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História My Stupid Bucket List - Partying, Feeling Young - História escrita por StylesWay - Spirit Fanfics e Histórias
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História My Stupid Bucket List - Partying, Feeling Young


Escrita por: StylesWay

Capítulo 3 - Partying, Feeling Young


— Como assim você está com o Styles? Você?

Perdi as contas de quantas vezes ouvi isso. E estou aqui há menos de 40 minutos. 

Essa pergunta sempre vinha com uma olhada de cima a baixo, uma carinha de nojo — alguns até disfarçaram com a famosa risada “oh, meu Deus!”. O questionamento é sempre o mesmo:

Por que Harry Styles está com a fracassada da Verley?

Nunca gostei de chamar atenção e, agora, com mil pares de olhos me julgando, a situação é boa. Não sabia o que era um popular até realmente estar do lado de um. Desde que estávamos do lado de fora da casa, Harry já cumprimentava as pessoas como um prefeito.

Sua capacidade de me tocar naturalmente era assustadora, fizemos poucas regras a serem seguidas pra que essa noite não terminasse um desastre:

Nada de pegar no meu cabelo. Sabe como é. 

Sem beijos. 

Quando eu pedir pra irmos embora, vamos realmente embora. 

Resistiu um pouco, mas Harry concordou e não demorou pra que, de mãos dadas, entrássemos na casa de Zayn. Ele convictamente cumprimentou todo mundo, desde os idiotas do time de basquete até a trupe de perdidos dentro da casa. Todos retribuíram e, como um efeito manada, cenhos franziam quando notavam nossas mãos entrelaçadas.

Ainda bem que os pais de Zayn não estavam por perto: ainda não tinha sacado o motivo das pessoas estarem jogando rolos de papel pra cima ou tomando tequila pura no sofá. A casa está uma zona, música alta eclode em meus ouvidos e por um segundo me deixa tonta, que ambiente hostil. 

É a minha primeira festa e odeio. Isso me faz sentir como a protagonista recatada de filmes de romance, mas, sério, não dá pra gostar de um lugar onde você mal consegue sentar e as pessoas fedem. Não sei de onde Harry tirou um copo, mas ele conversava com Zayn sobre alguma idiotice que eu não fazia questão de entender. 

Zayn não deu a mínima. Não sei se é porque ele tá muito chapado pra ligar pra alguma coisa, mas ele só acenou e disse que o meu vestido é brega. Não quero morrer tão rápido, então beber não é uma opção — o que eu já acho errado nesses menores de idade se matando por aqui. Peguei um suco de laranja que não estava batizado e o gosto é nojento.

Mas disfarço bem. É só sorrir e acenar. 

Tenho um objetivo bem maior. 

As mãos de Harry casualmente passam por minha cintura ou por minha mão. Ele parece convicto ao me deixar inteirada do assunto, encarando-me vez ou outra e assentindo. Ele veste uma camisa florida que deixa o peitoral definido levemente à mostra, a pele bronzeada me dá inveja, os bíceps flexionados me fazem indagar quanto tempo ele passa na academia.

Se ele passasse o mesmo tempo estudando, seria o melhor da turma. 

— Olha só quem temos aqui! — Niall chega com dois copos. — É a Verley! Ou deveria dizer que é a gata do Styles?

— Oi, Niall. — Sorrio curto, ele senta ao meu lado, estendendo um copo a Harry. 

— Você tá com frio? Por que tá com tanta roupa? — A fala já é meio confusa. 

— Acho que só sou brega. — Pisco para Zayn. 

Meus braços estão repletos de hematomas, alguns piores que os outros. Usar blusas curtas não são uma opção, minhas pernas estão ruins, mas não tanto quanto os braços — e é mais fácil disfarçar. É uma noite quente, engraçado, não sinto frio algum. 

Zayn dá risada junto e volta a tomar sei-lá-o-que, Harry apenas observa, estamos sentados num sofá que ainda não foi mergulhado em bebida fedida, uma de suas mãos alcança meu joelho e ali permanece, acariciando vez ou outra com a ponta dos dedos. 

— Então, Styles. Como você acabou namorando a Verley? — Niall inclina o corpo pra frente, tendo uma visão melhor de todos. 

— Aconteceu. — Dá ombros, mas seu toque não recua. 

— Como assim “aconteceu?” — Zayn faz aspas no ar. — Você nunca nem tinha olhado na cara dela. 

— Nós fazemos aula juntos. Começamos a conversar e aconteceu. — A voz é convicta. 

Adeline e Louis se juntam ao sofá do lado. 

— Eu nunca achei que ia ver você namorando alguém assim. — Niall diz antes de virar o copo de uma vez. Ele faz uma careta estranha e, então, prossegue. — Não me leva a mal, Amory, mas você…

— Não faço o estilo dele?

— É. Você tem essa vibe de esquisita. Não sei, não é a vibe do Styles. — Seu tom de voz é engraçado. — Mas dizem que ninguém manda no coração, olha só meus pais. Quem em sã consciência ficaria com o meu pai? 

— O que Niall quer dizer é que Styles só fica com líderes de torcidas. Bonitas. — Adeline faz questão de enfatizar a última palavra, uma risada debochada escapa. 

— Então você não entra na lista. — Dou ombros. — Digo, não é líder de torcida. 

Ela fica irritada e ousa vir falar algo, mas Louis a interrompe dizendo que deveriam ir pegar algo pra beber. 

— Vamos dar uma volta. — Harry anuncia aos meninos, me encarando. 

Zayn mora numa casa grande, a sala está um caos e não quero pensar no estado do quintal. Música ruim toca e as pessoas se roçam e cantam muito alto, Harry apenas toma minha mão como se fosse algo usual e nos levantamos, caminhando pelo meio daquelas pessoas. 

Consigo identificar mais da metade, mas não sei de onde diabos Zayn conhece esse pessoal esquisito, parecem um pouco mais velhos. Adolescentes fazendo coisas que não deveriam estar fazendo, oh. Eu posso ser considerada careta, mas isso é nojento. 

Nunca gostei de festas. Mas é bom estar em uma antes de morrer.

Pelo menos posso dizer que odeio com convicção. 

Estou no ambiente pra fazer o típico antes de morrer: usar drogas, um beijo triplo, transar com várias pessoas, misturar bebidas, subir em uma mesa, nadar pelada, transar na piscina, desafiar alguém, jogar strip poker. Sei lá, as possibilidades são imensas. A minha lista não tem nada nisso.

Não julgo quem faz, quem sou eu pra julgar os últimos desejos antes de morrer? Se forem comparar aos meus, os meus são patéticos. Minha mãe diz que sou muito romântica, não sei dizer. Fui criada em volta em romances água com açúcar e fantasiando um amor perfeito.

Isso não existe, eu sei.

Mas eu quero algo perto disso. Contudo, tenho Harry Styles misturando bebidas estranhas na minha frente depois de me apresentar como sua namorada pra metade da escola. 

Então não estamos nem um pouco perto do objetivo. 

— Você quer? — Me estende o copo, o estômago revira na hora.

— Não, valeu. — Torço o nariz. — Isso cheira a meia fedida.

— Você bebe? 

— Não. Você parece gostar. 

Ele dá ombros, os lábios brincam na borda do copo e então vira tudo de uma vez. A luz da cozinha é precária, mas consigo ver as maçãs do rosto avermelhadas que combinam com os cachos escuros. Harry é muito bonito e é difícil admitir. 

— É. Você deveria tentar coisas novas. 

— Isso  não está nos planos. — Pendo a cabeça pro lado. — Acho que sou um pouco careta.

— Você é 100% careta. — Ri, abaixando um pouco para ficar na minha altura. — É engraçado. 

Apoio as mãos em seus ombros e me aproximo um pouco, alcançando sua orelha.

— Que bom que você gosta, namorado. — Enfatizo a última frase. Ele ri.

— Não tenho porque não gostar, namorada. — Pisca.

Namorada.

Sei que as pessoas estão nos olhando. Ele sabe bem o que está fazendo, então uma de suas mãos corre até minha cintura e afaga os dedos nas costas, sem quebrar o contato visual quando me afasto minimamente. Estamos cercados de rostos curiosos e aproveitamos para criar testemunhas da maior mentira do século. 

Será que quando eu morrer, vão assimilar? Oh, espero que não, vai ser constrangedor. 

Harry pergunta se quero ir dançar. Não resisto, o que tenho a perder? Em questão de minutos, estamos no meio da pista de dança, entre todas aquelas pessoas nojentas e bebidas pavorosas. Há um globo de luz no lugar do lustre e, apesar da música ruim tocar, ele parece se divertir. 

Ele não me deixa de lado em momento algum. Algumas pessoas esbarram em nós e tentam o tirar de lá, mas ele se mantém ao meu lado — muito mais do que eu achei que seria, na verdade. Ele não parece incomodado com minha presença. 

Tento ignorar tudo da forma que vinha fazendo, a tensão dissipa aos poucos e meu corpo ganha vida. Num piscar de olhos, estamos cantando e pulando juntos. Não tenho vergonha de admitir que estou realmente me divertindo ao lado de Harry Styles.

É a primeira vez que estou numa festa. E é a primeira vez que me divirto. 

Arriscamos alguns passos e Harry é um péssimo dançarino. Sua camisa abre um pouco mais e ele não liga, exibindo o peitoral definido como se fosse corriqueiro. Seus toques continuam naturais mas não consigo me acostumar, então culpo os hormônios e me deixo sentir.

Me sinto viva. Meus sentidos focam nas respirações alheias, na música alta, no cheiro, no calor humano, na vibração daquele local. Meus olhos procuram o emaranhado esverdeado alheio e sorrio, em momentos como aquele, me sinto melancólica. 

Empurro tudo pra dentro de mim e continuamos. Minhas pernas fracas já começam a falhar e respirar é difícil, mas sinto que preciso continuar. O meu corpo não pode me deixar na mão, não agora. Harry está tão entretido que nem percebe e sussurro em seu ouvido que vou ao banheiro.

Não olhei pra trás. Praticamente sendo engolida por aquela multidão de pessoas altas, atravessei para o outro lado abrindo caminho com as mãos e derrubando algumas bebidas. 

A fila do banheiro estava imensa e eu não ia conseguir esperar, minhas pernas tremiam tanto que eu tinha medo de cair. Alguns rostos conhecidos perguntaram se estava tudo bem e eu literalmente passei na frente de Meghan, fechando a porta na cara dela e ouvindo um grito nervoso.

As pessoas na fila reclamam alto. E com razão. 

De joelhos, coloco o cabelo pra trás e agarro na borda da privada. Céus, que nojo. Vomito tudo que consigo e nem sei quando comecei a chorar, a privada está um pouco vermelha e oh, aquilo não é bom sinal. Minha visão ainda embaçada torna as coisas difíceis, meu estômago ainda gira e não sei como vou sair daqui.

Tudo dói. Meu estômago queima cada vez que a ânsia vem mais forte e nem sei como vomitei de novo, escuto mais batidas na porta e reviro os olhos. Oh, se soubessem a humilhação que estou passando aqui dentro, ninguém ousaria bater na merda dessa porta. 

Puxo ar aos meus pulmões numa dificuldade que eu não queria estar tendo. Agora estou praticamente encolhida na frente da privada, abraçando a barriga como se isso fosse diminuir algo. Não choro alto, mas isso não deveria estar acontecendo agora.

É como se fosse um lembrete de que eu não estou livre.  

— Amory? — Escuto a voz de Harry na porta. — Tá tudo bem?

É. Estou aqui há um bom tempo. Ainda tremo quando tento levantar, apoiando na pia fria e quase indo de cara no chão duas vezes. Minhas pernas fracas decidiram cooperar quando já estava perdendo as esperanças, fui me apoiando nas coisas até conseguir destrancar a porta e abrir minimamente. 

Harry colocou a cabeça pra dentro e tudo aconteceu muito rápido: minhas pernas desistiram e quando estava prestes a dar de cara no chão, senti seus braços fortes contra meu peito. 

— Amory? O que tá acontecendo? — Sua voz é preocupada, escuto a porta fechar atrás de nós e logo ser trancada. Ele está me segurando com um único braço. — Você tá bem?

Não consigo responder. Os tremores não cessam e não parece que a dor vai embora tão cedo. Eu só consigo agarrar no braço de Harry pra me manter de pé e ele delicadamente me vira para o encarar, seus olhos verdes encontram os meus e consigo encontrar terror naquela íris.

Mas não sei o motivo.

— Hey, o que aconteceu? — Ele desliza até o chão sem me soltar, suspiro aliviada, mas os tremores não cessam. — Hm? 

Eu só consigo chorar. Estou envergonhada, com dor, humilhada. Harry é o mais perto de conforto que vou conseguir agora, então deito a cabeça em seu ombro e mordo o lábio pra não grunhir, seu corpo é quente e consigo ver seu peitoral de perto.  Ele parece hesitar, mas sinto a palma quente contra minhas costas tentando me consolar.

Isso só me faz chorar mais. 

A cada tremor sinto-o retrair um pouco, acho que ele não sabe muito bem o que fazer e tudo bem, nem eu sei. Por isso só consigo agarrar o tecido fino de sua camiseta como se minha sanidade dependesse disso, minha vista fica distorcida e sinto o estômago revirar duas, três vezes. Um soluço alto escapa junto a um gemido de dor e ele suspira pesadamente, os músculos retraídos como se nossas reações estivessem emaranhadas e conectadas de alguma forma mística.

Estou nojenta e ele não parece ligar. Suas mãos não se distanciam e continuam firmes em minhas costas, como se fossem impedir meu corpo mole de pender para qualquer lado e agradeço involuntariamente, sei que ele procura as palavras certas e morrem no meio do caminho.

Acho que ele está tão assustado quanto eu. 

— Vamos embora? — Sussurrou com tremendo cuidado, apenas assenti. — Vou te levar pra casa, Amory, vai ficar tudo bem. 

Acho que pensar isso, nessa situação, é muito péssimo, mas… por uma fração de segundo, queria me apaixonar por Harry até morrer.



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