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História My cousin is my boyfriend - Dia 21; Parte II - Emotional Breakdown - História escrita por Gabby_Lopes - Spirit Fanfics e Histórias
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História My cousin is my boyfriend - Dia 21; Parte II - Emotional Breakdown


Escrita por: Gabby_Lopes

Notas do Autor


OI MEUS PRÍNCIPES E PRINCESAS! Meus primos e priminhas lindas rs

Foi sim muito doloroso passar três semanas sem postar. Foi tão ruim pra mim quanto foi pra vocês. Mas, guess whos back? EU VOLTEI CARALHO. E completamente pronta para me dedicar totalmente a minha "nova" vida de escritora. Sabem porque? Porque eu terminei a merda do terceiro ano e a droga da escola. Quer dizer, meu boletim oficial da recuperação sai amanhã mas acho que eu passei então torçam por mim.

Eu já estou procurando algumas editoras, para nossa imensa felicidade. E depois do dia 8, que é minha festa de formatura, vou começar a editar os capítulos iniciais ajeitar todo português e tudo mais, pra que essa história fique bem lindinha e aceitável e conquiste muitos outros corações além do de vocês.

Enfim eu só queria agradecer por todo apoio que vocês me deram esse ano. De verdade, eu pensei em desistir várias vezes e vocês literalmente seguraram essa barra pra mim. Eu sei que eu disse que nunca desistiria mas passou perto várias vezes não da pra negar kkkkkkk mas se não fosse vocês eu não sei mesmo o que seria de mim. A gente conseguiu ai meu Deus kkkkkkk muitissimo obrigada.

Ah e outra coisa. Eu juro que nada nesse capítulo foi planejado. Absolutamente nada. Quem é mais próximo de mim sabe que eu faço um planejamento pra cada capítulo da fic e esse capítulo aqui meu deus era pra ser completamente diferente kkkkk

Leiam com muito carinho, porque eu fiz com muito carinho pra vocês, e espero que gostem! Amo vcs! Nos vemos nas notas finais!

Capítulo 40 - Dia 21; Parte II - Emotional Breakdown


*olhem as notas por favorzinho* 

Sinto a areia grudada nas minhas pernas enquanto me sento sobre as rochas úmidas, concentrada em empilhar uma lata de cerveja em cima da outra na esperança de remontar a torre que caíra com o vento. Suspiro incontrolavelmente ao ver, pela minha visão periférica, o Shawn sair do mar pingando gotas de água salgada.


O garoto parecia mais pensativo do que nunca. E isso era preocupante. Entendia o que o Shawn estava passando, ele simplesmente não conseguia controlar sua ansiedade, não conseguia esvaziar a mente e parar de pensar demais sobre tudo. A única coisa que eu podia fazer era sentar ao seu lado e ouvi-lo.


- O que você tá fazendo? - Meu primo pergunta ao se aproximar de mim bagunçando o cabelo molhado. Engulo em seco minimamente, sem conseguir evitar o caminho que meus olhos fizeram pelo seu corpo.


- A torre de latas que eu e a Leslie montamos aqui da última vez caiu com o vento. Tava só dando um jeitinho nela… - Explico encarando as dezenas de latas espalhadas pela areia e depois pousando meus olhos na expressão curiosa do Shawn. - É que nunca tiraram nenhuma das coisas que trouxemos daqui. Foi assim que descobrimos que ninguém vinha pra esse lugar. Enchíamos a cara aqui e quando voltávamos no dia seguinte as latas estavam exatamente onde havíamos deixado.


- Fugir da realidade né? Saquei. - O garoto fala com os olhos em fenda e um meio sorriso sem humor brotando no seu rosto. Aquele sorriso amarelo que partia meu coração. - Isso explica o narguile perdido no meio da areia bem ali.


- Isso é da Leslie. - Digo no meio de uma risada seca levantando das pedras com cuidado para não arruinar o meu progresso com as latas. Paro em frente ao meu primo, tirando os grãos de areia presos à minha pele e aproveitando para o analisar. Sua falta de ânimo estava me afetando profundamente. - Eu posso ser uma puta pé de cana mas nunca fumei.


- Nunca? - O Shawn pergunta finalmente mostrando alguma expressão verdadeira em seu rosto. Levanto uma sobrancelha, chocada pelo tom incrédulo do garoto. Vejo o Shawn abaixar a cabeça com um sorrisinho de lado no rosto que me fez tremer.


- Nunca, porquê? - Pergunto rapidamente assistindo-o me dar as costas e caminhar lentamente em direção a canga estirada na areia. Pulo rapidamente os degraus de pedras e sigo os passos do garoto, havia uma certa preocupação a cada atitude minha. A verdade era que eu estava esperando um colapso emocional a qualquer momento. - Você já?


Sento ao lado do meu primo sobre a toalha de praia aguardando ansiosamente sua resposta. Analiso o perfil imaculado do Shawn, completamente mergulhado em pensamentos, imaginando toda a sua vida no Canadá, sem o som das ondas do mar, sem a futilidade imensurável de Naples, sem os meus problemas em suas costas.


- Já. - O som da sua voz por baixo da respiração pesada me desperta dos meus pensamentos e engasgo imediatamente ao digerir sua resposta monossilábica. O Shawn nunca deixava de me surpreender. - Usei uma vez só, numa festa com meus amigos. Mas não gostei muito, eu não curto ficar lento.


- O anjo da família não é assim tão puro. - Falo sentindo o vento frio bagunçar meus cabelos úmidos, esperando uma resposta rude do Shawn, que não veio em momento nenhum.


A essa altura do campeonato já sabia que o meu primo não era o garoto intocado e perfeito que parecia. Isso me fazia gostar ainda mais dele. Porém, parte de mim sentia certo desconforto ao saber do peso que o Shawn carregava por conta de todas as expectativas que depositavam sobre ele.


- Pelo que eu sei Lúcifer era o anjo preferido de Deus antes de se rebelar. - O garoto fala rindo sem humor, e o tom da sua voz faz meu peito de apertar dolorosamente. A angústia do Shawn parecia se refletir com dez vezes mais intensidade em mim.


- Por favor pare de inverter os papéis, eu não sou boa com isso. - Minha voz sai mais baixa que o esperado e meu primo parece perceber isso pois se vira na minha direção. Seus olhos não estavam inchados como imaginei mas as córneas vermelhas com certeza não eram pela água do mar. Ele parecia estar desabando bem diante de mim.


- Ah princesa eu não estou. Se eu estivesse invertendo os papéis não precisaria passar toda a minha vida me preocupando com o que os outros vão pensar de mim. - Meu primo responde mais confiante do que eu esperava, como se estivesse saboreando a amargura das próprias palavras. Respiro fundo sabendo que precisava deixá-lo desabafar, não importava quão doloroso fosse ouvir tudo aquilo sair da sua boca. - Lembra que assim que eu cheguei aqui na Flórida, nós brigamos na calçada por que você disse que passou sua vida toda vivendo na minha sombra? De todas as idiotices que já saíram da sua boca essa foi a pior Ray. Sério, você diz que tem uma péssima reputação e todos esperam o pior de você mas não faz ideia do quanto eu te invejo por isso.


- Do que você tá falando Shawn? Isso não faz sentido nenhum meu bem. - Murmuro calmamente, tentando manter a minha voz inexpressiva diante da tempestade de emoções dentro do meu peito. Meu primo me encara com a sobrancelha erguida e busco nos seus olhos algum indício de raiva mas não havia nada ali além frustração.


- Você tem noção de quanta expectativa as pessoas colocam sobre mim? Você faz ideia do quanto isso me afeta? Eu nem ao menos posso levantar o tom da minha voz sem alguém vir me dizer que “eu não sou assim”. Você pode fazer o que quiser Rachel, ninguém vai se surpreender se você for pra festas, dormir com garotos, sair com suas amigas isso é algo que uma adolescente normal faria. - O Shawn fala rapidamente passando os dedos pelo cabelo molhado numa evidência palpável da sua confusão mental. Sabia para onde essa conversa estava caminhando e não gostava nem um pouco. - Se eu sair com meus amigos e encher a cara, é capaz da Lenora convencer a minha mãe a me pôr num psicólogo. Se eu voltasse pra casa agora e socasse a cara do Garret, exatamente como eu tenho pensado em fazer a dias, seria um escândalo. Você pode expor ele, você pode contar pra todo mundo, ninguém esperaria menos de você Rachel, mas por algum motivo estúpido você continua aqui sentada sem mover um dedo.


- Você não entende. Você só está sobrecarregado com tudo que tá acontecendo. - Falo calmamente colocando minha mão sobre a do garoto, que se afasta de mim rapidamente. Conseguia ver a sua respiração pesada pelos movimentos dos seus ombros nus, e toda a irritação exposta nos pontos vermelhos em seu pescoço.


O meu primo sempre foi emotivo. Ele nunca sentiu vergonha de chorar e expor seus sentimentos e, mesmo que me machucasse muito ver as lágrimas escorrendo pelo seu rosto quando discutíamos, sabia que isso era algo que fazia parte dele. Assim como fazia de mim.


Mas nunca  havia visto um ataque de ansiedade do Shawn. Era um choro diferente. Era uma angústia diferente. Seu rosto, sua voz, os sentimentos estampados em seus olhos. Era uma outra face do meu primo que eu jamais tinha visto, e algo me dizia que ele em nenhuma circunstância já mostrara para alguém além de mim.


- Eu. Não. Estou. Sobrecarregado. - O meu primo diz entre os dentes cobrindo o rosto molhando com as palmas da mão. Meu coração estava palpitando com uma rapidez absurda enquanto eu tentava manter a calma para controlar o Shawn. Não sabia se deveria tocá-lo, não sabia se falar o deixaria mais irritado, não sabia se ficar quieta e esperar era o melhor a se fazer. Só sabia que vê-lo assim estava me matando. - Essa porra dessa cidade parece a desgraça de uma novela. Eu nunca pensei que rolaria algo entre você e eu, agora tem um maníaco me mandando mensagens escrotas também e eu ainda tenho que me preocupar com o relacionamento dos meus tios. Eu tô na porra de um universo paralelo.


Sinto minha garganta se fechar durante alguns segundos antes soltar todo o ar preso em meus pulmões. A pessoa também estava mandando mensagens para o Shawn? Respira Rachel. Acho que agora sim ele está tendo um colapso emocional.


- Shawn. - Chamo seu nome sem saber o que fazer mas o meu primo parece ignorar completamente pois apenas continua xingando e murmurando coisas sem sentido. Toco seu pulso cuidadosamente numa tentativa falha de fazê-lo descobrir o rosto.


- Me deixa. - O garoto rosna afastando a minha mão e se jogando de costas sobre a areia. Seu peito subia e descia com dificuldade, conseguia ouvir o chiado da sua respiração arfante e o seu rosto estava começando a ficar muito vermelho depois de passar as mãos tantas vezes sobre ele.


O que o Shawn fazia quando eu tinha ataques de pânico? O meu primo me abraçava com força e me forçava a respirar. Como eu faria isso se o garoto não quer nem que eu tocasse nele? Droga, ele teve aula de primeiros socorros na escola de como ajudar alguém no meio de um ataque de pânico. Ninguém nunca me disse o que fazer numa situação assim.


- Shawn, você precisa respirar. - Sussurro me agachando ao seu lado. Ponho os dedos sobre seu peito sentindo o batimento acelerado e anormal do seu coração, sua pele estava fervendo e suas mãos não paravam de tremer.


- Eu não consigo. - Meu primo murmura se debatendo angustiado. Tento puxar suas mãos mais uma vez mas ele me empurra e se senta abruptamente com a mão no peito. - Rachel, eu não consigo respirar. Rachel!


- Calma! Calma meu bem, você tá tendo uma crise de pânico! Não é nada ok? Você tem que se acalmar. - Respondo finalmente vendo as feições de desespero estampadas no rosto do meu primo. Ele parecia tão confuso, tão assustado. O Shawn nunca havia sentindo aquelas coisas antes, ele parecia não saber o que estava acontecendo, o garoto nunca teve uma ataque de pânico antes. - Respira Shawn.


- Eu não sei… eu tô passando mal… Rachel! - O som da voz embargada do Shawn chamando meu nome partiu meu coração em um milhão de pedacinhos. A única coisa que queria fazer era tirar toda essa dor e confusão dele, mas não sabia como. Vejo meu primo passar a mão no pescoço, completamente angustiado, antes de deitar na areia novamente.


- Shawn. Ouça minha voz ok? - Falo fazendo o maior esforço do mundo para me manter calma, mesmo numa situação como essa. Sinto o garoto buscar a minha mão e segurá-la de forma afobada, me apertando com força. - Tá tudo bem. Você só precisa respirar. Inspire e expire.


O garoto abraça a minha cintura rapidamente enterrando o rosto entre as minhas coxas buscando por refúgio. Sinto as lágrimas quentes na minha pele e meu coração se aperta ao vê-lo chorar com tanta intensidade. Percorro os dedos pelos seus ombros trêmulos até que sua respiração se normalizar.


- Shawn, você não tem que carregar o peso do mundo nas suas costas. Não tem que guardar tudo pra si mesmo e sofrer sozinho. Você não tem que ser perfeito. - Murmuro percorrendo os dedos pelo cabelo úmido do meu primo. Sinto sua mão tocando minha pele com desespero e seu corpo vibrando pelo choro incontrolável. - Você não tem que ser perfeito o tempo todo. Você só tem que ser você mesmo. Não importa o que as outras pessoas vão pensar de você, sempre vai ter alguém te adorando, independente do que acontecer.


- O que tá acontecendo comigo? - A voz do meu primo me interrompe por entre seus soluços e sinto meu coração se apertar. Pela primeira vez eu não tinha uma resposta na ponta da língua. E no fundo nós dois sabíamos que nada que eu pudesse dizer seria capaz de calar a angústia em seu peito.


Suspiro profundamente, mergulho meus dedos nos cachos cor de chocolate do Shawn deitando-me ao seu lado sobre a toalha de praia o sentindo me abraçar pela cintura com força. O garoto enterra o rosto no meu pescoço e a umidade das lágrimas recém derramadas me fazem estremecer.


Aconchego seu corpo contra o meu e meus olhos ardem ao sentir seu peito titubear, ainda arfante pelas emoções patologicamente avassaladoras. Seus braços rodeiam a minha cintura nos deixando o mais próximos possíveis, então era apenas eu, o Shawn e o silêncio para fazer companhia aos nossos pensamentos aflitos.


Cada estrela que surgia no céu poente parecia ser um motivo para acalmar o coração sobrecarregado do meu primo. Até que o dia deu lugar à noite, e a luz da lua era a única a nos iluminar nos limites do rochedo que cercava nossa praia particular.


- O céu parece tão estrelado aqui. - A voz do meu primo, apesar de rouca pelo choro, tem um tom relaxado que me causa alívio imediato assim que reverbera em meus ouvidos. Sinto o seu sorriso mínimo escorado em minha clavícula e respiro profundamente inalando o ar salgado da praia.


- Eu sei. - Respondo calmamente, reprimindo um bocejo. O abraço com mais força buscando o calor da sua pele nua em contato com a minha tentando ignorar os arrepios causados pelo vento frio da noite de Naples. - Eu achava que isso acontecia por conta das luzes da cidade estarem afastadas, mas a Leslie disse que não é isso já que, bom, tem um monte de bares bem atrás de nós. Não tem uma explicação pra que as estrelas brilhem mais só aqui.


- Olhe para as estrelas. - O Shawn sussurra e faço o que ele pediu imediatamente, admirando cada ponto de luz no céu absurdamente escuro. Cada uma delas parecia entoar uma canção, composta especialmente para mim. - Quanto tempo você acha que demoraria para contar todas elas?


- Não sei. Não dá pra contar. - Respondo por baixo da respiração virando a cabeça para o lado e encontrado os olhos do Shawn vidrados nos meus. Suas íris pareciam brilhar mais que todos os corpos celestes juntos. - Levaria uma eternidade.


- O tempo que levaríamos para contar todas as estrelas sobre nós, é o tempo que eu quero ficar ao seu lado.


A voz grave do Shawn parece se perder em meus ouvidos. Nesse exato segundo soube que nunca mais seria a mesma. Nem uma palavra saiu da minha boca com medo de estragar o momento, mesmo que agora isso fosse impossível. Por isso o sorriso do Shawn preencheu o meu silêncio exatamente como deveria ser.


- Não me olhe com essa cara princesa. - Meu primo diz sentando-se com meu corpo estarrecido sobre seu colo. Eu simplesmente não conseguia tirar meus olhos dele. Sinto o garoto percorrer a ponta áspera do polegar pelas linhas do meu rosto, dando-me aquele sorriso angelical capaz de resolver qualquer problema na minha cabeça. - Só me dê um último beijo antes de voltarmos para casa.


Sua boca macia toca a minha com lentidão, como se tivéssemos todo tempo do mundo, e temo que meus lábios estejam com o gosto amargo de uma saudade que ainda nem deveria sentir.


- Não quero voltar. - Murmuro entre o beijo, sentindo seus lábios no meu novamente como se eu não houvesse pronunciado nenhuma palavra.


- Mas a gente precisa voltar. O retiro é amanhã, e ainda nem arrumamos nossas malas. - O Shawn fala baixinho voltando a me beijar, sem me dar tempo para responder.


- Amanhã? Mas já? Passou tão rápido. - Choramingo me afastando o suficiente apenas para ser possível pronunciar palavras que meu primo entendesse. - Mesmo assim, vamos ficar mais um pouco, a Lenora e o Gary já devem ter chegado. Não vou aguentar olhar pra cara deles agora.


- Mais um motivo. Se não chegarmos antes do jantar alguém vai ficar de castigo. E não queremos isso. - Meu primo fala com um sorriso de lado dando-me um selinho atrás do outro de forma carinhosa.


- Mas eu trouxe sua comida favorita e você nem tocou nela. - Digo tentando arranjar mais desculpas para não ter que voltar para casa. Vejo-o arquear uma sobrancelha com aquele olhar suspeito que me derretia completamente.


- Óbvio que eu toquei. - O garoto responde com um sorriso de lado agarrando a minha bunda e mergulhando os dedos na minha carne sem nenhum pudor. Não controlo a risada alta que escapa da minha garganta ao sentir seu toque áspero.


- Não isso idiota. - Murmuro me esticando sobre seu colo até alcançar a minha bolsa de plástico translúcido cor de rosa, agradecendo por cada movimento que seus dedos faziam em minhas coxas.


- Mas eu tenho certeza que te ouvi falar sobre minha comida favorita. - O garoto sussurra pensativo brincando com as tiras da minha calcinha, enquanto tento concentrar em achar os muffins amassados, que fiz na esperança de pôr um sorriso no rosto irritadinho desse menino.


Literalmente arranco a tampa do recipiente, agarro a primeira massa homogênea do que um dia foi um muffin e enfio na boca do meu primo antes que seus dedos pudessem me provocar mais. Ouço sua risada abafada se misturar com a minha enquanto catava os pedaços partidos dos bolinhos dentro do tupperware.


- Você que fez? - O garoto pergunta de boca cheia, claramente tentando esconder o sorriso. Pisco várias vezes sentando em cima das pernas do meu primo vendo-o mastigar lentamente.


- Como você sabe? - Pergunto ansiosa apoiando as mãos de cada lado do seu corpo, preocupada em manter-me o mais perto do garoto mesmo que não houvesse motivo algum para isso. Vejo-o arquear as sobrancelhas e balançar a cabeça minimamente deixando-me ainda mais curiosa.


- Seu rosto. Você tava animada demais pra quem havia acabado de enfiar um bolinho na minha guela. - O Shawn responde no meio de uma gargalhada, esticando-se e agarrando outro bolinho para por na própria boca dessa vez. - Além disso, só você seria capaz de colocar tanto açúcar em algo como tem aqui.


- Achei que ia ficar mais gostoso! A receita tava pedindo tão pouco! - Explico revirando os olhos para sua expressão convencida e levanto-me do seu colo, começando a procurar pelas minhas roupas. - Que seja, o importante agora é que você não vai poder mais dizer todo santo dia que eu estou te devendo muffins. Ou que eu sou uma caloteira de bolinhos.


- Ok, tudo bem então Senhorita Não Tem Açúcar Suficiente Na Receita. - O garoto revida no meio da risada caminhando até enquanto dobra a canga. Sinto meu rosto queimar assim que noto seu sorriso, e essas reações nada tinham haver com o quanto meu primo ficava maravilhoso sorridente. Eu só gostava de ver o Shawn feliz. - Eu já disse que adorei essa lingerie em você?


- Eu já disse que adoro o jeito como você fala a palavra lingerie? - Pergunto colocando as mãos na cintura e deixando minha cabeça pender levemente para o lado antes de me virar para pegar meu short jogado na areia.


- Tem um ursinho imenso bem na sua bunda sabia. - Ouço o garoto falar contornando com os dedos o desenho sobre o tecido de algodão da minha calcinha. Solto um grunhido alto antes subir o short rapidamente impedindo-o de rir do urso estampado na parte de trás da minha roupa íntima. - Acho tão fofo o jeito como você sempre usa calcinha de…


- Nem abra a boca se for pra falar que eu uso calcinha de criança. - O interrompo grosseiramente arrancando a canga da suas mãos e colocando-a dentro da bolsa. A risada baixa do Shawn aquece meus ouvidos tornando impossível de levar suas provocações a sério.


- Eu estava dizendo que achava isso fofo. - O garoto continua, observando-me enquanto tampo a caixa com as minhas coisas e da Leslie. - Mas se te consola, a sua calcinha não faz muita diferença.


- Obrigada Shawn, eu captei a indireta. - Respondo pisando nas primeiras pedras que formavam o rochedo. Sinto as mãos do meu primo rodearem a minha cintura, ajudando-me a escalar as pedras muito mais rápido do que se eu estivesse sozinha.


A cada passo que dávamos nossas risadas e joguinhos pareciam ficar mais tensos engolidos pela escuridão da praia deserta de Naples. Todas aquelas mensagens estranhas e a revelação do Shawn pareciam ter aprimorado a minha paranóia.


Eu simplesmente não conseguia olhar para as sombras e fendas nas pedras e não imaginar meu perseguidor anônimo se esgueirando entre elas. Prestes a me atacar com uma faca na mão. Qualquer mínimo ruído me fazia estremecer. Meus nervos estavam literalmente a flor da pele e minhas pernas prontas para correr em disparada ao menor sinal de perigo.


O Shawn deve ter notado isso, e parte da minha tensão pode ter se alastrado para o garoto diante da sua sensibilidade. Principalmente porque as gracinhas e provocações haviam cessado imediatamente quando nossa visão foi tomada pela escuridão.


Estávamos sozinhos no topo de um rochedo deserto, devia ser por volta das oito da noite, não tínhamos celulares, nem lanternas, nem mesmo um fósforo e nenhum conhecido sabia onde estávamos. Era a emboscada perfeita.


Eu já havia feito esse percurso diversas vezes no meio da madrugada com a Leslie, é e nunca me pareceu nada além de inofensivo. Mas hoje, juro por Deus, o som das ondas estava me ensurdecendo. Estava tentando me concentrar apenas em descer pelo rochedo o mais rápido possível sem cair e quebrar uma perna no meio do caminho.


- Você ouviu isso? - A voz do Shawn soa tensa quando ele agarra minha mão rapidamente me puxando ao longo dos degraus de pedra do rochedo. Fico em silêncio, sem coragem de dizer nenhuma palavra ao tentar apurar ao máximo minha audição para o barulho que meu primo havia mencionado.


Meu coração estava surrando o meu peito e quase pude sentir uma gota de suor escorrer pela minha nuca enquanto estreitava minhas pálpebras na mesma direção que o Shawn olhava atentamente.


Então, quase como uma alucinação, um brilho cintilou no meio das pedras. Bem diante dos meus olhos. Cravo as unhas no pulso do Shawn sentindo o ar travar dentro dos meus pulmões, sem me atrever a fazer o mínimo ruído possível.


Minhas mãos tremiam mas eu estava com medo demais para perguntar se o Shawn também havia visto aquele brilho assustador no meio das pedras. Mas pela expressão aflita no rosto do meu primo ele definitivamente viu. Abri a boca para suplicar que dessêmos o fora dali o mais rápido possível.


Porém, antes que pudesse pronunciar qualquer palavra que fosse outro brilho atingiu nossos olhos, dessa vez muito mais forte, seguido de um “click” agudo que fez meu coração parar. A próxima coisa que meus ouvidos captaram foi o grito agudo rasgando minha garganta se misturando com o grave do Shawn.


Não tive tempo de correr antes de sentir o braço do meu primo agarrar minha cintura violentamente e, literalmente, deslizar sobre ele por cima das pedras em direção a areia úmida a alguns metros abaixo de nós. Aposto que ralei os joelhos ao cair no chão mas isso não parecia importar no momento pois no segundo seguinte já estava levantando ao tropeços com as unhas enterradas na mão do Shawn arrastando-o ao meu lado tentando correr o mais rápido possível.


E caramba, nós corremos. Corremos até que o som do mar ficasse baixinho, até que o vento batendo no meu rosto secasse as lágrimas que recorreram por ele. Corremos até alcançar as luzes do restaurante e é bem possível que só tenhamos parado quando avistamos a fachada familiar da nossa casa.


Eu nunca havia sentido tanto medo na minha vida, por isso quando pousei os olhos naquele anão de jardim bem ao lado da minha caixa de correio a única coisa que capaz de fazer foi despencar na grama fofa de um quintal alheio.


- VOCÊ VIU AQUILO, NÃO VIU? EU NÃO TÔ MALUCA NÃO É? - Pergunto afobada encarando o Shawn com as mãos apoiadas no joelho tentando recuperar o fôlego após ter corrido alguns bons quilômetros. Arfo profundamente torcendo para que meus pulmões voltassem a funcionar como deveriam. - Você viu aquele brilho Shawn?


- Você não tá maluca. Eu vi. - O garoto murmura arfando e caindo ao meu lado com as mãos enterradas no cabelo. Minha mente estava a mil, nenhuma hipótese parecia plausível para o que havia acabado de acontecer.


- Tinha alguém lá. Tinha alguém nos observando. Ai meu deus… - Choramingo esfregando o meu rosto de forma angustiada. Meu cérebro não conseguia processar a droga em que tínhamos nos metido. Encaro o Shawn e seus olhos preocupados buscavam algum conforto em meu rosto da mesma forma que fazia com ele. - O que mandaram pra você Shawn?


Vejo o Shawn apertar os olhos e deslizar a mão pela testa suada, ignorando a minha pergunta e desviando o olhar para o asfalto da rua. Sinto minha garganta se fechar, temendo sua resposta depois dessa reação evaziva.


- Shawn… o que dizia a mensagem que você recebeu? - Pergunto, e dessa vez não consigo controlar o tremor em minha voz. Pouso a mão lentamente sobre o braço do meu primo enquanto assisto a mudança nas duas expressões.


- “Sua namoradinha parece ter me dado um vácuo e esquecido de olhar as mensagens que eu mando. Mas eu não esqueci de contar gracinha. Faltam 9 dias.” Eu recebi ontem a noite, de um número desconhecido. - Tremo ao ouvir cada palavra que saía da sua boca. Isso não pode ser verdade. Isso não podia estar acontecendo. O Shawn me encara pensativo, suspirando pesadamente. - Deveríamos ir na polícia.


- Não! Não! Não! Não podemos fazer isso! - Falo angustiada me levantando imediatamente. De jeito nenhum iríamos à polícia. Vejo as sobrancelhas franzidas do meu primo e reviro os olhos diante da sua afobação. - Eu sei que deveríamos, mas nós somos menores de idade Shawn. Os policiais iriam exigir a presença dos nossos pais e então teríamos que contar tudo. Tudo mesmo. Ir na polícia está fora de cogitação.


- Por enquanto. Por que se isso piorar, e começar a ficar perigoso, vamos ter que… - O garoto deixa a frase morrer no ar a medida que levanta -se do chão ficando mais alto que eu. O garoto me analisa minimamente antes de fazer um carinho em meu rosto e forçar um sorriso de lado cheio de preocupação. - Mas não deve ser nada demais. Só o seu ex idiota bagunçando sua cabeça.


- Ou a Clair sendo uma psicopata obsessiva talvez. - Rebato respirando fundo e tentando manter a calma, dando passos lentos lado lado do meu primo até chegarmos em casa.


- Vocês passaram a tarde toda fora, onde estavam? - A Lenora pergunta assim que colocamos os pés dentro de casa. Odiava quando ela vinha com o interrogatório mas hoje a familiaridade da sua voz aguda até acalmou meus nervos.


- Saímos pra almoçar e aproveitamos pra dar uma volta na praia tia Nora. - O Shawn explica, sabendo que seu argumento seria levado a sério bem mais do que qualquer coisa que eu pudesse dizer. Não espero mais respostas apenas atravesso a sala e ando em direção às escada ansiosa para chegar ao meu quarto.


- Vocês nem me convidaram né? - A Aaliyah protesta e meu coração se aperta em meu peito por estar tão afastada da Aali ultimamente.


- Te levamos da próxima vez bonequinha. - Respondo a olhando por cima do ombro e lançando o sorriso mais verdadeiro que conseguia nas condições em que me encontrava. Continuei subindo ao perceber que o Shawn havia ficado para mimar um pouco a irmã como costumava fazer.


Soltei o ar preso em meus pulmões assim que que me encontrei dentro do meu quarto. Me sentindo aliviada e segura entre aquelas quarto paredes que me eram tão familiares. Ando suspirando até o armário, percebendo que em algum momento no meio da nossa fuga eu havia perdido a minha bolsa. Eu amava aquela bolsa. Ugh, meus óculos escuros estavam dentro dela, meu brilho labial também. Que droga.


Me estico até alcançar a pequena bagagem de mão em cima do armário, pensando no que levaria para o retiro e como os dias haviam passado rápidos até hoje. Vou me arrastando em direção à cama e jogo a bolsa por cima dela antes de algo sobre a cabeceira me chamar atenção.


Era um porta retrato, muito parecido com o que eu havia visto mais cedo no corredor, que não estava ali antes. Havia uma foto minha e do Shawn emoldurada, estávamos na praia sentados sobre a canga e parecíamos bem entretidos debatendo seja lá o que fosse. O meu primo tinha aquela expressão petulante no rosto enquanto eu tentava segurar o riso.


Era uma bela foto. O problema era que a Lenora estava obcecada em decorar a casa com fotos das nossas férias, e isso já estava me dando nos nervos. Eu nem queria olhar o álbum de família depois desse mês.


- Rachel. - A voz da Lenora me faz pular com o susto. É só falar no diabo. A mulher estava parada na porta mas ainda assim não me virei para ela, não teria coragem de olhar nos olhos dela depois do que descobri ontem. - Espero que você não tenha esquecido como sempre faz com tudo, mas o retiro é amanhã.


- Não… eu não… não esqueci. Já estava arrumando minhas coisas. - Respondo coçando a nuca tentando ao máximo não parecer estar escondendo algo. Tinha medo de olhar no seu rosto e falar “Oi, sabe a senhora Collins? Então o Gary tá te traindo com ela, mas não fica triste não. Afinal todo mundo já tinha te avisado que isso ia acontecer um dia.”


- A propósito adorei a foto que você pôs na sua cabeceira. Você até parece comportada nela. - A Lenora murmura antes de dar as costas e sair do quarto. O ambiente parecia estar se fechando ao meu redor e o ar mais rarefeito a cada segundo de tortura. Não foi minha mãe que pôs ali. E não poderia ter sido o Shawn. Isso não faz sentido.


Levo minhas mãos trêmulas ao porta-retrato, girando o arame que prendia o compartimento onde a foto ficava presa. Solto a madeira lentamente capturando o papel grosso em meus dedos e lendo a frase escrita no verso da fotografia.


Um grito agudo irrompe minha garganta e largo o porta-retrato me encolhendo ao ouvir o som estridente que o objeto faz ao cair no chão.


- O que houve? - O Shawn pergunta afobado correndo na minha direção. Balbucio palavras mas nenhum som que sai da minha boca é coerente, choramingo apontando para o chão. Os olhos do meu primo seguem a direção do meu dedo, abaixando-se para alcançar a foto e crispando a pálpebra num esforço para ler o que estava rabiscado na parte de trás.


Os olhos do Shawn se arregalam imediatamente e ele me lança um olhar nervoso sussurrando um palavrão.


-Fudeu


“Você não pode fugir de mim, princesa. Faltam 8 dias.”











Notas Finais


Não surtem ainda!!!
Lembrem-se que sempre dá pra ficar pior!

PELO AMOR DE SHAWN MENDES DIGAM O QUE VOCÊS ACHARAM DESSE CAPÍTULO! PRECISO MUITO DE UM FEEDBACK!

Tava pensando em fazer um insta pra fic o que acham? Muita gente aqui n tem Twitter então o Twitter da fic ta literealmente morto kkkkk

Ah e o grupo do face esta em andamento ok galera? É que eu simplesmente odeio facebook, serio vocês não fazem ideia do quanto então, tô bem lentamente resolvendo isso. Eu fiz uma conta nova no face só pra fazer esse grupo então me adicionem lá acho que é Gabby Lopes o nome kkkkk e n tem foto não tem nada ainda rs

Enfim obrigada por tudo, COMENTEM, FAVORITEM, COMPARTILHEM COM O MIGUCHINHOS


● Onde me encontrar:

Twitter da fic - @shawn_fanfic
Twitter pessoal - @shawn_fluffy
Twitter da Rachel - @rachel_bitchell
Twitter do Troy - @MexTroy

● Grupo de Whats ( Para sofrer e me xingar)

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Amo vocês! Beijinhos beijinhos ❤
VEJO VOCÊS NO DOMINGO!


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