O primeiro dia de férias estava frio, mas ensolarado e sem nenhuma chance de nevar, o que era o clima perfeito para um fim de semana e, consequentemente, para um passeio. Jeongin conseguiu enfim convencer Hyunjin e Seungmin a sacrificarem seu único dia livre para que pudessem dar uma volta pelos parques e ciclovias da cidade, na esperança de ficarem juntos depois de tantas semanas árduas para os mais velhos. A faculdade sugava a energia de ambos como parasitas, com projetos de arquitetura e cálculos pesados para Seungmin, coreografias complexas e exercícios de respiração para o mais alto dos três. Sem contar com o trabalho, que os ocupava o resto do dia. No fim de semana, suas almas pareciam ter saído do corpo, deixando apenas a carcaça dolorida e exausta dos dois na casa que passaram a compartilhar no último mês. Jeongin não poderia reclamar de maneira alguma, sabendo bem que o compromisso dos dois era sincero e que tudo o que fazia trazia o mais novo em consideração no final do dia, e ele entendia que tinha por obrigação cuidar dos dois naqueles momentos de exaustão física e mental. Mas, as férias de inverno haviam chegado. E com elas, a primeira oportunidade do mês de sair em um encontro.
Eles saíram cedo para aproveitar o dia inteiro, de acordo com a pequena programação que Jeongin havia anotado no celular, mas que poderia ser maleável de acordo com os desejos dos dois. Hyunjin e Seungmin não estavam lá muito felizes quando Jeongin os acordou pela manhã, mas logo seus sorrisos se afrouxaram quando despertaram completamente. Eles começaram num parque bem arborizado, que parecia ser bem frequentado por famílias e adolescentes para piqueniques e corridas de bicicleta. O ar era mais fresco e mais leve que no resto da cidade, dando a impressão que estavam longe da poluição e do barulho incessante. Hyunjin caiu na grama e inspirou fundo, os raios de sol batendo em sua pele pálida e os fios negros como uma ônix.
ㅡ Eu estava precisando mesmo desse ar puro. ㅡ Ele disse entre um suspiro. Seungmin ergueu uma das sobrancelhas, sorrindo cinicamente.
ㅡ E quem foi que disse que não sairia de casa nem se ela estivesse pegando fogo?
ㅡ Não enche, gracinha. ㅡ Ele disse num tom divertido, observando com satisfação as orelhas do ruivo ficarem tão vermelhas quanto a cor de seu cabelo de cereja. Ele odiava quando era chamado de "gracinha" ou qualquer outro apelido do mesmo patamar. ㅡ Você também mal conseguia levantar da cama.
ㅡ Como poderia? Minhas costas ainda estão me matando. ㅡ Ele disse, massageando as últimas vértebras da coluna. Jeongin sentiu seu sorriso e entusiasmo lentamente murcharem. Havia um conflito interno entre fingir que não ouvira e aproveitar aquele único dia juntos depois de tanto tempo na doçura de sua ignorância ou fazê-los voltar para casa e colocá-los de volta na cama e mantê-los ali, mesmo que não quisessem. Nunca fora sua intenção deixá-los mais cansados, e aquela conversa apenas provava sua aversão àquele dia. Ele decidiu ficar quieto até que os outros dois quisessem ir embora ou fazer qualquer outra coisa. De qualquer forma, apagou a lista que tinha feito no celular e se sentou no gramado junto dos dois, sentindo o vento gelado bater no rosto.
Os três ficaram deitados um nos braços do outro, tentando captar os poucos raios de sol que caíam sob o parque e olhando para as nuvens brancas e fofinhas passeando na imensidão azul, Hyunjin descrevendo formas absurdas, como um espantalho montado em um tigre ou um cacto com uma mochila. Os dois mais velhos pareciam ter esquecido completamente de seu cansaço, passando a aproveitar aquele momento e gargalhavam com vontade, o que deixou o menor mais aliviado, mas nem por isso menos magoado. Ali ele sorria com os outros, apenas para não estragar mais ainda as coisas e deixar o clima do passeio ruim, mas se arrependia profundamente daquilo. Um de seus maiores defeitos era não pensar o suficiente nas coisas, e aquilo mais cedo ou mais tarde sempre acabava magoando os outros ao seu redor. Já havia acontecido tantas vezes ele pensava que já estava se tornando mais consciente de suas falhas. Pelo visto, ainda tinha algumas recaídas.
Após aquela meia hora inicial, eles seguiram juntos pelo parque, com Seungmin parando periodicamente para tirar fotos das plantas e da paisagem com sua primeira câmera profissional, Hyunjin posando em quase todos os seus ângulos fotogênicos e Jeongin apenas sorrindo amarelo e fazendo o sinal da paz com a mão esquerda. Eles jogaram moedas e fizeram pedidos na pequena fonte de granito no centro do parque, brincaram de jogar frisbee com uma garotinha e seu pastor alemão enorme e, por fim, quando os raios delicados da manhã já davam lugar ao sol do meio-dia, pararam em um pequeno quiosque para comer crepes de chocolate com morangos.
ㅡ Ei, Jeongin, fala alguma coisa. ㅡ Seungmin o cutucou com o canudo do suco de laranja, chamando a atenção do menor que mantinha o olhar em algum ponto fixo do parque. Ele se virou rapidamente para os dois namorados, que o olhavam com o cenho franzido.
ㅡ Como assim?
ㅡ Você não disse quase nada desde que chegamos aqui. Está aborrecido ou algo assim? ㅡ Ele perguntou. Jeongin sentiu uma vontade de chorar se aproximar, mas a suprimiu com um pedaço grande de crepe. Negou com a cabeça, a boca cheia demais para falar algo.
ㅡ Esquece isso, sabe que ele é assim de vez em quando. ㅡ Hyunjin disse ao ruivo, revirando os olhos. Jeongin ergueu uma sobrancelha com incredulidade, surpreso com o tom que ele usara. Agora queria chorar de raiva, mas não daria um escândalo ali. Ele suprimiu as emoções e deu um sorriso.
ㅡ Eu estou ótimo, Seungmin, obrigado por se preocupar. Eu estava apenas com uma música em mente. ㅡ Ele disse, e então começou a cantar uma melodia para complementar a falácia. Não era bem uma mentira, ele realmente estava trabalhando em uma música. Desde que Chan havia voltado, ele normalmente ia para a confeitaria de Changbin para trocar de ares e trabalhar melhor e, como Jeongin ficava a maior parte do tempo lá fazendo companhia a Seungmin, ele ficava com o mais velho e ele sempre dissera que ele tinha uma voz maravilhosa e o encorajava a escrever música, talvez como um pequeno hobby para matar o tempo. Ele não sabia bem se conseguiria, mas após algumas dicas, escrever músicas e inventar melodias era o seu novo passatempo favorito. Os dois sabiam sobre aquilo, então foi fácil dizer sem que percebessem ser mentira. Seungmin concordou com a cabeça e voltou a tomar seu suco. Jeongin sentiu o coração ficar mais pesado com as palavras de Hyunjin, ele mesmo já querendo sumir dali, então começou a cantar um pouco mais alto. A melodia era suave, em notas intercaladas que até soavam tristes naquele momento. Após alguns minutos em total silêncio entre os três, eles terminaram os crepes e os dois mais velhos foram pagar e decidir se iriam pedir algo a mais, deixando o menor sozinho no banco. Ele suspirou, baixando o tom da música e sentindo a culpa por ter mentido. Ficou olhando para os dedos manchados de chocolate até que sentiu dois dedos cutucarem seu ombro.
ㅡ Com licença, jovem... ㅡ Uma voz mais grave e velha o chamou e ele se virou rapidamente. Era um homem em seus quase quarenta anos usando um casaco um pouco apertado para seu tamanho físico e usava óculos grandes demais para o rosto, estes embaçados pelo frio. Ele estreitou os olhos através das lentes e deu um sorriso grande quando fitou o rosto de Jeongin. ㅡ Caramba, dei sorte!
ㅡ Perdão? Posso ajudá-lo, senhor? ㅡ Jeongin virou-se melhor e o homem deu uma risada constrangida, buscando algo nos bolsos.
ㅡ Ah, me perdoe a intromissão, mas... eu o ouvi cantando ali do lado e percebi que sua voz é impressionante! ㅡ Ele disse, e pareceu falar com total sinceridade. Jeongin sentiu o rosto ficar vemelho e sorriu envergonhado.
ㅡ Ah, por favor, não é tão boa assim. Me desculpe se o incomodei.
ㅡ O quê? Eu estou encantado! Só de ouvir apenas essas notas, já sei que você tem talento. Um dom musical, com certeza! ㅡ Ele disse, e do bolso puxou um maço de cartõezinhos. Jeongin arregalou os olhos ao ouvir aquilo.
ㅡ Dom musical?
ㅡ Exato. Pouquíssimos jovens hoje em dia desenvolvem essa arte com tamanha paixão. E com sua beleza, que é tão exótica e um maravilhoso bônus, nunca tive tanta certeza ao dizer que você faria um grande sucesso no ramo da música. ㅡ Ele puxou um dos cartões do maço e o entregou a Jeongin. O menor estava um pouco atordoado para ler os detalhes do cartão, então só conseguiu ver a sigla WG no centro do cartão. ㅡ Meu nome é Kim Hong Seok, sou um dos gerentes da WG, uma das mais promissoras empresas de entretenimento do mercado.
ㅡ Então vocês... trabalham com música e essas coisas? ㅡ Ele perguntou, maravilhado. Sabia que Chan trabalhava numa empresa dessas, mas ele raramente deixava escapar detalhes, dando a entender que era um trabalho importante. O quão bom você deveria ser para que fosse abordado por um gerente em pessoa? Hong Seok concordou com a cabeça, sorrindo grande.
ㅡ Artistas, grupos, atores, o que quiser! Transformamos sonhos em realidade, e eu posso transformar o seu, meu jovem. ㅡ Ele se aproximou, apoiando-se na mesa, a pouco menos de meio metro de Jeongin. Ele não vira ninguém se aproximar, apenas pensava junto do homem. Tornar-se um artista? A ideia ainda não havia lhe passado pela cabeça, mas ele gostava muito de cantar e fazer música. Será que ele faria sucesso como o homem dizia? Hong Seok o encarava como se pudesse prever tudo isso, e tivesse todas as respostas. ㅡ As nossas primeiras audições começarão em poucos dias, e me parece que você já é bem promissor para uma vaga de trainee. E então...?
Jeongin estava prestes a responder, mas logo atrás de si ouviu dois pares de passos se aproximando rapidamente. A mão de Seungmin puxou Jeongin para fora do banco sem tanta delicadeza, e Hyunjin ficou entre ele e Hong Seok.
ㅡ Ele não está interessado, senhor. ㅡ Hyunjin disse sem rodeios, e o homem adotou uma expressão aborrecida.
ㅡ Bem, que eu saiba, você não fazia parte da conversa para dizer isso. ㅡ Ele retrucou, olhando para o menor por trás das costas largas de Hyunjin, e Jeongin empalideceu de vergonha. Seungmin se pôs ao lado do mais alto, cruzando os braços assim como ele e impedindo a visão dele de Jeongin.
ㅡ Nós estávamos ouvindo, e a resposta é a mesma. ㅡ O ruivo respondeu, impassível do mesmo jeito. Os três se encararam por alguns instantes, e então Hong Seok guardou os cartões de volta no bolso e se retirou. Durantes aqueles trinta segundos, Jeongin estava mudo, mas logo os puxou para fora da área onde haviam muitas pessoas e os trouxe para perto, vermelho até o pescoço de raiva.
ㅡ Mas o que foi isso?! Por quê fizeram essa cena?
ㅡ Você ainda é ingênuo demais, Jeong, não pode sair caindo na conversa de qualquer um que te promete fama e sucesso. ㅡ Hyunjin disse, tão irritado quanto o menor.
ㅡ Ele não ia me fazer nada! Apenas me deu um cartão e me elogiou. ㅡ Ele disse, mostrando o papel. Seungmin jogou os cabelos para trás, suspirando.
ㅡ Você não viu como ele estava te olhando, Jeong. Era a expressão de um completo tarado! Sabe-se lá o que ia fazer.
ㅡ Mas não é desculpa para responder as coisas por mim! ㅡ Ele gritou, deixando as lágrimas que segurava desde o início da manhã. ㅡ Primeiro passam o único dia em que eu queria sair com vocês reclamando como se eu não estivesse aqui e agora fazem aquilo?! O que eu sou, um boneco sem sentimentos?!
ㅡ O quê?! A gente só quer o seu bem, e você fala essas coisas, Jeongin!! Se ele te levasse embora, te colocasse na empresa podre dele e fizesse o que quiser com você, será que nos veria do mesmo jeito?! ㅡ Seungmin largou a expressão contida que sempre mantinha no rosto e explodiu. Jeongin soluçava alto, mas conseguia manter os olhos abertos pelo fluxo de lágrimas que inundavam seu rosto. Ele estava paralisado, mal conseguia respirar.
ㅡE-eu...
ㅡ Chega disso. Vamos. ㅡ Hyunjin pegou o braço do ruivo e o afastou. Os dois saíram, Jeongin não sabia para onde e naquele momento nem queria saber. Deixou aquelas palavras trocadas entre os três circularem na sua cabeça e as lágrimas de raiva se tornarem lágrimas de culpa. Havia feito tudo de novo.
***
ㅡ Eu iria para casa, mas não queria encontrá-los agora. Então, vim para cá. ㅡ Jeongin disse, tomando o último gole de chá de camomila da caneca grande que Minho havia feito para ele. Han estava sentado na ponta do sofá, ouvindo toda aquela história, sem nem ao menos ter tirado o casaco assim que chegou em casa do trabalho. Minho, que estava encostado na bancada da cozinha, soltou o ar pesadamente.
ㅡ Caramba.
ㅡ Algum deles mandou mensagem desde então? ㅡ Han perguntou, o cenho franzido, sem ter muito o que dizer. Ele nunca imaginaria que os três teriam aquele tipo de briga, muito menos que os dois mais velhos pudessem agir daquele jeito. Jeongin puxou o celular, que não tinha nenhuma notificação nova. Eles suspiraram.
ㅡ O que eu estava esperando, de qualquer jeito? Não deveria nem ter saído de casa hoje. Se não fosse por mim... ㅡ Ele ia começando a dizer, mais lágrimas ameaçando inundar seu rosto já inchado, mas Han segurou seu rosto e o apertou entre os dedos.
ㅡ Não, não, não! O Jeongin não tem culpa nenhuma. Não tem nada de errado em querer sair de vez em quando.
ㅡ Sim, eles erraram especialmente nisso. Mas quanto ao homem da empresa, você realmente tem que mais cuidado. Algumas empresas são perigosas, especialmente essas que mandam funcionários buscar pessoas na rua. Essas são as mais desesperadas. Entendo que eles foram obsessivos até demais, mas também havia seus perigos envolvidos, entendeu? ㅡ Minho disse, se sentando ao lado de Han no sofá. Jeongin concordou lentamente, tentando entender aquilo.
ㅡ É nossa primeira briga desse jeito. Eu nunca havia visto eles gritarem daquele jeito, especialmente o Seung.
ㅡ Bem, o Jeonginnie pode ficar aqui, até se acalmar, tudo bem? ㅡ Han disse, se levantando e pegando a caneca de chá vazia das mãos do menor. Jeongin recebeu dois beijinhos na testa das gêmeas, que pediram para que ele ficasse melhor e não chorasse mais. O casal o deixou na sala e entraram na cozinha para conversar a sós.
ㅡ Nossa casa já virou hotel para corações partidos. ㅡ Minho comentou, o que fez Han dar uma risada contida, mas então se virar para ele com uma expressão de censura.
ㅡ Não diga algo assim, o Jeonginnie está muito magoado. Woojinnie também estava, não podemos fazer muito por eles além de dar apoio.
ㅡ Certo, certo. Caramba, como puderam deixá-lo lá daquele jeito? São crianças para fazer cena no meio do parque? ㅡ Ele disse com o cenho franzido, passando a mão pelos cabelos. Ele pegou a caneca das mãos de Han, que estava prestes a lavá-la. ㅡ Pode deixar comigo. Seu primeiro dia deve ter sido cansativo, é melhor pelo menos tirar o casado.
Han agradeceu e deixou um selar na bochecha de Minho, fazendo seu caminho para fora da cozinha. Quando ia se aproximando da sala, ouviu algumas melodias doces sendo cantadas e quando teve uma visão total do cômodo, Jeongin cantava para as gêmeas que se apoiavam em seus joelhos. Ele cantava com tanto sentimento que ele até entendia porque havia chamado tanto a atenção do homem. Ele sorria levemente enquanto acariciava os fios das duas pequenas e estava tão focado que nem havia notado a presença do melhor amigo. Foi apenas quando ele terminou a música e as meninas o aplaudiram como fãs devotas que ele olhou para Han, que também o aplaudia.
ㅡ O Jeonginnie realmente leva jeito para cantar.
ㅡ Não sei, para mim era só mais um hobby. Depois do que aquele homem disse, estou pensando se deveria ir em alguma audição. Mas não na empresa dele, agora que sei onde estava me metendo.
ㅡ Poderia ir em uma audição da empresa do Channie. Pelo menos sabe que a dele é mais conhecida. ㅡ Han disse, e então passou a pensar em alguns dos artigos que leu sobre a vida dos artistas. No mínimo, a pessoa teria de dar 110% de si para ganhar a satisfação da empresa, e só se passava a ganhar dinheiro alguns anos depois de estrear no ramo. Era uma tarefa árdua, mas que rendia muitos frutos a longo prazo. ㅡ Bem, apenas se o Jeonginnie tiver certeza. Mas ele tem cara de cantor famoso. Ou até mesmo ator. Seria tão legal ver o melhor amigo do Han fazendo novela na televisão.
ㅡ Bem, pensarei nisso mais tarde. ㅡ Ele disse ambiguamente. Ele pediu para ver televisão, e Han disse para que ficasse à vontade, enquanto ia tomar banho.
Han estava sentado na banheira tranquilamente, tentando fazer esculturas com seu cabelo enquanto aplicava condicionador quando ouviu seu nome ser chamado bem alto por Minho.
ㅡ HAN, VEM VER ISSO AGORA! ㅡFoi a vez de Jeongin gritar, e eles pareciam genuinamente desesperados. Han nem teve tempo de tirar o creme do cabelo, apenas se enrolou numa toalha e saiu escorregando com os pés molhados pelo corredor até a sala. Para a surpresa dele, em primeira análise, Seungmin e Hyunjin estavam lá ao lado de Jeongin no sofá, sem nenhum traço de aversão entre eles, como se absolutamente nada tivesse acontecido. Em segunda, a única coisa em que eles estavam focados era a televisão, deixando a entender que era o que eles queriam mostrar.
ㅡ C-Changbin?! ㅡ Ele gritou, pulando em cima do sofá, deixando a cauda molhada respingar em Minho. No canal de culinária local, estava passando um quadro que visitava restaurantes, lanchonetes e outros estabelecimentos e mostrava um pouco mais sobre eles e as especialidades culinárias. E naquele episódio, a confeitaria Eodun estava sendo visitava.
Han chegou um pouco tarde demais, então estavam nos minutos finais do programa. No último take, lá estava o apresentador do programa e Changbin no seu avental e uniforme de chef, mas havia algo muito estranho e hilário em sua figura: ele parecia duro como uma pedra, os braços musculosos trincados no lugar e um sorriso robótico que não se movia nem um milímetro. Ele olhava para a câmera como se sua vida dependesse daquilo. No momento de se despedir, Han jurou que viu seu tronco se curvar num ângulo de noventa graus, e controlou a risada como os outros, que já riam há muito tempo.
ㅡ Ele... ele parecia um espantalho! ㅡ Hyunjin disse entre gargalhada, puxando Jeongin para seu lado, que o apertou enquanto segurava a barriga, tentando puxar ar pelos pulmões. Alguns segundos depois o celular de Minho tocou e era o próprio dono da confeitaria. Ele colocou no viva-voz para que todos ouvissem.
ㅡ Vocês viram, não é?! Eu tava um gostoso! ㅡ Changbin gritou sem rodeios, e a sala inteira começou mais uma rodada de risos.
ㅡ C-com certeza! Todos estávamos de boca aberta! ㅡ Minho disse com a voz falha, o sorriso quase rasgando os lábios.
ㅡ Ah, eu sabia! O apresentador disse que gostou muito do episódio e com certeza mais pessoas viriam! Ele até disse que eu poderia começar um canal no Youtube, que eu tenho jeito para as telas! ㅡ Ele contou com animação, parecendo querer explodir de alegria. Fosse como fosse, todos estavam feliz por ele. Eles riram mais um pouco quando se deram conta de que o cabelo de Han formava um coração por causa do condicionador e o clima na casa pareceu bem mais leve. Jeongin explicou que foi justamente os dois que estavam procurando por ele na praça (não tinham de fato ido embora) quando viram o programa passando na televisão e vieram para lá. Eles se explicaram e tudo estava tão bem quanto sempre fora. Han viu que essa era uma coisa que gostava muito em seus amigos: nunca deixavam pequenas brigas separá-los tão facilmente.
ㅡ Eu também fiz uma decisão nesse meio tempo. ㅡ Jeongin disse, segurando firmemente as mãos dos dois namorados. Todos já estavam na sala, divulgando o episódio do programa no Twitter. Os que estavam no celular tiraram a atenção do aparelho para ouvi-lo. ㅡ Eu quero me tornar um cantor.
ㅡ Por favor, que seja na empresa do Chan, pelo menos. Não quero ouvir falar em WG nem se me pagassem. ㅡ Seungmin disse, mas sorria abertamente, beijando a orelha de raposa do menor. ㅡ Tenho certeza de que vai fazer sucesso.
ㅡ Óbvio. Já tenho até um nome de palco para você: Raposinha Swag. ㅡ Hyunjin disse, fazendo gestos de rappers. Apenas pelas risadas, todos rejeitaram a ideia um tanto quanto controversa. ㅡ Certo, mas acho que pelo menos Foxy soa legal.
Aquele pareceu melhor a todos. Jeongin agora tinha um olhar mais aberto e sonhador, e Han agradeceu pelo dia ter começado e terminado muito bem.
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