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Five "pov"
Já fazia quase 3 horas que estava naquele hospital esperando para ver Elise, vários médicos já vieram até mim pedindo por um adulto ou responsável, o que causou em eu quase sendo expulso do hospital por dar um soco em um segurança.
Já estava começando a anoitecer e minha paciência estava no limite por ser chamado de "criança fofa" pelas enfermeiras que passavam, os médicos não me davam notícias de como Elise estava e a possibilidade de ela estar pior era grande, já não aguentando mais ficar naquela sala de espera, me levanto saindo pelos corredores indo novamente a recepção olhando para a atendente loira de mais cedo, colocando o melhor sorriso que podia no rosto me apoiei sobre o balcão atraindo sua atenção.
- Olá, eu gostaria de saber qual o quarto que a...A minha namorada está. - Dizer em voz alta aquilo fazia meu corpo ficar tenso em nervosismo, mas sabia que se um dia ousassem falar isso com Elise perto, ela nunca me deixaria em paz.
- Não disse antes que ela era sua irmã? - Perguntou franzindo as sobrancelhas me fazendo segurar para não revirar os olhos.
- Ela é. - Afirmei erguendo uma sobrancelha.
Pude ver ela arregalar um pouco os olhos antes de se voltar ao computador digitando alguma coisa a procura do quarto.
- Elise Hargreeves está no quarto 203 mas ainda não pode receber visitas. - Seu sorriso era obviamente falso enquanto falava, não que me importasse mas era impossível de não se notar.
Sem responder a mulher dou as costas andando para a direção dos quartos, ouvi um grito dela chamando os seguranças mais uma vez e apenas dei um salto temporal indo bem mais a frente no corredor virando rápido na direção onde os números dos quartos ficavam maiores e não demorei a parar na frente do quarto 203, a porta estava fechada mas pelo pequeno parte de vidro, eu consegui ver ela deitada na maca, usando roupas hospitalares já sentada tentando tirar os fios do soro de seu braço, para alguém que acabou de ter uma overdose ela parecia muito bem. Não bati na porta ou a abri, apenas entrei como sempre fazia vendo ela dar um pulo na cama.
- Cacete, Cinco! - Reclamou e eu ri de como sua voz estava estranha, talvez pela garganta machucada.
- É bom ver que não morreu ainda, Queen. - Sorri levemente a vendo revirar os olhos, meu prazer era a ver irritada.
- Não era minha intenção ter uma overdose hoje. - Murmurou incomodada.
Por algum tempo até eu mesmo havia esquecido o que aconteceu mais cedo, a preocupação havia me dominado e me fez esquecer de tudo, mas agora olhando para trás não pude deixar um suspiro escapar me recordando de tudo, desde o que Hazel falou até o que aconteceu de seu surto, e o tempo que passei naquela sala de espera achando que ela poderia morrer a qualquer momento me fez notar que mesmo se conseguirmos salvar o mundo um dia, ela morreria como todos e podia ser mais rápido do que eu esperava, e então notei que se quisesse aproveitar o tempo com ela teria que deixar um pouco do meu orgulho de lado.
Respirando fundo andei até ela a ajudando a tirar os fios das máquinas que ela estava conectada, vi seu cenho franzido quando a ajudei e a olhei enquanto tirava a última agulha que a conectava ao soro.
- Vamos sair. Gosta de sorvete? - Me afasto vendo um leve sorriso aparecer em seu rosto.
- Está me chamando pra um encontro? - Ela brincou e apenas cruzei os braços.
- Na verdade estou, então vai logo antes que eu desista e te deixe aqui.
Vejo seu olhar surpreso e um breve rubor em seu rosto o que não consigo deixar de achar adorável. Ela se levanta com dificuldade se enrolando no fino lençol branco de antes, tento oferecer ajuda mas ela apenas faz um sinal com a mão e sua própria sombra se tornam duas muletas a ajudando a andar até onde suas roupas estavam, vejo ela fazer uma careta ao ver que não eram todas que estavam ali, provável que estavam sujas já que ela mesma a sujou durante o acontecimento mais cedo, em seguida apenas a acompanhei com o olhar ir até o banheiro, se trocar e me encostei na parede.
Elise parecia não ter mudado nada desde quando tínhamos realmente 15 anos, gostava de provocar mas se sentia envergonhada com qualquer coisinha que eu fizesse, era bom ver que ainda tinha esse efeito sobre ela. Mesmo parecendo como antes, podia ver muitas coisas nela diferente, como o amadurecimento e mesmo que não soubesse controlar os poderes parecia que ela tinha mais consciência do que poderia fazer com eles agora, os usando para a ajudar em coisas simples e complicadas, coisa que não fazia antigamente.
Saí de meus pensamentos quando Elise saiu do banheiro com blusa social branca e a bermuda do uniforme, a vi poucas vezes com o uniforme feminino da Academia na verdade, parecia que ela tinha preferência em não usar a saia o que a entendia em partes, mas a ver apenas com aquela roupa me deixava um pouco incomodado, talvez pela blusa branca ser muito justa ou algo assim, não sabia explicar.
- Só sobrou isso? - Perguntei andando até a mesma que continuava apoiada nas muletas.
- Se conseguir uma roupa melhor, eu aceito. - Enquanto me olhava cerrando os olhos falou parecendo não gostar do comentário.
- Consigo mais rápido do que imagina.
Em seguida a deixei sozinha, dando um salto espacial parando no quarto a frente, que era de uma criança, bufei e fui para o próximo quarto como entrei nesse agora vendo que ele estava vazio, mas no bidê ao lado da cama havia roupas limpas de um provável paciente que voltaria logo, então não perdi tempo em pegar e sair rápido pela porta e voltar andando ao quarto de Elise.
Quando abri a porta a vi encostada na parede me esperando, então apenas andei até a mesma lhe estendo as roupas que acabara de pegar, sequer liguei se eram masculinas ou femininas, estavam limpas e seriam melhor do que ela usava agora. Sem questionar ela apenas pegou as roupas e entrou novamente no banheiro o que eu não achava necessário, já tinha a visto nua mais de uma vez então não tinha problema algum a ver se trocando, mas apenas para evitar uma discussão a deixei ir enquanto a esperava.
- Eu não sei de quem pegou a roupa, mas ficou muito boa. - Ouvi sua voz de dentro do banheiro.
Quando olhei para a porta se abrindo vi ela saindo com um sorriso no rosto, uma blusa branca tomara que caia que deixava seus ombros a mostra, na beira da blusa algumas rendas em formatos de flores e na parte de baixo ela usava uma calça jeans preta de cintura alta junto com os sapatos do uniforme ainda, e não pude negar naquele momento como ela estava linda.
- Uou... - Foi a única coisa que saiu da minha boca e não pude deixar de ouvir um riso dela, me fazendo voltar pra realidade e enfiar as mãos no bolso da bermuda.- É, não ficou ruim, podemos ir. - Digo andando até a porta de forma rápida a ouvindo reclamar.
- Hey, não é você que está de muletas! Que tal ir com calma ou me ajudar aqui?! - Ergueu uma muleta me cutucando e eu revirou os olhos.
Ando até ela ficando ao seu lado e com cuidado engato meu braço junto ao seu, olho para a frente e nos levo até o lado de fora do hospital, a senti apertar meu braço com a outra mão e a vejo se encolher um pouco e seguro o riso ao lembrar que ela ficava enjoada com aquilo, algumas coisas parecem que ela nunca se acostumou, apenas a olhei e perguntei baixo se ela estava bem, e quando recebi um sim com a cabeça soltei meu braço do seu e comecei a andar devagar vendo ela me seguir.
Chamar alguém para um encontro era fácil, mas pensar o que fazer nele era mais complicado, devia ter feito um plano antes ou algo assim? Para falar a verdade, exceto Dolores, nunca havia chamado alguém para sair, o que me deixou um pouco nervoso. Sentia a brisa em meu rosto e as mãos em meus bolsos suando de nervosismo então apenas resolvi tirá-las as secá-las na bermuda.
A noite parecia calma, não havia muitas pessoas na rua e não estava mais tão frio quanto antes, parecia que finalmente tudo estava em paz e isso era bom, nunca imaginei que impedir o fim do mundo seria tão gratificante assim para mim.
- Five, podemos ir ali? - Saí dos meus devaneios virando o rosto para ela.
Elise apontava para uma barraquinha de cachorro quente em uma praça que ficava não muito longe, havia várias mesinhas de plástico espalhadas e algumas pessoas sentadas conversando, uma mulher vendia balões e algodões doce e sabia que no fundo era aquilo que chamou a atenção dela, apenas concordei com a cabeça e segui até lá, não andamos muito mas logo senti sua mão segurar a minha me fazendo me arrepiar, olhei pelo canto dos olhos para ela a vendo desviar o olhar para as vitrines ou para o céu, qualquer coisa que não fossem meus olhos e não pude conter um sorriso de canto ao vê-la assim.
- Se queria segurar minha mão era só pedir. - Entrelacei nossos dedos e vi lentamente seu rosto ficar vermelho, realmente a ver assim me deixava um tanto feliz, pois parecia que só eu conseguia isso.
- Para de ser convencido, vai. Estamos em um encontro é normal estarmos de mãos dadas, somos quase namorados.
- Nossa relação escalou rápido, hm? Um beijo, mãos dadas e já estamos namorando? - A provoco vendo ela ficar ainda mais encabulada.
- Cala a boca ou nunca mais vai segurar nada porque eu vou arrancar sua mão! - Senti suas unhas arranharem minha mão e resmungo baixo de dor.
- Estou morrendo de medo. - A provoco e sinto ela soltar minha mão apenas pra me mostrar o dedo do meio e apressar o passo andando ma minha frente de forma desajeitada por conta das muletas.
Não conseguia entender como ela conseguia mexer assim comigo, qualquer toque dela fazia meu corpo se arrepiar, toda vez que ela me ameaçava me animava e não conseguia entender como ela tinha esse poder sobre mim, mas eu sabia uma coisa, em um joguinho de provocações, eu também era bom.
Continua...
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