《Robert》
Mantenho meus dedos dobrados, contornando a direção. Inclinando suavemente meu braço eu conduzo meu bebê faorito, um Audi A6 preto, modelo mais atual. Este veículo contém um pouco da minha personalidade, elegante, silencioso e veloz. Um dos motivos que faz-me adorá-lo.
Meus olhos castanhos claros fixos na estrada. Montanha com tímidos trechos de mato pela extensão numa das laterais e furiosas ondas chocando-se contra a alta elevação na outra lateral. Com o sol descendo preguiçosamente na parte baixa do céu, eu dirijo para Malibu.
É um ponto positivo quando se é o terceiro ator mais bem pago do mundo. Carros caros, casas em alguns estados do país, nos mais divertidos, é claro. Jatinho particular. Confesso que gosto dessa vida.
Morar em Malibu. Não era bem algo que tinha em mente. Conhecida cidade por ser o lugar onde a maioria das estrelas reside, só cedi á ideia por insistência de Susan. “Teremos a praia como paisagem principal e é um local seguro”. Foi o seu principal argumento. Como se a mansão cercada por altos portões em Los Angeles, com oito seguranças não fosse o suficiente. Mas ainda assim concordei. Susan tem um eficiente método de persuasão, repetir sua ideia, até sugar sua última gota de paciência fazendo-o ceder por fim.
Embora tendo o conhecimento á respeito, nunca entendi o motivo do brilho que assumindo o olhar, as mãos trêmulas, as ligeiras passadas de língua nos lábios, sempre que somos encontrados. Uma postura clara de admiração e nervosismo por estarem em nossa presença. Somos apenas pessoas, com talento que destacou-se entre os demais, mas isso não é motivo para endeusar- nos. Não posso reclamar muito, não é? Eu não seria quem sou, se não fosse por essas pessoas. Teve uma notável contribuição do meu talento para atuação é claro, mas não vamos desprezar a cooperação dos fãs.
E esse tipo de comportamento anteriormente citado, foi exatamente o que esperei ontem á noite. A simples ideia do arregalar-se dos seus olhos cor avelã causava-me um profundo prazer, motivado pela segurança como respondeu minhas mensagens durante a semana. Algo que não estava habituado a encontrar nas garotas que foram minhas submissas anteriormente. Ela não servia para essa finalidade, foi o primeiro pensamento que me ocorreu em análise. E isso excitou-me profundamente, eu queria puni-la.
Inicialmente, ela mostrou-se obediente, talvez pela curiosidade ou pela situação distinta a qual encontrava-se, privada de um dos seus sentidos. Demonstrou perspicácia, confiança. Fazendo-me lamentar a escolha de fazê-la entrar vendada, adoraria ter visto sua reação por inteiro.
Definitivamente ela não servia como submissa, era atrevida demais para isso. Mas a ideia dela de joelhos, com braços e pernas imobilizados, seu corpo gritando de desejo por mim, instigou-me. Ela seria um desafio. E eu a queria. Transformaria Alissa na menina mais obediente dentre todas que já tive.
Recebendo a ficha dela emitida por Fabiano Bragança, responsável por fazer a seleção de candidatas, ideia de uma submissa no Brasil, dois continentes de distância dos Estados Unidos, tornava a possibilidade descartável. Não por desprezar o país, mas por gostar de descrição, por isso contratei algumas agências em estados específicos dos Estados Unidos, Canadá, México e Brasil, o que menos cogitei, pois possuo uma propriedade no país. Mas, o argumento de Fabiano dela morar numa das capitais menos notáveis pela mídia, tornava uma possibilidade ponderável, convenceu-me.
Arqueio suavemente meu quadril, ao passear dos meus pensamentos para a noite anterior. Vinte anos mais jovem que eu, Alissa não é a garota ingênua, como a primeira impressão passada, ao se olhar uma foto dela denota. Meu pau chega a latejar ligeiramente, resultado da lembrança do sorriso inocente quando me viu.
Estatura baixa, magra, rosto arredondado, lisos cabelos pretos emoldurando-o, na altura dos ombros, em contraste com a sua pele branca, seios volumosos, bumbum suavemente arredondado com um volume satisfatório, usando apenas um conjunto de lingerie, senti-me fitando a versão humana de uma boneca. Confiante, sarcástica, sedutora quando se acha necessária, definitivamente tenho um desafio á frente, a ideia é bem excitante.
Numa das laterais da estrada as elevações do solo, inicia sua diminuição ao avançar do percurso, dando lugar as altas palmeiras á alguns metros afastados na outra lateral a areia. No momento sendo banhada pelo suave mover-se das ondas marítimas. O sol ocultando-se no horizonte projetando uma tímida passarela alaranjada sobre o mar. Surpreendo-me ao perceber anseio em vê-la invadindo-me rapidamente. Com o vidro da janela baixo, eu tenho meu braço livre apoiado no local, erguendo minha mão, passo-a suavemente sobre meus lábios, deixando minha respiração passar por eles logo após. Resultado da viagem dos meus pensamentos para outro continente na noite anterior, quando aquela confiante língua macia tocou minha glande circulando-a, sua respiração quente tocando-a, enfiando toda a extensão do meu membro em sua boca.
Decididamente terei pouco trabalho em instrui-la no quesito oral.
Sacudo rapidamente a cabeça para afastar a incomoda ideia, da informação de Fabiano, do encontro que ela teve com o ex companheiro na saída do hotel e como esse acontecimento pareceu a abalar. Isso já está resolvido.
Com o avançar do automóvel, largas calçadas em cores acinzentadas ladeiam a estrada, com altas palmeiras plantadas em curtos intervalos. E entre esses espaços veículos em sua maioria Audi, BMW e Lamborghini, estacionados. Com o crepúsculo iniciando seu rápido reinado sobre a cidade, as luzes timidamente começam a dominar o local.
O som emitido do meu aparelho celular, indicando o início de uma chamada, tiram-me dos meus pensamentos, lançando o rápido olhar para o painel do carro, descubro ser Fabiano Bragança o solicitador do serviço. Puxo ligeiramente o ar.
Tendo em mente o motivo da sua ligação, encosto meu indicador no painel, movo o ícone azul com o formato de um telefone, para cima.
—Downey. —o tom de sua voz é descontraído. —Estou curioso. Como foi ontem?
Estreitando um dos cantos da minha boca, solto um risinho baixo.
—Digamos que rla tem uma boca bem atrevida.
Ele ri.
Dirigindo pela rodovia, clareada pelas lâmpadas dos postes distribuídos pelo percurso, modernas casas, em sua maioria, predominando os tons brancos, contornadas por grama verde viva, palmeiras compridas, tomam a paisagem.
—Andei pesquisando o curso de inglês que me pediu. O foco principal é a conversação, para amenizar o sotaque dela. Você comentou que isso te deixou incomodado.
Não que a sua atual forma de falar incomode, acho até um tanto exótico a maneira puxada como ela pronuncia algumas palavras, se não fosse o meu esforço para entendê-la.
A margen da estrada o declive começa a tomar forma, predominando tons claros nas casas construídas pela sua extensão. Na diminuição da elevação, eu pego uma entrada pavimentada á direita. Franzo sutilmente minha testa, efeito de uma ideia ocorrida.
Trato imediatamente de afastar a desaprovação carregada nesse pensamento, balançando minha cabeça.
—Preciso que procure apartamentos com conceitos abertos. –Determino. — De preferência que esse apartamento situe-se...
Reviro meus olhos, quando a palavra forma-se em minha boca. O povo brasileiro tem muita criatividade, a veracidade disso comprovada ao lançamento do trailer de Avengers- Endgme, e eles encheram a caixa de mensagens nas redes sociais da Nasa, solicitando o resgate do Sr Stark. Uma ideia que, á propósito, rendeu-me muitos risos, mas escolher nome de cidade claramente não é o forte deles.
—Em Natal. —finalizo. —Preciso de um local discreto, sem tantos olhares curiosos.
—Claro. Enviarei fotos á medida que encontrado os resultados. –Bragança assente.
Ergo ligeiramente os cantos da minha boca. Finos troncos alongados, sustentando as copas arredondada contornam a estrada calçada em cores marfim, revelam-se, efeito a aproximação do veículo dos altos portões de ferro preto, que separa-se mediante a proximidade do carro.
—Obrigado Fabiano. —Eu digo.
—Boa Noite, Downey.
—Boa noite.
Projetando escuras sombras sobre a passagem, com o mover-se do automóvel, logo são substituídas pela grama verde bem aparada, que envolve toda a propriedade. Pela predominação dos tons escuros em outras propriedades nossas, para essa optamos por um amarelo vivo para a pintura e um tom amadeirado vibrante. É uma casa de conceito aberto, tendo toda a parede que compõe o acesso ao interior toda em vidro azulado. Com o piso revestido com porcelanato acinzentado, a cerca da varanda é feita de um vidro grosso sustentando por grossas barras metálicas prateadas.
Construída ao lado da rampa de acesso a propriedade, uma leve inclinação, dá para a garagem. Pegando-a, estaciono meu veículo ao lado da Porsche 911 Carrera preta de Susan. Apanhando meu telefone sobre o banco do carona, saio do carro, batendo a porta atrás de mim em seguida.
—Papai!
Não consigo deter meu sorriso, contornando o veículo, concentro meus movimentos para a escada de granito branco, de acesso ao piso superior. O grito agudo de Exton invade o local.
Avançando por mais alguns lances, alcançado o topo, flexiono minhas pernas, dobrando-as, pressiono-as contra o piso. Com um sorriso aberto, observo o menino vir em disparada na minha direção.
Atirando seu corpinho contra meu peito, ao encontrar-me, envolve meu pescoço com seus bracinhos finos.
—Oi amigão. —Cumprimento-o risonho.
Levantando minha mão, pouso-a em sua cabeça. Afago seu cabelo loiro. Passando meu braço em torno das suas perninhas, pressiono-o contra meu corpo. Ponho-me de pé logo depois.
—Senti saudades. —Diz apoiando seu queixo em meu ombro.
Aos sete anos de idade, época em que geralmente meninos com a mesma idade dele, começam a interessar-se por jogos, dormir na casa dos amiguinhos. A forma amorosa que costuma comportar-se comigo e Susan é um dos pontos mais encantadores de Exton. O que torna impossível não me perguntar, sempre que reflito á respeito disso, se com Indio, se eu tivesse presente na vida dele, assim como estou na de Exton seria assim. É algo pelo qual nunca vou me perdoar.
Passeio rapidamente meu olhar pela propriedade, enquanto caminho pela varanda. Por situar-se no alto de uma colina, a vista de alguns pontos de Malibu tomada por pequenos pontos de luz, é proporcionada. Encaixando-se no quesito de bela paisagem. Repentinamente sou tomado pela sensação de arrependimento, pelo canalha que estou sendo com Susan. Ela é uma mulher fantástica, sem sua ajuda eu seria apenas um ator viciado entregue ao esquecimento, internado numa clinica de reabilitação. “Susan, amor. Eu sinto prazer em ver mulheres subjugadas á mim”. Isso também não é o melhor caminho a se tomar.
Em meus braços Exton suga seu lábio inferior, vacilante, quando chego de frente ás altas portas de correr de vidro, contornada por madeira, da cozinha, no momento aberta. Exibindo as nuances de marrom e azul, utilizada para decorar o cômodo.
—Você falou com o Homem Aranha? —A forma inocentemente desajeitada como ele profere a pergunta, faz-me rir pela graça da postura.
Franzo suavemente minhas sobrancelhas, segurando os seus ombros, afasto seu corpinho do meu peito encarando-o.
—Achei que preferisse o Homem de Ferro. —Assumo uma falsa expressão de confusão em meu rosto.
Desconcertado ele baixa seu olhar, fitando seus dedinhos finos, estreita os lábios.
—Papai você sabe que eu gosto do Homem de Ferro. —Suas pálpebras vacilantes, temendo erguer o olhar. —Mas é que o Homem Aranha é mais legal.
Local onde Darla Rust, nossa babá, acomoda-se.
Em seus dedos flexionados ela sustenta uma colher de sobremesa de prata, tendo como conteúdo sorvete de morango. Seus cabelos escuros presos atrás da cabeça num coque, o uniforme branco, ressalta a cor azeitonada da sua pele.
Acomoda na ilha central, Darla encosta a ponta da colher na boca entreaberta de Avri, posicionada na cadeira ao seu lado, a menina apressa-se em mover seus finos e rosados lábios pela extensão do utensilio. Erguendo seu olhar encontrando-nos, um repentino brilho toma seus azulados olhinhos. Pulando da cadeira dispara em nosso encontro.
—Papai! —Sua voz fina e estridente.
Rapidamente agachando-me, coloco Exton no chão. No segundo seguinte o corpinho da menina atrita-se contra meu peito, atirando seus bracinhos em torno do meu pescoço em seguida.
—O Sr Dood’s passou o fim de semana inteiro reclamando. —Reporta carrancuda.
Referindo-se ao coala de pelúcia que lhe presenteei no seu aniversário de dois anos, apresentando-lhe como seu novo protetor, quando eu não estivesse ao seu lado. Virando seu rostinho para o lado, lança um ligeiro olhar para Darla, no momento ocupando-se em tirar a mesa.
—Não é verdade Darla?
Caminhando para a cozinha, com a taça tendo o restante do sorvete como conteúdo, ouvindo seu nome a babá detém-se, levanta a cabeça com um sorriso aberto.
—É sim. —Ela confirma.
—Viu?
Virando sua face para mim, a menina cruza os braços em torno do peito, desconfiada.
—Onde esteve?
—Papai precisou cuidar de algumas coisas em outro reino.
Chamando-a de princesa, costumamos dizer que nossas posses, são reinos de seu domínio.
—Para que esteja apto para nossa chegada. —Acrescento. Focalizando meu rosto, Avri semicerra seus olhinhos azuis.
Elevando meu olhar, direciono-o para a porta exibindo a vista da espaçosa sala, efeito do ecoar de passos, originário dessa localidade.
Solto, o vestido florido ombro á ombro, acentua a cor bronzeada de sua pele.
A extremidade acima dos joelhos, deixa suas longas e torneadas pernas á amostra. Os lisos cabelos castanhos caindo suavemente sobre o ombro, existe uma expressão séria em seu semblante. Em uma de suas mãos segura o Ipod preto.
—Papai, estávamos indo ver Divertidamente. –O tom de excitação presente na voz de Exton ao falar.
—O Sr Dood’s disse que você não viria.
Voltando meu olhar para Avri, em meus braços, uma expressão triste começa a tomar forma em seu rostinho.
—Pois ele está errado. —Discordo.
—Por quê não vão na frente com a Darla? —Atravessando a entrada, o sorriso nos lábios de Susan, parece-me forçado.
—Seu pai e eu precisamos conversar. —Fitando ligeiramente minha face, sinto seriedade em seus claros olhos.
Junto levemente minhas sobrancelhas, confuso quanto a sua postura. Caminhando em minha direção, alcançando-me Darla pega Avri em meus braços, estendendo a mão para Exton em seguida.
Virando seu rosto para o lado, o menino encara-me, passeando em seguida seu olhar para o rosto da mãe.
—Mas, vocês irão, não é?
Dando um passo á frente Susan pousa a mão na cabeça de Exton, esboçando um sorriso.
—Sim. Eu prometo.
—Legal!
Agarrando a mão da babá, saltitante ele a acompanha para fora do local.
—Podemos comer Doritos durante a sessão? —Questiona carregado de entusiasmo.
—Vamos precisar falar com sua mãe. —Adverte Darla, sua voz sumindo enquanto afasta-se.
—Eu perguntaria como foi sua viajem.
Concentrando meu olhar em Susan, erguendo a mão ela encosta o indicador na tela do Ipod, ativando-o.
—Mas, pelo que encontrei em seu e-mail, parece ter sido bem divertida.
Apertando meus olhos, confuso, deixo sua face, detenho meu olhar na tela do aparelho que ela ergueu para mim. Exibindo na forma ampliada uma foto minha com Rach, em Barcelona algumas semanas atrás
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