*Nova Chance! Mas sem Par, Sem Baile!*
Eu esperei tanto por esse dia... E ele será amanhã!
NO DIA SEGUINTE...
BEOMGYU
Eu estava dormindo lado a lado de Taehyun, não pensem que estávamos pelados, com os cabelos bagunçados e suados na cama, por que não. Taehyun e eu fizemos tudo que queríamos ontem, naquele horário bem cedo, então, após o ato né, tomamos banho e fomos dormir de conchinha.
Eu nunca havia dormido de conchinha com ninguém, nem mesmo com Yeonjun... Sempre quis fazer isso e finalmente entender as pessoas que falam que é tão bom, ficar agarradinho com a pessoa que você ama é realmente incrível. A segurança que isso passa é surreal, era como se nada pudesse te machucar, nem te afetar, por que ele está lá com você e nada nem ninguém pode te atingir, por que ele vai te proteger. É lindo!
Bom, estava quase acordando, mas o que me fez acordar mesmo foi a mãe de Taehyun. Ela abriu as cortinas, parece que já sabe que esse era o segredo para meu despertar. Assim que a luz do sol bateu na minha cara, eu abri meus olhos, depois fechei de novo e me espreguicei, sentando na cama em seguida:
— Bom dia, Beomgyu! — Hyorin sorriu, parecia extremamente cedo ainda, já que o sol estava nascendo.
— Bom dia, Senhora Hyorin! — A respondi levantando da cama e fazendo reverência pra mesma.
— Hmmm... Quanta formalidade! Não precisa disso aqui, tá? — Ela falava pegando as roupas que Taehyun deixava pelo quarto e pondo em uma em cesta pra lava-las obviamente.
— Ah, não tem problema! É o meu jeitinho! E...— Fui até ela e peguei em sua mão. —... Obrigado mesmo, viu?
— Pelo que exatamente? — Ela perguntava modesta.
— Por tudo! Me deixar dormir aqui, aceitar meu namoro com seu filho! Por ser uma ótima sogra...— Falei Enquanto pegava meu celular que estava em cima de um criado mudo alí perto.
— Que nada! Pra mim o que importa é a felicidade do Taehyun e eu tenho certeza que pra você também né?
— Uhum! — A respondi simpático, desbloqueando meu celular para ver as horas. Já eram 05:40 da manhã, eu já deveria começar a me arrumar. —... A Senhora não deveria estar no trabalho? Não me diga que vai se atrasar só por que veio me acordar?!
— Não! Bom... Sim, Beomgyu. Eu queria ir junto de você para sua casa, para podermos conversar melhor sobre o seu namoro com Taehyun. — Ela disse após deixar a cesta com roupas em cima da cadeira, andando em minha direção.
— Ah, é que...— Parei de falar um pouco. Como iria contar pra mãe do meu namorado que minha mãe não pode saber do nosso namoro? Será que ela irá aceitar fazer esse segredo? —... Dona Hyorin, a minha mãe ela...
— Eu sei como é sua mãe, Beomgyu. Também sei que você deve estar com medo de compartilhar isso com ela e seu pai, não é? Eu te entendo! — Aquela senhora tão compreensivas e acolhedora tomou um semblante triste em seu rosto, eu realmente me senti um tanto mal.
Fiquei sem dizer nada por alguns segundos, apenas observava aquela expressão que ela fez. Eu poderia enfrentar meus pais né? Eu não seria refutado se dissesse que sou adulto e dono das minhas próprias decisões, mas... Se dependesse só disso; Taehyun e eu não seríamos mais um segredo faz tempo:
— Mas tudo bem! Vamos juntos para casa então, você vai comigo no carro do motorista, tá? É que ontem eu disse pra ele vir me buscar aqui de manhã hehe...— Falei pra anima-la. Ela foi tão boa comigo, eu não posso deixar como está.
— Tá! Ah, eu ainda tenho tantas perguntas pra fazer a você, senhor Beom... Digo... Beomgyu! — Ela parecia animada, isso também me deixou.
Eu me arrumei bem rápido, o mesmo fez a dona Hyorin e após nós nos despedirmos do nosso amado; já estávamos apenas esperando o motorista chegar. Enquanto isso ficamos conversando na porta da casa dela. Finalmente pude contar a alguém o que me irrita em Taehyun, o que eu mais gosto nele e todas essas coisas que eu não podia falar sobre ele. A mãe dele era super compreensiva e divertida. Acredita que ela também acha fofo quando o filho coça de uma maneira inusitada a parte de trás da orelha? Ela fala que parece um cachorrinho pulguento hahaha... Desculpa, Taehyun... Mas é verdade!
Quando o motorista chegou, entramos no carro e partimos para minha casa. Dona Hyorin e eu conversamos o caminho todo, a maior parte sobre nossos gostos em comum e Taehyun. Fico feliz que eu tenha conseguido uma amiga, uma na qual eu possa me abrir sem o meu namorado dar um piti.
Chegamos em casa e Hyorin foi bem rápida ao sair, afinal minha mãe não iria gostar nada de "criados usando como transporte seu carro de luxo". Eram bastante rígidas as regras que ela tinha quando se tratava de separar ralé e eleite... Regras que eu concordei por tanto tempo... Quem sabe, um dia, eu possa ensinar a dona Yeri! Da mesma forma que Tyun me ensinou!
Mas voltando! Assim que saí do carro, assim... De início, estranhei um outro automóvel que tinha certeza que não era do meu pai, não faz o estilo dele. Era chique, um modelo antigo, mas sofisticado, do tipo que só a elite pode comprar. Era preto, os bancos eram vermelhos e puta que pariu eu sei de quem é esse carro... Era de Yeonjun.
Reconheci quando me aproximei, tudo por causa das chaves. O lindo chaveirinho que comprei pra ele quando estávamos ficando. Yeonjun me falava que eu era como um ursinho, me comparava aos irmãos da Merida de Valente depois que eles comem o bolo enfeitiçado que os transformam em ursos, dizia que eu chegava até a ser mais fofo que eles. Então, num belo dia, meu ex-ficante apareceu pra mim com um chaveirinho na mão, ele disse: "É um presente! Toma! Pra provar que você é um ursinho, seu idiota!". Eu havia ficado tão feliz com aquele presente que a anta aqui foi comprar um chaveiro de raposa pra ele no dia seguinte.
Lembro muito bem do que eu falei quando o entreguei para aquele imbecil: "Sempre te achei parecido com uma raposa, principalmente o Nick de Zootopia, então tá aí! Pra provar que você é minha raposinha!" Pode parecer incrivelmente meloso e tal da nossa parte, mas cara aquilo tinha sido lindo. Não éramos namorados, mas realmente tínhamos tudo para ser... Menos a reciprocidade nos sentimentos. Até por que em Zootopia... O Nick, a raposa... A Judy, a coelha... Sabe... Ah meu Deus eu sou muito idiota!
Bom, eu respirei fundo. O único motivo de Yeonjun estar aqui é por que quer falar comigo, meus pais o odeiam e ele não viria aqui por eles. Entrei pela porta da frente, Hyorin foi pelos fundos. Minha mãe exige que os empregados vão por lá, acredita? Seguindo ela, um criado não pode ter os mesmos direitos que uma visita ou seu patrão passando pela porta da frente. Quanta frescura! E pensar que eu concordava com isso alguns meses atrás...
Ao entrar dei de cara com Yeonjun sentado no sofá da minha sala, ele estava lendo o jornal do meu pai de pernas cruzadas. Não sei se Yeonjun fazia de propósito, mas ele parecia meu pai. Fui bem devagar, aproveitando que ele estava distraído e iria dar um susto daqueles nele:
— Nem pense, Beomgyu! — Ah porra eu tava quase lá.
— Ah, Yeonjun?! Por que você tem que ser tão sem graça?! Era só... Só um sustinho hehehe! — Yeonjun deixou o jornal em cima da mesa e olhou para mim sorrindo.
— Se eu soubesse que você ia ficar felizinho assim eu teria deixado você me assustar! — Eu sorri meio tímido, mas depois fiquei sério.
— Tá, mas eu quero saber quem te deu o direito pra vir pra minha casa? Reconheci aquele teu carro de malandro assim que pus meus olhos nele! — Disse enquanto sentava ao lado dele, ainda com minha pose de homem bravo questionador.
— Vim aqui pra te ver ué! Achei que nós tínhamos voltado a ter, pelo menos, uma faísca de amizade depois da ajudinha que você me pediu ontem! — O coitado estava tão feliz, quase eu... Ah, mas não vai ser tão fácil. Não vou voltar minha amizade com ele tão cedo.
— Achou errado, querido! Eu nunca vou te perdoar pelo o que você fez! Nunca! — Após me ouvir, Yeonjun tirou aquele sorriso do rosto, ficou sério e levantou, ficando frente a frente a mim.
— Ei, eu vim aqui só pra ver você sabia? Sua mãe quase não me deixa entrar, tive que brigar com ela pra isso! Isso requer muita paciência, Beomgyu! Você sabe como é a Senhora Yeri, né? Uma fera! — Ele falava com tanto jeitinho, até ri um pouco tanto por lembrar que minha mãe realmente era difícil, quanto por ver a fofa expressão de Yeonjun quando foi falar dela. —... Você vai mesmo me fazer sair daqui sem nada? Nem um "vou pensar"?
Ele esperava que eu falasse algo... Mas o que eu diria? Perdoa-lo? Não posso, além de ser uma injustiça com Soobin, seria algo que talvez eu me arrependa de fazer, já que depois do que eu fiquei sabendo sobre Yeonjun; Do caso dele com meu melhor amigo e o vídeo, tudo isso me fez perder totalmente a confiança que eu tinha nele. Deixando minha cabeça livre para não duvidar do que Jjunie era capaz de fazer:
— Olha, Beomgyu...— Ele sentou ao meu lado e segurou minha mão. Não iria deixá-lo ter essa intimidade que ele perdeu meses atrás, então afastei a mão. —... Me desculpa. Por tudo. Por ser esse grande babaca que eu sei que sou, por ter feito aquilo com você, por... — Yeonjun sempre teve um charme enorme quando se trata de conversar com alguém. Normalmente, o que predomina é a face de sedutor, mas agora... Ele usava uma expressão preocupante, como se não quisesse mais ficar sozinho. —... Por não perceber que você gostava de mim e por ter te magoado não retribuindo!
— Yeonjun ninguém pode dizer que eu não tentei perdoar tanto você quanto o Soobin! Eu tentei, tentei mesmo! Mas eu não consigo, ainda dói muito quando eu olho pra vocês! — Não era bem assim, acho que o único motivo de eu realmente não perdoar esses dois é o medo de ser traído novamente.
— Eu sei, mas me perdoe e veja o quão eu mudei! Desde quando meu irmão meu falou aquelas coisas, quando ele tinha acabado de sair do coma e soube da morte do motorista, você sabe que ele disse que a culpa é minha, né? — Yeonjun dizia desanimado. Taehyung havia falado aquilo naquele dia, há muito tempo. Hoje ele não pensa mais isso, porém eu tenho medo do que pode acontecer se Yeonjun acreditar que é verdade.
— Ei, seu irmão estava com raiva! Ele tinha perdido um amigo e tentava achar um culpado! Lembra que até a si mesmo ele culpou? Taehyung não pensa mais isso, Jjunie! Você também não deveria pensar...— Falei esfregando suas costas, dando conforto.
— Bom... Do que adianta? Culpa minha ou não, meu irmão ainda me olha como se eu fosse um monstro! E-e eu penso bastante nas pessoas que eu perdi por ser assim, principalmente você Beomgyu...— Yeonjun pegou na minha mão novamente, mas eu não retirei dessa vez. —... Olha, lembra de quando nos tornamos amigos? Você me odiava! Eu também te achava um kid pé no saco, mas... Apesar das nossas brigas; Nos tornamos o que éramos! Sempre achamos que era pela classe social, não foi? Por meu pai ser importante e o seu também... — Confimei com a cabeça, até que eu estava curioso para ver o que Yeonjun iria dizer. —... Então... Não foi isso que me fez ficar. O que me fez continuar do seu lado foi você, não sua aparência ou reputação... Foi só você. É por isso que eu te beijei pela primeira vez três anos atrás, por que você me fez ficar e prometer pra mim mesmo que eu nunca iria embora! E eu realmente não fui... Você se foi e eu entendo o por que, mas...— Eu olhei no fundo dos olhos dele e pude ver o quão sincero ele estava sendo, seus olhos brilhavam por conta das lágrimas. —... Por favor volta a ser meu amigo, Beomgyu! Eu não quero ficar sozinho ainda mais sozinho!
— Y-Yeonjun e-eu...— Ele estava me deixando num estado que eu não sei descrever qual, mas tudo que eu quero é proteger ele de tudo e todos.
Abracei Yeonjun, foi uma reação automática. Ficamos abraçados por um bom tempo, eu conseguia sentir sua agonia e o quanto ele se arrepende. A família de Yeonjun sempre foi seu irmão e seus amigos, agora imagina você perder tudo isso? Imagina crescer tendo que ouvir um monte de merda dos pais, com um irmão amado mundialmente, com todos achando que você não vale nada perto dele? Imagina só você considerar seus amigos a sua família e perdê-los por culpa sua mesmo? Eram coisas que Jjunie tentava pôr fim de várias formas, seja de beber até não lembrar o nome até... Tomar várias pílulas... Eu não quero esse final pra ele, não vou deixar isso acontecer de jeito algum:
— Eu te perdoo...— Falei ainda abraçando ele. —... Você pode por favor não chorar mais?! Sabe que eu não aguento, idiota! Hehehe...— Disse me separando e enxugando minhas lágrimas.
— Hehehe... Foi mal, é que com você... Eu não sei, mas com você Beomgyu, eu consigo me abrir! Falar o que sinto...— Yeonjun me deixava cada vez mais tímido hihihi...
— É por que somos amigos! Há mais de dez anos! Também se não soubéssemos um do outro ia ser foda né! — Meu rosadinho ex-peguete riu e olhou as horas no relógio de pulso.
— Puta que pariu, Beomgyu! Nós vai se atrasar! — "vamos" nos atrasar é o certo... Mas eu amo esse jeitinho burro dele.
— Espera, pode me dar uma carona? Nós... Err... Podemos conversar mais sobre essa chance que eu te dei, discutir os termos...— Fiz biquinho e tudo, espero que ele deixe.
— Claro! Mas você tem que pôr o uniforme primeiro, né? Vai logo!
Yeonjun levantou e foi para fora, para ir ligando o carro e essas coisas. Eu corri rapidamente pro meu quarto e vesti o uniforme. Iria ser bem diferente a retomada dessa nossa amizade, mas eu espero que eu tenha feito o certo. Talvez eu tenha, já que está tudo tão certo na minha vida ultimamente... Não sei o que aconteceu, mas acho que estou com sorte!
Desci e fui para fora, quando vi, Yeonjun estava com a mão no volante e óculos escuros, com seu braço longo apoiado na porta do carro. Parecia que ele saiu de um filme do século passado:
— Já te falaram que assim você parece um valentão de escola dos anos 90? — Falei indo e pondo minha mochila no banco de trás.
— É? Hmmm... Eu gosto desse estilo! — Yeonjun abaixava seus óculos até o nariz e passava a língua nos lábios para falar comigo. Assim fica difícil não querer dar um tapa nele...
— Bom...— Entrei no carro e ajeitei o meu cabelo pelo retrovisor. —... O fato é que eu nunca andei num carro estilo anos 90 com um valentão dos anos 90!
— Quem diria?! Parece que hoje é seu dia de sorte! — Yeonjunie retirou outro óculos escuro, um modelo diferente do dele, do porta luvas e me deu. —... Ponha, seja um valentão comigo!
Eu ri um pouco, ria do quão foda-se pra tudo Yeonjun era. Ele me fazia sentir livre, como se nada no mundo pudesse me abalar, me sinto indestrutível. Pus o óculos, queria sentir essa sensação.
Bom, Yeonjunie deu a partida e fomos escutando It's My Life do Bon Jovi para a escola.
Ao chegarmos lá, estávamos tão nessa vibe de valentões dos filmes que apenas pulamos as portas do carro ao invés de abri-las. Yeonjun desfilava ao meu lado, ele era minha gangue e eu a dele. Definitivamente só faltava passar algum esquisito de óculos na nossa frente para empurrarmos e pedir o dinheiro do lanche, aí nosso papel de "mal criados" teria sido completamente bem executado.
Estávamos indo em direção a universidade mas, havia alguém cujo eu ainda preciso conversar! Ainda mais depois de ter perdoado o Jjunie... Só que, ainda assim... Soobin, que estava sentado bem na escada onde dá a porta da entrada lendo um livro, era uma incógnita. Ele estava bem na porta da frente da Hanlim, logo eu e Yeonjun nós aproximamos e a atenção dele voltou-se a nós:
— E aí, Soobin?! Tudo bom? — Yeonjun falava normalmente com Soobin, levantou até a mão para um hi-five... Eu não entendi.
— E aí... Vocês... Vocês estão juntos? — Soobin perguntou curioso e... Preocupado?
— Não! Mas o Gyuzinho resolveu me dar outra chance! — Yeonjun estava extremamente feliz, parecia uma criança após ganhar doce.
— Só por que ele chorou...— Falei ressaltando os fatos.
— Ah, bom! Eu sei que você queria voltar a ser meu amigo, até por que...— Yeonjunie me encarou com aquele olhar safado. —... Nós nunca ficávamos com tédio quando estávamos juntos...— Ele passava aquela língua dele naqueles lábios incrivelmente beijaveis... Era tão difícil tentar não reparar.
— Y-Yeonjun! Para! Quer que eu me arrependa de ter te dado uma chance inferno?! — O dirigi num tom alto, retomando minha dignidade ao parar de ter uma pequena lembrança do que aquela boca fazia quando tocava a minha.
— Não! Desculpa, foi mal... Mas... Bem que você podia dar uma chance ao Bin! Não é Soobin? — Olhei a Soobin e ele estava falando mudo um "para não, não precisa, para Yeonjun''... —... Até por que o coitado tá passando por umas situações que nem te conto, Gyu! Acredita que o Yohan bateu nele?!
— Peraí... O Yohan te bateu, Soobin?! — Fiquei supreso pra um caralho, eu jamais poderia imaginar o Yohan, meu amigo há tanto tempo, batendo no Soobin, que é seu tudo.
— É, mas foi só uma batidinha de leve hehehe! — Soobin tentava disfarçar, mas agora eu já sabia de onde saiu aquele machucado no rosto dele de ontem.
— De leve?! Você virou o rosto todo para o lado, Soobin! — O modo como Yeonjun falava me deixava ainda mais preocupado com Soobin. —... Mas se ele tivesse deixado eu bater naquele desgraçado, não ia sobrar nada do Yohan! — Yeonjun sempre foi assim, bem amigão protetor mesmo.
— Por que você não deixou, Soobin? — Perguntei. Se fosse comigo, eu mesmo enxia a cara do infeliz de porrada e ainda chamava o Jjunie pra completar.
— Por que eu não queria violência, eu vi como ficou o rosto do Yeonjun quando o Yohan partiu para cima dele e... Eu só não queria que eles brigassem, eles são amigos! Só isso! — Soobin se explicava e até eu entendia... Um pouco de nada, mas entendia.
— Se o Yohan realmente fosse meu amigo ele não bateria em você, né não Gyu? — Eu acenti com a cabeça.
— Soobin se tivesse sido comigo eu dava só uma que ele ia esquecer o nome! — Falei fazendo toda a rodinha rir.
Sem perceber, começamos a conversar sobre este assunto, que começou a dar em outros e mais outros assuntos até o último morrer. Foi só quando a conversa acabou que percebi que eu, Yeonjunie e Soobin parecíamos entre amigos. Porém, eu não perdoei o Soobin... Não formalmente....
— É...— Yeonjun quebrou o silêncio. —... Beomgyu, dá uma chance pro Bin vai! Você deu para um merda como eu, ele é seu melhor amigo de anos! Não tem por que não dar! Além do mais: Vocês são amigos, não tem que ficar brigando por macho não! — Fiquei chocado do quanto esse oxigenado é sínico.
Yeonjun me deixou em pé, frente a frente com o Soobin, e foi embora para dentro da Hanlim. Soobin me olhava e eu correspondia, estávamos meio que sem saber o que fazer. Não iria ficar parado alí esperando ele agir, por que, se o conheço bem, ele não falaria nada, poderíamos ficar aqui por dias que mesmo assim ele não falaria, pelo menos não quando ele sabe que está errado:
— Bom! Cá estamos nós...— Falei sentando ao lado dele no degrau. —... Como está sendo tudo, hã? Sempre quis te perguntar, mas eu não tive coragem... Como você tá conseguindo viver na mesma casa que aquele coisa escrota do seu pai, Soobin?! Aquele homem é o capeta em pessoa!
— Bom... Eu e ele brigamos todo dia, mas ele já conseguiu fazer pior só no final de semana...— Soobin havia ficado realmente triste, imagino que seja pela sua expressão.
— E-e o que ele fez? — Acabei gaguejando de tão nervoso que havia ficado.
Soobin me contou tudo, do seu pai ter contratado uma garota pra dar a ele a "cura" da homossexualidade até às incríveis horas e noite na casa de Hueningkai:
— Meu Deus... Eu... Nossa, você realmente devia estar precisando de alguém nesses momentos, né? Desculpa por não estar lá com você, amigo....— Me senti verdadeiramente mal, imagina passar pelo que ele passou? Se fosse comigo eu estaria terrivelmente chateado, talvez até com trauma.
— Tudo bem, você estava com raiva de mim, eu entendo o por que... Mas eu tive Hueningkai, ele tem sido como uma luz no fim do túnel pra mim! — Soobin sorria, aquele sorriso havia sumido por um bom tempo, mas agora voltou.
— He! Você deve mesmo gostar dele, né? — Perguntei tão soft, desde quando ele pôs os olhos em Kai, ainda lembro como se tivesse sido ontem, Soobin andava sorrindo mais e parece que aquele amigo idiota do Taehyun é alguém mais que essencial na vida dele, apenas abaixo de mim é claro.
— Eu amo ele, sei que é quase impossível... Nós dois... Por que somos de mundos diferentes... Também sei que você não concorda com esse tipo de relacionamento, né? Que mistura a "ralé" com a "elite" né, Beomgyu? É realmente muito difícil quando todos e tudo estão contra! — Soobin me lembrou que eu tinha que manter meu papel.
— E-é! E-eca, Soobin! Eu não tô acreditando que você ficou mesmo c-com esseeee... Err... Esseeee... Esse perrapado! Ele não tem onde cair morto, você sabe! Dá um fora nele, tenho certeza que tem garotos da elite que podem fazer melhor! Hum! — Minha atuação não foi tão boa, como costuma ser, mas eu realmente espero que meu amigo não desconfie.
— Há! Eu sabia que você ia se fazer, Beomgyu! — Eu geleia na hora, Soobin você...? — ... Eu já sei de tudo, sobre você e o Taehyun! — Soobin havia falado alto o suficiente para alguém escutar, então dei um belo tapa na cabeça dele, pra ele ficar esperto. —... Ai! Isso doeu, sabia?! Não tinha necessidade!
— Tinha sim! Só faltava você pegar o megafone e subir em cima de um prédio pra chamar mais atenção, besta! — Soobin ficava triste com minha repreensão, mas eu só conseguia pensar naquele amigo jumento do Taehyun... Hueningkai, aposto que foi ele aquele estrume. —... Mano, Soobin se eu pego aquele seu namorado, viu! Aaaah ele me disse que não ia contar pra ninguém! Filho da puta!
— Calma, não chama ele assim! Olha...— Soobin se aproximou de mim aos poucos, afinal eu estava com raiva e ele sabe como eu fico. —... O Hueningkai não tem culpa tá? Eu que acabei vendo umas mensagens do Taehyun que falavam de você no celular dele, então eu liguei os pontos! Mas... Eu juro, juro por Deus, que não contei nem vou contar a ninguém!
— É sério, Soobin! Não pode contar a ninguém! Ninguém mesmo! — Falei com a expressão mais ameaçadora do mundo.
— Eu sei! Não vou contar! Prometo! — Soobin sorria, parecia feliz então resolvi parar de assusta-lo com minhas encaradas.
— Ótimo! Agora vem! Temos que entrar! — Levantei e estendi a mão para o Soobin.
— S-somos amigos? De novo? — Ele perguntou, não havia motivos para eu dizer um não... Então assenti com a cabeça pra sua pergunta e ele quase pulou de alegria.
Soobin pegou na minha mão e adentramos a escola, eu senti como se eu tivesse voltado no tempo. Como quando eu havia finalmente conseguido ingressar no ensino médio, Soobin já estava no segundo ano na nossa antiga escola e ele foi o que mais ficou ao meu lado no primeiro dia, depois eu peguei a manha e fiz amizade com metade da escola, mas... Mas mesmo assim ele estava ao meu lado sempre! Realmente, aquela sensação de que tudo está dando certo de novo na minha vida era real!
Andava com Soobin pelos corredores, iriamos primeiro para a minha sala, depois Soobin iria para a dele. Passamos por Yeonjun que estava conversando com seus amigos e ele sorriu para nós com seu sorriso orgulhoso de quem conseguiu o que queria. Não vou mentir, terei que agradecer a ele mais tarde. Falávamos normalmente um com o outro, me esqueci completamente de tudo que ele fez, do motivo pelo qual fiquei com raiva dele. Vi que realmente não valeu a pena, não poderia ter o abandonado por besteira.
Éramos melhores amigos de novo e iriamos manter nosso papo até o sinal que indica o início das aulas tocar, porém fomos interrompidos por Jaemin que chegava ficando frente a frente a mim, ele parecia nervoso:
— E aí, Gyu? Beleza? Preciso falar contigo, cara! — Eu me preocupei um pouco pela expressão feita por ele.
— Tá, mano... Fala aí! — Jaemin olhou para Soobin desconfiado.
— O que você tá fazendo com ele?! Ele não era a Soocuri?! Disse que nunca mais ia dirigir a palavra e tals! — Ele perguntou, claro até por que é um contraste enorme as coisas que eu falava do Soobin pra ele e estar nesse exato momento ao lado dele.
— Soocuri, Beomgyu? — Soobin perguntou confuso, isso era conversa pra mais tarde hehehe...
— Eu tava com raiva de você, Soobin! Tinha que inventar um apelido pra não ter que me dirigir ao seu nome, ué! Me deixa! — Me expliquei da maneira mais resumida, se entender entendeu e se não entender pena né. —... E você, Jaemin?! Quer parar de se intrometer e falar que raios você quer?!
— Okaayyy... Calma, aí! É o Hyunjin! Ele adiantou a festa dele e o miserável disse que vai ser hoje a noite, acredita?! — Jaemin falou me deixando completamente indignado.
Hyunjin tinha feito eu e ele ficarmos a par da organização da festa, mas do nada ele muda dizendo que vai ser hoje?! Como que eu e a anta do Jaemin vamos organizar uma festa nível mansão do filho do ministro em só algumas horas?! Ele perdeu a cabeça de vez!
— Mas o que?! O que ele pensa que eu sou?! O Sonic?! The flash?! Ou que eu sou o Mercúrio do X-men?! Eu hein! Como que nós vai organizar uma festa do nível que nós planejavamos em apenas algumas horas?! — Jaemin parecia tão perdido quanto eu e puta que pariu eu mal voltei a amizade com o Yeonjun e já tô começando a falar errado, "nós vai" Ah chega dá uma agonia.
— Não sei cara, pergunta pro arrombadinho do Hyunjin! A festa é do cara e ele joga as coisas pra cima de nós dois assim! Bom...— Jaemin retirou alguns panfletos da mochila e me entregou. —... Pelo menos o miserável do nosso amigo fez questão de fazer a parte do marketing, ele pediu pra gente sair colocando como aviso por toda a Hanlim!
Eu li um dos panfletos e, pelo aviso, me lembrei que a festa ainda tinha que ser em casal. Só entrava quem fosse daqui e quem trouxesse um par, eu obviamente não poderia levar Taehyun! E agora? Com quem eu iria? Soobin?
— Wow! É pra ir de casal?! Nossa eu vou com o Kai, ele vai adorar! Hahaha! — Soobin disse após ler de relance, acabando com minha ideia de ir com ele.
— Kai? O Kai bolsista? — Jaemin perguntou com cara de nojo. —... Eu hein, tu é muito ruim pra escolher macho, Soobin! Puta que pariu, se fuder irmão! É o Yohan, finge de santo pras mamães dele, mas de santo só a cara! Aí, tem o Yeonjun que eu não vou nem falar por que a fama dele deve ser conhecida até no exterior de tão rodado! Agora esse bolsista?! Pô, Soobin! Num dá uma dentro!
— Cala a boca, Jaemin! Eu sei que você provavelmente vai chamar o Jeno... Pena que ele vai preferir ir com o Renjun! — Soobin debochava de Jaemin, eles poderiam iniciar um UFC aqui do meu lado que eu iria ignorar completamente por estar distraído pensando em quem eu vou levar.
— Meu amor, o Jeno come na minha mão, tá?! Se eu estalar os dedos, ele vem balançando o rabo! Aquele Renjun é só um metido a marrento na Friendzone, vai por mim, ele é ameaça 0! — Soobin riu, porém aparentemente... Meu Deus com que eu vou nesse baile Carai?!
— E você Beomgyu?! — Soobin perguntou animado. —... Você vai? — Acho que ele estava curioso, apenas esperando eu dizer que iria com o Taehyun, mas eu não posso...
— Sim! Lógico! Eu vou organizar, né! Tenho que estar lá! Hehehe...— Falei alegre, mas quase chorando por dentro.
— Legal, Gyu! Agora eu vou vazar, vou fazer as ligações pra galera do bufê! Você cuida da decoração, já que cê é melhor nisso! Tchau! — Jaemin sorriu e deu um tapa no braço do Soobin, um bem forte. Soobin iria descontar, mas o miserável correu então ele começou a rir? Vai entender meu pai...
É... E agora? Com quem eu vou nesse baile, senhor?!
Continua...
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