História My Queen - Number Five - Daddy Issues

The Neighbourhood - Daddy Issues

Autora "pov"

Ainda era muito cedo quando Elise acordou, talvez fosse o barulho na casa que seus irmãos faziam já que não estava tão acostumada a isso, ou a ansiedade de poder "sair em uma missão" com o número Cinco.

Levantando um tanto animada, a menina andou até o armário tirando a camisola de pijama e colocando o uniforme de sempre, se olhou no espelho, ajeitou a franja e sorriu para si mesma.

- Ótimo. Já está acordada.

Elise se vira rápido vendo Five sentado em sua cama olhando o quarto com atenção a fazendo se arrepiar.

- Privacidade, cacete! - reclamou indo até ele e tentando o arrancar da cama mas foi em vão já que quando encostou nele o mesmo sumiu e apareceu do outro lado do quarto.

- Com medo que eu veja algo? - perguntou franzindo as sobrancelhas vendo-a acenar negativamente com a cabeça.

- Eu só não quero um homem estranho e velho no meu quarto.

- Já falei, consciência de velho. - corrigiu a garota enquanto revirava os olhos sem paciência para explicar tudo novamente.

- E corpo de adolescente, eu notei. - Elise suspirou e olhou para Five. - O que vamos fazer hoje?

- Eu passei em um lugar para procurar o número de série disso aqui. - tirou o olho do bolso o desembrulhando e mostrando a ela. - Mas eles se recusaram a atender uma criança. - Revirou os olhos.

- Então não sei se posso ajudar muito sabe, não sou tão adulta quanto pareço. - disse brincando e Five novamente revira os olhos.

- Acha que não sei? Eu chamei o Klaus e ele está se trocando no quarto do papai, eu só vim te chamar pra caso algo der errado lá você ajude. - falou olhando alguns desenhos colados na parede.

- Então precisa da minha ajuda? - perguntou um tanto surpresa fazendo o garoto se virar para ela novamente.

- Na verdade não, mas não vai me deixar em paz se não te levar, certo? - viu a morena fazer que sim com a cabeça. - Então vamos logo.

Elise mal podia conter a animação, assim que saíram do quarto deram de cara com Klaus já arrumado usando um terno, mesmo parecendo um viciado, agora parecia um viciado rico e de classe.

- Vai ter uma namoradinha? - zombou Klaus abraçando a irmã de lado. - Melhor ainda!

- Ela não precisa fazer nenhum papel. - respondeu o garoto descendo as escadas sendo seguido pelos dois.

- Mas será mais fácil de colocá-la na história! - sorriu largo. - Você a conheceu na cafeteria, ela estava lendo um livro enquanto usava uma roupa larga, cabelos presos em um coque solto e tomava seu café no Starbucks, e você era o garoto mau da escola e ela a nerd, foi amor a primeira vista. - cantarolou enquanto se sentava no banco de trás e assim que a menina ia entrar ouviu Five reclamando.

- Não sou chofer, senta na frente.

Obedecendo-o, Elise se sentou no banco da frente e fechou a porta, Klaus olhava aquilo sorrindo.

- Eles são tão fofos. - disse vendo ambos começarem a conversar.

- São adolescentes, Klaus, não sei o que vê de fofo. - fala Ben olhando com atenção de braços cruzados.

- Não seja tão ranzinza, Benzinho. - disse segurando o riso com o trocadilho. - Não consegue ver um futuro casal com esses dois? Olha bem.

Ben sem responder os observou por um tempo, vendo os dois discutirem sobre o número de série de alguma coisa, prestou atenção em cada um, Five parecia sorrir mais, mesmo que fosse cinicamente, já ela parecia gostar de o irritar e também agia interessada nele lhe fazendo perguntas bobas sobre o mesmo. Por algum motivo que não sabia sentiu uma nostalgia ao vê-los assim.

- Eles agem como se já se conheceram antes. - Comentou e Klaus concordou com a cabeça. - E parecem que se dariam bem.

- Bingo! - falou alto chamando atenção dos dois no banco da frente.

- Ignora, ele deve tá chapado. - Comentou cinco olhando novamente para a rua enquanto dirigia.

Elise apenas concordou enquanto apoiava o cotovelo no vidro aberto do carro.

- Por que tentáculos? - perguntou Cinco um pouco incomodado pelo silêncio repentino.

- Sempre ouvi que após a morte do Ben todos se separaram, então pesquisei mais sobre ele e achei interessante, é meio que uma homenagem, sem contar que são fáceis de fazer. - respondeu enquanto fazia um tentáculo negro aparecer, não era tão grande ou grosso mas se movia conforme ela mexia os dedos.

- Garanto que o Ben se sentiria lisonjeado ao ver a homenagem. - falou Klaus ao ver Ben sorrindo levemente ao seu lado.

~\~

Enquanto o elevador estava subindo, Klaus viu que os dois adolescentes não pareciam namorados, e sua história não pareceria real, então ele segurou a mão de ambos e as juntou assustando os dois que se afastaram rápido.

- Vamos lá, sei que crianças acham ficar de mãos dadas passa piolho mas vocês já são grandinhos, certo? - provocou vendo Five o olhar com raiva.

Em um ato rápido o garoto pegou na mão da irmã entrelaçando os dedos sem ligar se ela queria ou não.
Elise se assustou mas não reclamou, e entrou no personagem assim que as portas abriram.

Klaus foi o primeiro a sair tentando se manter sério e fingindo ser um bom pai, ele andou até a secretaria se apoiando na mesa e a olhando sorrindo.

- Meu filho veio aqui mais cedo e soube que ele foi grosso com um médico, poderia falar com ele? - sorriu mais tentando ser educado. - Sabe como são os adolescentes. Ele tinha brigado com a namoradinha.

Cinco revirou os olhos ao escutar mas sentiu a menina acariciando sua mão com o dedo o deixando um pouco desconfortável mas não a afastou pois o ato o acalmou.

- Posso ajudar? - perguntou o médico entrando na recepção e olhando para os três.

- Ah! Deve ser o doutor, eu sou pai dele. - apontou para Cinco. - Sinto muito sobre hoje cedo e gostaria de falar sobre a prótese que meu filho encontrou.

- Claro, me sigam. - mesmo desconfiado o médico os levou para sua sala.

O local era todo de vidro e tinha uma ótima vista da janela. O homem se sentou na cadeira e Klaus se sentou a sua frente ao lado de Cinco enquanto Elise ficou de pé.

- Como falei mais cedo ao seu filho, não posso dar acesso às informações sem o consentimento do cliente, então não posso ajudá-los. - disse apoiando os cotovelos na mesa os olhando sorrindo levemente, como se apenas quisesse que eles saíssem dali logo.

- Não vamos conseguir um consentimento se você não nos der um nome. - Five falou sério, aquele homem já o irritava e sorrindo como se tivesse vencido era ainda pior.

- Não é problema meu - o médico cruzou os braços. - Sinto muito mas não é problema meu, podem se retirar.

Elise olhou irritada, quando deu um passo para se aproximar do doutor Klaus se levantou não deixando ela fazer nada e sorriu para o homem. Quando Klaus sorriu ambos os adolescentes sabiam que algo bom não viria daquilo.

- Mas e o meu consentimento? - perguntou Klaus atraindo o olhar de todos ali, com certeza ele enlouqueceu de vez, pensavam os irmãos.

- Como é? - perguntou confuso.

- Quem você pensa que é para por as mãos em meu filho? - sua voz estava embargada e parecia que ia chorar a qualquer momento, o que fez Elise se preocupar.

- O que? - perguntou o garoto confuso ao mesmo tempo que a menina.

-  Eu não toquei no seu filho. - respondeu o homem sem entender o que Klaus dizia.

- Jura? Então como ele ficou com esses labios inchados?- Se virando pra Five, Klaus apenas deu um forte soco no rosto do garoto, exatamente em sua boca, ele cambaleou para o lado e o olhou com raiva, mas entendendo o que ele iria fazer.

- E além de bater no meu neném, tentou tocar na namorada dele!

Elise olhou confusa quando Klaus andou até ela e segurou na gola de sua blusa de lã, que em segundos foi rasgada e a blusa de botão de baixo foi aberta, ela usava um sutiã preto de renda sem bojo, Five sentiu seu rosto esquentar e desviou o olhar rápido vendo a garota tentar esconder os seios.

- Eu quero um nome, e quero agora. - Klaus disse mais sério olhando o quão assustado o médico estava.

- Vocês são malucos!

- Você não faz ideia. - ele pegou um globo de neve que estava na mesa e o analisou. - Paz na terra? Que fofo. - o globo foi estilhaçado em sua testa e ele gritou de dor. - Merda! Deus como dói!

O médico esticou a mão rápido pegando o telefone e clicando no botão que ligava para os seguranças, mas o telefone foi tirando de sua mão por Klaus.

- Ocorreu uma agressão no escritório do senhor Pitz, precisamos dos seguranças agora! Rápido!

Five sorriu ao ver que o plano de Klaus havia dado certo e olhou agora com um olhar votorioso para o médico.

~\~

- Five espera! - Falou Elise tentando alcançar o garoto.

Não conseguiram nada, o olho não havia sido fabricado ainda e Cinco teve suas esperanças esmagadas, sentia seu corpo tenso e a raiva lhe consumir.

- Ah! Mas a minha atuação foi maravilhosa! "Mas e o meu consentimento?", aquilo foi um show, eu merecia um Oscar. - falava Klaus saindo atrás dos dois, logo recebendo um olhar sério de Elise.

- Klaus não adiantou! Não achamos o número daquele olho e tudo foi em vão! - ela falou suspirando no final, tirou as palavras da boca de Cinco.

- E o que de tão importante tem nesse olho? - Klaus revirou os olhos, sem entender aquelas crianças rabugentas.

- Uma pessoa vai perder um olho nos próximos dias e isso vai causar o fim da vida na terra e tudo o que conhecemos! - Cinco olhou com raiva para o irmão. Revirando os olhos começou a andar para o carro deixando ele para trás.

- Hey, será que dá pra pagar minhas vinte pratas? - perguntou em tombalto fazendo ele se virar novamente o olhando com repúdio.

- O apocalipse tá chegando e você só pensa em ficar chapado?

- Na verdade eu tô com fominha. - Klaus acariciou a barriga fazendo um leve bico.

- Você não presta. - falou com ódio se teleportando para o carro.

- Isso é tesão reprimido! - gritou mas não teve certeza se o irmão ouviu.

Quando o garoto iria sair com o carro viu Elise abrindo a porta do carona e entrando rápido, ela estava ofegante e com a roupa ainda rasgada, Five apenas a ignorou e ligou o carro dirigindo para longe dali deixando Klaus para trás.

- Quer conversar? - tentou Elise enquanto olhava para o garoto que apertava o volante quase o quebrando.

- Não. - respondeu grosso mesmo que fosse um pouco de mentira.

Eles não entendiam a gravidade daquilo. O apocalipse. Fim de tudo, e eles não ligavam pra nada, eram loucos criados por aquele velho, ninguém parecia notar que o mundo iria acabar! E Five tinha ódio ao ver que ele e a garota eram os únicos a tentarem mesmo se esforçar para fazer algo.

- Sabe que ele não fala coisa com coisa, os miolos devem ter derretido com tantas drogas. - pela primeira vez Five viu um pequeno sorriso verdadeiro no rosto dela.

- Os miolos de todos daquela casa estão derretidos. - respondeu tentando controlar a raiva na voz, a menina não tinha feito nada e não merecia ser mal tratada. - Deve ter razão, Queen.

Naquele momento Elise o olhou confusa, sem entender o porquê do apelido então viu ele com um leve sorriso nos labios.

- Você tem uma tatuagem de coroa ao lado do seio direito, e aliás, belo corpo. - provocou vendo a menina ficar vermelha de vergonha e raiva.

Rapidamente ela arrumou as roupas escondendo o corpo o máximo que conseguia.

- Pervertido!

Continua....