História Não Escorregue dos Meus Dedos - Você nunca conseguirá enganar uma xerife.

Ao sair do carro de Vi, Caitlyn sentiu-se estupida. Afinal, ela tratou mal a única pessoa de sua vida que queria o seu bem. Caitlyn sentiu-se estupida também por deixar-se levar pelo momento e acabar dizendo bobagens. Ela deveria ter ao menos usado outras palavras para que aquela situação fosse mais aceitável. Mas claro, não importa como ela fosse dizer aquilo, Vi iria agir da mesma maneira. Porém Caitlyn não se perdoava pela estupidez que havia feito: Afastado Vi.

Caitlyn destrancou a porta de sua casa, abaixou-se para pegar as correspondências e entrou. Acendeu a luz de seu corredor, tirou seus sapatos e fora em direção a sala onde sentou-se na poltrona que ficava perto da janela e perto de uma tomada também, para que ela pudesse recarregar seu celular.

Depois de alguns segundos esperando seu celular carregar para que ele pudesse ser ligado, Caitlyn estava pensativa... E se o que Vi havia dito para ela fosse verdade? E se realmente Draven estivesse usando-a para fazer algo ruim para Piltover? Caitlyn não poderia simplesmente ir lá e perguntar isso a ele, era burrice. Mas Caitlyn tinha que descobrir algo o mais rápido possível, aliás, ela está lidando com um caso seríssimo de Piltover.

A xerife foi tirada de seus pensamentos quando o seu celular começou a tocar. Era Draven. O coração de Caitlyn bateu rápido e um suor frio correu pelo seu corpo.

Cait: Alô?

Draven: Ah, cupcake. Graças a Deus você atendeu. – Draven dizia aliviado do outro lado da linha.

Cait: Aconteceu alguma coisa? – Caitlyn respondera, preocupada.

Draven: Não. Eu apenas precisava muito falar com você...

Cait: Sobre o que?

Draven: Sobre nós, cupcake. Sabe... – Draven dava uma pausa de respirava fundo – Eu fui um idiota com você ontem. Eu sei que deveria ter assumido você antes, cupcake mas eu estava com medo...

Cait: Medo de que?

Draven: Ora, cupcake... De amar sozinho. Eu havia percebido que você estava dividida então não quis assumi-la para não lhe confundir. – Draven falava carinhosamente. 

Caitlyn não respondeu nada. Ela estava feliz com a revelação de Draven mas àquela hora não era uma hora boa para que isso viesse à tona.

Draven: Cupcake? Está aí?

Cait: Estou sim. – Caitlyn respondeu rapidamente – Olha, Draven agora não é uma boa hora para conversarmos.

Draven: Você ainda está na casa da Vi?

Cait: Não, estou na minha casa. Eu preciso arrumar umas coisas aqui... – Caitlyn tentava dizer alguma desculpa para que pudesse desligar aquele celular o mais rápido possível.

Draven: Compreendi... – Draven respondera, pensativo – Eu gostaria de lhe ver hoje para dizer essas palavras e outras também pessoalmente... Posso ir aí? Prometo levar um bom vinho. – Draven dizia rindo.

Cait: Não acho que seria legal, Draven... E-Eu – Caitlyn fora interrompida por Draven.

Draven: Cupcake, eu só quero conversar. – Draven dizia calmamente – Olha, eu irei aparecer às 20 horas, se você não quiser minha companhia eu irei embora sem você pedir duas vezes, eu prometo.

Caitlyn não respondeu. Ela estava tensa. Mordeu seus lábios enquanto tentava encontrar algum jeito de dizer que não queria Draven em sua residência, mas como sempre, não obteve sucesso.

Draven: O que me diz, cupcake?

Cait: Tudo bem. – Por fim, Caitlyn aceitou. – Não se atrase.

Draven: Não irei. – Draven estava sorrindo. - E Caitlyn? – Draven a chamava.

Cait: Sim?

Draven: Muito obrigada por essa chance, não irei desapontá-la desta vez. – Draven dizia pausadamente – Até mais tarde.

E por fim, Draven desligou. Caitlyn ficou paralisada olhando seu celular. Ela realmente tinha acabado de fazer outra estupidez. Mas desta vez, algo iria ser tirado dela. E custaria caro.

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O relógio da sala marcava 19h45min. Caitlyn estava ansiosa. A xerife vestia uma calça jeans escuro junto com uma camisa roxa. Um pequeno pedaço de sua barriga estava à mostra devido ao tamanho da blusa. Seus cabelos estavam soltos e jogados para frente. Não passou maquiagem, apenas colocou passou um batom hidratante nos lábios que eram da cor dos mesmos.

Caitlyn pegou seu celular e checava a última mensagem que trocara com Vi, há 4 dias atrás... Vi havia checado suas mensagens há quase uma hora atrás e não havia mandado nenhuma para xerife. Caitlyn não esperava por isso depois da conversa que havia tido com ela... Mas ela tinha que admitir que estava com saudades de Vi.

Caitlyn levantou-se e fora até a cozinha. Pegou um copo pequeno e o encheu d’agua gelada. O bebeu e respirou fundo. Seus próximos minutos seriam decisivos para seu futuro. Ela sabia que Draven estava querendo ter o namoro deles de volta, e que ele não iria desistir até ter. E no fundo, Caitlyn gostaria de voltar com ele sim, mas isso seria horrível. E Vi nunca mais a olharia da mesma maneira. E também, Caitlyn não queria deixar de estar com Vi, em momento nenhum. Mas ter assuntos mal resolvidos com Draven estava a deixando louca. Caitlyn respirou fundo novamente e a campainha tocou.

Quando Caitlyn abriu a porta principal, Draven estava de costas. Ao ouvir o barulho da porta se abrir, ele virou-se e deu o seu melhor sorriso para Caitlyn que na mesma forma ficara vermelha, de vergonha.

- Boa noite, xerife. – Draven a cumprimentou pegando sua mão direita e beijando a costas dela.

- Boa noite, Draven. – Caitlyn respondeu sorrindo fraco. – Entre, por favor.

Draven passou por Caitlyn. Ele usava um perfume forte e muito cheiroso, típico perfume masculino. O homem vestia uma blusa preta e uma calça jeans clara. Ele havia feito sua barba e seu rosto estava liso, seu cabelo continuava arrepiado como o de costume.

- Onde coloco o vinho? – Draven perguntou e observou que Caitlyn estava analisando-o.

- Ah. – Caitlyn dispersou-se de seus pensamentos e pegara a garrafa de vinho. – Deixe comigo, irei abri-la na cozinha. Você pode esperar aqui na sala, voltarei rapidamente. – Caitlyn respondeu e fora para cozinha.

Suas mãos estavam tremendo. Draven havia acertado em cheio no vinho e ele estava muito arrumado e bonito. Caitlyn não sabia que ainda sentia atrações fortes por ele. A xerife colocou o vinho sobre o balcão da cozinha e suspirou fundo. Suas mãos estavam sobre o balcão, e seus dedos, juntamente com suas mãos não paravam de tremer. Ela se odiava por ter reação visíveis quando algo a estava perturbando. Xingou-se silenciosamente por longos minutos e perguntou-se o que ela estava fazendo... ela tinha que tirar Draven de sua casa antes que ela cometesse algum ato que se arrependeria pelo resto de seus dias.

Quando virou-se para encontrar Draven e dizer que não queria a companhia dele, o homem estava atrás dela, e com isso ela esbarrou nele e suas mãos que ainda estavam tremendo ficaram sobre o peitoral definido de Draven. Caitlyn levou um susto muito grande com a presença de Draven, e ela estava oficialmente ferrada, pois sempre que isso acontecia, eles acabavam se beijando. Caitlyn ficou estática olhando para os olhos de Draven mas depois de certo tempo, ela abaixou seu olhar, assim olhando para suas mãos.

- Você é tão linda desse jeito... – Comentou Draven, pegando o queixo da xerife com sua mão direita e fazendo com que a mesma olhasse para ele. – Por que está nervosa, cupcake?

- E-Eu não estou nervosa. – Caitlyn disse gaguejando enquanto olhava para Draven.

- Então por que está tremendo? – Perguntou o homem.

- Eu não sei. – Caitlyn disse, nervosa.

- Você não precisa sentir-se acanhada com minha presença. Você sabe que o mesmo que você sente por mim, eu sinto por você. – Draven dizia enquanto abrira seu sorriso confiante.

- Não é isso, Draven. – Caitlyn tentava explicar-se – É outra coisa. – Caitlyn tirava a mão de Draven de seu queixo.

- Que outra coisa? – Draven levantou a sobrancelha, desconfiado.

- Eu briguei com a Vi. – Caitlyn confessou e por um minuto, um choque percorreu em seu corpo. A tremedeira estava cessando, mas, no lugar dela estava o suor frio.

- Ela fez algo com você que você não gostou? – O tom de voz de Draven, mudou. Ele estava preocupado e furioso ao mesmo tempo.

- Não Draven, eu apenas tive uma decisão e ela não apoiou. – Caitlyn explicava-se.

- Que decisão você tomou?

- De querer conversar com você após tudo que aconteceu ontem. – Disse Caitlyn olhando para Draven. – Podemos ir para a sala? – Sugeriu Caitlyn e Draven concordou.

Ao sentarem-se no sofá de Caitlyn, a xerife começou explicar tudo que havia acontecido ontem depois da saída Draven. Caitlyn não entrou em detalhes e muito menos mencionou o fato dela ter transado com Vi. Ela apenas disse que elas se beijaram algumas vezes e Vi havia tratado ela com carinho e amor. Mas depois de irem no Presídio Feminino e receberem uma notícia muito ruim de Irelia, Vi queria que Caitlyn se afastasse de Draven. Mas a xerife não concordou com isso, e com isso, elas acabaram discutindo. Draven era um bom ouvinte. Não interrompeu Caitlyn nenhuma vez e a olhava nos olhos, assim prestando atenção em cada palavra dita pela mulher.

- Qual notícia que vocês receberam para fazer com que Vi quisesse que nós não nos víssemos mais? – Draven perguntou, curioso.

- Como você deve saber pelos jornais, um hacker invadiu o sistema de segurança do Presídio Feminino e com isso, alguns arquivos foram copiados. Vi acha que você tem algum envolvimento nessa história... – Caitlyn disse olhando para Draven.

- E por que eu teria, cupcake? Minha empresa é de Negócios. Ela deveria suspeitar de Garen, que é o dono da empresa de Telecomunicações. – Draven disse um pouco evasivo.

- Ela acha que você é vingativo. – Confessou Caitlyn.

- Cupcake, o fato de eu não gostar dela não me faz querer agir de tal maneira. – Draven explicou-se, pegando a mão da xerife. – Hackear não é minha praia e também é uma ação muito perigosa.

- Então, você não faria nada para atingir diretamente? – Caitlyn perguntou.

- Não, cupcake. Eu não sou esse tipo de homem. Prefiro conquistar o que é meu e consegui-lo lutando com bravura e não trapaceando. – Draven disse e ao final de sua frase, ele deu um sorriso elegante para a mulher.

Caitlyn sorriu fraco. Ela sabia que Draven estava mentindo em algum ponto. Pois, como xerife, ela sabia muito bem julgar as pessoas pela linguagem corporal. E Draven estava deixando alguma coisa escapar. Ela apenas não sabia o que era...

- Cupcake? – Draven a chamou pois percebeu que a mulher estava pensando em outra coisa.

- Sim? – Respondeu Caitlyn rapidamente.

- Eu lhe perdoo por ter beijado a Vi. – Draven disse, sorrindo fraco. – Eu cometi um erro e sua resposta para esse erro foi este. Espero que ela não tenha feito algo com você que a faça mudar de ideia sobre nós.

- O que você quer dizer com isso? – Caitlyn perguntou inocentemente.

- Quero dizer... – Draven se ajeitou no sofá. – Eu espero que ela não tenha usado o sexo como uma maneira de fazer com que você se agarre mais a ela e esqueça do nosso relacionamento.

- O que te faz pensar que Vi e eu transamos? – Caitlyn estava nervosa novamente.

- Eu sei como você fica após um sexo gostoso. – Draven sorriu maliciosamente. – O seu corpo reage de outra maneira alguns dias depois. Sua voz fica mais firme e seus cabelos ficam incrivelmente mais brilhantes.

- Isso é impressão sua, Draven. – Caitlyn respondeu firme.

- Viu? É disto que estou falando. – Draven pegou a mão esquerda de Caitlyn. – Você não precisa ficar envergonhada com isso por mais embaraçoso que seja transar com uma pessoa como a Vi.

- Não foi nada embaraçoso. Pelo contrário, foi muito claro. – Caitlyn levantou seu tom de voz.

- Desculpe, cupcake. – Draven fez uma cara de cão sem dono. – É que, querendo ou não, eu tenho ciúmes dela... Você me entende? Desculpe se disse alguma bobagem.

- Não repita mais esse erro. – Caitlyn dizia seriamente.

- Tudo bem, não irei.

Caitlyn olhou para o relógio da sala e já estava marcando 20h40min. Caitlyn olhou para Draven que a olhava com um olhar de tristeza, ele não queria ir embora, mas Caitlyn não poderia passar a noite com ele.

- É melhor você ir, já está tarde. – Concluiu.

- Eu vim de carro, não se preocupe. – Draven respondeu rapidamente.

- Isso não muda o fato de estar tarde, Draven. – Caitlyn fora mais direta.

- Nem bebemos o vinho. – Draven ressaltou este detalhe.

- Mas eu pensei que você havia vindo de carro, ou seja, não podemos beber o vinho por que você vai dirigir.

- Nós dois sabemos que quem fica bêbada com facilidade aqui é você. – Draven disse, rindo da situação.

- Ei, isso não é justo. – Caitlyn respondeu, rindo.

- Só uma taça, por favor. – Draven insistiu.

Caitlyn concordou. Ela sabia que Draven era insistente e para não ficar insistindo em algo que ela não obteria sucesso, ela resolveu aceitar. Os dois foram até a cozinha e Caitlyn abriu o vinho e encheu duas taças. Logo depois deu uma taça para Draven e a outra ela estava segurando.

- Um brinde pela segunda chance que você me deu hoje. – Draven disse, sorrindo e encostando sua taça junto com a de Caitlyn. – Tintim.

Caitlyn bebia o vinha delicadamente pois nunca conseguiu beber tudo de uma vez. Apesar de quase sempre estar bebendo vinho, a morena também não conseguia aguentar muito tempo o sabor da bebida que às vezes fazia seus olhos lacrimejarem. Draven, por outro lado, já havia bebido metade da taça com apenas um gole. Ele olhava para Caitlyn e ria da mulher que tinha dificuldades com bebidas alcoólicas.

Ao terminar de beber seu vinho, Draven esperou a mulher terminar o dela. Enquanto Caitlyn bebia, Draven reparava no corpo da mulher. Sua barriga tão delicada e gostosa aparecendo por conta da blusa pequena... Draven lembrou-se de quando transou com Caitlyn pela primeira vez, em sua casa. Ele havia colocado a xerife sobre o balcão de sua cozinha e a roupa da xerife estava um pouco curta para seu corpo, o que deixava Draven cada vez mais excitado. O homem também lembrou-se de como fora delicioso tirar toda a roupa de Caitlyn sensualmente e ver o corpo magro da mulher. Draven estava mordendo seu lábio inferior com força quando Caitlyn o interveio.

- O que está pensando?

- Eu estava lembrando da nossa primeira noite de prazeres. – Revelou Draven.

- O que? – Caitlyn respondeu indignada.

- Você estava usando aquele seu uniforme de xerife, que por sinal é bem apertado e fazia com que um pouco de sua barriga aparecesse. – Draven dizia enquanto olhava para Caitlyn.

- Ele não é tão apertado assim e o motivo da minha barriga aparecer naquele dia era por que estávamos nós beijando há horas. – Caitlyn tentava explicar-se

- Tanto faz, cupcake. O importante mesmo é que você era mais deliciosa do que eu imaginava.

- Ah... – Caitlyn respondeu, sem jeito.

- Eu poderia dizer que você ainda é... – Draven aproximava-se da mulher. – Mas faz tanto tempo que não temos um tempo assim, às sós... Juntinhos... – Draven dizia sussurrando.

- Draven, eu não quero. – Caitlyn disse empurrando o homem e se afastando do mesmo.

- Me desculpe cupcake. – Draven disse virando-se e olhando-a – Eu estou sentindo saudades de você, do seu carinho e de seus beijos. Desculpe se fui um pervertido agora, mas... – Draven falava rápido.

- Draven. – Caitlyn falou firmemente, - A bebida já está fazendo efeito em ti. Vá para casa.

- Você tem razão. – Draven concordou. – Estou indo embora.

Caitlyn levou Draven até a porta principal, Draven despediu-se dela com um beijo na bochecha. Caitlyn apenas disse “Até mais.” e o observou entrar no carro e seguir rua a frente. Draven não estava totalmente bêbado a ponto de não conseguir dirigir, ele apenas estava um pouco alterado, o que fazia com que ele agisse por impulso. Caitlyn sabia que ele iria tentar fazer algo com ela esta noite e a jogada do vinho não iria colar com ela. Não de novo. De qualquer maneira, ela estava aliviada em saber que Draven conseguia dirigir depois do vinho pois ela não queria leva-lo para casa e muito menos deixa-lo dormir na sua residência.

Caitlyn achou Draven sincero na parte de querer voltar com ela, de querer fazer diferente e sua explicação para dar o fora no sábado foi aceitável. Mas Caitlyn sabia que o homem estava mentindo em relação ao acontecimento no Presídio Feminino e com isso, ela iria investigar mais a fundo para conseguir provas ou pistas de que ele, de alguma maneira, estava envolvido nisso. Ela teria que começar sua investigação olhando os dados de Draven e sabendo mais sobre a verdadeira vida dele, ou seja, a vida dele antes de vir para Piltover. E isso ela faria no dia seguinte, assim que chegasse na delegacia.