Diane POV
Eu já ouvia falar bastante sobre esse colégio.
E honestamente, é mais ou menos como as pessoas falavam. Assim como o lugar é gigantesco, também tem muita gente! Ver tantas pessoas diferentes em um só lugar, pra mim, sendo sincera, não me arrependo de me matricular aqui, as coisas são tão variadas e ao mesmo tempo tão simples aqui. Mas enquanto penso em outras pessoas conversando e reencontrando seus amigos...
"Hmm... E quanto á mim?"
As vezes não é fácil fazer amizades quando na verdade você acabou de iniciar um novo ano, numa escola nova. Definitivamente, não é fácil.
Eu ainda espero que as pessoas que eu vá encontrar sejam legais... todo mundo parece se conhecer aqui, e as vezes é difícil se "misturar" sendo nova, sabe? Aliás, depois de vários anos letivos em uma só escola, até tive o pensamento de que iria ser fácil. Mas olhando de perto, como eu citei antes, essa escola gigantesca tem muitos alunos. No fundo as coisas são complicadas, de qualquer jeito.
E por alguma razão eu percebi que só tava caminhando e admirando o colégio ao invés de ver qual seria a minha sala.
Antes de olhar um mural por trás de uma vidraça (Que é bem decorado se for pra ser detalhista), eu foquei onde a maioria estavam dirigindo seus olhares. E vi uns três mongoloides conversando sobre sei-lá-o-que. E já de cara percebi que eles eram: populares.
Mas... até que eles eram gatinhos...
Não, Diane! Você não deve cair igual manteiga derretida pra esses garotos. Até porque tinha meninas que só de relance você percebia que elas comiam eles só com os olhos. Melhor eu não me meter nesse ninho de cobras, se não só vou levar veneno de sobra pra casa.
Ri por dentro com meus pensamentos. Acho que vou cobrar esse detalhe pra depois no meu diário. Voltei com o mural, leio a minha sala sem pensar, apesar do meu tom de voz sair baixo.
— Hmm... 1-A.
Por incrível que pareça, um aluno me ouviu e puxou uma pequena conversa comigo.
— O quê? 1-A?!
Diane: Sim...?
Ele pareceu refletir por alguns segundos, e voltou á checar o mural novamente, a expressão dele abordava um tom de surpresa. Mas não é pra tanto, é? É só uma sala... ah, kami. O que eu tô falando, eu sou só uma novata aqui! Tenho que saber das coisas.
Mas se for pra falar da minha sala, o que fez ele reagir dessa forma? Tem caroço nessa farinha...
— Ceerto, então... Você é nova no colégio?
Sou — Dou um leve suspiro. É, acho que ser novata é como ir pra Marte pela primeira vez. — Por que?
Ele refletiu novamente e então abordou um sorriso que pra ele era de um galanteador. Junto de seus olhos cerrados, que pra ele era como aqueles bonitões do Instagram, me apresentou as suas palavras sedutoras (pelo menos é do jeito que ele tentou ser, *tosse).
— Pode me chamar de Houzer. Qual o seu nome, flor do meu jardim?
Eu tentei assimilar o que acabou de acontecer.
"Flor do meu jardim."
Mentalmente eu estava fazendo uma careta.
Esse cara é algum velho que no meio do caminho confundiu a escola com o asilo, não é possível... Meu gzuis, o que eu fiz pra merecer isso...
— Diane. E sem cantadas, principalmente as do tempo em que o seu cachorro catava pedrinha na era medieval, por que, pro meu lado, que fique avisado que eu não sou flor que se cheire não, meu mano... — murmuro discretamente — cabeça de mato.
Passei reto e fui ligeiramente atrás da minha sala. Senti alguém me seguindo. Ah, não. Ele começou á falar umas coisas que com certeza meu cérebro é avançado demais pra ouvir. Parece que o cabeça de mato vai me dar problemas... Mas eu não vou deixar. Ah se eu não vou.
— ...Só tem drogado naquela sala, vai por mi--
Ah. Meu cérebro resolve receber oxigênio e ouvir uma parte do que ele tava faland--... PERA, O QUE?!
Me viro pro cabeça de mato igual o pião da casa própria, e agarro a camisa do sujeito.
— Então eu to numa sala cheia de zé droguinha?? É? HEIN?? ME DIZ, DISGRAÇA!!
Howzer POV
A tal da Diane me agarra igual o sonic ao som de sweet dreams e eu já penso:
É O FIM KARAII!! EU VO MORRÊ, EU VO MORRÊ, MEODEOS DO CÉU BERG, ME AJUD--
— VALA MEU DEUS, EU TE CONTO TUDO!! SÓ NÃO ME IXTUPR... não pera
Olhos pros lados e um pessoal olhava torto pra nós dois. Essa mina... tô vendo que ela vai me dar problema mesmo, hein.
Mas eu não vou desistir tão fácil.
Diane POV
Percebo o olhar dos alunos e largo o sujeito na hora. — N-Não é o que vocês estão pensando!! É... vamos pra sala, ok...?!
— Ai... — Ele se levanta, bufando, e ajeitando o uniforme... elegantemente...?
Sinto meu rosto esquentar ligeiramente.
— Não precisava me jogar assim, eu não sou uma amoeba! — Sinto ele me olhar estranho — Você...?
Instintivamente olho pro lado. Tentando manter minha expressão séria. O que foi... isso? Eu... Não... espera... isso...
Na verdade é como minha vó sempre me dizia...
"É igual aqueles filmes que eu sempre assistia quando pequena. As tranças do Rei careca, a volta daqueles que não foram... mas no fim, todo mundo é gado."
Faço uma careta mentalmente... como eu nunca raciocionei essa frase dela? E ela não faz nenhum sentido... Mas...
"Mas no fim, todo mundo é gado."
Essa frase ecoa na minha mente.
Isso... é poético. Vou colocar no meu diário. Com certeza vou colocar no meu diário. Sê loko, minha vó é muito sábia.
Nem percebo que eu tô com uma carinha pensativa enquanto o cabeça de mato me olha com cara de paisagem. Ele tenta iniciar a conversa, desleixado.
Howser: Então... você--
— Ah, é. Você disse que ia me contar tudo. Conta agora. — Ele ia falar daquilo. Ah, ele não vai mesmo. Faço o biquinho ameaçador. — ou sua mãe vai pagar seu caixão mais cedo.
Howser: CALMA!! É... vamos conversar no caminho pra sala enquanto isso... só não me mata... please.
Deixamos as balelas de lado e caminhamos enquanto conversamos rumo ás nossas salas. E realmente, quando se é novata não se sabe de nada! Tive a sorte de achar uma carta pro meu leque... Por um motivo tenho um certo "pavor" místico por zé droguinhas... nem pergunte. Mas oxe, não é como se esses tipos de sujeitos fossem uma boa influência também...
— Bom... Eu não diria que são zé droguinhas... Quero dizer, eles parecem ter um parafuso á menos. Isso é a minha visão. Todos tem suas visões sobre o pessoal dessa sala... Na verdade. Mas acho que você se acostuma.
Fico um pouco surpresa. Talvez eu tenha sido rápida demais? Ou não...? Tá, admito, o meu pavor místico me deixou muito eufórica. — Ah. Entendo... Mas...
Diane: Lá não tem zé droguinha memo não, né?
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