...
Acordei pela manhã sentindo um leve carinho em minhas costas, próximo a minha cintura. Eu estava deitada com a cabeça apoiada no tórax de Axl, com minha mão sobre seu peito. Ele me envolvia com seu braço esquerdo e o mesmo fazia carinho em mim.
Levantei minha cabeça devagar olhando para ele que me deu um sorriso bobo. Ele estava com uma cara engraçada.
- O que foi? – Perguntei sem entender o porquê dele me olhar desse jeito.
- Foi a primeira vez que acordei depois que ficamos juntos e você permanecia do meu lado. Dessa vez não fugiu. – Terminou fazendo graça.
- Bobo. – Disse balançando a cabeça. – Mas devia, eu devo estar horrível, cara inchada, cabelo bagunçado. – Me lembrei de como eu acordava pela manhã.
Ele se virou ficando com metade de seu corpo por cima de mim. Afastou meus cabelos do meu rosto e me olhou nos olhos.
- Você não ficaria feia nem se quisesse, Jenny. Está linda. – Tá, confesso que me derreti com o modo que ele falou. Ah! Ouvir essa voz tão rouca pela manhã já me fazia arrepiar todinha. Suspirei.
Axl começou a me beijar. Um beijo longo e demorado.
Às vezes eu queria me beliscar. Parecia tudo tão surreal, que às vezes tinha medo de está dormindo e sonhando. Ele era tão diferente daquele garoto arrogante que conheci meses atrás, que me enchia, implicava comigo e me fazia querer esgana-lo. Eu realmente não esperava que ele fosse assim.
Ele era um homem que possuía a contradição carregada em si. O que o mundo conhecia a respeito de Axl era totalmente diferente do que estava ali na minha frente.
Por que ele não deixava esse lado transparecer?
Sempre colocava uma armadura coberta de arrogância e egocentrismo.
Será que o mundo foi assim tão cruel com ele?
Não que ele fosse perfeito, eu já vi um lado dele que esperava não ter mais que ver em minha vida. Talvez a única coisa que fazia que os outros conhecessem um pouco mais dele era suas letras.
- Vou ter que ir embora, Jenny. Tenho um ensaio pela manhã. – Me disse contrariado, me tirando de meus pensamentos.
- Já?! Alan ficou mesmo zangado com vocês para marcar um ensaio pela manhã. – Niven sabia como eles odiavam ensaiar pela manhã.
- Ele estava uma pilha, por isso nem discutir, não queria que ele enfartasse na minha frente. Iam me culpar por isso também. – Disse divertido.
Sorri e comecei me levantar. Me sentei na borda da cama, me cobrindo com o lençol, avistei meu hobby junto ao criado mudo e o puxei rapidamente sem me levantar da cama. Estava de costas para Axl, e o observava de canto me olhando. Eu estava com vergonha de me levantar sem roupa na frente dele. Tá, eu sei, ele já viu absolutamente tudo, mas ainda ficava sem graça.
- Está com vergonha de mim, Jenny? – Perguntou dando um sorriso.
- Um pouco. – Respondi enquanto começava a colocar o hobby, mas antes de fechá-lo, senti Rose se aproximar das minhas costas e abraçar-me por trás enquanto eu permanecia sentada na borda da cama.
- Jenny, não tem uma parte do seu corpo que eu já não conheça. – Sussurrou no meu ouvido. – Eu memorizei cada parte, cada detalhe. Para te ver nua, só basta eu fechar meus olhos. – Ele falou beijando meu pescoço.
- É?! – Murmurei, foi apenas esse o som que consegui emitir com ele beijando meu pescoço desse jeito.
- Eu sei que você tem um pequeno sinal aqui perto do pescoço. – Falou beijando o mesmo. – Você tem um pequeno pontinho aqui acima do seu seio direito. – Falou tocando o mesmo. – Sei também que tem uma pintinha pequena aqui na sua barriga do lado esquerdo. – Falou levando a mão até a minha barriga e acariciando a mesma.
Ele estava deixando tudo tão sensual, que só consegui afirmar com a cabeça enquanto sentia sua respiração quente ao pé do meu ouvido me dizendo cada palavra de modo sedutor.
Axl começou a me puxar de volta para cama, tirando novamente o hobby. Seus lábios começaram a percorrer meu colo, meus seios e minha barriga beijando cada ponto que ele havia falado. Ele subiu novamente ficando por cima de mim, me olhando nos olhos.
- Não quero que você tenha vergonha de mim. – Me deu um selinho.
- Só me dê mais um tempinho, está bem? – Sorri com meus lábios colados aos dele.
Começamos a nos beijar intensamente. Suas mãos começaram a percorrer meu corpo apertando-o com vontade. Logo o calor tomou conta de nossos corpos.
- Você não tem ensaio hoje? Já está na hora de ir. – Disse entre beijos, sem deixar de acariciar suas costas, completamente envolvida com seus toques.
- Tenho, mas pensando bem eu sempre chego atrasado mesmo. Acho que posso ficar mais um pouquinho aqui. – Falou também entre beijos e sem deixar de tocar meu corpo avidamente.
Transamos mais uma vez.
Eu não sei como ele conseguia me tirar o ar dessa forma. Bastava um toque, um sussurro e meu corpo já acendia por inteiro.
...
Axl tomou uma ducha rápida e se vestiu. O acompanhei até a porta. Estava apenas de hobby e assim que ele saísse iria tomar um bom banho e me arrumar para ir à Geffen.
- Eu estava pensando. O que você acha de ir hoje a tarde à Hell House?
- Por quê?
- Acho que devíamos contar para os caras. Não queria esconder isso deles por muito tempo.
- Tudo bem. Umas 17h eu vou até lá e contamos.
Despedimo-nos e fui me arrumar. Saí apressada para Geffen, afinal também já estava atrasada. No caminho, me lembrei de que com tudo que conversamos, acabei me esquecendo de falar para Axl que essa semana eu iria até Seatle. Na sexta faria dois anos que papai sofreu o acidente. Eu e Julie iríamos a uma missa do reverendo que era amigo da nossa família e fez questão em celebrar e depois iríamos até o cemitério para visita.
Eu iria na quinta e voltaria no sábado. Era um momento difícil para nos duas e principalmente para mamãe que estava longe. Mas nos ligaríamos para ela e contaríamos sobre a missa, que tinha certeza que seria belíssima, talvez assim ela se sentiria junto a nos.
Cheguei à Geffen e logo tentei afastar esses pensamentos, pois quando me lembrava deles ficava triste, mas eu tinha que ir até lá. Por mais difícil que fosse, para mim e para Julie era uma forma de manter a memória do papai viva.
POV Slash
Estávamos no estúdio reservado por Alan para o ensaio. Era um local amplo, tinha caixas de som e alguns instrumentos. Eu como sempre preferia levar minha guitarra, assim como os demais, menos Steven, a bateria dele já havia sido mandada para o local do show.
Já havíamos chegados há mais ou menos uma hora e como sempre Axl ainda não havia dado as caras. O procuramos pela manhã em seu quarto mas ele não havia passado a noite no mesmo.
Tínhamos afinado nossos instrumentos, feitos alguns arranjos diferente e agora estávamos sentados em uns banquinhos fumando e bebendo cerveja aguardando Rose chegar. Alan já havia aparecido umas duas vezes com a cara emburrada, vermelho de raiva por causa do atraso do ruivo.
- Cara, mas o Axl quer mesmo brincar com fogo. Será que ele não viu como Alan anda estressado essa semana? – Duff falou bebendo da sua cerveja.
- Bem, Axl nunca chega no horário para um compromisso, mas isso Alan já sabe, não devia mais nem se estressar. – Isbell disse calmamente tragando um cigarro.
- Será que ele realmente estar onde achamos que ele passou a noite? – Steven disse com um sorriso de canto.
- Vamos descobrir agora. – Disse ao ver Axl chegar ao local.
- E aí fuckers!!! Sentiram minha falta? – Ele chegou com um sorriso de ponta a ponta e com um ótimo humor.
- Cara onde tu estava? Fomos atrás de você, mas você não estava no seu quarto. – Steven perguntou jogando verde. Ele sabia muito bem onde Rose estava.
- Passei a noite fora. Eu ainda passei na Hell house para me trocar, mas vocês já tinham saído.
- Claro Axl, o ensaio era pra ter começado há uma hora. – Disse.
- Mas já estou aqui, não? – Ele me respondeu.
- Cara, o Alan já veio aqui umas duas vezes, só não ficou porque tinha que fazer umas ligações. – Duff disse o alertando.
- Bro's, Alan tem que tirar umas férias e arranjar uma namorada. – Axl disse tranquilamente, se dirigindo para o centro e pegando o microfone.
Ele estava animado, entusiasmado e bem disposto. Nos entreolhamos e tivemos certeza que isso só podia ser causado por uma certa senhorita que conhecíamos muito bem.
- E aí, vamos ou não arrebentar nesse show? Bora carallho ensaiar e arrebentar com tudo amanhã. – Rose disse divertido e entusiasmado, nos chamando para finalmente começar o ensaio.
Nos levantamos animados e logo começamos a tocar as músicas que havíamos escolhido. Íamos começar com Civil War, depois You Could Be Mine e enceraríamos o show com Paradise City.
Já estávamos no meio do ensaio quando Alan adentrou o estúdio. Ele vinha com um semblante fechado e carrancudo, com certeza ainda estava com raiva pelo atraso de Axl, o que significava que ele teve que pagar um extra pelo aluguel do local. No entanto logo sua face foi mudando, Niven começou se animar e colocou um sorriso no rosto ao ver o modo como Axl cantava. O ruivo estava simplesmente dando o melhor de si durante o ensaio, parecia que realmente estávamos num show.
Axl sempre foi de enrolar nos ensaios de músicas que já estávamos acostumados a tocar, ele só gostava de ensaiar quando estávamos em fase de composição, mas depois de pronta o ruivo apenas cantava sem humor durante os ensaios, mas hoje ele estava completamente diferente.
Ao final do ensaio, Alan não brigou e nem se quer disse uma palavra de repreensão pelo atraso do ruivo, pelo contrário, nos parabenizou e já nos passou a agenda de amanhã. Também nos informou de um jantar com uns empresários que ele fazia questão da nossa presença, o que não gostamos muito, afinal cada um já tinha outros planos para a noite, mas Alan simplesmente nos obrigou.
Voltamos para Hell house. Não tínhamos nada marcado para a tarde e pelo menos poderíamos descansar. Rose não era o único a detestar levantar cedo.
Eu tinha vindo para o estúdio com Duff e Steven, porém na volta preferi ir com Axl. Durante um bom trecho estávamos em total silêncio, até que resolvi puxar conversa.
- Axl, você sabe se a Camille irá nesse show de amanhã? – Perguntei esperançoso.
- Não sei Slash, por que eu saberia? – Ele me fitou desconfiado.
- Não sei, talvez a Jenny vá e ela vá com ela. Você sabe se a Jennifer vai?
- Eu? Por que eu saberia? – Ele ergueu a sobrancelha.
- Cara porque nos sabem...Esquece ruivo...por nada. Eu só queria mesmo saber se ela vai ou não. – Resolvi deixar para lá. Não queria estragar o lance dele com a Jenny, vai que eu dissesse alguma coisa e prejudicasse, sei lá. Por algum motivo eles ainda não haviam nos contado então esperaria até eles falarem.
- Slash, o que posso te dizer é que a Camille realmente está sofrendo por tudo que aconteceu. Coloca a sua cabeça no lugar para não fazer mais nenhuma besteira.
Ponderei por um momento.
Axl estava novamente me dando conselho? Logo Axl, pensei.
Mas não podia reclamar, no dia que Camille terminou comigo, Rose foi até mim para conversar e admito que o que ele me falou me fez refletir bastante.
Basicamente ele me disse que me afundar em bebidas e drogas não iriam mudar a situação, mas que se eu mantivesse minha mente limpa, com o tempo talvez sim.
No dia que ele me disse isso refleti um pouco, mas hoje o ouvindo novamente compreendi melhor o que ele quis me dizer. Não adiantaria eu me jogar novamente no álcool e outras substâncias e acabar fazendo mais besteiras que me afastaria ainda mais dela.
Eu iria dar o tempo que Camille precisava. Ela estava muito ferida ainda e com tudo muito recente em sua cabeça. Mas eu não deixaria de lutar por seu perdão, e principalmente por seu amor. Eu tinha certeza que Camille era à garota certa para mim, e não seria por uma besteira que não teve significado algum para mim que eu a perderia tão facilmente.
Eu reconheço que fui um idiota medroso e que por esse medo de perdê-la acabei realmente a perdendo. Mas eu esperaria, esperaria o tempo que ela precisasse para tê-la de volta. De volta pra mim.
POV Jennifer
Já eram quase 17h quando cheguei na Hell house. Axl estava na sala junto com Izzy. Cumprimentei ambos e logo Rose foi chamar os outros meninos, que vieram e se sentaram junto com a gente, olhando confusos para Axl e para mim.
- E então ruiva? O que quer conversar com gente? – Duff perguntou se jogando no tapete e sentando com as costas encostadas na poltrona.
- Éhhh ruiva...Eu estava escolhendo minhas paletas do show de amanhã. – Steven disse se sentando na poltrona junto a Duff.
Slash sentou na outra poltrona e Izzy no sofá maior ao meu lado. Axl estava do meu outro lado sentado no braço do sofá. Ele olhou para mim e deu um sorriso. Eu confesso que estava nervosa com a reação dos meninos. Tinha medo que eles se chateassem ou que não gostassem.
- Bem, eu queria falar algo para vocês. Na verdade, eu e a Jenny temos algo importante para contar. – Axl começou enquanto eles nos olhavam quietos, me deixando ainda mais aflita. - Nos estamos juntos. – Por fim Rose falou sem rodeios. Todos nos olharam sem dizer nada até que Slash se prontificou.
- Como? Não ouvimos direito. – Ele virou a cabeça apontando para o seu ouvido mostrando que não tinha escutado direito querendo que Axl repetisse. Até parecia ser de propósito.
- A gente conversou na festa do Jim, e bem, nos meio que estamos juntos. – Falei timidamente. – Eu sei que vocês não esperavam por isso e que talvez não gostem ou achem...- Parei e fiquei olhando para eles, não conseguia mais falar, principalmente vendo o jeito que Steven me olhava.
- Achem que eu só quero brincar com ela. Mas não quero, deixo isso claro. Eu estou apai...apai...eu gosto dela pra valer, fuckers. – Axl explicou.
Ficamos os dois olhando para eles aguardando alguém dizer alguma coisa. Um silêncio tomou toda a sala até que Duff se pronunciou.
- Mas isso é inaceitável! – Ele disse sério.
- Mas gente...a gente realmente se gosta. – Falei de supetão e de nervoso.
- Estou decepcionado com você, Jenny. – Steve se aproximou de mim.
- Steve...- Ia começar a falar mas ele me interrompeu.
- Você devia ter me contado primeiro, e não junto com esses fuckers, afinal você é minha irmãzinha. – Ele disse dando um sorriso e me abraçando.
- É inaceitável por que vocês só nos contaram agora. Passamos o domingo juntos e você não falaram nada, seus dois mentirosos. – Duff disse divertido.
- Então, vocês não estão chateados? – Axl inquiriu.
- Claro que não, Bro, estamos muito felizes por vocês. – Izzy respondeu com um sorriso nos lábios.
- Com certeza, Axl. – Slash disse acenando com a cabeça.
- Principalmente depois de hoje. Jenny, eu não sei o que você está fazendo com o ruivo, mas continue, o humor que ele estava hoje pela manhã só devia ser por sua causa. – Duff disse sorrindo. – Por favor, leve ele todas as noites para sua casa. – Ele terminou com um tom malicioso me deixando sem graça.
- Tá legal, tá legal. – Steven parou a brincadeira de Duff e se virou sério para Axl. – Ruivo, vem cá. Vamos me diga, quais são suas intenções com a Jennyzinha? – Ele falou sério levando a mão no queixo, questionando Axl como se estivesse defendendo minha honra.
- Steven! A gente só está começando. – O interrompi morrendo de vergonha.
- Não se preocupe Adler, são as melhores. – Axl falou me abraçando.
- Own! – Duff suspirou nos fazendo rir. – Vocês acham que os homens também não se emocionam. – Ele disse todo sério após os olhares de julgo dos meninos.
Começamos a conversar animados. Foi tão bom perceber como eles ficaram felizes com a notícia, tirou uma parte do peso das minhas costas. Eu realmente me importava com a opinião deles, principalmente de Steve.
Conversamos por um tempo, quando Axl me chamou de canto.
- Ainda temos mais uma pessoa para dar a noticia: Anna.
- Acho que estou ficando nervosa novamente. – Disse sentindo um frio na barriga. Ele me sorriu e fomos em direção à cozinha.
Eu sentia meu coração acelerar. Anna era praticamente a mãe daqueles meninos e tinha muito ciúme deles. E se ela não gostasse? Eu realmente fiquei gelada ao me aproximar da cozinha.
- Axl, o que ela vai pensar? Passei a semana aqui e agora vamos dar essa notícia. – O parei no corredor entre a sala e a cozinha lhe perguntando aflita.
- Tenho certeza que ela irá gostar, Jenny. Se for pelo fato de você ter passado a semana aqui eu conto toda a verdade para ela.
- Que não aconteceu nada durante a semana? Que só nos acertamos recentemente? – Esperei que fosse isso que ele pretendia falar.
- Não, que você tentou me seduzir de todas as formas durante toda semana: me espionando, andando pela casa com uma camisola transparente curtíssima e mostrando suas pernas. E que no final de semana se aproveitou da minha inocência. – Disse com a cara mais lavada do mundo. O pior era que o modo como ele falava parecia ser tão verdadeiro que às vezes temia que ela acreditasse, já que para Anna, Axl às vezes parecia um anjo.
- Você não tem vergonha? – Dei-lhe um tapa no ombro enquanto ele sorria debochado.
- Não se preocupe. - Passou a mão carinhosamente em minha bochecha. - Vamos! - Segurou minha mão me puxando pelo corredor.
Ao chegarmos na cozinha, Anna estava sentada na cadeira, com os braços apoiados na mesa lendo uma revista de crochê. Ela tinha um pequeno pedaço de crochê iniciado em cima da mesa, um rolo e uma agulha e olhava atentamente para a revista. Acho que ela estava recontando os pontos. Ainda não dava para saber o que ela estava fazendo, ainda era uma peça muito pequena.
- Anna, nos queríamos conversar com você. – Axl chamou sua atenção, fazendo ela nos olhar ajeitando seu óculos de grau que ela usava para leitura e costura.
- Jenny, minha querida, não sabia que estava aqui. Sentem-se. O que vocês querem me falar? Estão com fome?
- Bem, eu estou... – Axl começou, mas interrompi.
- Mas não foi isso que vinhemos falar.
- O que é? Estão me deixando preocupada.
- Anna, é que eu e o Axl, meio que estamos juntos. – Contei, temendo por sua reação.
Ela permaneceu séria por um momento.
- Como assim meio juntos?
- Anna, bem, eu e a Jenny conversamos e ... a gente se gosta. E agora estamos juntos. – Axl completou.
Ela se levantou vindo até nos. Parou olhando séria e logo ergueu as mãos ao alto.
- Oh céus, finalmente. Só eu sei o quanto pedi por isso e agora fui atendida. Meu querido William finalmente com juízo nessa cabeça.
- Você gostou da notícia? – Estava estática com a reação dela a nossa frente.
- Claro minha querida. Você é uma menina adorável. Nunca Axl escolheu tão bem. – Disse voltando seus olhos carinhosos para mim.
- Hey, também não é assim Anna. – Axl bufou.
- É sim, meu querido. Era cada garota que você trazia aqui, uma mais insuportável e arrogante que a outra. Mas vamos esquecer essas fulanas. Não sabe como meu coração bate de alegria. De todos os meninos você era o que mais me preocupava William, sempre teve o dedo podre para mulher.
- Vamos esquecer isso, né?! – Axl falou todo bicudo.
- Ah meus queridos, eu não via a hora disso acontecer, já estava pensando que ia ter que intervir. – Anna estava em êxtase de tanta emoção.
- Como assim? Você sabia? – Perguntei confusa.
- Claro. Era tão nítido que vocês dois se gostavam: por isso as implicâncias de William, por isso suas alfinetadas, Jenny. Mas eu sabia que se você ficasse a semana conosco vocês iriam se acertar. – Nos contou.
Eu olhei surpresa para Axl. Por essa não esperávamos, Anna já sabia que a gente se gostava. Caramba! Por isso ela insistiu tanto para que eu ficasse aqui. Bem, agora eu só tinha que agradecer.
- Anna, obrigada, estava tão nervosa. – Disse a abraçando.
- Só espero que vocês parem de brigar e que agora apenas fiquem juntos e acertem as diferenças. – Ela nos disse com aquele jeitinho de mãe dando um conselho aos filhos.
...
Após dar a notícia para Anna, subi com Axl para seu quarto. Estava tão feliz. Todos tinham ficado felizes pela gente e tinham me aceitado tão bem.
- E então, você me disse que tinha algo para me falar. – Axl me questionou. Estava tão radiante que já havia me esquecido.
- Sim, eu queria. Eu irei para Seatle na quinta-feira. – Comecei a explicar para ele que eu e Julie iríamos a uma missa e depois ao túmulo do papai para fazer uma visita, já que na sexta faria dois anos de sua morte.
- Tem certeza que você tem que ir? Você sempre fica tão triste quando começa a falar desse assunto. – Ele se sentou comigo em sua cama.
- Tenho, Axl. Eu fico triste com tudo, mas ao mesmo tempo mais confortada. Não sei explicar bem, mas sei que ficaria mais triste se não fosse.
- Tudo bem, eu entendo. – Ele passou a mão no meu rosto. – Mas se precisar de mim, pode falar, está bem? Eu quero que você confie tudo a mim e que se precisar de algo, se lembre de mim. Quero que você saiba que pode contar comigo. – Falou afetuoso.
- Obrigada Axl, é muito importante para mim. - Dei-lhe um sorriso singelo.
- E quando você volta?
- No sábado pela manhã. – Olhei para o relógio e vi que já estava tarde. – Eu já vou, eu sei que vocês hoje tem um jantar com Alan e uns empresários.
- Alan praticamente nos obrigou. - Ele disse fazendo cara feia. – Mas Jenny, eu sei que essa semana é um pouco triste para você, mas queria lhe pedir uma coisa. Vá no show amanhã. É um show beneficente, tocaremos apenas algumas músicas. Não quero que você fique em casa triste.
- Eu não sei. – Realmente não estava para festa.
- Por favor. – Me pediu carinhoso. Ah ele me conquistava com essa carinha.
- Está bem. Vou tentar convencer Camille de ir comigo, ela também está precisando sair.
- Lhe aguardarei no show, senhorita Torres. – Ele se aproximou me dando um beijo suave em meus lábios.
- Tenho que ir, senhor Rose. Amanhã a gente se vê.
Trocamos mais alguns beijinhos e ele me acompanhou até a saída. Peguei meu carro e voltei para meu apartamento.
...
POV Axl On
Após deixar Jenny no carro dela, voltei para a sala. Todos os motherfuckers estavam no local e me encaravam com uma cara debochada.
- Quer um babador, Axl? – Slash perguntou zombeteiro.
- A ruiva marrenta fica tão mansinha quando está do lado da Jenny. – Duff completou.
- Vão se fuder! – Respondi irritado.
- Que é isso ruivo?! Só estamos brincando, estamos contentes por você e a Jenny terem finalmente se acertado. – Steve contou.
- Éhhh...até porque vocês nos deram muito trabalho. – Duff disse e imediatamente ao calar a boca Adler deu um tapa em sua cabeça.
- Nós demos muito trabalho? Como assim? – Perguntei confuso.
- Liga para essa Girafa loira não Axl, ele não fala nada com nada. Ele quis dizer por que vocês viviam brigando. – Steve tentou me explicar todo enrolado. Eu não acreditei 100% em sua explicação, mas deixei para lá, Duff já devia ter bebido além da conta.
- Melhor irmos nos arrumar, logo mais temos que ir para o tal restaurante que Alan reservou. – Mudei de assunto. Só assim para eles pararem de me encher me perguntando sobre a Jenny.
Subi para meu quarto, tomei banho e fui procurar uma roupa para o tal jantar. Enquanto me arrumava me lembrava de Jennifer me falando da viagem para Seatle. Devia realmente ser muito difícil para ela, afinal o modo como ela sempre fala de seu pai mostrava o quanto ela era apegada a ele. Eles pareciam ter uma boa relação, ser uma família extremamente feliz. Seu pai parecia ser um bom homem. Por que essas coisas acontecem com pessoas boas? Me questionava enquanto me lembrava do maldito do meu padrasto, que era um bosta, amaldiçoado e até hoje estava aí, vivo.
Eu sei que não era algo de se desejar, mas esse desgraçado foi o responsável por boa parte das coisas ruins que aconteceram na minha vida e na da minha irmã e hoje ainda tinha a cara de pau de querer se aproveitar da minha fama e de tudo que conquistei sem seu apoio, quando o mesmo me chamava de vagabundo e que eu não ia ser ninguém, que não seria nada nessa vida, a não ser um drogadinho de merda, como ele “carinhosamente” me chamava.
Afastei isso dos meus pensamentos e voltei para Jennifer. Com certeza quando ela voltasse estaria mais triste. Como ela iria chegar sábado de manhã, acho que a levaria para Malibu, para passarmos o final de semana na minha casa. Ficaríamos só nos dois, aproveitaríamos a cidade, ela se distrairia e talvez a dor minimizasse. Não queria ela perdida em pensamentos tristes.
É faria isso, falaria com ela amanhã na festa.
Terminei de me arrumar e então saí com os outros caras.
Axl POV OF
Estava deitada em meu quarto lendo um livro. Já havia separado algumas roupas para a viagem e falado com Julie pelo telefone. Já tinha alguns dias que tentava falar com mamãe, mas as chamadas para o Brasil estavam tão difíceis que mal a entendia. Tentaria ligar da casa de Julie, talvez até lá já estivesse melhorado.
Até que esse livro "Letters" que Camille me emprestou não é tão ruim, pensei. Estava tão entretida com ele, que mal a vi chegar à porta do meu quarto. Camille vinha com a cara fechada, bufando e revirando os olhos. Parou na porta me fazendo olhá-la sem entender sua reação.
- Foster quer falar com você. – Me disse rolando os olhos, enquanto senti meu coração acelerar.
- O Paul está aqui? – Perguntei surpresa.
...
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