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História Natureza ilusória - Filho ou Filha - História escrita por miss_rice - Spirit Fanfics e Histórias
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História Natureza ilusória - Filho ou Filha


Escrita por: miss_rice

Notas do Autor


Hooooonieeee Boooonieees!!!!! DESCULPA O SUMIÇO! EU JURO QUE NÃO FOI POR MAL!!!

bom... depois de uma série de probleminhas e de caçar tempo pra conseguir escrever os ultimos capitulos dessa fic que eu ja estou chorando porque vai acabar, eu consegui trazer mais um capitulo para vocês!

ja avisando que ia postar na sexta como sempre, mas acabou que eu só consegui agora (isso contando com problemas, incertezas, betas, tempo... etc) em fim...
mas visto isso, digo que o dia de postar não mudo ok? volto sexta que vem com o próximo capitulo!!! E PENULTIMO!!!

vou deixar vocês lerem! nos vemos nas notas finais!

boa leitura!

Capítulo 43 - Filho ou Filha


O som do tic-tac do relógio ecoava pela sala, parecendo quicar por todos os cantos e lados da casa antes de voltar com todas as forças para os ouvidos de Seungkwan, atingindo seus tímpanos e chacoalhando todo seu aparelho auditivo. O silêncio nunca pareceu tão ensurdecedor para o garoto, que era quase esmagado pela ausência de reações naquele momento. Mais tarde ele teria que agradecer Soonyoung por sua morte lenta e silenciosa, mas naquele momento a única coisa que se passava por sua cabeça eram os gritos de socorro abafados por sua mente inquieta.

Sojeong e Jinsul se postavam uma de cada lado do moreno. A mais velha dos três se encontrava de cabeça baixa, seus lábios eram constantemente umedecidos por sua língua, que parecia coçar para poder despejar todas as palavras que ainda estavam sendo mastigadas em sua boca, formando somente um grande amontoado de sílabas e letras sem sentido.

Passos vindos da cozinha foram captados pela audição aguçada dos três irmãos que prontamente sentiram seus músculos tensionarem em um reflexo imediato. Seungkwan já sentia que havia sido complicado conversar com suas irmãs, sua mãe então seria um outro nível de complexidade e ele sabia que seu medo não era em vão, mesmo que as outras duas também estivesse ali com ele. Parte da culpa era delas, isso era um fato consentido entre todos os três irmãos, mas o mais engraçado de tudo aquilo era que o mais novo não conseguia culpar nenhuma das duas pela vida que levava até aquele momento, a única coisa que ele talvez sentisse um pouco de peso por parte das irmãs era a tensão que as duas ajudavam a construir naquele momento.

Os olhos do rapaz piscaram pesadamente, se demorando entre uma fechada de pálpebras e outra, deixando que esse tempo fosse usado para que respirasse mais profundamente enquanto sua visão era obstruída propositalmente por suas piscadas. Os olhos se fecharam uma última vez e, como se em um passe de mágica, se abriram decididos, deixando com que a luz do local cegasse seus sentidos e sentimentos.

Tão rápido quanto seu coração batia a conversa se fora, as pálpebras confusas de Seungkwan ainda se fechavam e abriam, dessa vez mais rapidamente, tentando entender o que acabara de acontecer. Um som agudo perturbava seus ouvidos e sua cabeça parecia tonta de tanta informação, se sensibilizando como se estivesse prestes a nocautear o rapaz com uma enxaqueca terrível. O Boo mais novo se levantou, indo a passos tontos até a escada, subindo-a com a ajuda dos corrimãos e, obviamente, observado pelas irmãs, que ainda se encontravam escoradas nos travesseiros que acolchoavam o sofá.

O baque feito pela porta não fora captado pela audição ainda perturbada do moreno, que se jogou em seu colchão, passando a fitar o teto de seu quarto e os adornos de estrela que brilhavam levemente na sombra que as cortinas faziam no recinto. Conforme a mente do rapaz ia se acalmando, ele se movimentava em meio a roupa de cama, sentindo finalmente um certo incômodo na região de sua lombar, tirando dali de baixo uma blusa que jogara em sua cama mais cedo. A peça havia sido usada quando saiu com suas irmãs, mas agora servia para incomodar o menor e atrapalhar sua comodidade, não que antes não o atrapalhasse, mas naquele momento era algo muito mais físico do que ideal.

Ideal… sim! O incômodo que ele tanto sentia sobre se vestir de menina havia passado, ele não precisaria mais usar aquelas coisas. Todos os laços, saias, espartilhos, cintas, sutiãs… tudo! Ele não precisaria de mais nada disso, ele poderia se livrar de tudo…

Rapidamente a imagem de sua mãe lhe preenche a memória, a visão de Yoonhee com o olhar baixo e as mãos trêmulas fez com que Seungkwan sentisse seu peito se apertar novamente. Ele sabia que a mãe tentava seu máximo naquele momento, por isso tentou não desviar o olhar da mais velha, mas também evitava olhá-lo tão diretamente, caso contrário ele sucumbiria às lágrimas e aquela conversa não rolaria de forma alguma. Para todos ali presente, a conversa havia sido algo complicado e forçoso, os filhos sabiam que sua mãe não queria o mal deles, assim como ela sabia que eles não gostariam de causar o mal para ela, e por isso a conversa havia sido tão complicada.

Uma das mãos do rapaz subiu até seus olhos, enxugando-os das lágrimas iniciais que já voltavam a rolar por seus olhos. Seungkwan se sentia patético por chorar por uma simples lembrança, ainda mais sabendo que agora já estava tudo bem, mas não podia evitar, o rapaz amava demais sua mãe, ele faria de tudo para vê-la bem e sorrindo. Com um movimento rápido ele puxou o travesseiro para cima do rosto, se cobrindo e abraçando a maciez das plumas para então voltar a recordar do que acontecera.

Era verdade que Yoonhee falara não querer incomodar e mais ainda que ela não sabia do fato de que o Boo mais novo fazia isso somente por ela. Seungkwan e suas irmãs nunca chegaram a explicar a situação para sua mãe, era natural que ela simplesmente achasse que o rapaz gostasse de se vestir assim e simplesmente tivesse se apegado a ideia cômoda de ter três filhas. Para a senhora Jwa era nada mais do que uma junção de situações comodas e para os filhos era somente uma situação que não precisava ser explicada… ou menor, não havia como ser explicada, não quando a mãe parecia estar tão mal por conta da separação repentina com o pai deles.

O moreno se levantou da cama, expulsando de sua mente os pensamentos que aos poucos iam se desprendendo de suas memórias. Seu corpo o arrastou até o chuveiro e seus dedos delicados e longos o prepararam para um banho quente e demorado. Ele sentia a água bater e sua pele, esquentando-a e limpando-a de todo e qualquer pensamento negativo. A fumaça esbranquiçada preenchia o banheiro e embaçava não só o espelho do cômodo, mas os pensamentos do rapaz também, relaxando seus músculos tensos e seu coração inquieto. A medida que o fluxo de água diminuía e as gotas mornas paravam de respingar sobre o corpo recém aquecido de Seungkwan, seu corpo se projetou para fora do box, permitindo que pudesse se secar com uma toalha macia e se vestir.

Camiseta e shorts. Cores sólidas e simples, nada de laços, frufrus, brilho, saias… aquela eram suas roupas cotidianas, usava-as sempre que estava em seu quarto sozinho, mas algo parecia diferente nelas, algo que antes parecia tão certo e rebelde agora era somente simples e banal. Aquele seria seu dia a dia daqui para frente e ele não poderia estar mais aliviado, mas também não poderia estar achando mais estranho. Eram anos vestindo roupas femininas para agora simplesmente conseguir se libertar, era estranho demais, mas reconfortante demais ao mesmo tempo.

Seus passos o levaram até o guarda-roupa, abrindo-o e permitindo que fitasse a paleta de cores sortidas e claras que suas roupas pintavam no móvel branco. Um sorriso brotou nos lábios do rapaz, uma lágrima escorreu por sua bochecha e um friozinho se apossou das entranhas de Seungkwan.

 

Ele precisaria fazer compras, precisaria de roupas novas.

 

Uma série de batidas foi dada na ponta do quarto do rapaz, que prontamente limpou seu rosto e chamou para quem quer que fosse entrar no recinto, fechando por fim o móvel que tanto fitava a alguns segundos atrás.

— Vim ver se está tudo bem - a voz um tanto aguda de Sojeong foi ouvida ainda assim que a maçaneta fora girada e a porta empurrada, a figura da mais velha aparecera então por entre a fresta que fora aberta e um sorriso singelo estampava o rosto da garota.

— Estou sim… só um pouco incrédulo eu acho - o moreno respondeu depois de um tempo, sentando-se em sua cama e chamando a irmã com um gesto de mãos, pedido esse que logo foi acatado.

Os dois ficaram algum tempo no silêncio até que a mais velha suspirou olhando para o irmão e provando que o ar não estava tão sólido quanto parecia e o tempo não havia congelado, mesmo que o ar frio da tarde já entrasse pelas janelas entreabertas, fazendo levitar a cortina levemente.

— Desculpa Kwannie, eu sei que deve ter sido difícil para você… - ela começou, mas logo deixando sua fala ser cortada pelo irmão

— Está tudo bem, a omma entendeu e vocês estavam lá para me ajudar, então não é como se fosse algo impossível.

— Não estou falando disso… quer dizer, também! Mas… digo, todos esses anos… por causa de uma ideia boba que eu havia dado… - a mais velha agora se encontrava de cabeça baixa, fitando os dedos que brincavam inquietos sobre seu colo.

— Está tudo bem… não é como se eu não quisesse ter feito isso no início também, eu me diverti muito nesses anos, não era algo ruim, só ficou difícil esses últimos tempos - Seungkwan falava a verdade, ou pelo menos tentava, ele mesmo estava bem confuso com tudo aquilo - quando estávamos em Jeju eu não tinha que fingir com tanto afinco quanto quando viemos para cá então não me incomodava tanto… eu acho

— Ok… mas me desculpe mesmo assim ok? Prometo estar aqui para te ajudar no que puder! - a garota agora levantava o rosto e se deixava sorrir, um pouco mais confortada pelas palavras do irmão. Um abraço singelo fora trocado antes que ela saísse do recinto e voltasse a deixar o mais novo sozinho ali.

Lembranças da conversa voltavam a assolar a memória do rapaz, ele se lembrava da mãe lhe pedindo desculpas, se lembrava dele mesmo pedindo desculpas, se lembrava da mãe lhe falando o quanto o amava e agradecendo pelo esforço de se vestir de menina, se lembrava de como ela parecia triste e lhe explicou tudo aquilo.

Yoonhee era uma mulher doce, não queria causar mal algum a seus filhos, era uma pena que seu marido a havia deixado para ficar com outra mulher, era uma pena que ela houvesse pego tanto rancor desse fato, era uma pena que Seungkwan se parecesse tanto com seu pai fisicamente. A fatalidade de uma série de eventos infelizes moldaram a situação daquele jeito, a comodidade de simplesmente querer a felicidade de todos fizera o Boo não lembrar de sua própria vontade. Por isso a mãe se desculpava, mesmo não sendo necessário na visão do rapaz. A culpa não havia sido de ninguém.

O corpo de Seungkwan voltou a pender para o colchão macio, suas costas foram abraçadas pelo cobertor quente, seus braços voltaram a abraçar o travesseiro de plumas, aquela seria uma noite cheia de pensamentos, mas ele tinha certeza de que o dia seguinte seria um dia novo e, com toda certeza, um dia mais reconfortante.


Notas Finais


DEU AQUELA SENSAÇÃO DE TA ACABANDO PRA VCS TAMBÉM? SOCORRO!!! EU TO SENTINDO MEU FILHO CRESCER E DEIXAR A CASA!!!!

ai gente... eu to bem feliz com estar acabando a fic... mas bem triste também! :(

vocês vão comentar né? não sumiram e desistiram de mim nesse tempo de hiatus né? diz que não por favor!!!


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