handporn.net
História Negócios e Cores- Thiam - Coisas que atormentam - História escrita por sorvetinhopanda - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Negócios e Cores- Thiam >
  3. Coisas que atormentam

História Negócios e Cores- Thiam - Coisas que atormentam


Escrita por: sorvetinhopanda

Notas do Autor


E lá vamos nós para mais um capitulo... Boa leitura :)

Capítulo 8 - Coisas que atormentam


Fanfic / Fanfiction Negócios e Cores- Thiam - Coisas que atormentam

−Acho melhor voltarmos para a empresa, você já deve estar atrasado para aquela reunião importante.

Theo tinha se acalmado aos poucos e com isso lembrou-se de tudo que ainda precisava fazer no trabalho, além do mais era mais seguro dentro da empresa do que ali na rua onde a qualquer momento Henri poderia aparecer.

−Acabei de cancelar meu compromisso de hoje, minha mãe vai assumir a reunião sozinha com nosso fornecedor.

−Liam você não fez isso por minha causa né? –Perguntou ao ficar surpreso pelo cancelamento.  −Não quero atrapalhar sua vida e muito menos ser um peso morto.

−Fica tranquilo Theo, em primeiro lugar eu nem queria ir para essa reunião entediante e em segundo você não atrapalha e nem é um peso morto, se eu estou aqui é por que sinto que devo estar ok?

−Ok... Mas o que você falou para sua mãe?

−Falei que não iria à reunião por que testaria um novo tratamento, ela obviamente ficou muito feliz e esperançosa me deixou faltar no mesmo instante. –Falou se gabando da mentira “perfeita”.

−Que tipo de tratamento é esse? É para o seu TEI? –Perguntou Theo olhando o movimento da rua, vários carros, motos e bicicletas passavam por seus olhos sem parar.

−C-como você sabe do meu TEI? −Questionou um pouco envergonhado e irritado, odiava quando as pessoas sabiam do seu transtorno.

−Meio que... Sua mãe me contou na minha primeira semana trabalhando.

Confessou com medo da reação de Liam.

−Aquela fofoqueira! –O loiro revirou os olhos. –Mal nos conhecemos e você já sabe das minhas merdas.

−E você sabe das minhas também, estamos quites. –Falou dando de ombros. −De qualquer forma eu preciso voltar, não quero correr o risco de me demitirem.

−Relaxa Theodoro, eu já avisei o RH dizendo que você passou mal e teve que ir embora mais cedo, espero que seus amigos não achem que eu te envenenei no almoço. –Theo não pode evitar rir com aquilo e Liam ficou feliz de ver o moreno sorrir, mesmo que ainda tivesse os olhinhos inchados do choro recente, agora ele sorria e isso era mais importante.

−Falando em amigos... –Raeken disse depois de um tempo em silencio, eles ainda estavam sentados no meio fio da calçada. –Me conta sobre a sua amizade com o Scott.

−Essa historia é muito longa... Vamos deixar para outro dia sim?

−Claro que não Liam, eu acabei de contar sobre meu relacionamento horrível com meu namorado, me expus pra caralho pra você e isso significa que você tem se expor também.

−Tá você tem um ponto. –Liam bufou e se levantou num pulo esticando a mão para Theo o ajudando a se levantar. –Nada mais justo né, mas não aqui.

−Onde então? –Disse batendo as mãos na calça para limpar. −O restaurante ou qualquer lugar perto dele está fora de cogitação.

−Vamos para a minha casa.

(...)

Ao chegar na casa de Liam a maioria dos empregados já tinha ido embora, a Sra. Dunbar costumava dar o final de semana de folga para todos os funcionários, então estava tudo limpo e organizado além de bem silencioso.

−Você quer ficar na sala, piscina ou no meu quarto? –Perguntou enquanto colocava seu celular para carregar.

−Acho que aqui na sala mesmo está bom. –Se sentou no sofá que tomava quase metade da sala.

−Você quer comer algo? Ou beber, tem refri, suco, água saborizada e...

−Você está tentando me enrolar Liam, conta logo vai!

Liam suspirou derrotado ao ver o olhar que Theo lançava para si, por isso se jogou no sofá e decidiu começar a contar.

−A Tia Melissa e minha mãe sempre foram amigas, desde a adolescência, e por isso viviam juntas, quando Scott nasceu ele logo se apegou a minha mãe que se tornou madrinha dele, três anos depois eu nasci e a Tia Melissa que fez o parto e foi minha pediatra até meus nove anos de idade.

−Vocês eram bem unidos pelo jeito.

−Sim, como as duas não se desgrudavam onde elas estavam Scott e eu estava também e fomos desenvolvendo uma amizade bem parecida com a das nossas mães, estudávamos na mesma escola e eu lembro que chorei no primeiro dia de aula por que não éramos da mesma sala.

Liam não conseguiu segurar o sorriso e Theo o observava prestando atenção em cada detalhe.

−Depois da morte do meu pai eu comecei há ficar mais tempo na casa dos McCall, dormia quase a semana toda la, por que minha mãe sempre viajava, nos primeiros meses parecia que estava tudo funcionando perfeitamente bem, Tia Melissa cuidava de mim, Scott e eu brincávamos, até que as crises de raiva começaram...

O loiro fez uma pausa e puxou uma almofada para abraçar contra o peito, parecia um pouco tenso e desconfortável, Raeken estava prestes a dizer que ele já tinha dito o suficiente, mas Dunbar continuou de forma acelerada antes que ele falasse qualquer coisa.

−Naquele dia eu quebrei o controle do vídeo game do Scott, eu não me lembro muito bem o motivo, só que pensei no meu pai enquanto jogávamos um jogo que ele tinha me ensinado a jogar e então minutos depois o controle estava em pedaços no chão, Scott mentiu por mim aquele dia, disse que tinha sido um acidente.

−Elas não desconfiaram de nada? –Theo perguntou.

−Não, Scott sempre foi inteligente e criativo, inventou a historia perfeita de como tinha acontecido e depois eu agradeci e prometi que nunca mais ia acontecer. –Abaixou a cabeça apoiando o queixo na almofada. –O problema é que aconteceu de novo, eu não sabia como controlar, a raiva só me consumia pelo motivo mais bobo que fosse.

−Você era só uma criança Liam...

−Que machucou outra criança! –Jogou a almofada do outro lado do sofá.

Theo observou a almofada cair no chão e Liam abraçar os próprios joelhos, ele decidiu se aproximar de forma lenta.

−Você machucou o Scott?

−Sim, a gente estava jogando lacrosse no quintal dele, e começamos a brigar por alguma coisa que não me lembro. –Olhou para Theo com um ar de frustração e continuou. −Quando tenho os ataques às vezes esqueço algumas coisas que aconteceram, só ficam flashes das merdas que eu fiz... Eu soquei a barriga dele com tanta força que quando percebi ele estava com falta de ar, era a porra da asma! Corri avisar a tia Melissa e ela correu com o remédio dele na mão, eu o vi caído na grama sem conseguir respirar com ela em volta tentando ajuda-lo e fugi, sumi por três dias seguidos e dessa vez Scott não pode mentir sobre o que aconteceu, Melissa conversou com a minha mãe e quando voltei para casa ela me levou a vários médicos até que um psiquiatra me diagnosticou com TEI e ai o tratamento começou.

−Sinto muito por tudo Liam, me desculpa por ter feito você relembrar essas coisas.

−Não se preocupa, eu me lembro disso tudo quase sempre, tem certas coisas que atormentam a nossa mente que é impossível para-las.

Ele se levantou e foi até a cozinha logo voltando com dois refrigerantes, entregou um para Theo, ligou a enorme TV que para o moreno parecia uma tela de cinema e abriu a latinha fazendo um alto pelo gás.

−Liam... Você acha que o Henri tem o mesmo transtorno que você? Por isso ele fica bravo e acaba fazendo todas essas coisas?

−Acho que não, ele faz de propósito, ele parece fazer querendo te machucar, te manipular, sem contar que eu nunca proibi ninguém de viver uma vida social e normal, já ele sim.

−Você tem razão, desculpa se ficou a impressão de que o comparei com você, vocês dois são muito diferentes e você com certeza é uma pessoa melhor que ele.

−Bom saber que alguém pensa isso de mim. –Sorriu para Raeken. −Agora pare de pedir desculpas, vamos assistir a um filme novo que saiu e aproveitar nossa folga de hoje.

 

(...)

 

Mais tarde Liam deixou Theo novamente há um quarteirão de distancia de seu prédio e quando o moreno desceu do carro não se sentiu como no dia anterior, com medo e preocupado, se sentiu leve e até parecia que era algo que acontecia sempre, como se Liam e ele se conhecessem há um bom tempo e já tivessem uma intimidade de anos.

−Tem certeza que não quer que eu te acompanhe até lá? –Liam perguntou.

−Não precisa o turno dele no trabalho vai terminar só daqui uma hora.

−Ok, se precisar de mim é só ligar que venho correndo.

Theo sorriu, se despediu e começou a andar o curto caminho até seu prédio, estranhou que o Jeff não estava na portaria, mas deu de ombros e subiu para seu andar, abriu a porta, tirou os sapatos e estava pretendendo dar uma olhada na caixa guardada no fundo do seu guarda roupa com seus itens de pintura e ver como estava o estado das coisas que provavelmente estavam naquela caixa desde que se mudou para aquele apartamento.

Foi até o quarto cantarolando uma musica animada que Liam tinha colocado no carro minutos atrás, mas quando chegou à porta do quarto se deparou com Henri sentado na beira da cama, sem camisa, de calça jeans, o cheiro de bebida pairando no ar, ele não estava com uma cara nada boa, ombros tensos e sobrancelhas franzidas, olhando para Theo com raiva.

−Você esteve num restaurante hoje Theo? –Perguntou com a voz rouca.

−E-eu... Eu...

−Eu o que Theo? Hein? ESTAVA OU NÃO?

−E-eu estava Henri, era só um almoço de trabalho só isso! –Falou juntando sua coragem para se explicar.

−Almoço de trabalho? Você trabalha agora por acaso? –Henri dizia no seu tom sarcástico, olhava de um jeito debochado que irritava até o ultimo fio de cabelo de Theo.

−Sim! –Respondeu decidido. −Sim Henry eu trabalho, eu me formei e quero exercer a minha profissão, quero ter meu próprio dinheiro!

−Seu merdinha! –Henri se levantou e prensou o namorado contra a parede. −Com quem pensa que está falando? Está cheio de coragem agora Theo?

 

Liam já estava voltando para sua casa quando viu a jaqueta de Theo no chão do carro, por isso voltou e foi até o prédio que o moreno havia falado que morava, o porteiro foi muito simpático e o deixou subir indicando qual era o numero do ape, ele bateu varias vezes na porta, mas ninguém foi atendê-lo até que ouviu gritos irritados vindo de dentro do local, ele mexeu na maçaneta e a porta abriu, entrou com a jaqueta em mãos e seguiu o som dos gritos até encontrar um homem alto e ruivo gritando com Theo.

 

−Solta ele agora Henrique! –Uma voz conhecida de Theo, mas desconhecida para Henri soou no cômodo.

−Quem é você? Invadindo minha casa porra!

−Liam...

−Você o conhece Theo? Está me traindo com ele?

Henri cuspia enquanto falava, Theo tremia tentando sair de perto do ruivo.

−Ele é meu chefe... Só isso.

Obvio que ambos sabiam que uma amizade estava crescendo entre eles, mas o ruivo não precisava saber desse detalhe.

−Solta ele e poderemos conversar como pessoas civilizadas. –Pediu Liam se segurando para não fazer uma besteira.

Para a surpresa de Theo, Henri obedeceu e se afastou dele, vestiu uma camisa e olhou para Liam esperando suas explicações, mas este o ignorou e foi falar com Raeken.

−Eu vim trazer sua jaqueta, você esqueceu no meu carro. –Estendeu a peça de roupa e Theo pegou com as mãos um pouco tremulas ainda.

−Obrigado. –Sussurrou para o loiro.

−O que você estava fazendo dentro do carro dele? Deu pra ele no carro feito uma puta? –As palavras de Henri eram repletas de veneno, ódio, rancor e tudo de ruim.

−Era apenas uma carona, nós almoçamos e depois voltamos ao trabalho.

Mentiu Liam trocando olhares com Theo.

−Ao final do expediente dei uma carona ao seu namorado, simples assim.

−Foi exatamente isso que aconteceu Henri, eu sei que errei não te contando que não estava trabalhando, mas você sempre teve medo de me deixar sair.

Theo sentia um bolo se formando em sua garganta ao falar, mas decidiu entrar no joguinho de Henri para poder manter seu emprego.

–E como não queria lhe deixar preocupado, decidi não te contar amor.

−Theo é excelente no que faz, e seu salário pode aumentar conforme o tempo na empresa Henrique. –Aquilo chamou a atenção do ruivo no mesmo instante. −Acredito que queiram mudar de vida, pensam num futuro promissor em um lugar mais confortável e maior que esse apartamento, ah aposto que sim.

−Obvio que pensamos, não é príncipe. –Puxou Theo pela cintura e este sentiu o almoço que tinha comido mais cedo revirar no estomago.

−Pois bem, juntando dois salários bons vocês poderão fazer isso e muito mais.

−O riquinho tem razão, você pode continuar a trabalhar, mas ouça bem Theo. –Segurou ou ombros do moreno fazendo com que ele olhasse fixamente para seus olhos. −Qualquer coisinha errada que você fizer eu irei descobrir e não vai ser chefinho nenhum que vai me impedir de te dar um corretivo ouviu bem?

−S-sim... Eu entendi. –Respondeu engolindo em seco, Henri pareceu satisfeito e o soltou indo até o banheiro.

−Acho que já esta na hora do riquinho ir embora.

O encarou uma ultima vez e bateu a porta do banheiro, logo se ouvia o barulho do chuveiro.

−Você está bem? –Falou Liam se aproximando e procurando algum machucado novo nos braços do outro.

−Estou... Na medida do possível. –Suspirou. –É melhor você ir antes que ele volte.

−Você vai ficar bem se eu for embora? Quer dormir la em casa? Temos uns cinco quartos de hospedes.

−Não se preocupe eu já estou acostumado. –Eles agora estavam na sala do apartamento.

−Isso vai mudar em breve Theo, eu te prometo.

−Obrigado Liam, por tudo.

Liam quase se assustou quando sentiu os braços de Theo em volta de si, ele o abraçava com firmeza como se não quisesse largar, o loiro o abraçou de volta com um sorriso se formando no rosto e logo após se desvencilharem ele passou pela porta de entrada e sorriu para Raeken que retribuiu e com resistência fechou a porta.


Notas Finais


Parece que a poeira abaixou... Por enquanto. 👀


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...