História My Desire - First Day

Mabella Stuart

Los Angeles- California

19:00 Pm

Um movimento bruto, e eu acordei assustada.

Sentia minha respiração ofegante, e meu coração batendo mais rápido que o normal, coloquei a mão em cima de meu peito tentando acalmar o mesmo.

Olhei em volta e vi que o carro havia parado, eu tentei me segurar para não dormir mas não consegui, me remexi no banco de couro vi pelo relógio do carro, que estava a noite.

Suspirei, e limpei com as costas da mão lagrimas que se pararam em meu olho antes de sem querer eu adormecer. A porta do carro a minha lateral foi aberta me fazendo olhar de súbito, o mesmo homem engravatado que havia me colocado dentro do carro, me pegou novamente pelo braço mas dessa vez foi um pouco mais forte me fazendo gemer de dor por pegar no mesmo ponto onde meu pai tinha me machucado.

Ele me colocou no chão, e pegou minha bolsa jogando a mim, mas ela caiu eu não estava esperando e nem pensando direito, estava perdida, abaixei pegando a mesma do chão e me abraçando a ela.

O Vento estava frio, e fez todo meu corpo se arrepiar, meus cabelos estavam sendo jogados com força pelo vento para todos os lados.

- Entra – a voz grossa do homem disse, e então eu levantei minha cabeça para ver onde estava. Era um enorme jardim era tão lindo e bem cuidado, havia uma grande entrada onde o carro havia entrada, a minha frente uma escada onde levava a aparentemente o primeiro cômodo daquela imensa casa.

Eu nunca havia visto uma casa tão linda, espelhada a maior parte de sua arquitetura era feita por vidros e tudo era bem plano, no meio dos jardins haviam fontes, e tudo do mais puro luxo.

Comecei a subir as pequenas escadas, me deparando com um palácio, o qual eu sempre sonhei morar desde que me entendo por gente, sempre quis poder morar em um lugar como esse, com a minha mãe e meu irmão.

A casa era fria, e bem decorada, silenciosa e espaçosa.

Eu estava perdida, a casa era enorme, e eu me encontrava sozinha no meio da sala, agarrada a minha bolsa, sem ouvir nenhum som. O medo e o choro estava entalados na minha garganta, eu me via perdida e desprotegida com pessoas brutas e que não se importam comigo, assim como meu pai.

Ouvi passos apressados, então olhei em direção a enorme escada que ali havia em formato de caracol, e vi o garoto de lindos olhos se aproximando de mim.

- Me segue – disse apenas aquilo e eu assenti mesmo ele já estando de costas e andando rápido, agarrei mais a minha bolsa e fui andando rápido atrás dele, entramos em um corredor escuro onde as paredes eram aveludadas dando um ar mais sombrio, o corredor foi se acendendo conforme íamos andando.

Ele parou em uma grande porta no fim do corredor e a abriu com um cartão-chave, e entrou e eu fiz o mesmo.

Me deparei com uma enorme sala, assim como tudo aqui, com uma grande mesa no centro com uma poltrona de um lado e uma cadeira mais simples do outro lado da mesa.

Ele se sentou na poltrona e fez um gesto para que eu me sentasse na cadeira e assim eu fiz.

- Eu vou te fazer perguntas e quero que me responda todas sem questionar – assenti, e ele abriu uma gaveta pegando um cigarro e acendendo o mesmo. – Seu nome inteiro.

- Mabella Stuart

- Nome da sua mãe – engoli a seco

- Lívia Stuart

- Do seu pai – franzi o cenho

- Você já conhece meu pai – questionei

- Eu disse para você dizer alguma coisa além de responder minhas perguntas? – balancei a cabeça negativamente -  E porque fez isso?

- Eu não sei

- Na próxima vez que fizer isso – ele pegou um canivete deixando ele em cima da mesa- Vai se arrepender- assenti mordendo os lábios. - Nome do seu pai – ele retornou a pergunta.

- Johnny Summer

- Tem mais alguém na família?

- Meu irmão

- Nome dele

- Taylor Stuart

- Onde ele esta? – ele tragou o cigarro, jogando a fumaça com leveza.

- Ele fugiu com minha mãe. – disse já sentindo as lagrimas escorrendo pelo meu rosto.

- Parece que seu pai me deu informações certas – ele suspirou pesado – Mabella – ele disse meu nome e soltou uma risada cínica que me fez estremecer – Aqui você obedecera as minhas ordens, e caso desobedeça, pagara o preço – assenti mordendo os lábios com força -  Não saia do quarto onde eu vou te deixar, a não ser que eu mande, não poderá sair da casa, e nem ir ao jardim ao menos que eu deixe – as lagrimas desciam com mais intensidade -  Não poderá manter contato com ninguém, esquece o mundo será apenas eu e você aqui. Sempre que eu te chamar quero você nua no meu quarto com os cabelos soltos. – mordi os lábios com mais força e agora sentia o sangue descendo pelo meu queixo , ele passou o dedo indicador tirando o sangue de minha pele, e colocou em sua boca, arregalei meus olhos e senti meu corpo todo estremecer – Tem celular? – assenti – me entregue – tire o mesmo da bolsa e dei em sua mão, ele jogou o mesmo no chão pisando em cima.

- Não – deixei escapar

- Não? – ele perguntou

- Porque esta fazendo isso? – agora minha voz embargada saia sem minha permissão.

Ele sem dizer nada se levantou, pegando o canivete em cima da mesa e se posicionou atrás de mim.

Meu corpo todo tremia, e minhas lagrimas percorriam agora pelo meu pescoço, fazendo um trajeto pelo meu corpo.

Ele colocou o canivete no meu pescoço, começou fazendo um corte leve mas a dor era agoniante, apertei minhas unhas nas minhas coxas descobertas enquanto meus finos gritos contidos saiam.

- Nunca diga não a mim – ele sussurrou ao meu ouvido – e nunca questione nenhuma ação minha – assenti novamente, enquanto meu corpo estava em espasmos. Ele mordeu o lóbulo da minha orelha.

 Saiu da sala, e eu me encolhi na cadeira, colocando minha mão no pescoço sentindo meu sangue quente escorrer pelos meus dedos.

“ Todo mundo e capaz de dominar uma dor

Exceto quem a sente”- William Shakespeare