Vi seguiu Caitlyn até a sua sala. Elas não falaram nada desde o ocorrido no estacionamento, mas estava estampado no rosto de Caitlyn que a mesma não havia gostado do que aconteceu. Caitlyn fez um movimento com as mãos sugerindo para que Vi se sentasse na cadeira que ficava em frente à mesa da xerife.
— Como foi o expediente no Presídio? — Caitlyn perguntou. Vi não conseguia decifrar o que a morena estava sentindo exatamente, mas era estranho ver Caitlyn tão séria assim.
— Foi tranquilo. — Vi respondeu enquanto olhava nos olhos da xerife. "O que está acontecendo, Cait?" Vi pensava enquanto a olhava.
— Que bom... — Caitlyn respondeu após um longo suspiro. A xerife desviou o olhar que a policial estava dando e continuou a falar. — Irelia me atualizou sobre o ocorrido de Domingo. Não consigo imaginar quem possa ter entrado aqui e feito isso.
— Eu também não. — Confessou Vi. Desta vez a policial conseguiu decifrar o que Caitlyn estava sentido ali... Ela estava preocupada. — Como pretende prosseguir? — Perguntou.
— Riven receberá acesso às câmeras amanhã através de Ezreal. — Respondeu olhando para Vi. Vi sabia que a presença — e até mesmo o nome de Riven — incomodava a xerife.
— Entendo. Espero que encontrem o culpado. — Respondeu Vi enquanto encostava suas costas na cadeira.
O silêncio tomou conta da sala. Vi olhava para suas próprias unhas e Caitlyn a observava. Quando a policial levou seus olhos azuis para Caitlyn, a xerife desviava o olhar para a tela do seu computador que ainda estava ligado. Caitlyn não podia negar que a presença de Vi a deixava nervosa.
— Por que me chamou aqui? — Vi perguntava com um tom sério.
— P-Porque precisava te atualizar sobre o ocorrido de Domingo. — Caitlyn atropelou suas palavras pois ela estava surpresa com essa pergunta repentina.
— Por que você realmente me chamou aqui? — Vi perguntava mais uma vez, e dessa vez enfatizou a palavra "realmente".
— O que está insinuando, Vi? — Perguntou Caitlyn de maneira calma. Seus olhos azuis demonstravam um mix de sentimentos... Surpresa, tristeza, afeto.
— Não haja como se eu não soubesse como está o andamento desse caso. — Vi começou e sua voz estava um pouco alterada. — Eu estive por perto dele o dia inteiro. O que você quer de mim? — Ela foi direto ao ponto.
— Nada. — Respondeu Caitlyn com um tom triste. — Eu só... — Caitlyn deu uma pausa. Seus olhos se enchiam de lágrimas. — Eu só não sei o que fazer. — Confessou.
— Sim, Caitlyn. Você sabe muito bem o que fazer. — O olhar de Vi era de fúria. Mas a fúria não era para Caitlyn, e sim para aquela situação toda.
— Não é tão simples. — Ela se justificou. — Eu não posso acusar ele sem provas o suficiente. — Ela olhava para Vi quase chorando.
— Mas pode me afastar sem motivos concretos, não é mesmo? — Retrucou Vi enquanto rangia os dentes. Ela estava nervosa com aquela situação.
— Não! — Caitlyn respondeu rapidamente e levantou-se da sua cadeira. — Eu não queria dizer aquilo que eu disse no carro. — Desta vez ela não gaguejou. Ela conseguiu ser direta ao ponto.
— Então o que você queria dizer, Caitlyn? — Vi levantou-se junto com a xerife e a encarava, ainda enfurecida com aquilo tudo. Seus rostos estavam próximos e Vi não pode deixar de notar o cheio doce que as madeixas de Caitlyn emanavam.
Caitlyn não respondeu. E vendo a expressão no rosto da parceira, uma lágrima escorreu de cada olho. Ela virou-se limpando as lágrimas que caíram. Caitlyn estava confusa, e isso era nítido entre as duas.
— Eu não quero te afastar. — Murmurou Caitlyn enquanto secava as outras lágrimas que insistiam em cair.
— Deveria ter pensado melhor em seus desejos quando disse que eu era apenas uma paquera. — Vi fora ríspida. — Já vivemos muitas coisas juntas... Eu não sou uma estranha em sua vida, Cait. — Ao mencionar seus momentos junto com a xerife, um flashback se passava na mente das duas.
Caitlyn e Vi sempre foram muito unidas. Ambas se conheceram em momentos conturbados de suas vidas, mas a conexão que elas sentiam pela outra era muito intensa. E isso foi ficando cada vez mais forte com o passar dos anos. Poder trabalhar com Caitlyn nos casos mais delicados de Piltover as deixaram mais próximas, e Vi confiava muito em sua parceira. A policial costumava dizer para si mesma que Caitlyn era sua salvadora. E ao perceber que seus sentimentos por ela iam além da admiração, ela decidiu que não deixaria a xerife escorregar pelos seus dedos. Ela manteria Caitlyn por perto, a amaria como nunca e a protegeria de qualquer ameaça existente.
Ao lembrar de todos os momentos bons que passou com a xerife, Vi cerrou seus punhos com força e abaixou sua cabeça. Ela estava com raiva. Raiva de como tudo começou a dar errado depois que Draven entrou na vida de Caitlyn. Ela sentia raiva por Caitlyn ficar tão distante depois de conhecê-lo. E ela sentia raiva por Draven conseguir manipular sua amada de forma que ela não percebia o quanto ele era perigoso. Uma raiva surreal crescia dentro de Vi por saber que aquele homem, já tocara no corpo de Caitlyn, e provavelmente, a estaria usando para interesses próprios. A respiração de Vi estava ofegante, e seus olhos estavam cobertos d'água. O choro que ela estava contendo era uma mistura de raiva, tristeza e angústia.
— Vi? — Caitlyn a chamava com sua voz um pouco trêmula. Ainda havia vestígios de choro no rosto de Caitlyn, mas a morena não se importava de chorar na frente da policial.
Vi não respondeu a xerife. Ela cerrou com mais força os punhos e sua única vontade naquele momento era quebrar alguma coisa — ou alguém. Vi respirou fundo, e segurou suas lágrimas. E sem olhar para o rosto da xerife, ela saiu do recinto dizendo:
— Boa noite, xerife.
Vi não esperou a resposta da mulher. Ela caminhou rapidamente para o estacionamento cerrando cada vez mais os seus punhos. Suas unhas já haviam a machucado e um pouco de sangue saía de suas mãos. Ao chegar no estacionamento, ela não se conteve. Soltou um grito furioso e cheio de frustração enquanto socava com força a parede mais próxima. Logo após o soco, Vi olhava para sua mão e a mesma sangrava. E então, a mulher começou a chorar. Não estava chorando por causa da dor causada pelo soco, mas sim pela frustração. Vi estava perdida. Não sabia o que fazer para mostrar a Caitlyn que aquilo tudo fazia parte do plano de Draven.
Por fim, Vi respirou fundo e observou o céu. Após alguns minutos, ela se acalmou. Entretanto sua mão latejava de dor por conta do soco. Ela caminhou até o seu carro, e ao entrar no veículo, ela abriu a porta luvas e retirou um pequeno kit de primeiros socorros dali. Ela fez um curativo simples para os seus dedos, e ao terminar, ligou o veículo e dirigiu até a sua casa. Naquela noite, Vi só queria tomar um banho e dormir.
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Uma manhã linda se formava em Piltover e Vi não estava nada animada com aquilo. Geralmente a policial amava dias ensolarados assim, mas devido as circunstâncias ela não conseguia aproveitar o dia.
Vi estava estacionando seu carro na delegacia de Piltover quando viu a moto de Riven estacionando ao seu lado. Vi saiu de seu carro e esperou a mulher descer de sua moto.
Riven estava deslumbrante como sempre. Suas roupas de coro realçavam cada centímetro de seu corpo, e naquela manhã, Riven usava um perfume marcante.
— Bom dia, bebê. — Riven dizia sorrindo enquanto se aproximava de Vi.
— Bom dia, Riven. — Respondeu Vi tentando fazer a sua melhor voz possível. Afinal, ela estava abalada com tudo aquilo que estava acontecendo.
— Outro ataque de raiva? — Riven fora direta ao ponto enquanto pegava as duas mãos da policial e acariciava com carinho os curativos.
— S-Sim. — Confessou Vi e ao sentir o toque de Riven, uma onda de eletricidade passava pelo seu corpo.
— Fique bem, bebê. — Disse Riven enquanto levava as mãos de Vi para próximo de sua boca e as beijavam delicadamente. — Você é mais forte do que imagina. — Ao terminar sua frase, ela olhava para Vi e sorria genuinamente.
— Obrigada... — Vi agradecia enquanto se perdia no olhar de Riven.
— Venha, temos trabalho pela frente. — Disse Riven entrelaçando seus dedos nos de Vi numa tentativa de animá-la enquanto a puxava para dentro da delegacia.
Vi sorria com aquela brincadeira de Riven e entrou na delegacia sorridente. Caitlyn ainda não estava no local pois ainda faltavam alguns minutos para o turno começar. Vi pegou um copo de café no refeitório e fora para sua mesa. Riven precisaria esperar Ezreal chegar para que ela começasse o seu trabalho, então, nesse tempo livre, ela sentou-se ao lado de Vi e começara a puxar assunto.
Elas conversaram sobre vários assuntos, e até fizeram piadas sobre o passado. Era bom rir após o ocorrido de ontem. Por um instante Vi havia se esquecido de como Caitlyn ainda acreditava em Draven. Enquanto Vi soltava uma gargalhada alta, Caitlyn havia acabado de chegar na delegacia. Os olhos azulados da xerife foram de encontro com os de Vi, e ao perceber a presença de Riven ali, Caitlyn franzia suas sobrancelhas, numa expressão de desgosto.
— Bom dia, xerife. — Cumprimentou Riven dando o seu melhor sorriso. — Como está?
— Bem. — Caitlyn respondeu de maneira séria e desviou o seu olhar para Vi que agora estava séria e mantinha seus olhos focados na tela de seu computador. — Ezreal chegará em dez minutos e você poderá fazer o que lhe foi ordenado.
— Obrigada por avisar. Ficarei aqui o aguardando. — Riven dizia sorrindo. Seu sorriso era provocativo. No fundo ela sabia que incomodava a xerife por estar perto de Vi.
Caitlyn acenou com a cabeça a olhou novamente para Vi que não disse nada para a morena. E então, ela se retirou dali e fora para a sua sala. Riven a acompanhou com o olhar e logo depois disse:
— Então quer dizer que vocês duas estão brigadas. — Riven comentou rindo enquanto enrolava seus cabelos de sua franja entre os seus dedos da mão direta.
— Como é? — Vi perguntou levantando uma sobrancelha. Como ela chegou nessa conclusão?
— Ah, bebê. Eu não sou tola. — Riven começou sua frase rindo. Aquilo a divertia muito. — Sua amada morre de ciúmes de você, mas sabe que não pode te cobrar isso pois certamente te afastou por estar gostando tanto de Draven.
— E como você supõe isso tudo apenas olhando para ela? — Vi estava surpresa.
Riven sorriu maliciosamente com a pergunta de Vi. A mulher se aproximou da policial, e girou a cadeira giratória de Vi, a deixando de frente para ela. Riven apoiou as mãos nos braços de Vi que estavam nos braços de apoio da cadeira. E ao aproximar de Vi, ela disse:
— Você ficaria surpresa com o tanto de coisa que eu consigo perceber com apenas um olhar... — Sua voz era sedutora. E sua mão direita, antes apoiada no braço de Vi, ia de encontro ao queixo da policial. Assim fazendo uma carícia dedicada ali.
— E o que percebe agora? — Vi perguntou baixinho enquanto levantava uma sobrancelha e soltava um sorriso convencido.
— Percebo que sua amada está nos espionando através da janela da sala da xerife. — Riven respondido baixinho também e depois virou sua cabeça para o local mencionando antes.
Vi olhou para a sala também, e Caitlyn realmente estava olhando as duas aquele tempo todo. Ao ver as duas mulheres a olhando, suas bochechas coraram violentamente e Caitlyn rapidamente fechou a persiana.
— Viu, só? — Riven voltava sua atenção para Vi enquanto ela esboçava seu melhor sorriso.
Vi não teve tempo de responder pois Ezreal havia chegado e chamado Riven para acompanhar ele. Mas antes de ir junto com o loiro, Riven fez novamente um carinho no queixo de Vi e então, depois seguiu Ezreal.
Sozinha em sua mesa Vi pôde pensar melhor no que Riven havia dito sobre Caitlyn. Será mesmo que a morena sentia ciúmes de Vi com Riven? Vi soltou um suspiro alto enquanto passava as mãos em suas madeixas rosas. E então, uma mensagem apareceu em seu computador. Outros policiais precisavam dela na parte Sul da cidade de Piltover. Então a mulher pegou suas coisas, e fora para o local.
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Vi passou quase a manhã inteira naquele caso. Era um roubo seguido de agressão à vítima. Ela teria que registrar todas as informações nos bancos de dados de Piltover e depois ver se algum criminoso já registrado estaria envolvido nisso.
Chegando na delegacia, Vi olhou para a sala de Caitlyn e as persianas estavam abertas. Caitlyn estava com sua mão esquerda em seu queixo, pensativa. Vi percebeu também que Riven estava sentada no computador da xerife, e seu olhar era sério. Caitlyn levou o olhar e viu que Vi havia acabado de chegar. A morena fez um sinal para a policial, e Vi fora em direção a sala da xerife.
— Com licença. — Vi disse ao entrar na sala e fechar a porta.
— Saudades de você, bebê. — Riven dizia enquanto olhava para Vi. Agora ela estava muito mais relaxada. O rosto de Vi corou.
— Policial. — Caitlyn disse enquanto fazia um barulho com a garganta. Riven a incomodava e estava começando a ficar nítido isso. — Descobrimos quem esteve aqui. — Anunciou.
— E quem era? — Vi perguntou indo na direção do computador.
Riven virou um pouco a tela do computador e começou a mostrar as fotos capturadas dos vídeos de segurança da delegacia. Era uma mulher. Não muito alta, mas com um corpo bem definido. Seus cabelos eram longos, e pela imagem das câmeras de segurança serem em preto e branco, a cor de seus cabelos não eram reveladas com tanta facilidade. A roupa da mulher era de couro, e incrivelmente o seu rosto não fora pego em nenhuma câmera de segurança. Era quase como se ela conhecesse o lugar...
— Já havia visto essa mulher em algum lugar? — Caitlyn perguntou.
— Não... Mas ela não parece ser alguém de Piltover. — Concluiu Vi.
— Sim. Também conclui isso pelo o seu jeito de andar e roupas. — Caitlyn olhava para Riven. Afinal, ambas vestiam couro.
— Qual é o problema da roupa, xerife? — Riven perguntava soltando um riso.
— Não estamos acostumados a usar essas vestimentas aqui. Logo, ela pertence a outro lugar. — Caitlyn cruzava os braços. — De onde você veio mesmo, Riven? — Perguntou desafiadora.
— Nasci em Noxus, mas devido à guerra entre eles e Demacia, meus pais me trouxeram para Piltover. Cresci aqui, e ao completar 18 anos nos mudamos para Ionia. — Revelou.
— E nunca mais teve contato com ninguém de Noxus? — Perguntou Caitlyn mais uma vez.
— Acha que Noxus está envolvida nisso xerife? — Riven levantou a sobrancelha. Afinal, ela sabia que essa acusação Vi já havia feito e a morena não havia acreditado.
— Não tiro conclusões precipitadas. — Declarou.
— Não é o que parece. — Vi comentou de cabeça baixa. A policial cerrava seus punhos em cima da mesa da xerife. Bastava um movimento para quebrar aquilo tudo.
Um silêncio ensurdecedor pairava sobre a sala. O clima estava pesado. Caitlyn olhava para Vi. Vi ainda estava de cabeça baixa observando seus punhos, e se concentrando para não perder o controle. Riven colocou sua mão esquerda em cima do punho direito de Vi. A policial sabia que aquele gesto significava um "Respire fundo. Está tudo bem.".
— Creio que vocês têm muito trabalho a fazer. — Riven disse levantando-se da cadeira. — Estarei observando as gravações das outras câmeras em volta da delegacia afim de que eu possa achar uma imagem melhor desta mulher. — Explicou. — Amanhã trago novas atualizações, xerife.
— Certo. — Caitlyn respondeu de maneira calma. — Me mantenha informada. — Pediu.
— Manterei. — Prometeu Riven. Ela se aproximou de Vi, e colocou seus cabelos róseos para atrás da orelha da policial e sussurrou. — Se precisar da minha ajuda estou hospedada no Hotel da Rua Principal.
Vi se arrepiou toda com o toque e o sussurro da mulher. E em poucos minutos aquela raiva que ela sentia antes, se esvaiu. Riven se despediu de ambas com um "Boa tarde." e deixou as duas sozinhas.
— Pelo visto vocês já estão bem íntimas. — Comentou Caitlyn e os ciúmes era nítido em seu rosto.
— Algum problema xerife? — Vi perguntava ironicamente e a olhava do mesmo jeito.
— Só estou interessada em saber como vocês conseguiram tanta intimidade em tão pouco tempo. — Sua voz era firme, mas o desconforto em suas palavras era real.
— Que tipo de intimidade? — Vi perguntava se fazendo de boba. — Só estou a tratando bem.
— Então você deixa outras mulheres pegarem em suas mãos e em seu rosto com tanta facilidade assim? — Caitlyn estava se entregando.
— Está com ciúmes, xerife? — Vi perguntava triunfante.
— O-O que? — Caitlyn gaguejou. — O que te faz pensar que sinto ciúmes de você?
— Suas atitudes. — Disse Vi a olhando. — Desde que Riven chegou aqui você parece estar incomodada.
— Não estou incomodada. — Caitlyn tentou se explicar. — Enfim, você terá que ir ao Presídio Feminino hoje?
— Não. Irelia me liberou devido ao caso de hoje de manhã. — Vi respondia enquanto olhava para Caitlyn.
— Quero mapear os acontecimentos e com sua ajuda seria mais fácil. — Convidou Caitlyn.
Vi acenou com a cabeça e disse "Tudo bem". E então, Caitlyn fora até o quadro que havia ali em sua sala, e começou a escrever as datas e algumas outras informações essenciais. Vi ficou ao seu lado observando o quadro de longe, e tentando pensar em alguma solução.
As horas se passavam, e Vi podia perceber que Caitlyn tinha uma letra muito bonita, e o jeito pela qual a xerife organizava os acontecimentos era incrivelmente organizado. Elas conversaram entre si sobre as pistas colocadas até então no quadro, mas o desconforto de Vi era nítido. A policial não conseguia entender o motivo pelo qual Caitlyn não conseguia duvidar de Draven. Por mais que ela o "amasse", seu trabalho como xerife de Piltover não podia ser afetado.
— Vou fazer uma planilha com todos os nomes e números de telefone de pessoas que são ou que vieram de Noxus. E então irei entrevista-los. Preciso saber melhor como tudo funcionava lá. — Caitlyn dizia enquanto olhava o quadro na sua frente. — O que acha?
Os pensamentos de Vi estavam longe. Contudo a voz doce de Caitlyn a dispersou e ela logo respondia:
— É uma boa ideia. Mas não sabemos se aquela mulher é realmente de Noxus. — Vi a olhava. — Seria interessante fazer um levantamento de dados de outras regiões também.
— Você tem razão. — Caitlyn dizia enquanto soltava um suspiro. E então, seus olhos azulados se encontravam com os de Vi. — Obrigada por me ajudar.
— De nada. — Vi respondia de maneira sincera. E seus olhos foram de encontro com a boca da xerife. Vi não podia negar que mesmo com aquela situação toda, seus sentimentos pela xerife eram reais.
Caitlyn estava sem jeito. Ela colocou uma madeixa de seu cabelo para trás da orelha e desviou seu olhar para o relógio que estava na parede atrás de Vi.
— Está tarde. — Disse Caitlyn e Vi olhava para o relógio atrás de si.
— Sim. — Vi dizia um pouco desanimada. — Boa noit-
Vi não conseguia terminar sua frase pois fora surpreendida por Caitlyn que se aproximou rapidamente da policial segurando a gola de seu uniforme, e a trazendo para mais próximo de si, assim tocando seus lábios com os de Vi. Um selinho demorado e cheio de carinho.
Vi estava surpresa com a atitude de Caitlyn. Contudo, não recusou o beijo. Suas mãos foram depositadas no rosto da xerife e o beijo se tornava mais intenso. Caitlyn abriu sua boca deixando que a sua língua fosse de encontro com a da policial. O beijo era calmo, molhado e repleto de carinho. As mãos da xerife agora estavam no rosto da policial. Após o beijo Vi encostava sua testa na testa da xerife e dizia:
— Por que você está tornando tudo tão complicado? — A frustração em sua voz entregava o que ela estava sentindo.
— E-Eu... — Caitlyn gaguejava.
— Você sabe sobre os meus sentimentos por você. — Confessou Vi ainda com sua testa colada na de Caitlyn.
— S-Sim. — Caitlyn não conseguia formar uma frase por completo.
— Então por que você me afasta tanto? — Vi ainda segurava o rosto da xerife. E desta vez ela se afastava um pouco da morena e a olhava nos fundos dos olhos.
— É complicado... E-Eu não sei o que sentir. — Caitlyn estava confusa.
— O que você sente por mim? — Vi fora direta.
— V-Você me faz sentir a mulher mais feliz de Piltover. — Confessou. — M-Mas eu não sei lidar com isso tudo ainda. — Ela olhava para os olhos da policial. — Eu nunca estive com nenhuma mulher antes, e... — Ela pausou por um instante e continuou logo em seguida. — Você consegue conquistar qualquer mulher dessa cidade.
— Isso é sobre a Riven? — Perguntou Vi enquanto olhava Caitlyn.
— S-Sim. — O olhar da xerife se desviou para baixo.
— Ei. — Vi virou o rosto de Caitlyn para si com suas mãos. — Riven faz parte do meu passado. E você, do meu presente. — Vi fora sincera.
— Vocês já...? — Caitlyn não conseguia completar a frase.
— Já namoramos. — Contou Vi. — Isso faz muito tempo.
— Me sinto estúpida por sentir ciúmes de você. — Confessou Caitlyn desviando o olhar novamente. — Não estamos juntas, e eu te magoei querendo tirar minhas próprias conclusões em relação à Draven.
— Isso só prova que você realmente sente algo por mim. — Vi dizia enquanto a olhava. — Por que você insiste tanto em mantê-lo por perto?
— Porque eu também sinto algo por ele. Só que eu não sei dizer o que exatamente é. — Confessou.
Vi não respondeu nada. Suas mãos saíram do rosto da xerife, e logo em seguida Vi passava suas mãos em seus cabelos. Ela respirou fundo, e então disse:
— Eu não posso ficar entre vocês dois. — Começou. — Vocês claramente são um casal, e nós... — Ela não conseguia completar a frase. — É melhor esperar isso tudo passar e seguir como se nada disso entre nós estivesse acontecido. — Vi tinha um semblante triste em seu rosto.
— Vi... Eu... — Caitlyn tentava se explicar, mas a policial fez um sinal com a mão, e a xerife ficava em silêncio novamente.
— Não diga nada. Vamos apenas fazer isso. — Vi estava triste, mas não fora grossa com a xerife.
Vi saia da sala da xerife e caminhava em direção ao estacionamento. Naquela noite, ela não queria ficar sozinha. A policial estava muito triste e cansada. Ela ligava o seu carro, e lembrava do convite de Riven. E então, ela dirigiu até o destino que Riven lhe informou mais cedo afim de que pudesse a noite com a mulher.
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