~ Capítulo 12 ~
~ Ryou On ~
Eu estava na biblioteca lendo alguns documentos e arquivos. Embora eu estivesse tentando me concentrar no meu trabalho, minha cabeça estava latejando um pouco.
Embora soubesse que as terras eram do ex-prefeito, isso será obra do último dono antes dele?
Enquanto lia e examinava os papéis, a discussão que eu tive com o Souma não saia da minha mente. Droga, por que estou pensando nesse mafioso idiota?
Eu não queria ver o rosto dele, então estou evitando ele esses dias, mas isso eu devo discutir com ele...
Suspirei e me levantei da minha mesa de trabalho.
— Tenho que ir ver o Souma.
Sai da biblioteca a procura do mafioso, enquanto andava pelos corredores fiquei pensativa.
— Agora que eu pensei... É a primeira vez que eu procuro por ele primeiro — Murmurei olhando para os corredores da mansão e me sentia como se estivesse em um labirinto.
Ele sempre apareceu na minha frente antes mesmo de eu sequer o chamar. É como sempre estivesse ali, como o ar...
De repente, eu vi o mordomo do Souma, o Shun. Ele me notou e se aproximou de mim fazendo uma referência.
— Precisa de alguma coisa, senhorita Ryou?
— Oh, sim. Você sabe onde está o Tzar?
— Ele está em sua sala privada, vai até o final do corredor no primeiro piso e ali você vai se encontrar com ele — Informou o homem olhando pro lado.
— Obrigada — Agradeci e fui para o final do corredor. Chegando lá, vi a porta e quando abri a mesma, eu fiquei novamente maravilhada. Eu havia entrado naquele enorme jardim chique — Não é esse lugar onde me trouxeram na primeira vez que vim aqui?
Talvez deva ser conectado à estufa.
Olhei que tinha um chinelo jogado no chão.
Isso é dele? Deixando jogando por aí. Como se fosse uma criança...
Andava em volta a procura do Souma e observava cada detalhe desse grande e belo jardim. A iluminação, as flores de várias cores e plantas de vários tamanhos, tudo isso causava uma atmosfera aconchegante e relaxante.
Um sorriso bobo apareceu em meus lábios.
Aqui é calmo e muito iluminado... Estive aqui antes, é uma atmosfera calma.
Acabei pisando em mais um chinelo e finalmente encontrei o Souma. Ele estava deitado na cadeira dormindo com um livro em suas mãos. Usava uma camisa preta com detalhe branco e calças pretas (imagem de cima)
Me aproximei dele.
Parece... muito bem assim.
Ele dormia com um semblante sereno enquanto eu apenas o observava.
O Souma está dormindo tão calmamente, seu rosto parece de um anjo... Não posso acreditar que seja a mesma pessoa que eu conheço, ou sim?
Estiquei minha mão e comecei a acariciar seus cabelos pretos. Não sei porque, mas fazer isso me fez sorrir um pouco. Mas de repente, Souma abriu os olhos e rapidamente tirou uma arma de seu bolso, apontou para mim com uma expressão assassina e sombria.
Eu estremeci um pouco assustada com essa reação dele.
— Advogada? — Perguntou abaixando lentamente a arma e sorrindo — Sinto muito, você deve ter ficado surpresa. A partir de agora, chame por meu nome quando você quiser falar comigo, não quero me arrepender por fazer algo errado.
Ele se levantou da cadeira e colocou a mão se meu ombro.
— Você me surpreendeu, certo. Pensei que deixaria de falar comigo pelo resto da vida.
— Estou aqui para comprovar algo, podemos conversar agora? — Perguntei cruzando os braços com um semblante cético.
— O que aconteceu? — Rebateu Souma erguendo uma sobrancelha, vendo que eu não tinha dito nada, ele me deu as costas — Vamos conversar enquanto bebemos um pouco de chá.
Eu apertei os punhos enquanto suspirava impaciente. Ele chamou uma empregada e mandou que trouxesse o chá com biscoitos e assim ela fez o que foi ordenado.
— Então, o que você quer conversar? — Souma perguntou sorrindo.
Eu mordi os lábios antes de falar as palavras que se acumulavam dentro de mim.
Algo que não parece o mesmo desde o que aconteceu da última vez... Depois de tudo, máfia é máfia. Não posso deixar de estar alerta.
— As terras que o conselheiro Hitaki e o ex-prefeito tinham juntos, tem outro dono — Informei olhando para ele.
— Então, você quer encontrar essa pessoa? — Perguntou Souma e eu assenti com a cabeça confirmando um sim.
— Vou ter que investigar mais, mas esse cara é uma boa pista. Eu deveria tentar fazer com que ele testemunhasse — Ele cruzou os braços me encarando seriamente.
Por acaso quer mais explicações?
— Pode ser que seus métodos todos sejam iguais — Comentei pegando um biscoito e dando uma mordida — Após encontrar essa pessoa...
— Você tem medo de mim?
Quando iria pegar outro biscoito, minha mão travou ao ouvir a pergunta de Souma. Um silêncio se instalou sobre nós enquanto nossos olhos se encontraram, transmitindo uma sensação de seriedade. Confesso que no fundo, eu sentia um pouco de medo dele sim, me assusta o fato do mesmo ser um mafioso psicopata que aponta uma arma para qualquer pessoa, pensando ser um inimigo que quer o atacar.
— O que você disse? — Perguntei fingindo não ter ouvido a pergunta.
— Eu sei que você tem. Posso vê-la com meus olhos — Observou Souma me deixando levemente surpresa, mas soltei um suspiro cruzando os braços.
— Não é exatamente isso. Contudo, a máfia sempre vai ser a máfia.
— Continua irritada porque apontei uma arma pra você?
— De todas as formas, você não entenderia. Assim como eu não te entendo — Olhei para o Souma séria e ficamos em silêncio. O mesmo suspirou colocando uma mão no rosto como se tivesse arrependido e disse:
— Peço desculpa, não quero que me mantenha longe de você.
— Por que você se importa com o que eu penso de você? — Questionei franzindo o cenho com um semblante cético e o moreno levantou o rosto me encarando.
— Porque estou interessado em você.
Eu fiquei atordoada com a resposta direta e inesperada de Souma. Meus olhos se arregalaram de surpresa e incredulidade, piscava várias vezes tentando processar o que o mafioso tinha dito.
Meu coração batia a mil e um leve rubor surgiu em meu rosto. Ele está interessado em mim? Mas como assim? Por quê? Isso é sério? Ou ele está brincando comigo?
De maneira alguma... pedindo que o beije em troca de uns papéis, me fazendo ir até sua casa, quebrar minha moto e me manter aqui como uma prisioneira.
Fechei os olhos lutando para esquecer esses pensamentos e franzi o cenho.
— Era isso que você queria dizer? — Perguntei com um tom sério e ele apenas ficou em silêncio me olhando com um semblante impassível.
Essa expressão, é diferente das outras...
— Pensei que estava chamando sua atenção — Comentou Souma quebrando o silêncio.
— Porque você é alto — Comentei e quando estava prestes a sair daquele jardim, Souma se levantou da cadeira vindo em minha direção. Eu fiquei paralisada ao perceber que ele estava alguns centímetros de mim e minhas bochechas novamente ficaram ruborizadas (imagem de cima).
— S-Souma? — Indaguei atônita, não sabia o que ele queria comigo agora. As mãos de Souma tocaram começando a acariciar meu rosto e antes que pudesse dizer algo, ele me puxou pelos ombros e me beijou novamente!
Continua...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.