Lucy
Ele olhou em meus olhos e estava prestes a me dizer algo, porém sons de passos, vindos de um corredor próximo, o fizeram ficar em silêncio. Ele equipou um machado e uma espada, e se posicionou em pé a minha frente.
Os passos se aproximavam de forma rápida, e, a julgar pelo ritmo das passadas, vinham de mais de uma pessoa.
– Atrás de mim – pediu John.
Tentei me por de pé com a ajuda da parede, mas o máximo que eu consegui foi ficar de forma torta, apoiada a uma rocha.
Os passos por fim pararam, quando um grupo de cinco pessoas parou a nossa frente. Cinco pessoas conhecidas.
– O que…? – eu ia perguntar, porém um ataque de chamas desferido por um dos recém chegados em minha direção, me fez parar.
Joguei-me no chão, em uma tentativa de evitar o ataque, porém foi uma atitude desnecessária, pois John interrompeu a rajada de chamas com extrema facilidade. O espadachim utilizou da espada para “cortar” através das chamas, dividindo o ataque em dois e fazendo ambos irem a direções inofensivas para nós.
− O que você pensa que está fazendo? – perguntou John ao rosado, que eu conhecia, e que havia me atacado.
– Você faz ideia de quem ela é? – questionou o agressor.
O moreno a minha frente estava completamente irritado e incrédulo, porém a visão dele focou no braço direito do rosado e ele rapidamente identificou o motivo do ataque.
− Você... – concluiu John de forma ameaçadora.
Uma quantidade descomunal de magia emanou de seu corpo, envolvendo-o em uma aura que emanava cada gota de seu enorme poder mágico, assim como toda a raiva que ele devia estar sentindo no momento.
A próxima cena foi tão rápida que me deixou confusa. Em um segundo John estava de pé a minha frente, mas no minuto seguinte ele já havia sumido e Natsu, aquele que me atacara, estava gritando de dor. Olhei mais a frente, e vi John atravessando a lâmina de sua espada no ombro esquerdo de Natsu.
Sangue jorrou do ferimento, principalmente quando John removeu a lâmina do corpo do rosado. O mago de cabelo rosa gritou.
Um moreno, que estava junto a Natsu, tentou atacar John com uma espada de gelo, mas este foi mais rápido e interceptou o ataque, empurrando a lâmina gélida com força. Em seguida ele recuou e voltou a ficar de pé a minha frente como antes, só que dessa vez, sua espada estava suja de um intenso vermelho.
– O que você pensa que fez? – perguntou o moreno que tentou atacar John.
Gray. Fora ele que tentou atacar meu atual parceiro. E pela expressão dos outros melhores do grupo, em breve ele deixaria de ser o único a tentar fazê-lo.
Juvia, Gajeel e Laxus. Eles, juntamente de Natsu e Gray, formavam o grupo de recém chegados. Todos sem exceção me encaravam de forma perplexa, mas o que era surpresa se tornou rapidamente aversão. Todos me olharam como se fossem me matar, e, nas atuais circunstâncias, eles poderiam.
Natsu caiu de joelhos no chão e Gray se abaixou do seu lado, criando com sua magia um torniquete de gelo para o ferimento do amigo.
– Qual é o seu problema? – perguntou o moreno para John.
O mago de armadura riu antes de dar sua resposta.
– Qual o meu problema? Qual é o problema de vocês fadas estúpidas que sempre atacam a Lucy?
Pela sua aparência e o seu tom de voz atual, era possível notar o quão possesso o mago de armadura estava. As fadas ficaram boquiabertas com a declaração de John.
– Fadas que atacam ela? – questionou Laxus – Quem mais a atacou? Erza? Mira? Vocês fizeram algo a elas? Onde elas estão?
Raios emanavam do corpo do loiro. Ele parecia que a qualquer momento fulminaria a mim e a John com relâmpagos.
– Elas estão aqui em algum lugar. Fomos todos capturados. Crawford Seam é um traidor. Ele está trabalhando para Tartaros – explicou John, mas a julgar pela expressão de Laxus, a resposta não o acalmara.
– Se elas também foram capturadas, elas deveriam estar presas no mesmo lugar que vocês. Por que não as procuraram? – questionou Gray enfurecido.
– Como? – perguntou John – Para sua informação elas não estavam presas conosco e mesmo se estivessem eu as teria deixado para morrer. Vocês têm sorte de eu não…
– John. Chega – interrompi a discussão, fazendo com que o grupo novamente voltar sua atenção para mim. Levantei-me do chão e prossegui – Não é hora de discutir. Precisamos achar o ex-presidente. Ele é a chave dos planos da Tartaros.
Os olhos dos recém chegados se tornaram obscuros. Eles não pareciam muito humanos em minha opinião. Era quase como se a Fairy Tail só se tornasse o monstro assustador que era, quando se encontrava comigo. Como se eu fosse uma praga que eles têm o desejo subconsciente de exterminar.
– Deixem isso para lá – disse Natsu, mesmo que de forma descontente. Ele me encarava de forma fria – Vamos encontrá-las.
O rosado se levantou, com a ajuda de Gray, e se virou para ir embora. Os outros quatro o seguiram.
John pareceu dar o assunto por encerrado também, pelo menos por enquanto. O mago se voltou para mim, porém algo inesperado aconteceu.
Natsu se virou em minha direção de forma brusca e em seguida lançou uma rajada de chamas e raios que vinha até mim de forma surpreendentemente rápida.
A expressão de John ficou envolta em surpresa e pânico, e ele se jogou em direção a rajada, contudo foi um ato em vão, pois o ataque já se encontrava a centímetros de mim.
Não havia modo de eu conseguir desviar a tempo, e no meu em atual estado este simples ataque poderia me matar. Mas no último segundo, um pulso de energia fluiu pelo meu corpo, energizando-o e revitalizando-o.
Com a energia recuperada, eu simplesmente repeli o ataque com uma mão, mandando-o para uma parede, a qual foi destruída.
Uma energia mágica diferente surgiu na palma da minha mão direita, fazendo com que está emitisse um fraco brilho prata. A magia de Hermes. Não precisei fazer nenhum esforço para que a imagem e voz dele surgissem na minha mente. Sorri com isso.
– Tarefa cumprida, senhora. Eu vou ficar descansando um pouco, tudo bem? Aquele demônio tinha uma magia bem poderosa – disse o deus sorrindo – E eu fiquei sabendo sobre a Fairy Tail.
Meu sorriso desapareceu.
– Hey, hey, tudo bem. Não é um motivo para ficar triste, mesmo que seja uma memória sombria. Eu só quero que saiba que eu estou aqui para tudo que você precisar, entendido?
Sim.
Sabia que ele havia ouvido minha resposta mental, pois ele deu um sorriso ainda mais fofo antes de desaparecer em uma névoa prateada.
Respirei fundo e fechei os olhos.
– Obrigado, Hermes. Você é um doce – sussurrei para mim mesma.
Abri os olhos e analisei a cena a minha frente. John estava ajoelhado no chão, me olhando de forma aliviada. Provavelmente ele havia caído quando tentou deter o ataque de Natsu. Já o rosado, assim como os demais magos da Fairy Tail, demonstrava pura surpresa. Posso até mesmo supor o que se passava na mente deles neste momento. “Mas ela estava completamente acabada, então como conseguiu se proteger daquela forma?”. Deveria ser algo assim.
John se levantou e andou até mim, postando ao meu lado e se voltando contra as fadas.
– Agora… vamos resolver isto. De uma vez por todas.
A mandíbula de Natsu travou e seus dentes bateram com força.
Mirajane
Aquilo não podia ser a Erza. Era impossível. Mesmo após tudo que aconteceu envolvendo a Lucy, eu jamais imaginaria que minha amiga se tornaria um monstro como aquele. Oh, Lucy. O que aconteceu para que fizéssemos aquilo com você?
Mas agora não é hora de ficar relembrando do passado. Agora, eu preciso derrotar este monstro e trazer minha amiga de volta.
Assim que ativei meu Satan Soul, Erza fez surgir em suas mãos duas espadas negras como a noite.
Avançamos uma conta outra, e as garras do meu Take Over se chocaram com força contra a negra lâmina da espada de Erza. Segurei a espada dela e desferi um chute em sua barriga, o qual a lançou alguns metros para trás.
A ruiva riu com o meu golpe.
– Essa é toda a força do seu Satan Soul? – perguntou Erza, com escárnio na voz – Você não tem ideia do que é a força de um verdadeiro demônio, não é mesmo Mira? Não fique triste, pois eu irei lhe mostrar.
Suas frases. Sua postura. Sua voz. Tudo que vinha da ruiva me enfurecia. Tudo pelo simples fato de ela estar assim por causa da Tartaros.
Que guilda deplorável e nojenta. Corromper uma pessoa para que esta virasse sua escrava, era com certeza a pior coisa que eu já vi em toda minha vida. Era desumano e cruel de forma que nem mesmo um demônio o faria.
– Eu vou te derrotar, Erza. E lhe trazer de volta a razão.
Ela riu.
– Você não poderia. Mesmo se usasse seu Take Over mais poderoso, mal poderia me arranhar no modo como eu estou agora. Esta nova Erza é imbatível – disse ela, da forma mais petulante possível.
– Ora, sua…
Carreguei minhas mãos com energia negra, e tornei a atacar minha amiga. Apenas Deus sabe a dor que eu sinto por ser obrigada a fazê-lo.
Ela fez com que as espadas em suas mãos desaparecessem e fez surgir um grande machado, negro como as espadas. Ela bloqueou o soco que eu tentei desferir usando uma única mão e em seguida me atacou com a arma, causando um corte no lado esquerdo das minhas costelas.
Uma dor fortíssima percorreu meu corpo, fazendo-me gritar e me afastar dela. Era como se lava fervente fosse injetada nas minhas veias. Agora, uma coisa é certa: estas armas não são de aço comum.
Segurei o ferimento com a mão, para tentar conter o sangramento, porém, para minha surpresa, não havia nenhum fluxo de sangue. Olhei para o corte e fiquei chocada com o que vi. Toda a extensão do ferimento se encontrava cauterizada, como se a lâmina que o provocou estivesse em chamas.
Encarei Erza e ela sorriu.
– Ferro Estígio. Um material encontrado apenas às margens do riu do submundo. Ele é usado para ceifar e destruir almas – explicou Erza – É isso que você está sentindo. Sua alma sendo maculada pelo ferro de Hades.
– Ferro Estígio? Destruir… a alma? – questionei, arfando por causa da dor.
– Mas não se preocupe, a dor é apenas temporária. Assim que eu ceifar a sua alma, a dor sumirá e você encontrará a verdade. Uma verdade que apenas o Lorde Zeref pode oferecer. Foi o que a senhora Kyôka fez comigo. Você verá o quão maravilhosa é a sensação – completou ela rindo.
Ela… ela ceifou a alma da Erza? É por isso que ela está assim? É por isso que ela se tornou este monstro que está diante de mim?
– O que… o que ela fez com a sua alma? – perguntei a ela.
– Não me importei em perguntar – disse ela dando de ombros – Apenas pedi para que ela mantivesse aquilo bem longe de mim. Afinal, eu me sinto perfeita.
Erza. Essa não é você. Eu irei recuperar sua alma, mas não conseguirei isto no meu estado atual e muito menos me contendo.
– Segunda Origem, liberar.
Uma onda incomparável de poder mágico invadiu meu corpo, restaurando minhas forças e minha resistência.
– Take Over: Demon Halphas.
Minha forma mudou e eu ganhei escamas e uma cauda, ambas azuis.
– Eu não irei mais me conter, Erza – a avisei – Eu irei fazê-la voltar ao que era trazendo sua alma de volta. Mesmo que eu tenha de obliterar toda a Tartaros com as minhas mãos.
Erza lambeu os lábios.
– Era esta a determinação que eu queria ver. Venha – pediu ela.
Asas surgiram nas minhas costas e eu voei em direção à ruiva.
Desta vez, nossos punhos se chocaram. Ela tornou a tentar me acertar com a lâmina do machado, mas desta vez eu saltei e pousei graciosa e silenciosamente atrás dela. Voltei-me rapidamente para ela com uma esfera de energia azul em mãos, a qual eu lancei rapidamente contra suas costas.
Ao entrar em contato com a inimiga, a esfera causou uma grande explosão, lançando a ruiva para longe, gemendo de dor.
Erza se levantou com dificuldade e olhou para mim.
– Bom, agora você tem alguma chance de durar um minuto contra mim – disse em puro deboche.
Você está errada Erza. Eu não pretendo durar apenas um minuto, e com minha Segunda Origem e o poder de Halphas em potência máxima, eu irei derrotá-la.
– Eu sempre te considerei mais forte do que eu, Erza. Mas agora, pelo bem de nós duas, eu preciso ser a mais forte. E se para isso eu tiver que me tornar um demônio, ou coisa pior, eu o farei. Não perderei uma amiga para as trevas – disse para ela.
A ruiva riu.
– Você… é absolutamente patética – respondeu ela.
Ela voltou a atacar com o machado.
Katrina
– Katrina Ives? Como assim? – questionou Carol, enquanto se levantava do chão, onde estava caída.
Minha mente fervia com tudo que eu deveria dizer para ela. Eu nunca me imaginei contando meu passado para ninguém, mesmo ela, e agora eu não tinha ideia de por onde eu deveria começar.
– Este demônio a sua frente… – comecei enquanto indicava o esqueleto com a cabeça – Ele se chama Keyes. Meu pai o despertou, anos atrás, na tentativa de ressuscitar minha mãe. Ele usou o meu poder de Infinity Slayer para realizar a magia que o trouxe de volta a vida.
– Co… como?
Tanto a expressão quanto o tom de voz da loira indicavam surpresa e espanto.
– Kath… isso é…
– É uma longa história, Carol. Mas por enquanto, nosso objetivo tem de ser derrotá-lo. E quando o fizermos, eu prometo lhe contar tudo – disse, segurando firmemente a mão dela.
Ela continuava confusa, mas assentiu. Juntas, nos voltamos contra o Etherious.
– Oh, céus. Amor jovem. Tão confuso e fofo – disse Keyes, com sua voz desprezível – Eu vou adorar matar esta garota perante seus olhos, Katrina. Afinal, você não pôde ver a morte de seu pai, não é mesmo?
Meus dentes rangeram e eu rosnei. Já Carol por sua vez riu descontroladamente.
– Me matar em frente à Kath? – perguntou ela.
O corpo dela começou a brilhar. Sua forma mudou e quando o brilho cessou, pode-se ver a nova aparência da loira.
Seu corpo fora tomado por escamas verdes, que cobriam suas pernas inteiramente, formando uma espécie de calça para ela. Já seu tronco, se tornou envolto em escamas vermelhas, que iam até acima de seus seios, dando origem a algo semelhante a um “tomara que caia”. Ela usava uma capa vermelha, com gola alta em formato de flor. Além da capa, ela usava botas negras que iam até metade de suas coxas, e possuía garras também negras. Suas orelhas se tornaram ligeiramente pontudas.
– Take Over do Dragão da Terra? – perguntei a ela.
A loira assentiu.
– Adoraria vê-lo tentar me matar – completou olhando Keyes de maneira psicótica.
Lucy
Todos os magos da Fairy Tail me encaravam completamente desacreditados. Natsu suava frio.
– O… o que você é? – perguntou o rosado.
O que eu sou? Neste momento uma série de respostas passou pela minha mente. Uma mulher machucada, talvez? Ou até mesmo uma guerreira? Uma sobrevivente? Alguém que está destinada a sempre ter de renascer?
E então, todas estas respostas pareceram se responder sozinhas.
– Eu sou uma mulher machucada, que sofreu coisas inimagináveis nos últimos anos. Sou uma guerreira, forte para superar tudo pelo que passei e tudo que está por vir. E uma sobrevivente, alguém que sempre é obrigada a renascer, a mudar e a evoluir…
Conforme eu dizia tudo isto, tanto minhas inseguranças quanto meus medos sumiam. Talvez tudo que eu precisasse fosse encarar os causadores de tudo frente a frente. Fairy Tail. Natsu estava parecendo cada vez mais assustado, tanto é que dava alguns passos para trás.
– Eu sou… eu sou… Fênix – conclui, fazendo agora que John olhasse para mim, com uma expressão repleta de curiosidade – Não importa quantas vezes você me queime, eu sempre retornarei das cinzas, maior e mais forte.
Tudo fazia sentido para mim agora. Quando o mestre fez contato telepático conosco, no vilarejo atacado pela Tartaros, ele disse algo só para mim que atiçava meu subconsciente, uma vez que minha mente tentava compreender a ideia de reencontrar a Fairy Tail. “Uma Fênix, tem o poder de renascer das cinzas. Mas não importa quantas vezes ela o faça, não há sentido se ela não escolher seguir com uma nova vida. Esta é a Phoenix Sociére. Uma nova vida. Uma nova chance. Eu apenas espero que você descubra isso antes que seja tarde demais”.
Phoenix Sociére. Finalmente eu entendia o que realmente significava ser parte dessa guilda.
– Não pretendo descontar toda a raiva desses quatro anos em vocês cinco, mas eu exijo uma explicação sobre o que aconteceu antes – disse.
Natsu engoliu em seco, mas não ficou em silêncio por muito tempo.
– Quer mesmo saber o porquê? – questionou ele debochado – Porque você não passa de uma garota inútil e fraca. Mesmo agora, com todo esse poder que eu não faço ideia de onde você tirou, você é fraca ao ponto de não conseguir fazer algo tão simples quanto uma vingança. Eu estava certo quando propus a sua expulsão ao mestre.
O que? Ele havia arquitetado tudo aquilo? Toda a humilhação? Toda a dor? Para falar a verdade eu já imaginava que o responsável seria ele, porém uma pequena fração do meu ser se recusava a acreditar nisso. Mas agora, esta fração morreu. Minha expressão refletia todo meu choque.
– Oh, você não sabia? Fui eu quem planejou tudo aquilo. Foi até fácil, considerando o quão previsível você é.
Eu estava quase chorando.
– Ora, seu… – disse um muito irritado John, empunhando a espada contra Natsu.
– Pode vir seu merdinha – pediu Natsu, com as mãos envoltas em chamas e raios.
Na realidade todos os magos da Fairy Tail já estavam preparando alguma magia. O corpo de Laxus emanava relâmpagos, enquanto o de Juvia estava semi-liquefeito. Gajeel transformara seu braço em uma espada de ferro e Gray formara uma espada de gelo simples.
– Podem vir todos ao mesmo tempo – falou John, enquanto eu me desfazia em lágrimas, com as mãos cobrindo o rosto – Mesmo todos juntos não podem me derrotar.
Natsu riu.
– É o que vamos ver – disse o rosado.
Ninguém verá nada. Eu realmente estava tentando bancar a superior, e me convencer de que a vingança não é um caminho que eu deva seguir. Mas para mim já basta. A Fairy Tail é deplorável, e se o destino promoveu este encontro para que eu decidisse o que fazer, eu já tenho uma resposta.
John avançou contra os demais magos, que fizeram o mesmo contra ele. Mas eu não permitiria que ele se envolvesse em uma bagunça da minha vida. Surgi em frente aos magos da Fairy Tail e produzi um escudo de mana, uma energia roxa poderosíssima que fluía por meio de todos os seres vivos, contra o qual as fadas se chocaram.
– Lucy? – questionou John.
– Sua… cadela… – disse Natsu.
Eu sorri.
– Fênix, amor, fênix – o corrigi.
Concentrei-me um pouco mais, e o que era um escudo, se tornou uma rajada de energia concentrada, a qual lançou os magos para longe.
As fadas caíram todas no chão, todos com as roupas em farrapos. Até mesmo Juvia, que se gabava dizendo que nada poderia afetar seu corpo de água, havia sido atingida com força.
– Eu já cansei de suportar a existência da Fairy Tail. Assim que eu destruir a Tartaros, eu irei até Magnolia. Eu irei até vocês – disse da forma mais ameaçadora que eu podia − Eu os farei pagar quando chegar a hora, mas agora, eu já me contento em lhes dar uma prova do que irá acontecer.
Ergui minhas mãos em direção a eles. Estas começaram a emanar um brilho sombrio. O brilho da estrela negra.
– Eu não sei se isso vai matá-los, mas eu garanto que vai doer muito – expliquei.
– Lucy… eu entendo sua raiva. Eu até estava prestes a lidar com eles por você, mas agora definitivamente não é hora pra isso – disse John.
– Não. Eu já esperei demais. Brilho da Estrela Negra… – comecei e minhas mãos emitiram um brilho ainda mais forte – do Deus do Céu Celestial.
Uma enorme rajada fluiu das minhas mãos, rumo às fadas. Esta aumentou conforme se afastava das minhas mãos e se movia como um meteoro. Os magos estavam completamente imóveis e com as expressões congeladas.
O ataque acertou, causando uma explosão enorme e levantando uma quantidade enorme de poeira, mas mesmo com todo o dano, eu não havia ouvido nenhum grito. Talvez eu tenha os vaporizado. Não importa.
– Nós estamos indo – disse me voltando para John – Agora.
– Lucy. O que você…? – perguntou-se o rapaz, ainda olhando para o lugar onde estavam as fadas – Co… como? – exclamou surpreso.
Segui a linha se visão dele, e vi algo no meio da poeira que baixava lentamente. Um escudo de chamas escarlates. E dentro deste se encontravam todos os cinco magos, os quais se encontravam assustados e perplexos. Ao que parece nenhum deles entendia de onde havia surgido aquela proteção de última hora.
– O que? Como…? – disse, e senti uma presença familiar atrás de mim – Você? – questionei-me, enquanto me virava para trás.
Saindo das sombras do corredor mal iluminado surgiu um homem conhecido. Porém sua aparência atual divergia da que eu vira mais cedo.
– Marcus? – perguntou John – O que aconteceu com você? – completou preocupado.
Mas também, o estado dele era um tanto preocupante. Ele se encontrava sem camisa e seu tronco possuía alguns ferimentos, assim como sua testa, na qual havia um corte.
– Eu estou ótimo, mas a questão no momento é a Lucy – respondeu ele.
– Por que você os protegeu? Você tem ideia de quem eles são? – perguntei a ele furiosa.
Como ele ousou interferir? Não era da conta dele, então por que ele interferiu? Principalmente após ficar com tanta raiva da Fairy Tail, depois de eu ter contado tudo que aconteceu comigo.
– Lucy, você têm que me ouvir – explicou ele, enquanto o escudo de chamas, que ele produzira para proteger as fadas, desaparecia – Eu sei exatamente o que aconteceu quatro anos atrás.
Próximo capítulo: Fada Demônio VS Fada Demônio.
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