*Yesung ON*
Estava a caminho da galeria que tinha visto há um tempo com meu carro. Estava um pouco ansioso, já que um de meus sonhos estava se realizando. Tudo bem que eu já tenho uma galeria nos Estados Unidos, porém meu sonho sempre foi montar uma aqui na Coréia, meu país natal, minha vida. Como estava de carro, demorou apenas alguns minutos para chegar ao meu destino. Não tinha vaga perto de onde eu queria estacionar, então andei mais alguns minutos até achar um estacionamento. Achei um que ficava a umas quatro quadras da galeria, mas estava ótimo. Andei um pouco até chegar lá, mas quando cheguei encontrei a proprietária do local esperando por mim.
-Bom dia, Noona. –a cumprimentei como sempre fazia.
-Bom dia, Sr. Jongwoon. Vamos lá? –estendeu a mão para que eu entrasse no local.
-Sim.
Entrando na galeria, dei de cara com uma enorme escada com um tapete vermelho estendido pelo meio da mesma, que dava ao segundo andar. As paredes eram todas brancas que chegava a doer os olhos devido à claridade e o lugar era parcialmente grande. Fiquei impressionado ao ver a beleza daquele lugar, mesmo sem nada era lindo.
-É... Lindo.
-Meu marido e eu zelamos muito por este lugar. Nós construímos este local quando mais novos. Ele era artista, seus quadros enchiam este lugar como borboletas em algum jardim, mas como ele parou de trabalhar, decidimos passar para outra pessoa que teríamos a certeza que cuidaria deste lugar tanto quanto nós cuidamos. Muitos compradores já vieram aqui, mas você, meu jovem... –ela pousou sua mão em meu braço. –Sinto que você tem talento.
-Obrigado. –sorri para ela, que devolveu o sorriso como uma mãe feliz com seu filho. Aquilo me deixou feliz. –Posso ver o segundo andar?
-Claro.
Caminhei até as escadas, subindo os degraus com a mão no corrimão dourado e apreciando cada mínimo detalhe e já planejando como ficaria tudo assim que fechado o contrato. Para mim não importava mais quanto seria o preço, havia amado aquele local e com certeza o compraria. Chegando no segundo andar, virei a minha esquerda e caminhei para ver o corredor como estava, as paredes eram brancas como as de baixo, mas o andar não era totalmente completo quanto a piso, assim que as escadas acabavam, tinha um corredor em frente e um a cada lado que fazia apenas um contorno no andar. As grades de proteção eram douradas como o corrimão da escada. A senhora percebendo que eu estava encantado chegou perto e ficou me observando enquanto eu boquiaberto observava tudo. Olhei para o teto do local que tinha umas partes que eram de vidro, formando desenhos.
-Noona, podemos fechar contrato agora? -ela riu com o meu comentário.
-Podemos sim. Siga-me. –ela caminhou até o lado direito das escadas, onde tinha uma porta. Entrando, notei que era um escritório. Aquele lugar era realmente perfeito. Tudo o que eu queria. –A papelada está aqui. –sentou-se, abriu a gaveta da mesa que ali havia e colocou os papéis em cima da mesa, pegando uma caneta ao lado e estendendo para mim.
-Okay. –sentei na cadeira da frente, dei uma rápida lida nos papéis e assinei onde estava marcado e estendi os papéis junto com a caneta.
-Jongwoon, esses móveis ficarão aqui, tudo bem?
-Mas são da senhora...
-Eu sei, mas meu marido disse que pode ficar com a pessoa que comprar o local. –deu um sorrisinho. –Esses móveis são antigos e os preferidos dele, mas ele sente que daqui não deve sair.
-Tudo bem, Noona. Obrigado.
-Por nada. Tenho um compromisso a noite, então podemos ir?
-Podemos sim. –levantei-me e abri a porta para ela passar, a mesma agradeceu e passou.
-Aqui está sua cópia. –pegou um dos papéis que estava em mãos e me entregou. –Qualquer coisa tem telefone de contato aqui. –parou no meio dos degraus da escada e colocou o dedo em cima do numero de telefone que estava marcado na folha.
-Obrigado. –não havia reparado mas a porta do local era de vidro e tinha as maçanetas pratas com uns relevos. Aquele local era realmente perfeito.
Assim que saímos do local, ela trancou a porta e ficou parada por um momento olhando para aquele local, abaixou a cabeça e virou-se para mim. As chaves estavam presas com força dentre suas mãos e notei lágrimas caindo de sua face. Ela limpou as lágrimas que corriam e olhou para mim com os olhos marejados.
-Aqui esta, querido. –entregou as chaves em minhas mãos. –Espero que cuide desse local com carinho.
-Cuidarei. –a abracei inesperadamente, o que a fez soltar mais algumas lágrimas. –Obrigado pela confiança.
-Preciso ir. –separou-se do abraço e passou as mãos em minhas bochechas. –Espero vê-lo novamente.
-Eu também. –me despedi dela que saiu andando rapidamente por aquela calçada comprida. O espaço entre a porta do local e a rua era grande, e o prédio era um pouco separado do restante dos outros e havia árvores com poucas folhas em volta o que deixava o local ainda mais bonito. Com as chaves na mão, olhei para dentro do edifício orgulhoso e sorri para mim mesmo olhando para baixo em seguida. Ouvi umas buzinas e gritos. Quando olhei para trás, me deparei com um carro preto subindo na calçada e parando brutamente a alguns metros de mim.
-Yesung! -gritou o homem loiro enquanto descia do carro.
-Não pode ser.
-Quanto tempo. –caminhou até mim e me abraçou.
-O que faz aqui, Hyukjae?
-Vim a sua procura.
-Ah, ótimo. Por que você tem que aparecer sempre que tudo está indo tão bem?
-Aish, Yesung.
-Não quero falar com você, Hyuk. –o empurrei de leve para o lado, para dar passagem para mim. Quando dei uns passos, me senti ser puxado para trás para manter contato visual com o mesmo.
-Eu mudei Yesung. Por incrível que pareça.
-Não tem como alguém da máfia mudar. –dei ênfase na palavra mudar e fiz sinais de aspas.
-Mas eu mudei. –ele fez aspas na mesma palavra.
-Impossível. –cruzei os braços o desafiando com o olhar.
-Deixe-me te explicar melhor. Na faculdade na França, conheci um menino realmente superinteressante, mas ele era filho da diretora...
-Hm, legal. –antes de ele acabar a frase, o interrompi. -Isso não é de meu interesse, Hyuk. Até mais, ou não. –vire-me para ir embora, mas ele me puxou novamente pelo braço e me lançou um olhar nervoso.
-Deixe-me terminar.
-Mas eu...
-Não importa, você duvidou, agora você vai ouvir.
-Puf. –revirei os olhos. –Então vai... Continue. –fiz sinal com a mão para que ele prosseguisse com a história entediante que eu realmente não fazia a menor questão de saber.
-Então... Começamos a conversar, ficamos mais próximos e começamos a ficar as escondidas.
-Hm? –bocejei e o olhei com cara de entediado, no que o mesmo me ignorou e continuou.
-Só que a mãe dele descobriu, puxou minha ficha e descobriu. Então deu todo aquele problema de ela proibi-lo de me ver a não ser que eu mudasse, ela chegou a me chamar umas três vezes na sala dela para confirmar se eu realmente mudaria por Donghae, e era sempre a mesma história, eu mentia para ela, mas continuava com meus negócios por aqui.
-Acabou?
-Aish. Cale a boca. –se havia uma pessoa que o conseguia tirá-lo do sério era eu, ele mesmo já havia assumido isso durante o tempo em que passamos juntos. Dei uma risada enquanto ele olhou para o lado, mas quando ele voltou a manter contato visual comigo, voltei a minha expressão normal. –Então, um dia sentamos para conversar e ele me perguntou se eu ainda continuava com meu “trabalho” por aqui. Eu disse que sim, ele ficou magoado comigo, paramos de nos falar por uma semana, então eu realmente percebi que o amava... e então mudei por ele.
-Hm, interessante... E eu que achava que você nunca mudaria por outra pessoa.
-Pois é, as pessoas se enganam.
-Mas também, depois de tanta coisa errada que você fez, isso não significa nada.
-Como assim não significa nada? –gritou comigo e segurou forte em meu braço.
-Não significa você mudar em certas partes e em outras não... Como por exemplo esse seu comportamento ridículo de quem ainda tem dezoito anos.
-Você me irrita muito, Jong-woon.
-Eu sei. –dei um sorrisinho cínico pra ele. –Agora me solte. –o mesmo obedeceu e soltou meu braço. –Bom. –passei a mão pelo mesmo.
-Enfim, vim aqui para tratar de outros assuntos. –passou as mãos pelo paletó que estava vestindo.
-Verdade. Veio me procurar para quê?
-Bom... Donghae, Sulli e Victória estão aqui comigo. –em? Acho que não escutei bem.
-Quem?
-Donghae, meu namorado.
-Não... –eu não conseguia falar.
-Ah sim, as meninas. Sulli e Victória, estão aqui.
-Porque?
-Era exatamente isso que eu ia falar... –foi interrompido pelo o toque do meu celular. O peguei no bolso e olhei para a tela que marcava o nome de Kyu.
-Preciso atender. –disse.
-Tudo bem.
Me distanciei um pouco e então atendi.
-Kyu? Está tudo bem?
- Não, não está tudo bem. –seu tom de voz estava meio preocupado com desespero misturado.
-O que está acontecendo? –perguntei começando a ficar preocupado. –O que aconteceu com você?
-Comigo, nada. Mas o Jin passou mal e estamos aqui no hospital, vem correndo pra cá, por favor.
-Aigo, o que ele tem? Em qual hospital estão?
-Está sendo examinado ainda. Naquele que tem a umas 10 quadras de sua casa. Yesung. –gritou. –Vem logo.
-Estou indo. –desliguei o telefone e me virei para Hyuk que estava me olhando confuso.
-O que aconteceu?
-Meu amigo está no hospital, preciso ir pra lá agora. –corri, lembrando que tinha que pegar meu carro no estacionamento.
-Yesung. –gritou Hyuk.
-Meu carro está longe. –gritei parando no meio do caminho.
-Eu te dou uma carona, vamos.
Ouvindo aquilo, corri para o carro de Hyuk entrando no mesmo vendo o mesmo colocar a chave na ignição e dar partida. Em um momento desses eu estava pouco me importando para a pessoa do meu lado.
-Coloque o cinto e segure-se. –disse o mesmo.
Saímos numa arrancada só daquele lugar em direção ao hospital.
*Yesung OFF*
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