Nunca tive muitas namoradas e sempre fui muito carente; Os olhos dele me hipnotizavam me fascinando. Eu não sabia quase nada dele, mas sentia um ardor quando ele se aproximava de mim. Passamos uma tarde rindo, nos divertindo, e eu estava um bobo encantado.
- Frank, não! - Disse o empurrando devagar, tirando-o da minha frente.
Ele apenas me olhou e se afastou, abriu a porta e me deixou passar. Eu saí em passos rápidos, mas reparei nele que ainda estava na porta parado,me fitando. Parei por alguns instantes e o olhei fixamente. Ele continuara lá me olhando. Abri um leve sorriso, logo me respondeu com aquele sorriso torto apaixonante.
A rua estava escura e silenciosa, eu estava com medo de andar na rua sozinho, afinal eu não conhecia a cidade, nem as pessoas. Suspirei fundo e continuei a caminhar rápido, avistei na esquina os caras fumando "maconha". Eles estavam em 5 homens e tinha umas prostitutas junto. Atravessei a rua tentando sem sucesso passar desapercebido, mas 2 homens atravessaram em minha direção.
- Hey, onde você pensa que vai? - Um deles disse me puxando pelo braço e empurrando contra parede, ficando em minha frente.
Ele era bem alto e tinha marcas pelo seu rosto. Abaixei a cabeça e engoli seco. Estava com medo do que aquele idiota poderia fazer.
- É ..é é... - Gaguejava ainda com a cabeça baixa.
- Fala aí cuzão! Porque atravessou a rua? Ta com medinho? Agente não morde... - Me disse zombando enquanto os outros riam.
- Me deixe ir pra casa, eu não quero nada de vocês. - Retruquei.
- Mas agente quer de você. - Respondeu em tom mais alto.
Eu apenas me calei e continuei com a cabeça baixa. Ele alisou minha perna e tirou a chave do meu bolso, a jogando longe e rindo da minha cara. Dois dos homens começaram a me me agredir verbalmente e fisicamente, deixando boa parte do meu sangue pelo chão. Eu berrava pedindo pra eles pararem, mas eles não paravam. Me derrubaram no chão e me socaram no rosto e no tórax. Ouvi a sirene da polícia fazendo ronda no bairro, mas eu não tinha mais forças pra gritar por socorro. Preocupados com a polícia, eles saíram correndo me deixando caído no chão por alguns instantes.
Levantei-me lentamente se apoiando nas paredes, estava completamente fraco, com a cabeça girando e pulsando com fortes pontadas, fazendo-me sentir leves tonturas. Fui me arrastando de volta à casa do Frank, pois era onde eu via facilidade em socorrer-me.
Avistei Frank sentado na calçada em frente a sua casa fumando. Me viu se arrastando em sua direção e logo jogou o cigarro que fumara na rua e veio correndo em minha direção.
- O que houve com você Gerard? - Perguntou desesperado me ajudando a andar passando meu braço no seu pescoço.
- Uns caras... - Respondi fraco e caminhando apoiando ele.
- Vamos pra minha casa lá agente vê. - Disse realmente preocupado.
Chegamos na casa de Frank e ele me colocou no sofá com cuidado, deixando-me deitado e foi até a cozinha. Voltou com um copo com água e açúcar na mão. Sentou-se do meu lado e entregou o copo à mim.
- Agora me diga o que houve. - Me disse acariciando-me.
- Tinha uns caras na esquina e eles me barravam, eu tentei passar desapercebido mas.. não adiantou. Eles me bateram muito. - Respondi com os olhos cheios d'água e com voz trêmula.
- Joey! - Bufou nervoso.
- O que disse ? - Perguntei intrigado.
- Eu vou te levar pra casa, depois resolvemos isso com calma - Retrucou.
- Obrigada Frank. - Disse.
- Pelo o que garoto? - Riu.
- Por se preocupar... - Disse me aproximando dele.
Ele fixou seus olhos no meu e senti tanta confiança, ele compensou tudo que aconteceu só com aquele olhar.
Apoiei minha cabeça no seu ombro e deixei que ele acariciasse meus cabelos. Lentamente deslizava seus dedos por meus fios, causando arrepios. Eu me sentia outra pessoa.
Frank me ajudou a levantar e saímos. Eu mancava, porém Frank me ajudava, deixando-me apoiar nele.
Chegamos em casa e bati na porta, que foi aberta pela minha mãe.
- O que aconteceu menino?! - Ela perguntou preocupada me puxando para dentro.
Ela olhou para Frank e pediu que ele entrasse também.
- Apanhei de uns caras ai mãe... - Respondi.
- Mas quem filho? - Perguntou.
- Eu não sei mãe, se acalme que eu estou bem.- Disse me sentando ao sofá. Fazendo umas caretas por conta do corpo dolorido.
- Bom, eu vou voltar pra casa e deixar vocês em paz, Gerard precisa descansar. - Frank disse colocando a mão no bolso e fitando o chão.
- Espere Frank! - Disse me levantando.
- Não, eu tenho que ir, amanhã eu passo aqui pra ver como você está.- Respondeu.
- Está bem. - Fui o acompanhando até a porta.
Passamos para o lado de fora da casa que eu pudesse o agradecer com privacidade. Estava de frente pra ele, segurando firme a maçaneta da porta, para que ninguém nos interrompesse.
- Obrigada por tudo Frank, eu não sei como te agradecer. - Disse fitando seus olhos que brilhavam.
Ele sorriu de canto e se aproximou, quando notei nossas respirações se misturando, eu já sentia a minha ofegante.
Fechou os olhos lentamente e aproximou sua boca mais perto da minha. Eu passei minha mão pelo seu rosto a deixando cair sobre seus lábios, senti meus olhos fechando na mesma sintonia.
A rua estava deserta, já eram 11:40 pm. Não havia ninguém na rua e a vontade gritava dentro de mim. Era irresistível... e realmente não resisti, quando notei nossas bocas estavam coladas, o calor de seus lábios era intenso e conforme seu corpo pressionava contra o meu, eu sentia os batimentos do seu coração no meu corpo. Foi tão forte, tão profundo.
Senti sua língua entrando na minha boca lentamente e quente, o interrompi com uma leve mordida no seu lábio inferior, o fazendo subir os olhos, sorrindo entre o beijo.
Separamos e nos abraçamos, tão sinceramente fazendo-me apaixonar.
- Até amanhã Gerard. - Frank disse sorrindo de canto e desviando o olhar pro chão.
Levantei seu rosto e dei um beijo curto em sua boca.
- Boa noite Frank. - Respondi.
Ele se virou e caminhou na volta pra sua casa. Fiquei o observando ir com um sorriso maior que meu rosto. Eu estava encantado com seus olhos magníficos, fazendo-me até esquecer de que tinha apanhado, eu só pensava no beijo e sorria feito um bobo. Aquela com certeza teria sido uma das melhores noites da minha vida.
Entrei em casa e subi correndo pro meu quarto. Tomei um banho quente e vesti meu pijama preferido, sem desviar os pensamentos de Frank, deitei-me na cama e fitando o teto, lembrara do doce beijo.
Adormeci logo depois que minha mãe apareceu no meio da noite para me dar remédios para dores.
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