— Amory, Amory!
Harry está correndo em minha direção como um cachorro que pegou a bolinha.
O problema é que estamos na escola e agora todos estão me olhando, porque, bom, ele é muito alto e escandaloso.
— Amory!
Ele tem um sorriso gigante no rosto e segura um papel, suas pernas são enormes então não demora pra me alcançar, Harry para numa distância nada segura e um tanto íntima, mas sei que não é proposital porque ele está muito feliz e esbaforido.
— Olha, olha! — Balança o papel, ainda com uma cara de idiota.
— O quê? Harry, eu não consigo ler se você continuar mexendo esse negócio. — Fico na ponta dos pés pra tentar pegar o papel.
— Eu tirei 10 na prova de física! Wow, o Sr.Bingley nem acreditou e me chamou na sala dele, você acredita que ele comparou a minha letra? Ele até perguntou se eu paguei alguém. Wow, você é um gênio! — Acho que nunca o vi tão feliz. — Você é um prodígio da física!
— Então não sou uma professora ruim? — Pisco, e ele me envolve num abraço apertado.
Harry tem cheiro de perfume caro, sua pele é quente e estremeço num primeiro momento, ele se curva demais pra conseguir me abraçar e, uau, que homem bonito. Sinto os lábios roçando levemente contra meu pescoço e uma sensação estranha me atinge em cheio.
— Você é ótima, Amory. Muito obrigada. — Sussurra contra meu ouvido e derreto.
Provavelmente somos o foco da escola, o corredor inteiro parece quieto — ou eu estou tendo uma cena de mocinha de filmes —, porque tudo parece muito silencioso e sensível. Seu toque é quente e eu não sei porque anseio por mais.
Harry desvencilha com calma, mas planta um beijo molhado na minha bochecha, quase perto dos meus lábios e meu coração para na hora, é como se todo o ar do mundo sumisse com um simples toque e desmonto, como um primeiro beijo, a primeira troca de olhares, a primeira vez que o casal dá as mãos nos livros.
É quente e viciante, o formato dos seus lábios cravado na minha derme me faz esquecer que estamos no meio do corredor e todos estão assistindo a nerd recebendo carinho do bad boy da escola e eu ainda tremo quando a falta de toque se faz presente.
Seus olhos não fogem dos meus mas não há luxúria, talvez uma gratidão exacerbada e até um pouco de inocência.
Vamos com calma, Amory.
— Precisamos comemorar, Verley! Vamos sair pra jantar, é por minha conta. — Pisca, apoiando o braço no armário. — Te busco sexta às 19h!
Não perguntou se eu queria, se eu estava disponível, Harry só marcou e saiu correndo igual um cachorro com um sorrisinho idiota no rosto: a verdade é que eu não ia recusar, porque essa era a primeira coisa que estava na minha lista.
Um encontro, um encontro de verdade!
É o meu primeiro encontro. Wow, é pra valer. Eu não sei se tenho um vestido, pra onde vamos? Metade do meu corpo já não consegue funcionar muito bem e as palavras dele ainda correm pela minha cabeça. Sim, ele quer sair comigo, ele não é obrigado, afinal, não namoramos de verdade.
Harry me chamou pra um encontro.
Wow, vamos para um encontro!
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