** OLHEM AS NOTAS FINAIS **
- Ah Rachel, o que você tá fazendo aqui? - Meu primo pergunta me olhando por cima dos ombros com certa curiosidade que me matou em vários sentidos. Engulo em seco tentando formar uma frase coerente na minha cabeça mas o queimar constante das minhas bochechas não me deixava pensar direito. Caralho, por que o Shawn tinha que ser tão gato?
- Hã… - Murmuro de forma quase inaudível dando alguns passos na direção do garoto, tentando não parecer tão idiota e lembrando que deveria recobrar minha consciência. Grande erro, agora o Shawn estava mais perto de mim e podia sentir o cheiro do seu shampoo me atingindo gradualmente.
O meu primo ergue uma sobrancelha na minha direção, se divertindo com a minha imbecilidade momentânea causada pela sua presença. Encaro o garoto, caramba eu nem sabia que meu coração podia bater nessa velocidade e ainda me deixar viva. Respiro fundo, tomando fôlego suficiente para soltar apenas um longo suspiro que deixou as bochechas do Shawn ainda mais avermelhadas.
- Ela veio te ver. - O Matteo responde por mim começando um ataque de riso repentino e sinto meu rosto fritar numa sensação de pura vergonha. Eu precisava de uma banheira com gelo nesse exato momento ou iria derreter se passasse mais um segundo apreciando o Shawn depois do banho.
- Não… Eu, hã, só vim trazer o secador que o Matteo pediu. Ele disse que era uma emergência capilar. - Murmuro, incapaz de falar mais alto do que aquilo. Ouço a risada baixinha do Shawn e os pêlos da minhas nunca se eriçam no mesmo segundo. Jesus, isso estava ficando obsceno. Mordo a boca vendo o Shawn procurar um calção na mochila e escolhendo um preto. Claro.
- Caramba Rachel, era nosso segredo. - O Matteo rosna me dando um cutucão no ombro, que mal sinto por estar preocupada demais analisando cada movimento do Shawn. Por que essa cena estava acontecendo tão devagar? - E meu bem, não é assim que se conquista uma pessoa. Você não está sendo nem um pouco romântica.
O Shawn ri novamente me lançando um daqueles olhares mornos que me dava arrepios por todo corpo. Respiro fundo sentindo uma súbita falta de ar como se a atmosfera do quarto estivesse mais densa que o normal. Assisto ao Shawn vestindo o calção por baixo da toalha, e não consigo deixar escapar a visão mínima das suas coxas grossas antes de serem cobertas pelo tecido de tactel. Sem cueca por baixo. Agora eu estava soando como uma pervertida.
- É difícil ser romântica nessas condições. - Digo levando ao mão ao pescoço, sentindo a minha pele fever sob meu toque enquanto o meu primo passava desodorante rapidamente.
Como uma pessoa pode ser tão gostosa só passando desodorante?
Vejo meu primo pentear os cabelos úmidos com os dedos de forma despreocupada, derramando gotas de água pela sua nuca, deixando-as pingar da ponta do seu nariz e escorrer pelo lábio cheio e rosado. Arranho a pele do meu pescoço instintivamente angustiada com a vontade insana de tocar o garoto.
- Então Shawn, você vai pra festa com a gente? - Pergunto e sem querer pareço mais fria do que o esperado. Qual é? Eu estava literalmente me controlando para não pular em cima dele. Não dava para ser carinhosa e controlada ao mesmo tempo.
- Já disse que não. - Meu primo responde e surpreendentemente não soa nem um pouco rude. Sinto minha garganta se fechar com a possibilidade de não passar a minha noite com o Shawn e começo a choramingar como uma criança mimada.
- Mas você sabe que eu vou me sentir mal se você não for! - Digo quase gritando, subindo alguns oitavos de um jeito que minha voz saía irritantemente aguda. Ouço o Shawn rir e choramingo ainda mais alto.
- Exatamente. - O garoto confirma se virando na minha direção e cruzando os braços de forma impassível. Solto um grunhido fino batendo os pés no chão de madeira, quando queria mesmo era estar fazendo isso na cara do Shawn. Ele sabia o quanto eu queria ir, e mesmo assim queria cortar a minha vibe. - Minha princesa, primeiro que a gente vai ter que se esgueirar pela cozinha pra alcançar o carro do Matteo, quando nós dois sabemos que se alguém nos pegar vamos estar completamente fodidos porque reverendo vai contar pra Lenora e aí você já sabe. Segundo, nem vamos poder ficar juntos lá com toda aquela galera conhecida olhando a gente. Você vai encher a cara, dançar de biquíni pra um monte de gente, pegar vários caras enquanto eu assisto? Nem fodendo. Prefiro ficar e dormir.
- Não! Não vai ser assim! Nós vamos nos divertir eu prometo! Por favor Shawn! - Peço abraçando a cintura do garoto e olhando para cima para ver seu rosto sério me encarando. Ele parecia firme na decisão dele e de certa forma concordava com o que ele dizia. Mas isso não mudava o fato de que eu queria muito ir. Eu nunca tinha que implorar para o Shawn fazer absolutamente nada, e nunca fui boa pedindo nada para os outros. - Por favor, não disse que não ia se você não fosse, só disse que ia me sentir mal sem você lá. Você prefere ficar aqui enquanto eu vou pra festa?
- Se é o que você quer, não vou te impedir, eu jamais faria isso. - Meu primo diz rodeando minhas costas com os braços e me encarando com um sorrisinho de lado. Por que o Shawn tinha que ser assim? Isso só fazia eu me sentir pior! Solto um gemido agudo sentindo meus olhos marejarem sem conseguir segurar o choro por algo não ter saído como o planejado. Típico Rachel, típico. O garoto aumenta o sorriso ao notar minha manha e desliza o polegar pela minha bochecha carinhosamente. - Pare de ser chorona, você vai se divertir, só prometa que não vai beber muito.
- Não se preocupa cara, vou tomar conta dela. - O Matteo fala já com o calção colorido enquanto veste a blusa de marca. Sinto o Shawn respirar profundamente e encarar o teto do quarto com a mandíbula trincada. Meu primo passa os dedos pelo cabelo molhado e algumas gotas caem em mim, deixando pontos gelados em meu rosto.
- Ok, me convenceu. Não confio nele. - O Shawn diz se afastando de mim rapidamente e alcançando uma blusa azul marinha na mochila. Não consigo evitar um gritinho eufórico ao perceber que o meu primo havia concordado em ir para festa comigo. Mesmo que por um motivo suspeito. - Sem chances de deixar o Matteo tomando conta de você.
- Como se eu não tivesse feito isso durante meses enquanto namoravamos. - O Matteo responde por baixo de uma risada sarcástica. Me incomodava um pouco saber que o Matt estava se esforçando para ser legal enquanto o Shawn não estava dando a mínima para a forma como o tratava. E isso era muito contraditório dele, não que meu primo não tivesse motivos mas não gostava daquilo.
Antes que o Shawn possa responder levo minhas mãos ao seu rosto e o puxo na minha direção colando nossos lábios e agradecendo por ele me acompanhar. O garoto ri contra minha boca e sinto a vibração do seu peito contra o meu. Nossa eu estava com tanta saudade disso.
- Não que eu me importe, mas a porta está aberta. - O Matteo diz com aquele tom impaciente e sinto o Shawn de afastar de mim hesitante. - Rach, liga pra Lessie e diz que estamos descendo, por favor.
Pego meu celular no bolso do short e o ligo discando rapidamente o número que já havia decorado a muito tempo, encaro o Shawn colocando a carteira no bolso enquanto me analisa minuciosamente.
“Fala.” A voz da minha amiga soa apressada do outro lado da linha.
- Vá para o carro já estamos prontos e a caminha. Não passe pelo hall de entrada, os guardas noturnos estão lá. - Cuspo rapidamente sabendo que tínhamos de ser rápidos antes que algo desse errado. Desvio meu olhar para o meu primo andando a passos largos até o Matteo e sinto meu coração dar um salto. Ok, não era uma boa hora para uma discussão garotos.
“Entendido. Câmbio, desligo.” A Leslie fala zombeteira antes de desligar sem esperar uma resposta da minha parte. Apesar disso não me despeço tão rápido e continuo com o aparelho colado à orelha, esperando por cada movimento do meu primo.
- Cara, foi mal se tenho sido um idiota com você ultimamente, você sabe que eu tenho um pé atrás com você mas… - Meu primo sussurra, claramente para que eu não ouvisse e finjo estar concentrada demais na ligação para dar atenção à conversa dos dois. Noto a sobrancelha franzida do Matteo e sua feição desconfiada. Se eu fosse ele também acharia estranho. - Mas você está tentando ser legal e acho justo fazer o mesmo. Pela Rachel. Não quero ver ela se irritando por causa nós dois.
- Sem ressentimentos bro. A Rach já tem coisa demais pra se preocupar, ela não precisa de dois marmanjos ciumentos estressando ela. - O Matteo fala sorrindo e escuto a gargalhada do Shawn antes de assistir aos dois darem um soquinho, um no punho do outro. Sinto meu coração se aquecer com aquela cena e tento não gritar de emoção mas não consigo segurar o grunhido agudo que faço com a garganta. Vejo os dois garotos virarem na minha direção rapidamente. - Você ouviu isso?
- Não! Eu não ouvi nada… - Digo negando com a cabeça mas sem conseguir esconder o sorriso largo em meu rosto. Estava me sentindo incrivelmente idiota mas era impossível controlar as minhas emoções. Os dois garotos fazem careta ao mesmo tempo se encarando e depois olhando para mim.
Ah, se eu pudesse ter os dois ao mesmo tempo, só por uma noite… Sinto meu rosto queimar e desvio do olhar dos garotos rapidamente, me repreendendo pelo pensamento pervertidos. Apostaria mil dólares que o Shawn tinha certeza do que estava passando pela minha cabeça, apenas pela minha expressão facial.
- Vamos antes que eu mude de ideia. - O Shawn diz rindo e balançando a cabeça negativamente enquanto passa por mim. Ok, ele definitivamente sabia o que eu estava pesando. Sigo o garoto, me certificando de que o Matteo estava logo atrás de mim, driblando os garotos que caminhavam pelo corredor livremente e parando no topo da escadaria escura. Tínhamos que ser rápidos.
O Matteo foi primeiro porque de todos nós ele seria o mais fácil de se safar se fosse pego. Ele fez o percurso em alguns minutos e logo estava mandando uma mensagem para o meu celular dizendo que já se encontrava no carro. Minhas mãos estavam tremendo lembrando do que havia passado com os seguranças e estava muito hesitante do Shawn ser o último a passar.
O garoto era um poste ambulante, impossível não vê-lo.
Mesmo desconfiada meu primo me fez ir na sua frente, não sem antes me dar um beijinho motivacional. O caminho pela cozinha estava bem seguro, o que me assustava era o amplo espaço aberto até o carro, se eu passasse pelo ângulo errado os caras da portaria poderiam me ver e aí dessa vez não teria sonambulismo que salvasse.
Por sorte tudo deu certo até que eu alcançasse o Porsche do Matteo. Digito a mensagem para o Shawn rapidamente e assim que levanto os olhos do celular avisto a cara azeda da Clair no banco da frente.
- Caralho Matteo cometer o mesmo erro duas vezes é muita burrice! - Digo aumentando meu tom de voz e apontando o dedo na cara do meu ex que me olhava sem paciência. Eu não podia acreditar na cara de pau que esse garoto tinha para trazer a vaca da Clair.
- Eu disse que isso ia acontecer. - A Leslie murmura enfadonha de dentro do carro jogando o cabelo loiro de por cima do ombro.
- Já posso chamar o Uber? - A Anna pergunta com o celular em mãos e a sobrancelha erguida na expressão mais irritada que já a vi fazer.
- Sério você só pode estar de brincadeira com a minha Cara? Tá escrito otária na minha testa porra? - Pergunto dando um tapa com a mão aberta no peito do garoto. Sinto o Matteo segurar meus pulsos com firmeza enquanto me debatia violentamente.
- Para de escândalo! Eu já te disse mil vezes… - O Matteo me sacode fazendo eu me debater com a ainda mais agressividade. O garoto aproxima seu rosto do meu e sussurra para que só nós dois possamos escutar. - Já te disse mil vezes que a Clair cresceu comigo, você sabe disso melhor que eu Rachel. Eu te adoro, mas não vou deixá-la na mão por causa dessa richa ridícula entre vocês duas.
- Richa ridícula? Como você tem coragem de abrir a boca pra me dizer isso? Essa “richa ridícula” só começou por sua causa! - Rosno me sacudindo até que o garoto me soltasse. Conseguia sentir os olhos da Clair sobre mim e apenas isso estava me fazendo segurar o choro.
- Eu sei! E estou tentando consertar a merda que eu comecei Rachel! - O Matteo fala entre os dentes, com a veia destacando-se da pele do seu pescoço e o cabelo começando a se desarrumar apenas pelo estresse do momento. Cruzo os braços em frente ao peito e engulo em seco sentindo minha garganta arder.
- Já pensou que se você tivesse conseguido deixar o pau dentro das calças, você ainda poderia me chamar de namorada e dizer que a Clair é sua melhor amiga? - Pergunto encarando os olhos castanhos Matteo, inegavelmente mais úmidos do que o normal enquanto ele tentava manter a postura na frente das outras garotas que assistiam à cena atentamente. - Uma pena que não possa mais, tudo causa dessa “richa ridícula”.
- PORRA ENTREM NO CARRO! - Escuto a voz do Shawn gritar e no segundo seguinte vejo o garoto correndo a toda velocidade na minha direção. Não tenho tempo de raciocinar até perceber os guardas atrás dele e sentir meu coração sair pela garganta.
Meu primo agarra minha cintura assim que nos alcança e me puxa para dentro do carro rapidamente, largando-me de qualquer jeito sobre o seu colo. Não é preciso nenhum grito afobado para que o Matteo dê a marcha e enfie o pé no acelerador, deixando os guardas para trás completamente confusos.
- Eu disse que você era alto demais pra eles não te verem. - Murmuro assistindo ao meu primo recuperar o fôlego enquanto a Leslie falava uma palavras atrás da outra como se estivéssemos acabado de escapar de uma perseguição policial.
- Eles me perguntaram se eu era sonâmbulo! - Meu primo diz fazendo careta completamente confuso e não consigo segurar o riso, deixando de lado a confusão de segundos atrás para aproveitar a companhia do meu primo. Enquanto a Clair não abrisse a boca estava tudo bem.
Por que carros caros eram tão pequenos por dentro? Não aguentava mais ficar espremida entre o teto baixo do automóvel e o meu primo que mal cabia podia levantar cabeça sem bater em mim. O sítio onde estávamos hospedados ficava afastado e do outro lado da cidade, ou seja, a viagem não era curta o suficiente para que ficar esmagada com outras quatro pessoas no banco de trás de um Porsche fosse suportável.
No entanto a insalubridade da viagem foi um bom gatilho para atiçar a minha mente sobre os recentes acontecimentos. Estava tão cansada de discutir com o Matteo todo santo dia por um motivo que ele, claramente, não pretendia voltar atrás.
Foi como o próprio garoto havia dito: Ele me adorava. O Matteo me adorava, mas amava a Clair. Não importava o quanto doesse em mim admitir aquilo, considerando principalmente toda decepção que passei quando se tratava do assunto, era impossível ir contra um fato como esse.
O Matteo a amava com o fundo do coração, um amor que, por muitas vezes pensei o contrário mas, ia além da carne e do corpo. Ele tinha sentimentos profundos pela amizade da garota, e colocaria em risco a sua própria imagem para cuidar dela. Não havia amor maior do que aquele fundado na cumplicidade de um amigo verdadeiro. Era assim que funcionava. E tinha certeza disso já que, acima de qualquer coisa, o Shawn era meu amigo.
E eu faria qualquer coisa pelo Shawn.
Tudo bem. Talvez o Matteo não amasse a Clair como mulher, talvez nunca fosse capaz de namorá-la, e muito menos sentir o que ela sentia por ele. Mas isso não o fazia amá-la menos. A Clair podia levar o Matt ao limite, podia irritá-lo, podia fazê-lo desejar sua morte, e podia tirá-lo do sério com mais facilidade do que qualquer outra pessoa.
Isso era apenas mais uma prova do poder que tinha sobre ele. E assim como eu a pouco tempo atrás, a Clair parecia não ter conhecimento nenhum sobre isso. A pena que sentia dela estava superando meu ódio a cada momento que parecia entendê-la um pouco.
O problema era que não queria entender a Clair. Nunca quis, e não quero agora. Nada na sua história de vida terrivelmente melancólica e solitária me faria perdoá-la pelo pavor que me fazia passar a cada segundo que tocava no meu celular e via uma notificação de mensagem.
Assim que avistei a mansão branca e reluzente, com uma iluminação colorida impecável e incontáveis paredes de vidro, soltei o ar preso nos meus pulmões experimentando um alívio inexplicável. Não se tratava tanto da dor nas pernas por ter ficado encolhida e muito menos das reclamações constantes da Leslie sobre como estávamos demorando, talvez um pouco. Simplesmente não aguentava mais os pensamentos excessivos martelando a minha cabeça.
Precisa parar de pensar. Parar de pensar só um segundo na maluca ameaçando a mim e ao Shawn, no fato de estar perdidamente apaixonada pelo meu primo e ter total consciência de que nunca poderíamos ficar juntos, no estresse constante que meus pais, meu ex, a comunidade de Naples, me fazia passar. E principalmente no tão pouco tempo que tinha para aproveitar a companhia da pessoa que mais me fez feliz na minha vida.
E hoje era o dia perfeito para não pensar nessas coisas. Para não pensar em nada além da festa em que eu estava prestes a entrar.
Assim que o Matteo estaciona o Porsche todos nós pulamos do carro, tentando deixar nossos narizes o mais empinados possível na frente de todas as garotas perfeitas de biquíni e todos os caras com roupas da Trash e da Supreme e tênis monstruosos da Nike. Parecia uma grande convenção do conceito Instagram ostentação.
Sinto o vento salgado da mansão beira mar e batida alta invadindo meus ouvidos, colocando um sorriso automático em meu rosto e sendo a responsável pelo friozinho excitante em minha barriga enquanto seguia meus amigos festa a dentro.
Sinto a mão grande do Shawn enlaçar meu braço e me puxar em sua direção ao desviarmos dos poucos adolescentes bêbados na entrada da casa, apoiado nos conversíveis importados e extravagantes.
- O que foi? - Pergunto levantando a cabeça propositalmente e sentindo meu nariz tocar em sua bochecha morna, minha boca roçando em seu queixo a cada passo que dávamos.
- Não exagere. - O Shawn pede arfando contra meu rosto, entreabro os lábios minimamente pensando em respondê-lo porém me distraindo com a distância da sua boca e apenas assentindo. - Eu sei que você não consegue se controlar quando está bêbada, então para cada cara que você pegar vou ficar com uma garota.
- Justo. - Digo soprando as palavras suavemente enquanto vejo suas pupilas aumentando gradativamente pelo ambiente escuro da casa. - Mas por mim, no final da noite a única garota com quem você vai ter ficado será eu.
Meu primo me encara sem diminuir a velocidade dos passos,e lançando um sorriso sacana que aqueceu os lugares mais intocados do meu corpo e aposto que fez meu rosto se avermelhar num segundo. Desvio o olhar engolindo em seco ao passarmos por uma porta de vidro escancarada.
Olho ao redor vendo os copos brilhantes e bebidas coloridas destacando-se na luz negra, bem no centro da sala havia uma estátua que com certeza custava mais que a minha casa com os meus pais dentro. Algumas garotas semi nuas dançavam ao redor da escultura greco romana, acariciando os seios de pedra da figura completamente descoberta.
Você conseguia ter uma ideia do nível da festa pela música que estava tocando. Uma festa que dançava ao som de Wiggle Wiggle do Jason Derulo era muito diferente de uma que vibrava na batida de Bouncin On My Dick do Tyga. Ela havia sido propositalmente colocada para te dar vontade de ficar nua.
- Got a badass bitch just bouncin’ on my dick... - Escuto a Leslie cantando se virando na minha direção rapidamente e agarrando minha cintura enquanto me obrigava a mexer os quadris a acompanhando. Rio flexionando os joelhos levemente e balançando a bunda, sabendo que o Shawn estava com os olhos nela.
- Don’t push me out. Don’t push me out. I'm going all in. - Vejo a Anna cantar se aproximando lentamente com as mãos por baixo do meu cropped enquanto se mexe com a batida da música. Levanto os braços jogando os cabelos para o lado e me deixando levar pela vibe da festa enquanto sinto minha blusa passar pela minha cabeça e ser pendurada no biquíni branco que cintilava na luz negra.
- Now get deep in it, lemme see you… - Escuto a voz aguda da Clair sendo abafada pela música e penso em recuar ao sentir sua mão delicada na minha barriga, mas assim que viro o rosto ouvindo a respiração da garota na minha orelha e enxergo o Shawn ao lado do Matteo já segurando uma bebida pela medida na mão, com as mãos no bolso da bermuda e uma expressão impagável no rosto, colo minhas costas nos peitos da menina atrás de mim e balanço a minha bunda no ritmo da música. - See you shake your things.
- Make you twerk, make it clap, go down with it… - Canto acompanhando o rap, tendo a certeza de que o Shawn podia ler os meus lábios perfeitamente pois estava me deliciando com a volúpia estampada no seu rosto. Fecho os olhos rebolando, sentindo a bunda da Leslie contra as minhas pernas, o busto da Clair nas minhas costas e os cabelos da Anna batendo em meu rosto. - She a freak ima get it in a nightgown. I wanna watch it go up...and back down. Ten shots, got me in a headlock.
- Got a badass bitch just bouncin on my dick! Bouncin on my dick! Bouncin on my dick! - Gritamos por cima da música antes de finalmente nos separar rindo uma para a cara da outra a medida que a música acabava dando lugar a outra que nunca havia escutado. Enfio as mãos nos cabelos, jogando-as para o lado ansiando para ver a expressão safada no rosto meu primo.
Procuro pelos garotos um pouco afastados e assim que os encontro noto o adolescente alto de cabelos negros cumprimentando os dois. Isso não podia ficar melhor. Mordo minha boca nervosamente enquanto caminho até eles vendo o menino virar os azuis na minha direção e imediatamente bater nas coxas grossas e abrir os braços me chamando.
- Reed! - Grito correndo e pulando no colo do garoto rodeando seus ombros num aperto carinhoso e eufórico. Sinto o Reed me agarrar pela cintura com a mão não ocupada pela bebida e dar um giro comigo antes de me colocar no chão.
- Gatinha, é realmente muito conveniente sempre te encontrar nessas situações… - O garoto fala com a voz arrastada dando um beijo rápido no meu maxilar antes de se afastar me permitindo a visão dos seus olhos azuis claros, parecendo ainda mais acesos com as luzes coloridas.
- Toma minha blusa. - Grito sobre a música entregando meu cropped ao garoto, assistindo-o gargalhar abertamente antes de enfiar o tecido, que parecia minúsculo nas suas mãos, na barra da sua calça jeans rasgada dobrada até os joelhos. Me viro para o Matteo sentindo o olhar desconfiado do meu primo sobre mim e me esforçando para ignorar esse incômodo. - Por que não me disse que ele ia vir?
- Vir? Achei que soubesse. - O Matteo diz se aproximando de mim para que pudesse escutá-lo através da batida. Ponho as mãos na cintura confusa, revezando o olhar entre meu ex e o seu amigo com cara de modelo.
- Soubesse do que? - Pergunto vendo minhas amigas, e a Clair, se aproximarem de onde estávamos. Notando, e claro, a presença impactante do Reed. Olho para a Leslie por alguns segundos e consigo vê-la salivar com os olhos grudados no garoto. Não dava para evitar.
- É óbvio que eu ia estar aqui docinho, essa casa é minha. - O Reed grita perto do meu rosto, certificando-se de que iria escutá-lo. Ok, então ele cospe dinheiro. Minha mente volta vagamente ao dia em que o conheci na casa do Matteo, semana passada, e o garoto contou que estava passando um tempo aqui por causa da mãe artista plástica.
- Oh! Agora que você falou até que eu to lembrando de quando… - Deixo a frase morrer no ar por que todo mundo sabe que não é bom trazer acontecimentos passados numa festa. Ainda mais se eu estivesse completamente fora de mim nesse passado. Sorrio envergonhada com a expressão no rosto do Reed, denunciando que ele também se lembrava e pelo visto melhor que eu. Desvio o olhar percebendo que a Leslie estava escorada em mim encarando o garoto a sua frente. - Ah, Reed essa a Lessie, Lessie esse é o…
- Reed Ocean, aham, tenho um quadro da sua mãe bem em cima do sofá da minha sala. - A Leslie diz me interrompendo com seu jeito efusivo e se aproximando do garoto para dar dois beijinhos em sua bochecha.
Ver minha amiga flertando sempre me deixava constrangida, a Lessie tinha um comportamento completamente diferente do meu quando se tratava de garotos. Mas o Reed não parecia ligar muito já que o sorriso largo ainda não havia saído do seu rosto. Pelo que eu lembrava ele era mal encarado a maior parte do tempo mas podia ser um doce quando queria. Ou talvez só estivesse chapado agora.
- Sinto muito pelo mau gosto dos seus pais pra arte. - O Reed diz levantando o copo na direção da Leslie num cumprimento e dando um gole curto na bebida. Sinto minha boca salivar apenas com o cheiro forte do álcool, suspiro lembrando que o Shawn havia pedido para que eu me controlasse, olho na direção do meu primo que me encarava quase como um lembrete constante de não podia dar a louca.
- E essa é a Anna. - Falo voltando a realidade e puxando minha amiga pelo pulso, o Reed a cumprimenta amigavelmente a garota tímida e não posso deixar de notar o rubor nas bochechas da mais nova.
- Eu te conheço de algum lugar? - O garoto de olhos azuis pergunta franzindo as sobrancelhas cheias e encarando minha amiga dos pés a cabeça. A Anna era linda, não tinha dúvidas disso, mas se ela conseguisse ficar com o Reed hoje a noite eu iria idolatrar essa garota. Quer dizer, um cara daqueles definitivamente não era para qualquer garota normal, até hoje me pergunto porque ele me trata tão bem toda vez que nos vemos.
- Não que eu lembre… - A baixinha diz colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha totalmente sem jeito, ouço a risada escandalosa da Leslie enquanto todos nós observamos a cena apreciando o constrangimento da Anna. Qual é, é super engraçado ver pessoas passando vergonha. Mas até que ela estava se saindo bem. - Talvez já tenhamos nos visto em outros lugares, meu pai viaja muito. Você já foi pro Colorado?
- Califórnia. - O Reed responde rapidamente levando os dedos aos lábios, parecendo estar concentrado em seus pensamentos, fazendo meu estômago revirar em excitação. Por que esse cara parecia que estava sempre no meio de um photoshoot? Caramba, já me irritava o fato do Shawn ser assim.
- Ah, eu morei lá quando no início do ano passado! - A garota explica com a bochechas coradas, parecendo muito feliz por solucionar a confusão do Reed. O garoto sorri balançando a cabeça como se tudo estivesse claro agora. Agora ela deve estar esperando um beijinho de agradecimento, mas não sou eu quem vai avisar. - Deve ser isso, você deve ter me visto lá.
Sabia que a Anna odiava ter que se mudar várias vezes no ano por causa do trabalho do pai dela, mas sempre desejei ter essa sorte. A garota conhecia vários lugares, fazia novos amigos e podia recomeçar sempre que ia para outra cidade. Era uma loteria. Imagino que o problema dela seja se apegar muito às pessoas que a cercam, não a culpo.
- Vamos pegar uma bebida pra você florzinha. Venham também, entrem na piscina, destruam uns quadros. Façam o que quiserem. - O Reed diz segurando minha mão, provavelmente lendo nas minhas expressões faciais o quanto eu estava morrendo de sede. Sede de vodka. Olho por cima do ombro, avistando meu primo logo atrás de mim.
A forma como ele olhava para as garotas espalhadas pela casa não me agradava nem um pouco, mas aposto que o meu primo também não estava feliz de me ver de mãos dadas com um qualquer. Espero o garoto voltar a atenção para mim e mexo os lábios esperando que ele consiga entender.
“Para cada garota que você ficar, eu vou pegar um cara.” E bom, ele parece ter entendido pois riu balançando a cabeça, fazendo alguns fios soltos dançarem pela testa antes de erguer uma sobrancelha insolente e me responder. “Vá em frente.”
Atravessamos o que parecia ser a sala principal, com um pé direito alto para ocupar a maior quantidade de quadros possíveis na parede, e bem ampla para comportar um exorbitante número de pessoas. A Flórida inteira estava naquela casa.
Sinto o ar ficar mais suave e só então noto que estamos na área externa da casa. E caralho, nunca havia visto uma piscina tão monstruosamente grande. Sério, era imensa. Corro os olhos pelas pessoas, me assustando com a quantidade de jovens bonitos e ricos naquele lugar, fazendo-me sentir completamente deslocada, notando que eu era provavelmente uma das mais novas ali. A maioria parecia já estar na faculdade e estar aqui para curtir o recesso em grande estilo.
Avisto o bar nem um pouco improvisado próximo a piscina gigante, haviam barmans fazendo bebidas que brilham no escuro oi literalmente pegam fogo. Ok, eu definitivamente tinha provar aquilo até o final da noite, mas por enquanto tinha que começar com algo leve.
- O que você quer? - Escuto a voz arrastada do Reed perguntar no meu ouvido e o arrepio que percorre minha coluna é inevitável. Viro o rosto para falar com o garoto e sinto seu nariz roçar no meu, aproveito a sensação por alguns segundos antes de me afastar sabendo que o Shawn logo chegaria aqui. Não faria nada. Não na frente dele.
- O que me sugere? - Pergunto me debruçando sobre a bancada, apoiando meu queixo na mão enquanto assisto o garoto me cegar com seu sorriso clareado e pular o balcão do bar. Rio notando a aproximação do Shawn, sem conseguir tirar os olhos dele por um segundo sequer.
O Shawn era o tipo de pessoa que parecia se destacar na multidão, ou talvez fosse apenas eu com filtro apaixonado o observando, mas a forma como ele se mexia, como andava, como lançava olhares para as pessoas, era naturalmente atrativo. E meu primo parecia não perceber isso, ou pelo menos não ligar, pois continuava intocável, passo após passo.
Vejo meu primo levar as mãos à bainha da camiseta e puxá-la sobre a cabeça com rapidez. Não, ele não era o tipo de cara que sensualizava porque sabia que era bonito, ele fazia sem querer. E isso me matava. Sinto meus pulmões falharem e o ar faltar em meu peito, tomando um grande fôlego apenas quando ele já estava perto o suficiente.
Como estar se afogando durante muito tempo e então sentir um alívio absurdo quando volta à superfície conseguindo finalmente respirar. Era assim sempre que eu olhava para o Shawn.
- Quer dançar? - Pergunto sentindo meu rosto queimar assim que o meu primo se aproxima de mim. Vejo o garoto balançar a cabeça gargalhando, apoiando-se no balcão e se abaixando para dar um beijo cálido no meu ombro que fez minha garganta tremer. - Isso foi mais um convite pra me ver dançando e não pra você dançar de verdade, eu sei que você só dança quando tá bêbado.
- Eu não danço quando estou bêbado. - Meu primo diz no meio de um riso, virando-se para o barman e pedindo uma cerveja. O Shawn era diferente de mim, ele preferia perder a sobriedade lentamente, um copo de cerveja atrás do outro. O garoto cruza os braços ressaltando o bíceps levemente definido.
- Sinto te dizer isso mas… - Murmuro sem me preocupar se minha voz estava saindo alta o suficiente ou não, já que o Shawn não tirava os olhos dos meus lábios e com certeza conseguia decifrar o que eu estava falando apenas pelo movimento deles. Levanto a mão, sentindo o Reed observar o envolvimento entre nós dois, e desenho com a ponta da unha as veias no antebraço do meu primo. - Mas, sim, você dança quando tá bêbado. E muito mal por sinal.
- Tenho certeza que eu não…
- Tenho provas em vídeo de você dançando no ano novo. - Falo o interrompendo. Vejo meu primo revirar os olhos com um sorrisinho de lado que fez todos os meus dentes aparecerem. O Shawn suspira, levando a mão em direção ao meu rosto, contornando meu queixo com o polegar. Deito minha bochecha na palma da sua mão e aprecio a visão divina que tinha.
- Provas que você não vai usar pra me chantagear quando quiser alguma coisa. - Meu primo fala erguendo uma sobrancelha de forma zombeteira e apertando meu rosto delicadamente, forçando um bico desajeitado que o fez rir. Sinto meu rosto queimar envergonhada pela intimidade daquele momento, mas não mecho um músculo para afastá-lo. - Vou dar um ‘oi’ pro Jaime. Qualquer coisa estou na piscina.
Assunto com a cabeça segurando sua mão e dando um selinho no nó dos seus dedos, assistindo o garoto hesitar antes de me dar as costas e pular dentro da piscina lotada, chamando a atenção de um grupo de garotas bastante atentas a cada movimento dele.
- Caralho, eu não iria querer estar na situação desse cara. - Escuto o Reed dizer enquanto sacode a coqueteleira intensamente destacando os músculos dos seus braços. Apoio os cotovelos no balcão e encaro o garoto, pedindo-o silenciosamente que me explicasse o porquê. - Apaixonado por uma garota como você, mas sem poder ficar com ela. E de bônus ainda te ver pegar outros caras.
- Nós dois estamos na mesma situação. Se sinta mal por mim. Não por ele. - Digo dando uma risada melancólica, notando a aproximação repentina do Matteo ao nosso lado.
- Gatinha, qualquer garota que o cara pegar hoje ele vai desejar ser você. - O Reed diz dando de ombros como se ele estivesse contando uma verdade universal. O garoto pega duas taças de vidro e põe no balcão, pensa por alguns instantes certamente cogitando a ideia de colocar as bebidas num copo de plástico, porém desistindo e despejando o líquido avermelhado no recipiente. Colocando dois guarda-chuvas minúsculos de decoração, se apoiando na bancada com os braços esticados e em seguida me encarando. - Enquanto você vai estar bêbada rebolando no pau de outro cara, provavelmente eu, bem na frente dele. Não consigo me sentir mal por você nessas situações.
O Reed diz dando um sorriso largo e tocando meu queixo levemente antes de pegar uma das taças e dar um gole da sua bebida. Eu deveria me ofender? Não podia me irritar com a verdade.
- Triste realidade. O que é isso? - O Matteo comenta fazendo careta antes de apontar curioso para a bebida vermelha borbulhando. Pego a taça fina entre os dedos e levo a boca dando um longo gole, sentindo o gosto doce preencher minhas papilas.
- Daiquiri de morango. Tá gostoso? - O Reed diz dando um gole da sua própria bebida enquanto me assiste degustar o que havia feito sorridente. Faço que sim com a cabeça recebendo uma risada espontânea em troca. Estava delicioso mas o gosto do álcool estava fraco demais pro meu gosto.
- Daiquiri de morango. - O Matteo repete tirando a taça da minha mão sem pedir e dando um gole na bebida. Ah pronto, o degustador profissional de vinho vai dar a opinião dele. Vejo meu ex arquear a sobrancelha antes de me devolver o copo hesitante. - Pega leve com isso.
- Por que? Tem gosto de suco. - Respondo dando outro gole longo apenas para provocá-lo. Vejo os dois garotos se encarando de forma suspeita antes do Reed dar uma risadinha adorável que me distraiu.
- Exatamente. É doce e máscara o álcool. Você vai ficar bêbada sem perceber. - O Matteo fala soando mais responsável nesse único segundo do que pareceu ser em toda sua vida. Penso em responder que era exatamente isso que eu queria mas apenas bebo mais um pouco.
- Você gostou desse jeito ou achou que tá doce demais Rach? - O Reed pergunta se inclinando na minha direção através do balcão e ficando a centímetro de mim, abro a boca para responder mas sinto seu nariz roçando carinhosamente no meu e não consigo conter a risadinha que escapa pela minha garganta. - Porque eu gosto bem doce.
- É mesmo? - Pergunto deixando que o garoto se aproximasse mais e esfregasse seu seu nariz no meu. O Reed me acompanha na risada e sinto seu hálito de morango e vodka bater no meu rosto. - Eu tenho uma coisa bem doce pra você provar aqui.
- Credo Rachel, mal começou a beber e já tá assim! - Escuto o Matteo reclamar e não consigo reprimir a gargalhada engasgada que vem a seguir, vendo o Reed pular o balcão e parar do meu lado enquanto o meu ex faz careta na minha direção antes de apontar o dedo na minha cara e sair andando. - Você, não exagere na bebida.
- Não vou! - Grito de volta sentindo o Reed puxar meu pulso para a pista de dança onde estavam a Leslie e Anna. Desvio meu olhar para a piscina encontrando o Shawn rapidamente, conversando de forma animada com o Jaime. Estava tudo ok.
Aperto a mão do Reed e deixo o garoto me guiar enquanto dou o último gole na bebida adocicada.
A noite estava só começando.
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