História My Little Hybrid - Gtop - Confusão

Yoongi POV

Caus... era a palavra perfeita para descrever este momento... caus e desespero no seu estado mais puro.

Primeiro o Jiyong, depois o Lee e agora estão todos desesperados... eu congelei por completo, eu não sabia o que fazer, mas tudo mudou quando eu olhei para o lado e vi o Cygnus aninhado num canto enquanto chorava e murmurava algo que eu não conseguia perceber, com as mãos nos ouvidos e se balançava de leve... para trás... para a frente... Corri na sua direção, mas quando estava prestes a tocá-lo, o Daesung chamou por mim.

"Yoongi, vai buscar-me uma toalha!"

"Dae, já vou." respondi pouco me importando, mantendo o meu olhar no Cygnus.

"JÁ VOU É O CARALHO! EU PRECISO DESSA MERDA AGORA!" esbravejou, e eu vi o Cygnus encolher-se, o que irritou de uma maneira que não sei explicar.

"FODA-SE, DAESUNG! NÃO VÊS QUE O CYG-" ia continuar a falar, mas ao olhá-lo pude vê-lo com a mão na testa do Lee, e uma poça de sangue formar-se na cabeça do híbrido "Caralho..."

"RÁPIDO, YOONGI!" ordenou e eu apenas corri para a cozinha pegando na primeira toalha que vi, dando-lha em seguida.

Naquilo, pude analizar melhor a situação. O Seung Hyun amparava o corpo do Ji sobre o seu, acariciando-lhe o rosto numa tentativa de o acordar, enquanto estava ao telemóvel. O Daesung agora fazia pressão com a toalha na ferida do Lee, enquanto que a sua outra mão estava no seu pescoço. E, praticamente invisível a toda aquela situação, o Cygnus agora escondia-se  nas suas asas.

Corri até ele, e calmamente fui descobrindo-o das suas asas, permitindo que eu segurasse de leve no seu queixo, tentando encontrar os seus olhos no meio daquele cabelo todo. Ele tremia tanto e eu só queria saber porquê... queria principalmente acalmá-lo...

"Hey, pequeno... o que se passa?" perguntei, tentando decifrar a causa desta sua reação.

"O-o Cyg-nus não q-quer apanhar..." murmurou no meio de soluços.

"Ninguém te vai fazer mal, pequeno..." respondi, acariciando-lhe o rosto e o cabelo.

"N-não... o-o Senhor n-não enten-de... o-o Mestre v-vem bus-car o Cygnus... ele vem... o C-Cygnus n-não quer apa-nhar... não q-quer..." terminou, voltando a balançar-se de um lado ao outro.

"O quê? De onde é que tiraste essa ideia?" perguntei.

"D-da caixa mági-ca..." respondeu, apontando para a TV que ainda estava ligada.

Aí eu comecei a ligar os pontos... Jay Park, sempre o mesmo filho da puta. Tudo oque acontece de mal tam sempre o nome dele metido ao barulho. O meamo Park que anda a infernizarnos a vida, agora é o mesmo gajo responsável pelo sofrimento do Cygnus... Se eu o apanho eu juro que ele não volta para a prisão com vida.

"Hey, pequeno, tem calma o hyung está aqui..." murmurei tentando acalmá-lo "Ele não vai te tirar de perto de mim, eu não vou deixar... o hyung não deixa, pequeno." falei, vendo-o levantar um pouco a cabeça.

"M-mas o Mestre vai ma-magoar o Senhor... o C-Cygnus não q-quer isso... o Cyg-nus n-não se im-porta de apa-nhar, mas o Senhor não p-pode... o-o Cygnus é m-mau, mere-ce apanhar... o S-senhor é-é bom, n-não pode..." disse, voltando a chorar compulsivamente.

"Eu prefiro apanhar se isso significa que vais ficar seguro, pequeno. O hyung prometeu que não ia deixar que te magoassem mais, e o hyung cumpre sempre as suas promessas." murmurei, vendo-o acalmar-se um pouco, e acabei por continuar "O hyung está aqui, pequeno. Ele não vai deixar que nada aconteça... agora não chores, sim, meu bem... o hyung está aqui..." terminei, puxando-o para o meu colo e ele nem hesitou, apenas se aninhou mais em mim... fofo.

Algum tempo depois, o som de sirenes fez-se presente, e em seguida um grupo de paramédicos entrou na residência. Nesse momento, todo o esforço que eu tive para acalmar o Cygnus foi em vão, pois assim que ele viu um monte de gente estranha entrar em casa, ele desesperou novamente.

"Pequeno, está tudo bem... eles não te vão fazer nada." disse tentando voltar a acalmá-lo. 

"Não... o-o Senhor n-não entende... eles vão tirar o C-Cygnus e levar para longe..." falou, tentando livrar-se dos meus braços, mas eu apenas o apertei mais, impedindo que ele fugisse  deles.

"Meu bem, eles são amigos. Vieram tratar do Jiyong e do Lee." expliquei e encarou-me... confuso.

"Mas, Senhor... eles-" antes dele continuar, ele olhou por cima do meu ombro e viu o estado dos outros dois híbridos.

O estado de choque que ele entrou foi tão grande que ele nem deve se ter apercebido sequer do Jiyong a desmaiar, do Lee a cair das escadas e dos berros do Daesung a pedir-me para o ajudar.

"Senhor, o Cygnus tem que ajudar bebé... o Cygnus não pode deixar os Maus levarem Ji e bebé... o Cygnus tem que ajudar..." falava enquanto tentava livrar-se dos meus braços, mas novamente eu não o deixei sair "Senhor, por favor. Deixa o Cygnus ir, Senhor..." pediu voltando a chorar.

Aquilo de certa forma magoou-me... eu estava a fazê-lo chorar porque ele é inocente demais para perceber que os paramédicos são vão ajudar o Ji e não fazer-lhe mal.

"Pequeno, olha pra mim..." pedi, vendo-o parar por um momento "Estes senhores que entraram cá em casa, eles são..." tentei pensar em algo que fosse fácil para ele entender "... eles são amigos do Daesung. Sim, amigos dele. Tu sabes que o Daesung tem um sítio onde ele trata dos dodóis dos híbridos como o Ji e o Lee. E agora, o Ji e o Lee têm dodóis que precisam de ser tratados e é por isso que eles vieram. Eles vão ficar bem, afinal o Seung Hyun e o Daesung vão com eles." expliquei, mas ele não pareceu ficar satisfeito.

"Mas, Senhor... o Cygnus prometeu cuidar e proteger bebé... o Cygnus não pode deixar bebé ir..." ripostou, voltando a tentar sair dos meus braços.

Àquela altura, os paramédicos já haviam retirado o Lee da residência e estavam a fazer o mesmo com o Ji, sendo acompanhados pelo Seung Hyun que não tirava os olhos do Ji, enquanto que o transportavam numa maca, em direção às ambulâncias do lado de fora da residência.

"Por favor, Senhor... o Cygnus tem que proteger bebé..." pediu voltando a chorar.

Aish! Aquilo estava a partir-me o coração.

"Pequeno, por favor, não chores..." pedi, acariciando-lhe o rosto e o cabelo, ouvindo por fim a porta a bater e o som das sirenes das ambulâncias afastarem-se.

"O Cygnus... o bebé..." choramingou.

"Ele vai ficar bem... o Seung Hyun vai estar com ele... o Daesung também vai lá estar... eu prometo que amanhã vamos ter com eles, meu bem, mas agora, nós não podemos ir com eles..." eu tentaria de tudo para o acalmar.

"Porque é que o Cygnus não pode ir junto?" perguntou.

"Sabes, meu bem... no sítio do Daesung e dos amigos, existem muitos híbridos, e como tu, eles ficam muito assustados quando vêm pessoas novas entrar lá. Por isso lá é muito calmo para não assustar ninguém, entendes? Imagina se começasse a entrar um monte de gente cá em casa a correr de um lado para o outro... não ia ser bom pois não?" perguntei e ele negou de leve "Se nós fossemos para lá isso ia acontecer lá e assustar os outros híbridos... por isso só podemos ir lá amanhã... para não ser muita confusão, entendes?" ele assentiu, claramente ainda triste "O hyung promete que amanhã bem cedo vamos os dois ver o Ji e o Lee."

"O Senhor promete de dedinho?" perguntou, estendendo-me o seu dedo mindinho.

"De dedinho." reforcei, entrelaçando o meu no dele.

Em seguida, peguei nele ao colo, saindo finalmente daquele canto em que ele se tinha escondido, e levando-o ao andar de cima. Eu sabia que mesmo que ele não demonstrasse, ele ainda estava bastante abalado com aquela situação toda, e que a melhor alternativa para o acalmar seria um banho quente, uma caneca de leite morno e uma sessão de carinhos. Basicamente eu só o queria por a dormir um pouco, e eu já o conseguiria com os duas primeiras etapas do meu plano, mas seremos realistas. Eu simplesmente amo mimá-lo, e falo-ei sempre que poder. Primeiramente, sentei-o na cama e fui até à banheira do quarto de banho, pôr a água a aquecer, indo, em seguida, ao armário e pegar no kigurumi que eu tinha comprado para ele. Assim que a água estava na temperatura ideal, eu levei-o para o quarto de banho, e depois de despido, ajudei-o a entrar na banheira. Desastrado como ele às vezes é, acabaria por cair e magoar-se se tentasse entrar nela sozinho.

Não demorou muito o banho, afinal, ele tinha tomado um horas atrás, era mais só para que ele relaxasse mesmo. Quando vi sinais de que ele estava sonolento, tirei-o da banheira, vesti-o deixando-o bem quentinho, pegando nele ao colo novamente e levando-o para a cozinha. Eu sei que ele consegue andar livremente agora, e eu estou muito orgulhoso dele por isso, mas eu não consigo evitar o sentimento de que eu preciso de o proteger, e com isto que acabou de acontecer, só me faz sentir que eu não posso deixá-lo só... e de certa forma, eu sinto que ele também não quer que eu me afaste dele.

Comecei a aquecer o leite, pegando num estrato de pó de cacau para adicionar quando estiver morno, não muito quente, nem muito frio. Ele é dos meus... leite achocolatado bate qualquer um. Acabei por fazer duas doses daquelas, afinal, eu também estava um pouco stressado com a situação de ao bocado. Quando estava todo pronto, entreguei-lhe uma caneca e eu bebi da outra, sentando-me ao seu lado.

"Está muito quente, pequeno?" perguntei.

Mesmo pensando que estava a uma temperatura boa, ele é bem mais sensível que eu nesse tipo de coisa.

"Está bom, Senhor." respondeu baixinho.

Depois que acabámos de beber, o Cygnus estava bastante sonolento e começava a ficar bastante manhoso, então, decidi levá-lo para o quarto, logo o aconchegando devidamente na cama, indo até às curtinas fechando-as deixando o quarto com a luminosidade suficiente para que ele consegui dormir facilmente sem ser perturbado, deitando-me ao seu lado por cima das cobertas, começando carinhos no seu rosto e cabelo. Pouco depois, ele estava calmo demais e eu presumi que ele já estivesse a dormir, mas quando eu me ia levantar, ele chamou-me numa voz sonolenta.

"Senhor..." chamou.

"Sim, pequeno..." falei, aproximando-me mais dele.

"Não vá, Senhor... por favor." pediu, virando-se para mim "... Não vá, Senhor... não deixa o Cygnus sozinho..."

"Eu não vou sair, pequeno. Eu vou estar aqui, só tens que me chamar." falei.

"O Cygnus só não quer acordar sozinho..." murmurou, e eu pude ver uma lágrima escorrer pelo seu rosto "O Cygnus tem medo, Senhor... não deixa o Cygnus sozinho, por favor." pediu, segurando firmemente na minha camisola.

"Eu não vou, meu bem... mas, eu tenho mesmo que ir lá abaixo buscar uma coisa."

"Por favor, Senhor..." pediu novamente.

"É muito importante, meu bem... eu vou o mais rápido que consigo, e mal eu chegue, eu deito-me junto a ti. Pode ser?" perguntei, e vi-o assentir meio relutante, sendo acompanhado de um leve rubor no rosto... fofo.

Corri até ao andar de baixo, peguei no meu computador que estava va mesa da sala, e na mesma velocidade de antes, voltei para o quarto, pousando-o na cabeceira da cama, voltando a deitar-me ao seu lado, desta vez, por dentro das cobertas, trasendo-o para mim, sentindo-o segurar novamente na minha camisola, aconchegando-se em seguida no meu peito, e voltei a acariciá-lo, pontualmente deixando leves selares no topo da sua cabeça... derreti com a sua ternura.

Alguns minutos se passaram e eu ouvi-o ressonar baixinho, então, calmamente, aconcheguei-o nos cobertores, ouvindo-o resmungar no processo, e quando me vi livre dos seus braços, peguei no computador ponsando-o no meu colo, indo até à pasta que eu tinha parado da última vez... Projeto β 2.3C. Da última vez que lhe mexi, não descobri nada, e até agora o meu programa não me notificou se conseguiou não aceder à palavra passe, então, é mãos à obra. Assim que o liguei, encontrei logo o que queria. O meu software estava a pouco de conseguir a palavra passe por isso deixei-o trabalhar, e comecei a programar outro para me salvar caso este ficheiro esteja corrompido, e que me permita aceder ao seu conteúdo. Não foi fácil mas consegui, e pouco tempo depois, o ficheiro abriu, e o seu conteúdo só me frostrou ainda mais. Dentro da pasta, haviam uma lista interminável de outros ficheiros... uns de texto, outros de vídeo... uma uma database extremamente detalhada, e eu só queria saber o que cada um daqueles ficheiros continha, mas não podia. Cada um deles possuía a sua propria palavra passe, por isso eu sabia que tentar descobrir cada uma delas para obter cada informaçãozinha, seria uma tarefa interminável. Seria preciso anos para aceder àquilo tudo. Aquele não era um caminho... deve haver uma palavra passe que liberte todos os ficheiros... uma chave mestre, ou coisa do tipo... e eu ia descobrir. Mas aquele não era o momento.

Frustrado, desliguei o portátil e coloquei-o no sítio de antes, voltando a deitar-me e dei por mim a analizar o Cygnus dormir... caralho, o que ele fez comigo... inconscientemente eu comecei a puxá-lo cada vez mais para mim, aconchegando-o nos meus braços, logo sentindo os seus braços no meupeito, acabando por sorrir como seu gesto.

Naquele momento, eu não consegui mais conter, acabando por selar os nossos lábios num selinho longo... soube tão bem... quanto é que eu caí neste penhasco de sentimentos? Quando?

Eu só desejava que ele não fosse assim tão inocente para estas coisas, e que percebesse que eu o amo verdadeiramente...