarçadamente secar as mãos na calça jeans. E entenda, isso não é uma reação normal do corpo e mente do albino, ficar nervoso pra chamar alguém pra sair nunca aconteceu antes. Claro, não que fosse tão confiante a ponto de ser o pegador que dá um sorriso e consegue quem quiser aos seus pés, mas era indiferente, chegar, convidar e se rolar afinidade, possivelmente mais encontros.

Só que, suas intenções com Iruka ainda estavam perdidas naquele escuro e ele tentava tatear com a mão, mas tampouco se importava em de fato encontrar. Só pensou que seria legal conhecer o professor mais um pouco e ver aqueles sorrisos que pouco viu e já admirou.

– Am, sabe... Eu e meus amigos vamos fazer um passeio de barco nesse fim de semana. Uma coisinha pra descontrair e enfim...– coçou a nuca.– Eu vim, eu queria saber se você gostaria de ir junto...?

Iruka fez um pequeno som de surpresa com a boca e levou uma mão pro peito, logo em seguida soltando um riso soprado.

– Pensei que era pra cuidar do Naruto.– disse risonho, constrangido por ter respondido aquilo antes de saber o motivo. Agora, olhou do albino pro loiro, os dois que pareciam esperar uma resposta. Quer dizer, Naruto também olhava para os dois adultos querendo saber do por quê estarem enrolando tanto, era só iruka responder se sim ou não.

– Vai ser legal, tem uma tartaruga e o tio Asuma disse que vai deixar eu pilotar.– Naruto entrou na conversa porque estava chato demais ficar ali sem falar nada.

– Eu posso te dar a resposta mais tarde?– Iruka sugeriu. Bem, não é como se fosse aceitar de cada um convite desses que foi feito pelo pai de um aluno. Já estava envolvido demais com essa pessoa quando se ofereceu pra cuidar do filho/sobrinho dele, ah sim, ainda processava essa parte inusitada que se deixou levar por uma ideia que foi maior que a razão. Além do mais, ainda tinha todos compromissos pra resolver sobre o festival, provas pra aplicar no ensino médio e ainda mais, também tinha seus alunos do primário.– Espera...– ele disse, antes que Kakashi e Naruto dessem um passo para seguirem. Ele precisava mesmo de um momento de lazer e descontração, sério? Não o mataria ficar um tempinho com outras pessoas em um lugar diferente. Sim, seria bom pra respirar e ter uma energia a mais.– Aceito seu convite.

Instantâneamente a trilha sonora na cabeça de Kakashi tinha mudado. Claro, em filmes sempre existia ao fundo, uma trilha sonora pra cada momento que o personagem estava vivendo. Sendo uma trilha sonora que representava os sentimentos dele, ou então o lugar onde estava. Como por exemplo, um cenário de um lindo bosque não podia ser representado por um rock pesado, tampouco uma cena de luta deveria ter uma trilha sonora com algo clássico e lírico.

Perante a primeira resposta do professor, a trilha sonora de Kakashi foi de algo mais baixo e tocado por um piano – não chegava ser melancólico. Mas agora, estava pra algo mais alegre e até mesmo infantil como um xilofone.

Sorriu largo e somente sinalizou com a cabeça, logo se despediu e seguiu pra sua casa junto do filho.

Até a chegada de sábado, a semana subiu nos ombros de Iruka e o fez de cavalinho. Sentia-se tão exausto que ficou duas noites seguidas sem se alimentar e acabou chegando atrasado no colégio porque não tinha condições de sair sem tomar um café da manhã descente, e também não tinha condições de acordar mais cedo pra realizar essa proeza com mais tempo. Anko até fez um comentário sobre a cara de acabado do amigo, logo complementando que era pra ele largar as crianças de mão e aceitar o posto de professor local do ensino médio.

Mas nem fodendo que ele ia fazer uma coisa dessas. Primeiro porque o motivo de seu cansaço não era somente as crianças, e sim o ensino médio também. Segundo porque ele nem sequer conseguia se imaginar dando aula somente pra um bando de adolescentes cheio de hormônios e com uma falta de atenção que chegava dar raiva. Não, essa possibilidade jamais passou por sua cabeça, nem mesmo quando Tsunade anunciou que poderia mudar o horário dele e também os períodos.

Seu dia de descanso finalmente tinha chegado, e com ele a oportunidade de Iruka rasgar-se de tanto dormir e se apostasiar na cama macia e um ar condicionado em perfeito funcionamento. Demorou para que conseguisse entrar em contato com o eletricista do prédio para que ele concertasse seu ar que tinha pifado e de jeito nenhum trazia ao professor a refrescância que tanto necessitava abaixo dos dias quentes. Era obrigado e abrir todas janelas da casa e ligar o ventilador de teto – que na sua opinião, não era tão eficiente.

Foi uma tremenda tortura ter que lidar com uma casa quente e o estresse de ter pilhas e pilhas de livros em cima da mesa.

Ouviu sete notificações seguidas de seu celular, claramente resmungou porque o aparelho estava bem do seu lado, quase estourando seu tímpano pelo barulho estridente e forte. Um olho aberto bastou para que conseguisse vizualizar mensagens de dois contatos diferentes, descartou o aparelho embaixo do travesseiro e tentou voltar ao seu sono merecido. Mas, novas notificações chegaram como um afronte contra sua vontade de dormir.

saco! Virou o corpo e pegou o aparelho na mão para desbloquear e entrar naquele aplicativo de mensagens. A mais recente era de Rin, depois de um número desconhecido e a terceira de Itachi. Decidiu responder na ordem que estava.

Rin: por que você não disse que ia conosco andar de barco???

Rin: se eu soubesse, poderia ter te chamado pra ir comprar as coisas.

Traduzindo Rin Nohara: "Se eu soubesse, poderia te questionar pra saber do por quê Kakashi ter te convidado. Pra falar a verdade eu estou bem curiosa porque o Asuma disse que ele não negou nossa teoria. Ah, não te falei a teoria? A teoria de que ele tá afim de você."

Iruka precisou fechar os olhos outra vez – não somente pra refletir sobre o que Nohara estava falando, mas também porque seus olhos recém despertos já tiveram contatos com uma luz forte. Aí ele se lembrou, idiota! Tinha marcado um compromisso nesse sábado e agora, teria que desmarcar o compromisso com sua cama.

Depois de responder Rin, foi pro número desconhecido. A primeira mensagens já era do estranho se identificando como Kakashi. Sem pensar direito, a primeira coisa que Iruka fez foi salvar aquele contato pra depois respondê-lo. Ele também falava sobre o tal passeio de barco, mas apenas mandou o endereço da praia e se ofereceu pra ir buscá-lo, mas Iruka disse que conseguiria chegar sem problema.

[...]

"Sem problema", ele disse. Mas lá estava completamente perdido em uma cidade que nasceu e cresceu. Tudo bem, vamos aliviar a barra porque Iruka nunca foi o tipo de criança/adolescente/jovem que gostava de sair de casa e aproveitar as maravilhas da Califórnia como parques, shoppings ou até mesmo aquela pequena praia que podia ser emendada com Santa Mônica. Preferia mil vezes permanecer em casa lendo um bom livro ou desfrutando de jogos de tabuleiro que desafiavam sua mente e raciocínio, colocando em jogo sua dignidade de vencer todas partidas de xadrez contra qualquer adversário. Gostava também de andar com sua bicicleta na praça e ficar correndo pela grama, mas nada que pedisse o afastamento de seus pais.

E é por esse motivo que ele conhecia melhor a redondeza do colégio e seu bairro, do que qualquer outro ponto diferente. A cidade era grande e ele não tinha esse tempo todo pra desfrutar dos outros pontos turísticos.

Custou, mas finalmente chegou até aquela costa onde tinha uma ponte que levava até alguns barcos ancorados. Logo que saiu do carro, sentiu um ventinho bater por conta do mar, diferente do forno que estava nos outros pontos por onde passou. Vestia uma camiseta branca com uma estampa cômica da forma Bhaskara, coisa que não seria entendida por todos, mas ele pouco se importava. Na parte de baixo uma bermuda preta, nos pés tênis e o cabelo preso no convencional rabo de cavalo.

Encontrou aquele grupo quando viu Rin balançando os braços freneticamente e dando alguns pulinhos na ponte de madeira molhada por causa das ondas que batiam.

Kakashi, que até então estava ajudando Asuma com algumas cordas, virou sua cabeça no momento que ouviu aquele nome sendo chamado pela amiga. Sorriu ao ver o professor se aproximando e sem delongas começando uma conversa com Obito e a namorada. Sua atenção fora chamada outra vez por Asuma que deixou um pedaço de corda cair nele propositalmente.

– Oi, professor. Olha só– Naruto se aproximou e mostrou uma tartaruga pequena.– É do tio Asuma, mas ele trouxe hoje.

– Se fosse pelo tio Asuma, ele já tinha cozinhado minha tartaruga.– Kurenai revirou os olhos por explicar pela terceira vez que a tartaruga era dela e não de Asuma.– Oi, Iruka, né?!

– É, é sim.– Ele até queria perguntar o nome da mulher porque em uma noite não deu pra decorar, só que também não queria parecer indelicado. Então deixou rolar até que em algum momento alguém chamasse ela pelo nome.

Entraram finalmente naquele barco – um iate mais comum e que ainda sim deveria custar pelo menos cinco salário do Umino. Rin puxou a mão dele para que fossem pra frente e sentassem nos bancos disponíveis. Ela logo pegou uma garrafa de cerveja, abriu e estendeu para Iruka que no momento recusou. Mesmo que ele tenha trazido algumas coisas incluindo cerveja, não pretendia beber pelo fato de que estava perto de Naruto e não queria que o menino visse o professor bebendo. Podia ser uma preocupação idiota, mas ainda sim era dele.

– Asuma tem um colega do trabalho que disponibiliza esse iate pra gente passear um pouco.– Kurenai explicou, mesmo que os outros amigos soubessem, ela preferiu dizer para que Iruka também fosse incluído naquilo já que era o novato entre todos.

– E ele tem licença pra dirigir um...– sua voz foi ficando baixinha quando a resposta de Kurenai foi balançar a cabeça negando, isso porque ela estava ocupada demais com o bico da garrafa na boca.

– Mas qualquer coisa nós inventamos uma desculpa como por exemplo.– pigarreou a voz pra parecer mais feminina e fina de um jeito irritante.– Senhor policial costeiro, fomos raptados e o maluco pulou no mar e não tivemos outra saída a não ser um de nós pilotar o barco.

Aquilo arrancou risada até mesmo dos três homens que estavam na cabine resolvendo algumas coisas técnicas entes que chegassem mais pro meio do mar. Não pretendiam se afastar muito, mas Obito queria pescar – ou apenas brincar de gastar isca e jogar o anzol na água, por isso a rota ficava um pouco pro meio.

– Eu nem acredito que você está aqui. Você costuma ser tão chato e recusa sair quase sempre que eu convido.– Rin falou, portando um beicinho.

– Eu não sou chato, apenas estou sempre cansado e prefiro ficar em casa.– riu sem jeito. Seria embaraçoso explicar qual o motivo de ter aceitado o convite de um pai do seu aluno, mesmo que esse fosse amigo de Rin e tudo mais. Só surgiu essa oportunidade pra desopilar sua mente e ele pegou com as duas mãos antes de entrar de cabeça na próxima semana que seria um tanto quanto puxada.

Àquela altura uma música tocava na cabine e a conversa entre todos já fluía normalmente enquanto Obito tinha as pernas pra fora do barco e tentava inutilmente pegar uma das minhocas pra colocar no anzol. Chegou ao ponto dele começar brigar com a hemafrodita e implorar que ela pulasse voluntariamente para sua morte. Tudo bem se pelo menos ele conseguisse pegar um peixe e deixasse que a morte dela fosse digno, mas apenas serviria de isca sem nenhum benefício por detrás disso. Chegou ao ponto de Naruto ajudar o mais velho na missão de pegar o bicho peçonhento na mão e com cuidado pra não se machucar, colocar na ponta metálica.

Kakashi sem cerimônia nenhuma estava sentado ao lado de Iruka, enquanto Kurenai, Asuma e Rin ficaram sentados no banco afrente na encosta das barras de proteção do iate.

– Uma vez o anzol prendeu no boné dele e foi direto pra água.– Kakashi disse mais para Iruka do que para os outros que tinham vivenciado aquele dia.– Outra vez o idiota caiu na água porque ficou além das barras e se inclinou muito pra atirar a linha.

Iruka queria reprimir sua risada, mas não conseguiu por imaginar aquele cenário. Obito nada fez além de mandar Kakashi ir se foder, e em resposta o albino jogou uma tampinha nele por falar um palavrão tão forte perto do sobrinho. Hatake não tinha nenhuma boca limpa, mas se policiava ao máximo pra não falar tantos palavrões, e o máximo que saía era um "cacete" ou "porra" e também já tinha tido uma conversa com o loiro, dizendo que sob circunstâncias alguma ele deveria repetir as besteiras que o mais velho fala.

– Você não vai beber?– o albino pegou outra garrafa na caixa de isopor, abriu com o auxílio da camiseta florida de botões e estendeu pro mais novo que olhou relutante.– Beba sem preocupação, ok?! Naruto não vai dar bola pro professor dele bebendo.

– Qualquer coisa você taca um apagador nele igual fez antes.– Rin trouxe aquele assunto a tona, fazendo Iruka quase cuspir o primeiro gole que tinha dado.

– Caralho, você já tocou apagador em aluno?– Asuma perguntou divertido, se inclinando pra frente.

– Não! Quer dizer, não nas crianças, mas em um aluno do ensino médio.– confessou.– isso porque ele e outro aluno iriam começar uma briga e eu não vi outra alternativa, no calor do momento eu toquei o apagador que pegou nas costas dele.

Começaram rir daquela situação, tanto que Asuma chegou a bater palmas enquanto gargalhava. Ninguém naquele grupo, fora Rin, conhecia Iruka. Mas já tinham percebido por fora que ele aparentava ser alguém calmo, inteligente e sociável, fora isso, nada mais fora deduzido pelos outros. Só que Kurenai e Asuma chegaram a comentar sobre o professor na noite que o barbado disse que Kakashi não negou o interesse que tinha por esse, então fizeram uma pequena avaliação pra entender o que tinha chamado a atenção do amigo. De fato, Iruka era muito bonito, mas sabiam que apenas isso não chamava a atenção do Hatake. Por isso, ainda estavam investigando, e nada melhor do que passar um tempo com o colega de Rin.

Todos imediatamente pousaram sua atenção no homem que soltou um grito e pedia por ajuda. Aquele susto fora substituído por mais risadas ao se deparar com um Obito pendurado pra fora do barco e se segurando na barra de proteção z isso enquanto Naruto se preocupava em salvar o caniço que também quase caía pra fora.

Rin se prontificou em puxar o namorado até que esse caiu em cima dela.

– sai de cima, Obito! Credo você tá cheio de terra, que merda é essa?!– ela empurrava o corpo pesado do Uchiha.

– o balde de minhoca caiu em cima de mim.– ele descansou ainda mais o corpo nela.

– OBITO, SAI!– ela gritou mais desesperada com a idéia de podia ter minhocas no corpo dele e que iriam passar pro seu. Fora que era terra de minhoca, era nojento!

Iruka não mediu esforços pra rir daquela situação, mesmo que seu olhar tenha ido para Naruto que antes estava perto da beirada, mas agora já tinha se entretido com a tartaruga de Kurenai. Levou a garrafa até os lábios e findou aquele líquido amargo refrescante.

Ao longe ele avistou mais dois barcos que pareciam ter o mesmo momento que eles. Realmente, estava sendo um bom momento de paz e descontração pra sua cabeça atucanada de trabalho e compromissos desgastantes.

– Então, o que está achando?– Kakashi perguntou.– fora o bando de malucos, desculpa.

– Você é um deles.– Iruka disse, com um sorriso.

– Uh, isso doeu. Eu não gosto de ser comparado a alguém como ele.– apontou pra Obito choramingando no chão enquanto Rin batia com o chinelo nele. Mesmo assim, ele abriu um sorriso por estar novamente perto dos amigos.

– Mas respondendo sua pergunta.– Iruka começou.– É bom estar aqui. Confesso que logo quando recebi sua mensagem eu pensei em inventar alguma desculpa esfarrapada pra poder ficar na minha cama descansando. Mas, que bom que não o fiz.

– Posso saber qual seria a desculpa esfarrapada?– o albino abriu aquela caixa outra vez e retirou um pacotinho de amendoim. Ofereceu pro professor que recusou.

– Ânsia de vômito ou a morte de algum gato que eu nem tenho.

– A primeira tudo bem.– deu de ombros.– mas a segunda seria crueldade demais.– os dois riram. E diante disso, Kurenai e Asuma que observavam a cena, trocaram olhares.

Estavam casados há um bom tempo pra ter aquela telepatia maluca onde a mulher disse "Kakashi tá empenhado." E Asuma respondeu "Mas será que o professor tá notando?" Em resposta a isso, Kurenai balançou os ombros porque não tinha como saber disso. Poderia interpretar que Iruka somente estava sendo gentil sem ao menos pensar em uma intenção por detrás das investidas do Hatake.

O albino se levantou apenas para que pudesse reforçar o protetor solar no loiro que podia facilmente ficar igual um camarão a qualquer momento. Foi nesse momento, quando ele estava retornando, que Iruka desceu o olhar para a bermuda de cós baixo que o homem vestia, o vento bateu e separou aquela camiseta que tinham os quatro botões de baixo pra cima abertos; revelando um pouco da barriga em forma do mais velho. Desviou o olhar no segundo em que notou estar prestando atenção demais nos músculos bastante chamativos dos quadris dele. Bebeu um generoso gole da cerveja e ficou sua visão em uma bela garça sobrevoando a água.

Outra vez o casal da frente fez aquela troca de olhar.

Kurenai disse "Você viu isso? Ele claramente secou o Kakashi."

E a resposta de Asuma partiu despreocupadamente pra um "Até eu sequei o Kakashi, viu o baita homem que ele é?!"

O albino sentou outra vez e pegou a cerveja que tinha deixado no seu lugar. 


– Esqueci de te perguntar. Tem certeza que pode ficar com Naruto em alguma noite?– começou.– Fora sua profissão que é complicada, não vai atrapalhar na sua vida pessoal caso você sei lá, queira sair com alguém? 

Sútil, pensou Rin que escutava de longe e compartilhou aquele olhar com Kurenai.


– Ah não, não se preocupe quanto a isso.– riu.– Minha vida pessoal não está tão agitada assim. 

Sútil 2, Kurenai devolveu.


O dia foi se estendendo até o céu alaranjar, indicando que o sol estava os abandonando, mas fechando com aquela paisagem linda e ainda lhes dando a chance de irem embora antes de escurecer demais. Asuma tomou controle da direção e levou todos de volta pra costa, onde ainda podiam aproveitar na areia com uma fogueira e sem preocupações porque tinha cerveja suficiente e algumas barraquinhas de comida por perto. Nenhum deles precisaria ter atento do trabalho já que o restaurante abria um sábado sim e outro não, enquanto Asuma estava de folga completa.

Foi anoitecendo e mesmo assim tinha claridade suficiente de alguns postes, da fogueira e outros estabelecimentos na volta. Também tinham pessoas que continuavam aproveitando uma festinha nos barcos ancorados.

– Tá ficando frio, né?!– Iruka comentou. Óbvio que Naruto não sabia o que era frio porque estava correndo na areia e brincando. Só que o moreno foi burro suficiente por não ter levado ao menos um cardigã, bom, também não ia imaginar que ficaria até anoitecer no local.

Kakashi se levantou sem aviso prévio, foi até o carro estacionado em uma vaga e voltou com seu próprio casaco. Sentou outra vez ao lado do homem e cobriu os ombros deste com sua vestimenta que levou por instinto.

O Umino nem disfarçou sua surpresa, mesmo que ele quisesse disfarçar, suas bochechas coradas não deixariam tão barato. Sem saber o que fazer, apenas agradeceu e voltou a beber.

– Obi, também estou com frio.– Rin disse.

– Deita no chão que eu te cubro com areia.– o homem sugeriu, animado com aquela possibilidade. Recebeu um beliscão no braço.

– Idiota, vai lá buscar meu casaco no carro.

E aquilo só fez Iruka ficar ainda mais constrangido por Kakashi ter cedido seu casaco a ele. Não deveria levar esse gesto por outro lado, mas foi impossível quando viu Obito voltando e fazendo o mesmo com sua namorada, exceto pela parte de a puxar pra perto e dar um beijo no topo da cabeça dela.

– Pai, tô com sono.– Naruto se aproximou esfregando um olho e denunciando seu cansaço na voz e pelo corpo mole. Kakashi estranhou e olhou pro relógio, mas era de se esperar porque já passavam das nove horas. Sequer pensou que tivesse passado tão rápido. Um momento bom como aquele.

– Tudo bem, vamos embora então.– Ele limpou o excesso de areia já roupa do Uzumaki e se levantou. No geral, todos decidiram que era hora de ir pra casa. Caminharam em conjunto até os carros que foram estacionados perto um do outro.

Foi no lapso de segundo antes que entrasse no carro. Fechou a porta outra vez e foi até o carro cinza onde Kakashi colocava o cinto de segurança no sobrinho com o corpo sonolento.

– O-oi.– Iruka deu um passo pra trás quando Kakashi se ergueu, fechou a porta com cuidado e sorriu pra ele.– Seu casaco.– estendeu o tecido azul escuro.– Muito obrigado. E também por ter me convidado, eu adorei, de verdade.

Kakashi pegou o casaco, sem ver nenhum problema de ter ficado com o Umino. Assim poderia ser mais uma desculpa pra ver o homem, além do que já vê quando busca Naruto.

– Todo mundo apreciou sua companhia, então não precisa agradecer.– O albino sorriu.– principalmente eu.

Outra vez ele ficou sem saber o que dizer, e diante disso ergueu sua mão e coçou a cicatriz que ia de uma bochecha a outra e passava por cima do nariz.

– Bom, então até mais.– sorriu. E antes que desse mais um passo em direção ao seu carro, voltou.– O Naruto te entregou o folheto sobre o festival do colégio?

– Sim, ele entregou sim.

– Ótimo. Espero que possam ir.– foi andando de costas.– Boa noite, Kakashi.

– Boa noite, Iruka.– acenou com a mão enquanto sustentava um sorriso genuíno nos lábios.


Notas Finais


Espero que tenham gostado desse cap e que não tenham encontrado tantos erros de digitação.

Até um próximo!

Meu twitter: hatakestark


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