...
- O Paul está aqui? – Perguntei surpresa.
- Não, está ao telefone. Pediu para que eu te chamasse. Vai atender? – Ela respondeu.
Dei um suspiro de alívio, eu sabia que tinha que resolver minha situação com o Paul, mas não assim de surpresa. Eu tinha que pensar bem como falaria com ele. Pensei um pouco, mas resolvi atender. Me dirigi a sala e então peguei o telefone.
- Oi, Paul.
- Linda, que saudades! Não consegui falar com você no domingo. Ainda estava na casa daqueles delinq...do guns? – Ele ia os ofendendo, mas lembrou-se que eu não gostava que ele falasse mal deles.
- Estava Paul, só voltei para cá no domingo à noite com a Camille.
- Linda, estou com tantas saudades de você. Nem pudemos aproveitar o final de semana, ainda preferia ter te levado em outro lugar ao invés daquela festa. – Reclamou.
- É eu sei que você não gostou. Na verdade Paul...
- Linda, eu tive que vim antes para New York e as coisas estão corridas por aqui, mas acredito que no final de semana já esteja de volta aí em L.A.
- Bem Paul, sobre o final de semana, precisamos mesmo conversar. Eu também irei rapidamente a Seatle no meio da semana, mas gostaria de conversar com você se possível no sábado, logo quando eu chegasse.
- Claro. Conversamos sim. É algo sério, Jenny? Sua voz está diferente. Pode me antecipar o assunto? – Ele me perguntou um tanto preocupado e curioso.
- Paul, eu prefiro que seja pessoalmente. – Falei para ele. Não queria terminar por telefone. Isso era horrível.
- Está bem. No sábado a gente conversa. Bem, eu vou ter que desligar porque vou para uma reunião. Liguei apenas para dizer o quanto estou sentindo sua falta e desejar uma boa noite. – Disse carinhoso.
- Obrigada. – Dei um sorriso fraco e de remorso. Eu precisava mesmo resolver isso o quanto antes.
- Tchau, Linda. Sonhe com os anjos, aliás comigo. – Soltou um risinho.
- Tchau, Paul.
Desliguei o telefone com um nó na garganta. Eu não sabia se era pior eu manter isso ou terminar por telefone.
Assim que me viro vejo Camille encostada na parede olhando para mim com a face séria e de repreensão.
- Jenny, sabe que eu não gosto desse pastel, mas não aprovo isso. Você está com ele e com o Axl ao mesmo tempo?
- Camille, é complicado. Não é porque eu quero. Na verdade o que eu quero é conversar com o Paul o mais rápido possível e pôr um fim no nosso namoro, acontece que não quero fazer isso por telefone e ele só vem no final de semana.
- Entendi. – Ela ainda estava contrariada.
Eu sabia muito bem o que a Camille achava de traição e por isso dessa reação.
- Amiga, eu juro que tô me sentindo péssima. Eu nunca pensei em fazer isso, não queria magoar os sentimentos do Paul, ele sempre me foi muito gentil e carinhoso comigo. Ahhh! No que eu fui me meter? – Falei angustiada levando as mãos ao rosto.
- Tá, também não se torture. Entendo que a situação fugiu das suas mãos. Claro que seria péssimo você terminar com ele por telefone. Mas assim que ele chegar resolva logo, não adie mais essa situação.
- Resolverei sim. Até porque estou tão mal com tudo. – Eu chegava a sentir meu estômago embrulhar.
- Vou para meu quarto. – Ela já ia saindo quando a chamei novamente.
- Camille, vamos ao show beneficente amanhã?
- Ah Jenny, acho melhor não. Não estou muito a fim de sair.
- Justamente. Você só tem ficado no seu quarto, triste e desanimada. Vamos?
- Jenny, eu irei ver o Slash, acho que não estou pronta para isso ainda.
- Camille, você não poderá fugir dele para sempre. Uma hora ou outra vocês vão se encontrar. Haverá outras bandas, outras pessoas. Vamos? Você tem que se animar um pouco. O show é no final da tarde, cedo da noite estaremos de volta e se você quiser voltar antes prometo voltar com você. Heiiin??? O que me diz?
- Aiiii Jenny, você não vai desistir, né? – Ela questionou enquanto balancei a cabeça negando. – Está bem, eu vou. Mas qualquer coisa eu volto.
- Está bem. – Sorri animada. – Tive uma ideia, vamos chamar a Hanna, ela adora esse tipo de festa. Fora que ela é super animada, tenho certeza que vamos nos divertir com as "arrumações" dela.
- Mas e você e o Axl? Pensei que não queriam assumir ainda.
- Não queremos. Eu não irei falar nada para ela sobre ele. Além do mais ele estará ocupado dando entrevista e aguardando para entrar no show. Provavelmente mal iremos nos falar.
- Está bem. Chame-a, de certo será mais divertido.
Conversamos ainda um pouco na sala. Depois não teve jeito ela quis ir para o quarto. Aproveitei e liguei para Hanna que imediatamente aceitou o convite. Quem negaria um convite desses com direito a ingresso VIP, com acesso ao backstage?
Fui dormir mais animada. Queria mesmo que Camille saísse um pouco. Me doía vê-la assim, logo ela que era sempre tão alegre e divertida.
[...]
Já era quase 14h de quarta. O dia passou tão rápido. Pela manhã fui na Geffen e depois ao centro, ia passando em frente uma loja quanto avistei uma regata branca linda com a estampa do Guns. Comprei na intenção de usá-la no show ainda hoje. O show estava previsto começar ás 17h, por sorte Blind Melon faria a abertura, porque se fosse o Guns, do jeito que Axl era atrasado, era capaz de só começar ás 20h.
Fui para o chuveiro e tomei uma ducha demorada. Após o banho coloquei uma saia de prega preta que tinha uma fivela como detalhe na lateral, um top preto e a regata branca por cima. Coloquei uma botinha sem salto mais confortável e umas pulseiras mais grossas. Fiz uma make carregada nos olhos e passei um batom cor de boca. Deixei meus cabelos soltos e cacheados.
Assim que terminei de me arrumar encontrei com Camille na sala que já estava a minha espera. Ela estava com um short jeans, uma blusa com gola canoa pink e um tênis branco. Vi que ela não estava tão contente, mas faria o possível para animá-la hoje.
Combinamos de encontrar com Hanna no local do show. Saímos em meu carro e após muita demora por fim consegui estacionar.
- Tem certeza que foi aqui? Hanna está demorando. – Camille falou olhando para todos os lados.
- Sim, expliquei bem o local para ela.
Logo a avistamos vindo às pressas. Ela estava esbaforida e ofegante.
- Caramba! Vocês não tem dimensão do trânsito que já estar formado. Vai dar muita gente nesse show. Pensei que não fosse chegar a tempo, estacionei meu carro lá trás. – Ela disse enquanto pegava um ar.
Hanna vestia um short jeans, uma camiseta preta, uma meia arrastão e uma botinha cano curto com saltinho. Estava com diversos colares grandes e uma make mais forte. Tinha seus cabelos loiros preso em um rabo de cavalo.
- Espero que dê muita gente mesmo. Assim haverá mais recursos e o pessoal poderá comprar mais comida e enviar para os países necessitados. – Falei esperançosa.
Além do dinheiro do ingresso que seria todo revertido em donativos, cada pessoa devia trazer um quilo de alimento não perecível. Nenhuma banda cobrou cachê e a maioria ainda fez uma doação.
Como estávamos com convites VIPs, os quais tinha conseguido com Ângela, não pegamos fila e logo estávamos lá na frente do palco, num espaço separado da multidão que se formava atrás da gente. Nesse espaço havia outras pessoas com o convite, alguns artistas locais, pessoas da produção, seguranças e alguns fotógrafos. Tínhamos uma visão privilegiada do palco.
- Caraca!!! Nunca assisti um show num local tão bom. Jenny quando você precisar de alguma coisa na faculdade pode me pedir. – Hanna falou divertida.
- Realmente o local é fantástico. – Camille falou fazendo força para parecer mais animada.
- Não vejo a hora dos gatos começarem a entrar. – Hanna disse maliciosa. – Camille me diz uma coisa. Você e Slash estão juntos? Vi umas fotos suas com ele na festa de lançamento do disco. – Hanna perguntou curiosa.
- Não estamos, Hanna. Foi só uma festa. – Camille respondeu seca.
- Mas várias revistas afirmaram que...
- Essas revistas são assim. Não devemos acreditar em tudo Hanna. – Falei cortando-a imediatamente, não que tinha intenção de ser rude com ela, só não queria ela falando de Slash ao lado da Camille.
- Sei...e quanto a você, Jenny? Estava com Axl nas fotos.
- Fui como intérprete, trabalho com eles. Mas vamos mudar de assunto e nos divertir. Já vai começar o show. – Mudei logo de assunto. Ela nos olhou desconfiada por um tempo, sacando claro que tinha algo a mais, mas resolveu deixar para lá.
Passado um pouco das 17:00h, Shannon Hoon entrou com sua banda, dando início ao show. Não demorou nem 10 minutos e entramos no clima. Não é que o loirinho tinha uma voz e tanto. Apesar de não conhecer muito as músicas, estava encantada com a voz de Shannon e com a melodia de suas músicas. Observei Camille sorrindo e se divertindo. Hanna também já estava empolgada com alguns famosos que ela avistou.
Logo a seguir entrou Skid Row e nós três ficamos ali na frente hipnotizadas por aquele loiro alto e extremamente bonito. Sebastian podia ter um ar de cafajeste, mas não tinha como não admirá-lo.
Tá, confesso que dei umas olhadinhas, até porque ele era muito gato, mas as meninas estavam vidradas nele, quase nem piscavam. O show estava ótimo, Sebastian animou a galera. Gritávamos, pulávamos, cantávamos o que sabíamos e também o que não sabíamos.
- Cara, que homem lindo! – Hanna exclamou.
- Ele é mesmo, mas é meio cafajeste. – Camille comentou. – Sla...bem, uma pessoa me contou algumas histórias dele que me deixaram boquiaberta. - Contou divertida.
- Vocês chegaram a conhecer ele também meninas? – Hanna perguntou.
- Rapidamente. – Respondi.
Logo depois entrou duas bandas de Pop locais, as quais não conhecia. Eram bandas muito boas. Alguns apresentadores entravam no intervalo entre uma banda ou outra e agradecia o público presente, sempre atualizando em quanto estava a arrecadação. Próximo a gente avistei alguns atores, modelos e cantores que falavam em frente às câmeras sobre o show, acho que algum canal estava transmitindo.
Estávamos falando dos famosos que avistávamos e de alguns modelos que estavam fazendo papel de apresentadores/as. Algumas com umas roupas bem estranhas, comentávamos.
Até que foi anunciada a atração principal:
Guns N’ Rose!
O público enlouqueceu de gritos, pulos, palmas. Olhei para trás vendo aquela multidão histérica atrás de mim, que só aumentava a entrada de cada um dos meninos que logo se posicionavam no palco com seus instrumentos. Porém quando o ruivo apareceu, esqueci de tudo que estava ao meu redor, e só tinha olhos para ele.
Como ele estava gato. Ainda não tinha me acostumado. Ele usava uma calça jeans justa e com rasgos no joelho, uma camiseta branca da Marlboro, uma jaqueta preta com seu nome nas costas, um chapéu bege e óculos escuros.
- Boa tarde, Los Angeles. Espero que esse show possa conseguir o máximo de donativos e ajudar essas pessoas que estão sofrendo com guerras internas. Com políticos de merda que só pensam em si e esquecem dos milhares que sofrem de fome, sede e doenças, ocasionadas pela ganância desses que deviam ser os primeiros a lhe ajudar.
O ruivo falava se posicionando no centro do palco olhando para multidão a sua frente.
- Nos não precisamos da sua Guerra Civil! – Axl gritou fazendo todos gritarem juntos.
Logo Civil War começou a tocar. Cantei cada palavra vendo o ruivo andar de um lado para o outro cantando a música. Observei ele olhando para baixo, até olhar em minha direção, mesmo estando de óculos sabia que ele havia me visto e confirmei após receber um lindo sorriso, mas logo ele voltou a caminhar para o outro lado concentrado no show.
- Jenny, tem uma babinha escorrendo aqui. – Camille disse para mim colocando o dedo no canto da boca.
- Engraçadinha. – Respondi rolando os olhos.
- Cara que homem é esse? – Hanna disse sem nem prestar atenção no que eu e Camille havíamos falado.
Ela estava babando no Axl, e isso me deixou um tanto incomodada.
- Sorte da garota que dorme com ele. Ele deve ser muito bom de cama. – Ela supôs.
- É né! Quem será essa sortuda? – Camille falou fazendo onda olhando para mim.
- Você sabe, Jenny, se ele está namorando? Eu soube que ele estava com a Seymour, mas acho que terminaram. – Hanna me perguntou curiosa.
- Acho que ele está. Mas Hanna, Axl é mimado, egocêntrico e muito chato. – Disse tentando fazê-la parar de babar tanto.
- Éhhh...sempre ouço isso. – Ela suspirou desanimada. – Bem, mas fora ele, outro que eu acho um gato é aquele baterista. Olha aquele sorriso. – Ela disse fascinada por Steve.
- Bem, Steve é ótimo. Divertido, engraçado, e muito fofo mesmo. – Dei todo apoio, claro.
Logo após Civil War eles agitaram todos com You Could Be Mine, era incrível a energia que eles passavam, eu já tinha visto do palco, nos shows que eu acompanhei no México, mas era completamente diferente estando ali na frente, vendo, cantando, vibrando junto com eles. Esses meninos realmente tinham algo especial.
Observei Slash se aproximar do lado em que estávamos e olhar para Camille enquanto tocava sua guitarra. Os dois trocaram olhares por um tempo, mas logo Camille abaixou a cabeça.
Quando acabou, eles anunciaram que voltariam para encerrar o show e que agora teria um pequeno intervalo. Todos já estavam saindo, quando o ruivo lançou um olhar para mim, piscando e dando um sorriso de canto logo em seguida.
- Gente! Me belisquem! Eu juro que vi Axl olhar para cá e dar um sorriso. – Hanna falou perplexa.
- Impressão Hanna, deve ter sido para o pessoal. – Falei disfarçando.
- Será. Deve ser, né? Acho que já estou vendo coisas. – Ela riu de si mesma.
Aproveitamos o intervalo para irmos ao banheiro retocar a maquiagem. Como terminei primeiro, sair para vê se encontrava algum local que vendesse água enquanto as meninas ainda ficaram se retocando.
POV Camille
Jenny saiu para ir comprar água para gente enquanto eu e Hanna ficamos terminando de retocar nossa maquiagem. Com o calor meu lápis de olho estava escorrendo e eu odiava isso.
Apesar de sorrir e continuar conversando animadamente com Hanna, na minha cabeça só estava à imagem de Slash próximo a gente tocando sua guitarra sem olhar um segundo que fosse para mesma, apenas com seus olhos sobre mim.
Senti meu coração disparar ao olhá-lo, ao vê-lo tão perto. Ele não disse nada, não esboçou uma palavra, um gesto, mas seu olhar dizia tanto. Via a culpa e o remorso, e consegui sentir que ainda havia sentimento. Tentei fingir indiferença, só não sei se consegui.
Às vezes me perguntava se não poderia perdoá-lo. Mas algo em mim, ainda não deixava. Me perguntava se Izzy teria feito o mesmo comigo, se me trairia e mentiria dessa forma. Mas por que me lembrei justamente de Jeffrey nesse momento?
Bem, fiz um esforço e afastei esses pensamentos de mim. Eu iria me divertir e não ia deixar Slash atrapalhar isso.
- Olha, eu sei que tem mais coisa aí. Mas não vou insistir para vocês me falarem, mas quero que saibam que podem confiar em mim. Eu sei que pareço doidinha e dou conta de tudo da faculdade, mas eu só falo o que não me pedem segredo. Se vocês soubessem de tudo que sei. – Hanna falou divertida. É claro que ela não era boba e sabia que minhas fotos com Slash tinha algo a mais.
- Bem Hanna, desculpa se respondi você com mal humor. Mas é que não queria falar sobre isso.
- Tudo bem, eu entendo. – Ela disse
- Vamos? A Jenny já deve estar voltando com nossas águas.
Já íamos chegando à saída voltando para frente do palco, quando Sebastian apareceu na minha frente.
- Ora, ora. Quem eu vejo novamente. – Ele disse me jogando charme.
- Você se lembra de mim? – Perguntei surpresa.
- Claro. Uma beleza como a sua, não seria fácil de esquecer. – Cara que cantada barata. Apenas rolei os olhos, balançando a cabeça.
- Essa é minha amiga, Hanna. – Disse apresentando Hanna que babava olhando para Sebastian.
Agora entendia a cara que fazia quando via algum famoso e porque a Jenny sempre me repreendia.
- Prazer, Sebastian Bach. – Ele disse beijando a mão dela.
Por mim, a gente já voltava para nossos lugares, porém Bach começou a conversar animadamente com Hanna e preferi não deixá-la sozinha, a fim de evitar que ela caísse nas garras dele. Mas já que estava aqui ao menos ia aproveitar a visão, ele podia ser cafajeste, mas era um gato, pensei divertida.
POV Axl
O show estava lotado, o que era muito bom, estava na torcida para que conseguissem o máximo de dinheiro para doação.
Nos da banda gostávamos dessas causas sociais, só não divulgávamos muito, mas ainda tínhamos a intenção de assumir uma causa humanitária e ajudar pessoas carentes.
A plateia estava enlouquecida e mesmo You Could Be Mine sendo uma música nova, lançada agora no Use Your Illusions, todos a cantaram junto com a gente. Realmente o Illusion estava fazendo muito sucesso, me deixando ainda mais contente com o disco.
Ainda tínhamos mais uma música para tocar, encerrando finalmente o show próximo ás 20h. Teria uma hora para descansar e já estava voltando para meu camarim quando tive a ideia de ir para o outro lado do backstage. Não podia ir onde Jenny estava porque havia poucos seguranças, mas quem sabe não a veria pelo corredor. E tive mesmo essa sorte.
Ela vinha distraída, olhando para um panfleto em suas mãos, quando parei na sua frente.
- Gostando do show? – Me interpus a sua frente fazendo-a parar surpresa.
- Está ótimo, senhor Rose. – Ela respondeu com um sorriso.
Como eu queria agarrá-la, mas não parava de passar várias pessoas por nos.
- Venha comigo, senhorita Torres. Tenho umas dúvidas, queria que você me esclarecesse. – Falei tentando disfarçar. Muitas pessoas ficavam olhando para nós dois.
- Claro, senhor Rose.
Fomos até meu camarim, assim que entramos, fui logo a beijando intensamente. Eu simplesmente não conseguia mais ficar perto dela sem beijá-la, tocá-la, senti-la.
Após um longo beijo, nos separamos e fui até uma mesa com frutas e bebidas.
- Quer alguma coisa? Tem muita comida aqui. – Apontei para a mesa que colocaram no meu camarim.
- Queria água, estava atrás para levar para mim e as meninas.
- Pegue, aqui tem várias garrafinhas. – Mostrei o balde com gelo com diversas garrafinhas de água.
Ela se dirigiu a mesa separando as garrafas. Coloquei Whisky em um copo dando um gole, sentindo o mesmo descer queimando em minha garganta.
Olhei para ela, vendo como estava bonita. Estava diferente do que ela costumava usar, ela sempre estava com camisa ou blusas mais fechadas e agora estava com um top e uma regata mais aberta, mas sempre linda. Ainda não tinha visto ela usando nada nosso, e me surpreendi com a sua camiseta com nosso logotipo.
- Ouvir dizer que o cantor dessa banda é muito bonito. – Falei indo até ela novamente apontando para sua camiseta.
- Também ouvir dizer que ele é muito mimado e convencido. – Ela rebateu, me fazendo rir alto.
- Depois daqui os caras querem ir para o Rainbow, vamos? – Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
- Não sei se a Camille vai querer ir.
- Você já viaja amanhã, quero aproveitar essa noite com você. E nada melhor do que no local onde a gente deu o primeiro beijo. – Falei vendo ela me olhar surpresa.
- Você se lembra? – Proferiu com um sorriso na face.
- Mais do que você imagina. – Disse lhe dando um selinho.
- Vou falar com ela. Caso ela não queira ir, a deixo em casa e depois encontro com vocês, está bem? Eu venho aqui depois do show e te digo.
- Está bem. Acredito que não iremos demorar, temos apenas uma rápida entrevista depois do show, mas assim que terminar venho para cá e a gente acerta tudo.
- Já vou indo, você tem que se concentrar para o final. – Ela disse já dando meia volta, mas a puxei de novo.
- Ainda falta muito tempo. – Falei começando a beijar seu pescoço.
Minhas mãos foram até sua cintura fazendo um leve carinho. Ela colocou seus braços ao redor do meu pescoço e começou a me beijar lentamente. Como ela conseguia deixar tudo mais leve, mais fácil. Às vezes me perguntava se tudo não passava de um sonho, afinal isso não era algo comum na minha vida.
- Temos que aproveitar essa noite, já que você vai viajar.
- Eu só vou ficar dois dias fora, Axl. – Me respondeu.
- Já é muito tempo. Não vejo a hora de te jogar na cama e... – Sussurrei no seu ouvido fazendo-a se arrepiar, enquanto percorria minhas mãos em suas costas, cintura e quadril.
Ela aprofundou o beijo, acariciando minhas costas e descendo por toda sua extensão.
- Se continuar falando assim Axl, não sei se aguento até a noite. – Ela me disse dengosamente, olhando fixo em meus olhos e mordendo seu lábio inferior.
Jenny fez uma carinha manhosa e adentrou sua mão em meus cabelos fazendo um carinho, com a outra desceu pelo meu peitoral, passando por meu abdômen indo até a fivela do meu cinto. Ela estava me provocando e me enlouquecendo com seu charme.
- A gente não precisa esperar até a noite. – Falei malicioso para ela.
- Não? – Sussurrou em meu ouvido, mordendo meu lóbulo em seguida.
Isso fez meus pelos eriçarem e meu sangue ferver. Eu estava jogando, mas ela que estava ganhando. Como ela conseguia me deixar assim tão rapidamente? Eu já estava louco para fudê-la ali mesmo, naquele instante.
- Tem um sofá ali. – Apontei sutilmente com a cabeça. Senti seus lábios percorrerem meu pescoço, voltando para minha boca e dando um beijo caloroso.
Já estava pronto para levá-la para aquele sofá e transar com ela, quando ela interrompeu o beijo de repente.
- Pena que tenho que ir. Minhas amigas estão me esperando Axl e quero ver o final do show. – Piscou o olho para mim, dando um sorriso travesso.
Eu não acredito que ela estava fazendo isso. A fitei inconformado.
- Jenny, você vai me deixar assim? Você deixou meu amiguinho animado. – Apontei para o volume que se formava na minha calça.
Ela me deu um sorriso sapeca me dizendo com uma carinha angelical se fazendo de inocente:
- Bem senhor Rose, ainda bem que tem um sofá ali, dá pra você e seu amiguinho relaxarem.
Jenny virou de costas, pegou sua água enquanto eu olhava incrédulo para ela. Abriu a porta do camarim e antes de sair, se virou para mim novamente.
- Eu disse que você ainda me pagava. – Falou se referindo ao dia que fiz o mesmo com ela na Hell house.
- Quando eu te pegar, Jenny, se prepare. – Ela me jogou um beijinho provocador e fechou a porta.
Peguei minha bebida, me sentei no sofá jogando minha cabeça para trás com um sorriso que não conseguia tirar dos lábios.
POV Jennifer
Saí com um sorriso de satisfação do camarim do ruivo. Eu disse que ele ainda ia me pagar. Me senti vingada!
Mas confesso que foi difícil resistir ao ruivo, meu corpo entrava em chamas com seus toques. E ele bem sabia que sua voz me deixava doidinha, por isso falava tão sexy ao meu ouvido. Tá, foco Jenny, mas tarde vocês aproveitam.
Já estava chegando na saída do backstage para voltar para onde estávamos quando avistei as meninas conversando com ninguém menos que Sebastian Bach.
Ele estava jogando todo o charme para as meninas que olhavam para ele deslumbradas. Camille até que estava mais contida, mas Hanna estava para se derreter. Ai essas minhas amigas, pensei.
- Oi Sebastian. – Falei, pegando-os de surpresa, eles nem tinham visto eu me aproximar.
- Ah, oi Jennifer. – Sebastian me cumprimentou todo estranho.
- Muito bom o show, parabéns! – Disse simpática.
- É ... realmente o público está bem animado. – Ele me respondeu sem jeito, desconfiado, estava estranho.
- Vocês ainda vão tocar algo? – Camille perguntou.
- Não, já encerramos.
- Que pena. – Falei, vendo ele me olhar diferente.
- É bem, eu já vou indo, tchau garotas. – Disse saindo rapidamente.
- Nossa! O que deu nele? Ele já estava para pedir meu telefone. – Hanna disse decepcionada.
- Não sei, mas parece que ele estava com medo de ti, Jenny. – Camille comentou também sem entender.
- Mas o que eu fiz? – Estranho, pensei. Por que Sebastian fugiria de mim? Na festa de lançamento ele estava se jogando pra cima de mim, só não dei abertura, mas fui simpática com ele.
- Bem, vamos voltar. Agora vai tocar aquela banda que estava te falando Camille, Take That. Eles são novos, mas as músicas são ótimas e é cada gato, principalmente o Gary Barlow. – Hanna disse animada nos puxando pela mão.
Realmente os cantores eram gatos. Take That era uma boy band recém-formada e cantou algumas músicas pop e algumas mais românticas. Como gostava de todo estilo musical me amarrei na banda, às músicas eram realmente muito boas.
Eles cantaram umas três músicas, diminuindo o ritmo frenético das outras bandas. Isso foi bom para gente pegar um ar, porque logo a seguir, os meninos voltaram para encerrar o show.
Izzy fez um discurso de agradecimento, muito bonito. O albino era tímido, mas de certo chamava atenção, e pude perceber um olhar bem admirador vindo de Camille. Ela estava hipnotizada ouvindo tudo que Isbell falava.
Será que Camille está sentindo alguma coisa pelo moreno sombrio? O jeito como ela olhava para ele, estava bem diferente. Por um instante acho que ela esqueceu Slash.
Assim que Isbell terminou, eles começaram a tocar Paradise City. A plateia foi à loucura e a gente foi junto.
Realmente um grande final. Os meninos foram ovacionados por uma plateia que não parava de gritar pedindo bis. Após muitos gritos pedindo por mais eles fizeram uma pequena parte de Welcome to the jungle. Agradeceram e saíram.
Já eram quase 20h. Ficamos ainda conversando esperando diminuir um pouco mais o tumulto na saída.
- Meninas, eu quero tanto um autógrafo do Take That. Será que eu consigo? – Hanna perguntou eufórica.
- Essa é a melhor hora. Eles devem estar pelos corredores. – Disse vendo-a abrir um sorriso e sair correndo para lá atropelando todos a sua frente.
- A gente se encontra lá dentro. – Ela gritou já de longe.
Aproveitei que estávamos sozinhas e chamei Camille para o Rainbow.
- Vamos Camille? Ainda está cedo. – Pedi.
- Não, Jenny. Hoje já foi bastante. – Ela me disse.
- Amiga...
- Jenny, eu me divertir bastante, juro. Mas não queria ir mesmo. Prefiro voltar para o apê. Vá, aproveite com o ruivo, amanhã você viaja.
Por um lado entendi. Lá ela veria Slash muito mais vezes e bem de perto. Não insisti. Pelo menos vi ela se divertir um pouco hoje.
- Está bem. Bem, eu só vou falar para o ruivo que deixarei você em casa e que encontro com ele mais tarde.
- Está certo, vai lá no camarim falar com o ruivo, a gente se encontra lá perto da bilheteria. Vou atrás da Hanna antes que ela seja expulsa, ela saiu muito eufórica daqui. – Ela me disse risonha.
Saí em direção ao camarim de Axl. Estava rindo para as paredes. A adrenalina do show ainda corria em minhas veias.
Estava com uma grande movimentação nos corredores: roadies, produtores, fotógrafos, todos correndo de um lado para o outro. Vi até mesmo algumas groupies paradas conversando. Mas até aqui nesse show elas estavam presente? Pensei.
Parei em frente à porta do ruivo, olhando de um lado para o outro para ver se tinha alguém mais conhecido por perto. Abri a porta do camarim com um sorriso gigantesco nos lábios, que se desfez assim que olhei para seu interior. Arregalei meus olhos completamente surpresa, colocando logo a seguir uma expressão séria em meu rosto.
...
- Só pode ser brincadeira! – Exclamei incrédula.
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