"Você tem um fetiche pelo meu amor.
Eu te empurro e logo você volta.
Não vejo razão em culpá-lo.
Se eu fosse você, também me desejaria”
×
— Claro. — Respondo firme, por que eu não estaria pronta? — Mais do que nunca, não achem que vou desistir tão fácil assim.
— Bom, já que você está pronta, devo avisar que o próximo teste não é tão fácil... É algo que inclui não somente nosso grupo. — Abby sorri perversa e as meninas soltam risos que na minha visão foram perversos até demais. — Toda vez que alguma líder de torcida inicia, elas aprontam com a gente e não é diferente quando uma de nós se inicia.
— Eu não concordo com isso. — Shani faz uma careta, as meninas soltam pequenas lamúrias mas possivelmente já estão acostumadas com isso. — Mas vocês sempre dizem que eu sou bondosa demais.
— Porque você é bom demais. — Sabina diz e na mesma hora eu fico com um interrogação na cara.
— Boa amiga, é b o a. — Victorie corrige e Sabina abre a boca em um "ah". — Mas olha só quem está melhor no dialeto, parabéns amiga.
— A gente vai elogiar ela a noite inteira então porque ela melhorou muito. — Sorn diz rindo.
— Aí não desviem do assunto, eu quero que a novata saiba logo o que ela vai fazer. — Meisa sorri ao deitar no colo de Abby e seu sorriso sempre afiado fica o tempo todo em seu rosto.
— Bom, vai entrar pro nosso mural. — Elkie tira o celular do bolso e se senta ao meu lado. — Olha, amanhã você verá. Esse é o nosso mural, tudo o que fizemos está nele. — Elkie me entrega o celular e eu rolo algumas fotos, em diversas elas parecem estar aprontando algo mas sorriem para as fotos e parecem se divertir porque muitas delas são espontâneas. — O que entra lá, fica lá e não sai de lá.
— Somos leais, pode parecer besteira mas temos um elo e como nossas regras são conhecidas... A da lealdade se esconde atrás de algo simples como um gloss. — Doyeon diz e as meninas soltam gritinhos.
— Sinceramente, eu amo demais isso tudo. — Abby comemora.
— Aí vocês ficam fazendo mistério, não sei nem mais o que imaginar. — Me jogo no sofá e ouço Victorie soltar um riso.
— Calma novata, você não perde por esperar. — Vic sorri e então puxa um caderno. — Vai ser simples, fácil e muito divertido. — Seu sorriso se abre mais ainda e a pontada de curiosidade dentro de mim se ascende como fogo. — As líderes de torcida não perdem por esperar.
— Vai ser bem no jogo de sábado… A escola toda vai ver. — Elkie complementa.
As mãos de Victorie são guiadas a mim e então eu pego o caderno, analiso tantas vezes que eu posso jurar que são mais de cinco minutos só lendo e vendo todos os desenhos, que aliás são lindos, mas eu tento entender como elas sabem de tanta informação assim e como chegaram até aqui?
Tudo bem, dá outra vez eu pisei no notebook da menina lá mas cara, isso ultrapassa os limites… Também tem a possibilidade de isso acabar caindo somente pra cima de mim.
Só sei que olho tantas vezes pro caderno que quando olho pra sala novamente estão apenas Vic e Sorn sentadas no sofá mexendo nos seus celulares.
— Ué? — Olho em volta. — Onde elas foram?
— Pegar as coisas pra gente dormir, você tá aí lendo e pensando além de sussurar faz uns dez minutos. — Sorn me responde e eu apenas balanço a cabeça em compreensão. — E então, o que achou? Está animada?
— É… Na verdade, um pouco exitante. — Respondo e Victorie olha pra mim de imediato.
— Olha, você não pode fazer nada exitante. — Vic larga seu celular. — Se você for pra lá com medo, vai tudo desandar e nada vai sair do jeito que é pra sair. Você tem que estar confiante que vai fazer isso e que vai fazer porque quer estar com a gente, e não de um modo que "Eu tenho que fazer isso se não elas me chutam".
— Ué mas essas são às regras, ou ela faz ou ela é expulsa do grupo. — Sorn fala confusa e Victorie revira os olhos.
— Fica quieta aí, Sorn. — Vic dá uma empurrada nela. — Tô dizendo que ela tem que fazer porque quer e se acostumar com isso, nosso grupo põem ordem e muitas vezes vão nos desafiar então a gente precisa fazer coisas extremas às vezes porque eles também fazem com a gente. Você é novata, se procurar saber sobre todos os trotes, pegadinhas e outras brincadeiras que ocorreram na escola… Duvido que você exite fazer isso.
— Bem… Eu ainda sou nova nisso tudo então fico meio em dúvida às vezes. — Falo um pouco nervosa, sinceramente… Eu realmente estou com medo.
— Você sabe, novata. Ou você faz, ou você tá fora e eu não me incomodo que se você estiver fora. — Quase me assusto com Meisa no corrimão da escada, ela apenas sorri e então volta a subir as escadas.
— Não liga pra ela, é assim mesmo, ela não confia em ninguém de primeira, ou segunda ou até décimo. — Sorn faz uma careta. — A Meisa gosta de ser cautelosa.
— Mas eu sinto que a ______ é confiável, então podemos confiar nela segundo a fonte: eu, a dona da razão. — Victorie joga seu cabelo pra trás e Sorn explode na risada. — Que foi, palhaça?
— Você é dona da razão em porra nenhuma, pode até ser sobre ela ser confiável mas nas outras coisas? Duvido muito, Vic. — Sorn diz rindo e recebe tapas de Victorie.
— ESTÃO XOXANDO A VICTORIE? POR QUE NÃO ME ESPERARAM? — Abby desce as escadas correndo e no último degrau ela quase cai. — AI.
— Mais tonta que ela, só a Elkie mesmo. — Sorn diz rindo e recebe um tapa de Victorie.
— O crédito que rola aqui de uma com as outras é zero né?! — Shani desce as escadas rindo. — Está bem, Abby? — O semblante de Shani se torna preocupado e a loira assente.
— Não sou de vidro, então não quebro tão fácil quanto pensa. — Ela sorri e as duas se dão um olhar meio estranho mas logo Shani sorri de volta.
Se Taehyung está certo no que disse, eu tenho certeza que Shani jamais seria uma das que trairia Doyeon. Todas vezes ela sempre foi tão amistosa, e tão boa… O coração dela é o melhor de todas elas.
Não sei o que pensar ou se confio nelas ou em Taehyung, ele pode muito nem ainda me querer fora disso e fazer tudo pra me tirar mas também... Pode estar me avisando e elas serem perigosas, na verdade isso elas já são, pelo amor de Deus isso tudo quase parece ser um jogo de máfia mas como eu não quero virar pó no meio dessa escola, eu sigo plena sendo membro do grupo da Doyeon.
Mas eu realmente tenho mais e mais a descobrir, e não sei se devo me apegar a ideia de Taehyung estar do meu lado.
— Para com isso Abby, sabe que eu amo vocês igualmente. — Shani abraça Abby enquanto a loira reclama de algo, e logo as duas riem enquanto se atacam com cócegas.
— Quem vai escolher o filme? Já aviso que se for eu, se preparem pra algo nativo e lindo do Japão. — Meisa desce as escadas.
— Sabe que temos que dormir cedo, amanhã tem aquele inferno que chamamos de escola e amanhã tem Geografia. Eu odeio Geografia. — Abby faz uma careta.
— Difícil saber o que você não odeia. — Doyeon surge no topo das escadas e desce graciosamente. — Amanhã veremos nossa sala toda reformada, estou ansiosa.
— Vamos ver o que nos aguarda. — Sorn sorri e solta um gritinho enquanto abraça Elkie.
×
Terça-feira.
— Que sono, porra Abby você ficou roncando. — Sorn reclama e Abby lança o dedo do meio pra ela.
Fico um pouco quieta na minha pensando em muitas coisas, minha cabeça está cheia e um pouco confusa mas eu nem sei se vou colocar fé que vai dar tudo certo.
Passamos pelos portões da escola e são questões de segundos até todos nos olharem, as meninas acenam e tudo mais enquanto riem mas eu me contenho a só andar.
— _______? — Sabina chega perto de mim. — Está bem?
— Claro. — Sorrio pra ela e então solto um suspiro. — Vamos ver a sala agora?
— Sim, pena que você foi nela pouca vezes, é ótima pra ficar em qualquer momento. — Sabina diz em espanhol, normalmente seu coreano arranha e às vezes ela prefere falar assim mesmo que só eu entenda.
— Acho que só fui uma vez. — Respondo enquanto andamos pelo corredor.
Aos poucos a quantidade de pessoas vai sumindo, até ficar tudo quase vazio. As meninas abrem o espaço e Doyeon passa com uma chave em mãos, a porta parece ser como qualquer outra da escola e quem ver vai achar que é um simples cômodo.
— E… Sejam bem-vindas! — Doyeon abre a porta e todas entramos rapidamente, ouço a porta fechar pesadamente e consigo concluir que essa porta não é uma qualquer que você pode simplesmente arrombar.
Passo meus olhos pela sala e encontro de tudo, um canto parecendo um guarda roupa que possui vários tipos de roupa, outro parecendo uma pequena cozinha e o resto bem confortável, pela parede há inúmeras fotos e posso ver que são "os testes" que elas falaram ontem. Se algum dia essas fotos vazarem, com certeza inúmeras dúvidas vão ser esclarecidas.
O misto da sala é caloroso e eu não sei se muitos sabem da existência dessa sala, e parando pra pensar, tenho toda certeza de que quando elas sumiam, estavam aqui.
— Agora sim, posso dormir nas aulas vagas. — Abby se joga no sofá roxo e fofo.
Meu celular vibra fortemente e então ignoro, precisava ver mais sobre essa sala e assim faço, analiso os cantos um pouco admirada e surpresa.
— O que achou, novata? — Elkie pergunta.
— É… Linda.
— Da primeira vez que você veio aqui, a gente tinha acabado de mudar de sala e como era o início do ano a decoração não estava completamente pronta mas agora… Olha só que maravilha. — Doyeon sorri orgulhosa e então meu celular vibra novamente.
As meninas começam a conversar enquanto eu analiso minuciosamente todo local em questão de fato é um lugar muito bonito porém bem perigoso, um lugar que guarda muitos segredos porém camuflado para aparecer apenas um fofo e aconchegante local que de fato é. Ouço Doyeon mencionar Seokjin e atribuir elogios a ele, o modo que ela fala me lembra de Namjoon… Não que ele fique falando dela toda hora mas de certa forma, ele gosta dela e isso me leva a pensar se ele sabe como ela é.
Na verdade, quem sabe como a Doyeon é? Ela não é falsa comigo, ela é sincera em tudo e bem direta mas isso não impede ela de ocultar certas partes dela.
Eu realmente não sei o que pensar às vezes mas sei que é melhor ter ela como aliada. Só sei que essa escola é de doidos mas infelizmente uma das melhores do país.
Ainda imersa a todas as conversas alheias meu celular volta a vibrar e impaciente puxa o objeto do meu bolso, o nome de Taeyong brilha no visor e eu estranho mas dessa vez eu atendo.
— Alô? — Chamo um pouco confusa e aguardo a resposta.
— ________… — Sua voz sai arrastada e quase falha.
— Taeyong? O que aconteceu? — Disparo o assustada e surpresa.
— Aconteceu de novo. — Sua última fala sai chorosa e eu ouço ele fungar. — Me ajuda, por favor, eu não fiz nada m-mas…
— Onde você tá? — Pergunto e começou a caçar a minha mochila rapidamente, as meninas me olham confusas mas eu não ligo apenas espero a resposta. — Eu vou aí agora, me diz onde você tá.
— E-eu tô no vestiário, tô escondido na cabine, eu sai correndo e vim pra escola mais cedo. — Sua voz sai sussurrada e então novamente ele funga, provavelmente tentando não chorar.
— Em um minuto chego aí. — Respondo e desligo, ponho a mochila nas costas e o celular no bolso. — Eu preciso ver o Taeyong, é urgente eu realmente preciso ir.
— Amiga, é muito grave? Meu Deus, você tá desesperada. — Vic pergunta e as outras me olham.
— É, é mais do que grave. Desculpem, preciso ir. — Saio da sala praticamente correndo e não paro de correr nem nos corredores, ignoro até mesmo as reclamações quando esbarro nas pessoas ou quando o zelador pede para que eu vá devagar. Ofegante diminuo o ritmo quando estou prestes a chegar no vestiário, a divisão dos vestiários é um pouco confusa por ter diversos esportes e modalidades na escola mas eu faço o máximo para me achar.
— Ei garoto. — Chamo e ele me olha. — Esse é o vestiário de basquete?
— É? — Ele responde confuso e então eu balanço as mãos para que ele seja mais convicto em sua resposta. — É sim, desculpa é que eu me distrai.
— Ah, obrigada. — Agradeço e então ele dá de ombros, o garoto me olha por alguns segundos e então são andando.
Olho para os lados e entro desesperada no vestiário, tranco a porta depois de me certificar que não tinha outras pessoas e ando até a última cabine.
— Tae…? Você tá aí? — Pergunto mas não obtenho resposta. — Taeyong?
— Tô. — Ouço nem bem baixinho a sua voz. — Espera. — Agora sua voz sai um pouco mais alta e a porta da cabine é destravada.
— Meu Deus… — Fico chocada ao vê-lo com o rosto ensanguentado e seus braços machucados. — Você trouxe suas coisas? Você precisa tomar um banho, vem, levanta. — Estendo minha mão a ele.
Com muita dificuldade ele se levanta e eu fico triste ao vê-lo assim, pego sua mochila e ajudo ele a ir que a cabine com o box.
— Pode deixar que eu consigo fazer isso sozinho, vai doer mas é melhor do que você me ver pior do que eu já estou. — Seu sorriso sai triste e meus olhos ardem.
— Taeyong… — Suspiro melancólica. — Faz o seguinte, você toma banho e se arruma enquanto eu vou ir procurar algo pra passar nos seus machucados, okay?
— Tá bom. — Ele assente e com cuidado vai até a cabine com a mochila.
— Já volto.
Vou até a porta novamente e pego a chave, assim que passo por ela, passo a tranca na porta e saio andando rapidamente até a enfermaria que não ficava muito longe dos vestiários.
Nesse horário, é normal que a senhora Shin esteja tomando café na sala dos professores mas não acho que ela ligue que eu pegue uma das maletas aqui, é normal os alunos viverem se machucando.
E bem, eu tenho que ir logo porque daqui a pouco as aulas começam... Refaço meu caminho novamente em passos rápidos e longos, as pessoas estão distraídas então não me notam mas não deixo de receber olhares curiosos. Paro em frente a porta do vestiário, e começo a procurar a chave no meu bolso enquanto equilibro a maletinha em meu braço mas consigo puxar a chave.
— ________? — Tremo pelo susto e me viro rapidamente um pouco assustada.
— Taehyung? — Pergunto um pouco cautelosa, penso em perguntar qualquer coisa mas com isso acabo ficando nervosa e para não acabar estragando tudo, apenas espero que ele diga algo.
— Você aqui? Tipo, no vestiário... De basquete? E bem, o masculino? — Taehyung coloca suas mãos no bolso e me encara um pouco curioso mas sem deixar seu olhar desafiador pra trás.
— É, o que que tem? — Relaxo ou tento e então ele anda até mim. — Que foi? — Pergunto quando ele já está perto o suficiente.
Taehyung olha para a porta, pro meu rosto, pra maleta e depois volta ao meu rosto. Seu rosto se curva e então seus olhos se estreitam em pura análise, certamente ele estava tentando saber o que estava acontecendo.
— Quem está aí dentro? — De supetão, ele pergunta.
— Como?
— Quem você está indo ver, e curiosamente de porta trancada. — Taehyung desce os olhos até minha outra mão e fixa seus olhos na chave que eu aperto entre meus dedos.
— Isso… Não é da sua conta. — Praticamente sussurro e ele ri.
— Não? — Uma de suas sombrancelhas se ergue. — É da conta da diretoria então.
— Você não faria isso. — Dessa vez eu quem ergo uma de minhas sombrancelhas. — O que você quer? Sério, me diz de uma vez porque eu preciso ir logo.
— É o Lee. — Ele murmura com certo desgosto e eu franzo o cenho. — Lee Taeyong.
— O que tem ele? — Finjo demência e Taehyung revira os olhos, burro ele não é e eu também não mas às vezes fingir que é, salva você.
— Que porra, por que você sempre tá com ele? O que ele tem? Caralho, não entendo nada e você nunca me dá uma resposta certa. — Taehyung bufa irritado e passa a mão nos cabelos.
— E você? Você vive jogando comigo, eu nunca sei de nada e você vive me jogando em um puro enigma. Eu quem deveria estar reclamado, para com isso. — Exaspero e Taehyung balança a cabeça negativamente. — Faz o seguinte, não é bom a gente ser visto conversando porque você sabe-
— Como a minha irmã é. — Taehyung suspira e reprime os lábios. — É, eu sei mas se não for assim, nunca conversamos.
— Me encontra hoje depois do seu treino, eu tenho vôlei hoje então nossos horários batem e a escola vai estar vazia. — Sugiro e ele assente.
— Toma cuidado. — Taehyung fala e eu fico confusa. — Quem me contou que você estava aqui, foi o Lucas.
— Quem é Lucas? Eu sei lá quem é?
— Você perguntou pra ele se esse era o vestiário de basquete. — Taehyung me olha meio inexpressivo e eu abro a boca em um "Ah".
— Esse era o Lucas… — Faço uma careta. — Realmente preciso ir. — Me viro para a porta e enfio a chave na tranca, o destravar da porta e rápido então eu entro e na mesma velocidade eu fecho a porta. — Taeyong?
— Tô aqui. — Ele aparece já com o rosto limpo e o corpo também, somente com a calça do uniforme e eu consigo ver suas costas com grandes arranhados.
— Jesus... — Falo desacreditada. — Isso não é humano.
— O que? Eu aparecer todo fodido? Ou quem faz isso comigo? Porra, eu tô cansado disso. — Ele se senta no banco e eu vou até ele, ponho a maleta no local e então a abro para começar a cuidar de seus ferimentos.
— Infelizmente ainda é seu-
— Pai? Não... Não acredito que ele mereça esse título depois de me usar como saco de pancadas, ainda me força a seguir o futuro que ele quer. Ficar nessa porra de vida não vai me trazer felicidade alguma. — Taeyong diz irritado e assim que começo a passar o remédio em suas costas, ele solta um grunhido. — Esse dói pra uma porra.
— É, você já disse isso. — Rio tentando descontrair e ele também.
— Obrigada por me ajudar... Sabe, você é uma pessoa importante pra mim e que eu confio muito. — Ele agradece e eu sorrio mais. — Aí caralho.
— Calma, já acabei aqui. — Contorno o banco e me sento ao seu lado. — Gosto da nossa amizade, e você sabe que sempre pode contar comigo.
— É… Quem diria, que eu fui na intenção de beijar essa beldade na minha frente e acabamos nos tornando amigos que às vezes tiram uma casquinha. — Taeyong sorri sedutor e pisca pra mim.
— Palhaço. — Rio de suas gracinhas e começo a passar remédio em seu rosto. — Só eu sei...?
— Johnny também sabe, não são muitos que sabem que meu pai é um fracassado fodido que bate no próprio filho mas há quem saiba. — Taeyong solta um "Au" quando eu passo as gazes em seu rosto. — Ele ainda joga na minha cara que paga esse caralho de escola mas eu ao menos ligo, ele nem liga pro que eu quero.
— E… Sua mãe? Você nunca me falou sobre ela. — Pergunto cautelosa e ele suspira.
— Não sei muito sobre ela, meu pai não gosta de falar mas sei que ela está… Por aí. — Ele dá de ombros e eu passo os últimos remédios em seu rosto.
— Hmm, pronto, continua lindo. — Deixo um selinho nos seus lábios e ele sorri.
— Até parece. — Taeyong balança a cabeça e se olha no espelho. — Não sei por quanto tempo vou aguentar essa situação.
— Você não não é obrigado a passar por isso. — Faço um carinho em seus cabelos e ele suspira, ver ele assim parte meu coração e fico ainda mais triste por não poder ajudar.
Fico distraída no silêncio com ele, não é incômodo mas é um pouco triste. Ouço o sinal bater fortemente e faço uma careta por ter que enfrentar as aulas de hoje.
— Vai. Pode deixar que eu me cuido.
— Tem certeza? — Pergunto e ele assente. — Toma cuidado. — Me levanto e deixo um beijo em sua cabeça. — Me manda mensagem se acontecer algo.
— Okay, obrigada.
*
As aulas de Língua Coreana foram leves, surpreendentemente minha mente fluiu de acordo e eu consegui entender bem direitinho pelo menos hoje. E quando chegou em Geografia eu até fui mas ou menos, o professor que nunca explica nada também surpreendentemente explicou hoje e olha, foi uma aula boa.
Mas agora em Matemática…
Saudades intervalo das aulas no qual a gente não faz nada e ainda pode comer ou roubar biscoito dos amigos.
— Aí Namjoon, não aguento mais. — Me debruço sobre a mesa. — Eu entendo mas tem hora que não entendo é nada, até em Língua Coreana eu fui um pouco melhor e olha que sou ruim também em. Pensando bem, qual é meu forte nas matérias?
— O importante é que você se esforça e no final consegue aprender todas elas.
— Você é um anjo às vezes. — Olho para meu amigo. — Hoje ainda tem aula de empreendedorismo… Pelo menos disso eu entendo.
— Vou ter horários extras de biologia. — Namjoon escreve algumas coisas no caderno.
— Ah é, você quer medicina. — Faço um bico e então o professor se levanta com o caderno preparado para escrever mais. — Jesus amado…
— Como você ama matemática, seus olhos até brilham… — Ele zomba.
— É porque quero chorar mesmo.
*
— VAMOS MENINAS, MAIS UM PONTO. — A treinadora grita e a adrenalina continua a correr por toda minha corrente sanguínea.
Puxo o ar e concentro a força nas pernas para tentar dar um salto, minhas mãos batem com força na bola e o jogo volta a rolar após eu levantar a bola. Elly, no time inimigo, recebe a bola e logo depois Yoojung, rebate e é questão de segundos para Lucy, do meu time, perder a bola e ela tocar o chão.
— TIME AZUL. — A treinadora grita e eu quase desabo no chão de cansaço.
As meninas gritam em comemoração, todas visivelmente cansadas e o meu time passa por elas as cumprimentando e dando os parabéns.
— Vão rápido pro vestiário porque estão parecendo ser de açúcar, todo mundo quase derretendo. — A treinadora diz e passamos.
Quando chego no vestiário, parte das cabines já estão ocupadas então me sento para aguardar.
— Aí, sábado agora tem o primeiro jogo da escola e eu tô tão ansiosa. — Lucy comemora animada.
— Só você? Nossa, tô doida pra ver aqueles machos correndo todos suados. — Elly bate palminhas.
— Eu nem sei como funciona mas super quero vim ver.
— Verdade... Mas você tem que vir ver seu boy né, amiga. — Yoojung diz rindo e as outras meninas assente.
— Meu boy? — Pergunto confusa.
— É, o Taeyong joga no sábado. Esqueceu que ele é do time de basquete? — Lucy responde e eu abro a boca em um "Ah".
— Na verdade, eu esqueci sim. — Falo meio avoada e elas riem.
Conversa vai e vem com as meninas, mal vejo a hora passar e acabo ficando como uma das últimas por ficar fofocando com Lucy sobre a escola.
— Amiga, você tem que estar mais por dentro das coisas porque não é só a Rina que espalha as fofocas… Acredite ou não, nessa escola todo mundo sabe de algo de tudo mundo. — Lucy passa a mão por seu cabelo e logo se olha no espelho. — Puts, já tenho que retocar a raiz. — Ela se refere aos seus fios loiros.
— Vamos, Lucy? Elly já foi e hoje temos um compromisso marcado com doramas. — Yoojung aparece com seus cabelos molhados.
— Aí, sedenta já. — Lucy pega sua mochila. — Tchau ________, vê se vem no sábado em.
— Acho que vou acabar vindo.— Vou em direção a minha mochila, o vestiário agora só tinha a mim então o silêncio se fez presente.
Em um tom baixo começo a cantarolar por estar distraída, retiro minhas roupas e os tênis de uma vez ficando somente com minhas peças íntimas, já guardo de uma vez no meu armário minhas roupas e coloco minha toalha no ombro. Com minhas roupas em mãos vou até a cabine e em minha paz pessoal ás coloco no gancho junto a toalha, me viro para fechar a porta da cabine mas antes que eu feche ela é empurrada contra mim.
De primeiro eu levo um susto sem conseguir assimilar muito o que acontece, mas antes que eu pudesse revidar sou empurrada para dentro da cabine.
— Caralho. — Exaspero ainda perdida mas percebo ser Taehyung que está de costas pra mim e ouço ele fechar a porta da cabine. — Te deu a louca? Que porra você tá fazendo aqui?
Fico o mais confusa o possível com o palhaço mas minha confusão não demora muito então passa.
— Ué, você não disse que a gente iria conversar? — Taehyung se vira, ficando cara a cara comigo. — E dessa vez não tem como você fugir. — Suas sombrancelhas se arqueiam minimamente, mantenho-me inexpressiva mas é impossível não olhar para Taehyung e quando vejo já estou o analisando.
Meus olhos passam por Taehyung lentamente, provavelmente ele saiu do treino agora porque está com um regata e um short, seus cabelos bagunçados e ele respira pesado conforme tivesse se movimentado muito.
— Você é maluco… — Desvio meus olhos dele e então Taehyung ri cínico, ele até o momento me olhava mas quando seus olhos descem pros meus peitos, eu viro o tapa no braço dele.
— Aí! — Taehyung resmunga e me olha assustado. — Pra que tanta agressividade?
— Tá achando que tá na Disney? Euem, tira esses olhos de mim.
— Impossível né, você sa-Aí. — O sorriso perverso de Taehyung some após outro tapa bem dado naqueles braços maravilhosos que se eu olhar mais, eu babo.
Minha nossa senhora da bicicletinha…
— Abusado. — Digo séria mas com vontade de rir.
— Então você pode me comer com os olhos mas eu não posso te olhar nem um segundo? — Taehyung diz indignado e eu rio.
— É isso mesmo.
— Agora quem é a abusada é você. — O palhaço resmunga provavelmente irritado. — E eu percebi, tá?
— Percebeu o que? Você é lerdo pra caralho. — Tiro com a cara dele e Taehyung me olha de um jeito que ele provavelmente está muito puto.
— Porra eu vim aqui na maior boa vontade e você de graça comigo. — Dou língua pra Taehyung e ele fecha a cara enquanto eu rio. — Isso me lembra que você me deve um boquete. — Taehyung diz e eu engasgo. — Viu? Ri agora.
— Besta. — Fecho a cara pra ele, Taehyung ri em deboche e eu arqueio uma de minhas sombrancelhas. — O que foi?
— Você nega, nega e nega mas eu vejo o que você faz. — O viciante cinismo de Taehyung sempre volta, ele tomba minimamente a cabeça e eu cruzo os braços em pura provocação. — Você me quer tanto quanto eu quero você, fora que ainda fica se segurando e fugindo porque sabe que uma hora você não vai resistir.
— Parabéns, você está em delírio. — Ignoro tudo dentro de mim e nego, por mais que eu estivesse tremendo toda e os batimentos acelerados, jamais admitirei que é por causa de Taehyung.
Eu realmente quero fugir e sei que sempre faço isso.
— Tem certeza? — Taehyung dá lentos passos até mim mas eu não mexo nenhum músculo.
— Claro que tenho. — Quase sussuro quando percebo que Taehyung está perto o bastante, e digo como se fosse um segredo.
Meus olhos encaram o de Taehyung fixamente por segundos e eu me encontro hipnotizada, sua língua passa por seus lábios que rapidamente são lubrificados e por reflexo eu faço o mesmo.
— Tae… — Chamo baixinho. Sua mão passa como um carinho por meu rosto e eu fecho os olhos apreciando, em questão de segundos eu sinto a pressão dos lábios de Taehyung contra os meus em um simples e singelo selar.
Relaxo por completa e sou incapaz de recuar, tudo em mim parece se entregar minimamente a ele e percebendo que não me afastei, Taehyung passa seu braço por minha cintura me puxando para mais perto. Minha boca se abre mais quando sua língua entra por ela e eu solto um gemido fraco, Taehyung toma mais controle e consegue seguir um caminho conhecido por ele.
Sinto minhas costas baterem na parede, nossos quadris se tocam e eu estremeço, a boca de Taehyung não se desgruda da minha e seu beijo se torna mais gostoso a medida que eu fico mais viciada.
— Então foi isso que você veio fazer? — Indago quando nos separamos.
O meio das minhas pernas pulsa e eu sinto a ereção de Taehyung pressionada contra mim.
— E ainda tem mais… — Ele sussura baixo em um tom gostoso perto do meu ouvido, não demora muito e eu sinto seus beijos em meu pescoço e eu falto derreter em seus braços. — Eu tô viciado em você, não consigo mais me manter longe e fico puto pra caralho quando vejo que você fica andando com aquele idiota pra cima e pra baixo. — Taehyung me olha e sua expressão quase se fecha, seu rosto fica meio sério mas talvez seja porque ele analisa cada parte da minha expressão. — O importante agora é você.
As palavras ditas por ele são o ápice para minha ilusão, e sei que meu erro vai ser me entregar a Taehyung mas também pode ser o que menos vou me arrepender de fazer. Eu acho
— Não sei o que pensar de você. — Sussurro extasiada.
— O importante é que você pense em mim… — Tae diz soltando um risinho.
— Aí, você é tão presunçoso… — Reviro os olhos. — Nunca vai deixar de se achar é?
— Jamais. — Taehyung dá um sorriso mas não é qualquer sorriso, não é cínico ou de deboche, é algo como felicidade e genuíno em cada parte.
Ainda avoada, mal percebo quando Taehyung se afasta de mim e retira sua blusa. Não consigo desviar meus olhos do corpo a minha frente, eu posso xingar Taehyung e tudo mas nunca mentiria dizendo que ele não é bonito, além do mais ele é gostoso.
Esse homem me deixa com as pernas bambas sem nem ao menos me tocar.
— É, eu sei que sou gostoso pra caralho. — Taehyung exibe seu corpo e ri quando percebe que eu não desvio o olhar.
— Idiota como sempre. — Reviro os olhos, o vejo pendurar a blusa e então ele começa a tirar seu short.
— Agora você baba.
— Que caralhos… — Murmuro um pouco movida na força do ódio por ele estar tirando com a minha cara e como eu não fico por baixo, levo minhas mãos ao emu sutiã e desabotoo quando acho o fecho.
— Agora fala que… Puta que pariu. — O olhar de Taehyung que antes era provocação some e ele quase paralisa.
— O que você tava dizendo? — Jogo meu sutiã pra que ele pendure também e como um gatinho assustado, ele agarra a peça.
— Ai mamãe. — Ele pega e enquanto pendura a peça, eu retiro minha calcinha e jogo pra ele também. — Porra, não me fode assim.
— Acho que esse papel é seu. — Me viro de costas e fecho os olhos assim que ligo o chuveiro.
A água gelada cai por meu corpo fazendo com que eu relaxe por cada canto que ela passa, e meus olhos se mantém fechados aproveitando até mesmo quando Taehyung chega por trás me abraçando.
Quase tremo entre seus braços, minhas costas ficam rentes ao seu peitoral e sinto seu pau roçar na minha bunda. A mão de Taehyung que se encontra perto da minha cintura faz um mínimo carinho e eu me permito apreciar o momento com ele, o corpo quente de Taehyung trás uma comodidade gostosa e me faz querer não sair de seu aperto.
— Vai aceitar meu convite? — Ouço a voz de Taehyung baixa em meu ouvido.
— Taehyung… Sabe o quanto é complicado pra nós dois nos encontrarmos assim. — Abro meus olhos e olho para a parede a minha frente.
— A gente vai pra outro lugar mais afastado, tanto faz, a gente inventa qualquer coisa...
— Vou pensar. — Respondo meio incerta porque meus planos eram se afastar dele mas tudo parece conspirar para o contrário.
Taehyung passa o nariz por meu pescoço e cheira o local, seus dedos acariciam minha cintura e sinto seus lábios tocarem minha pele levemente em mínimos beijos.
— Gosto tanto do seu cheiro.
— Você é um abusado, isso sim. — Meio constrangida eu me viro de frente para ele, Taehyung já estava me deixando nervosa.
E mesmo com meu coração a mil e minhas mãos trêmulas, eu beijo Taehyung de vez antes que eu perdesse mais controle do que já havia perdido. Não sei ao menos dizer em qual momento ou minuto chegamos na parede, quando nosso beijo ficou mais selvagem e mais necessitado mas sei que fiz algo que não devia e continuo fazendo... Me entregar a Taehyung.
Talvez seja minha condenação.
Minha perna é levantada e Taehyung se roça contra mim, minha boca se abre em um gemido deleitoso quando sinto seu pau quente e pulsante se arrastar na minha extensão molhada. A pulsação em mim cresce conforme ele se esfrega em mim, suas reboladas simulando outras coisas me deixam sem ar e de pernas bambas, minhas mãos tocam suas costas o puxando para mim e e Taehyung roça lentamente em mim.
— Tae… — Sussuro necessitada, minha cabeça gira e tudo que presto atenção é em como meu clitóris é arrastado contra sua extensão, em como Taehyung está duro e em como tudo é gostoso.
— Hmmm? — Sua voz sai baixa e ele começa a se mexer mais rápido. — F-fala, a-ah.
Taehyung se mexe lentamente tentando aproveitar mais e seus dedos apertam com força minha cintura, sua expressão é uma das melhores já presenciada por mim e seu estado é de suado, com seus cabelos grudados a testa em suor.
— Deixa eu te chupar. — Sussurro e Taehyung para seus movimentos.
— Você hmm quer mesmo? Não quero te forçar a nada. — Seus olhos passam cautelosos por meu rosto e sua expressão é um m pouco ansiosa.
Me desgrudo dele e troco nossas posições, quem vai para a parede é Taehyung e eu me abaixo perante a ele.
Já de joelhos, por alguns segundos admiro o pau de Taehyung antes de tocar. Não que eu fosse virgem ou nunca tivesse feito um boquete na minha vida, eu perdi minha virgindade com meu primeiro namorado a um tempo e desde então tive outros, ou ficantes então nada era novidade para mim e mesmo que fosse, eu não perderia a chance de tocar Taehyung.
Ele já estava excitado, seu pau parecia me chamar e estava duro, consegui sentir ainda mais quando minha mão começou a estimular movimentos de cima a baixo. Minha língua foi ao encontro de sua cabeça e sinto o quão quente está, Taehyung treme quando chupo a região e esse é o embalo que tenho para começar a descer mais a boca mas parando antes da garganta. Não poderia mentir dizendo que ele tinha um pau pequeno, mas ele era grande o suficiente para não caber tudo em minha boca mas mesmo assim, não desisti e continuei o empurrando contra minha boca.
Sinto a mão de Taehyung passar em volta da minha cabeça e pegar nos meus fios, enquanto seu pau fode minha boca Taehyung começa a ditar os movimentos o empurrando mais para dentro.
— Aí caralho. — Taehyung diz ofegante, e eu começo a empurrar vez o outra minha cabeça com mais força para que seu pau vá até minha garganta. — Ohh. — Seu quadril se empurra levemente e ele faz um momento ondulado, puxando mina respiração vez ou outra consigo entre curtos espaços que não são muito longos porque Taehyung começa foder minha boca com mais velocidade, força e totalmente necessitado. — A-ah. — Ele solta um curto gemido vez ou outra que me deixa trêmula, minhas pernas quase bambeiam de excitação e Taehyung também treme em alguns momentos. — Porra. — Taehyung geme quase inaudível e passa a empurrar mais rápido, ele abre a boca puxando mais ar e eu consigo sentir seu pau engrossar contra minha boca e não demorando muito, sinto um gosto salgado e Taehyung diminui os movimentos deixando eles lentos até parar.
O gosto salgado permanece em minha boca mesmo depois que engulo sua goza, passo a mão no canto da boca onde um filete escorreu quando fui tirar minha boca e Taehyung me olha atento.
— Que puta tesão você me dá. — Ele diz e eu sorrio convencida com a visão dele ofegante, estendo a mão para que ele me ajude a levantar e com o impulso, Taehyung me puxa para ele.
Taehyung me olha da mesma forma que ultimamente, um olhar de carinho e deixa um breve beijo em meus lábios. Solto um sorriso contra sua boca e o beijo de volta, mas antes que possamos entrar em um beijo mais profundo ouço a porta do vestiário abrir e separo minha boca da dele.
Ficamos ambos em silêncio, passos ecoam pelo cômodo mas não vemos nada, somente ouvimos e então eles param.
— _________? — No silêncio tenebroso e assustador que quase tirar meu coração do peito, eu ouço a voz de Meisa. — Onde você tá? — Como ela sabe que eu estou aqui? Puta que pariu. — Eu sei que você tá aqui, as garota do vôlei responderam e o chuveiro está ligado.
— Aí que porra. — Sussuro para Taehyung que já tinha mudado sua expressão para alarmante. Nos olhamos rapidamente e meio que conversamos por olhares, então dou de ombros e torço para que minha voz não falhe. — Meisa? Hmm, você quer algo?
— Quero.
— E não poderia, hmm… falar? — Pergunto e minha resposta é o silêncio.
— Vem aqui ou… Tem alguém com você? Vem aqui.
— Não! — Respondo de imediato mas concerto minha fala. — Não tem ninguém mas eu estava tomando banho então, eu ainda nem me vesti nem nada.
— Coloca a toalha ou faz o que quiser, eu não ligo, só preciso falar com você. — Ouço os passos de Meisa pelo vestiário.
— Vai. — Taehyung apenas movimenta a boca e eu assinto positivamente.
Pego a toalha no gancho e enrolo no meu corpo presa o suficiente para que ela não caia, destravo a porta e Taehyung vai para o canto para que ela não o veja. Abro a porta minimamente tentando não mostrar muito o que tem dentro da cabine e vejo Meisa olhando justamente para a cabine, procurando qualquer vestígio.
Ela suspeitava que tinha alguém ali.
— E então? — Prendo meus cabelos no alto.
— Aqui. — Ela me entrega um papel roxo com uma caligrafia extremamente cuidadosa. — Dias, horários e sobre o vestiário das líderes de torcida. Você precisa estudar isso para a reunião, Doyeon quer encontrar a todas para acabar de ajeitar tudo e decidir se você vai vir sozinha ou não.
— Pera, sozinha? — Arregalo os olhos e ao ver minha expressão assustada, Meisa sorri.
— Não achou que todas fossemos vir né? É um teste, e testes não são em dupla. Vamos avaliar a você e creio eu que você não poderá ter ajuda… — Meisa mantém a expressão séria mas posso jurar que ela quer rir.
— Então… Tá. — Concordo quase que xingando ela de trezentos nomes possíveis. — Era só isso?
— Sim. — Ela pega sua mochila no banco. — Eu já vou indo, tenho coisas a fazer.
— Tudo bem… Mas por que achou que tivesse alguém aqui comigo? Isso é sem nexo. — Minha pergunta faz Meisa abrir um mínimo sorriso antes de responder mas eu apenas franzo a testa.
— Fiquei te esperando mas você não aparecia então resolvi vir atrás, achei que pudesse estar com alguém.
— Não, eu estou sozinha aqui. — Respondo na defensiva e ela arqueia as sombrancelhas, Meisa olha lentamente para o lado e eu sigo seu olhar.
Os tênis de Taehyung e pra completar, tem um "KT" atrás.
— Ah, são do Taeyong não? Eu tive que sair correndo hoje na reunião, tive que encontrar ele no vestiário. — Depois de pelo menos dois segundos eu respondo e Meisa apenas assente a cabeça, não diz nada e vai até a porta.
— O sobrenome de Taeyong é Lee. — E então ela sai pela porta.
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