Era dia 17 de fevereiro e o aniversário de Taketora seria em cinco dias. Ele notou que seus colegas de time estavam o ignorando.
Kuroo foi o primeiro, ele costuma dar bom dia para todos os jogadores quando chega de manhã cedo para o treino, mas fazia alguns dias que ele nem respirava perto de Yamamoto. Era o mesmo com Yaku e Kai, que passaram a ignorá-lo com tanto afinco que ele ficou um pouco magoado.
A situação ficou potencialmente pior quando os seus calouros também não escondiam que algo estava acontecendo. Lev era um pouco expressivo demais para o seu próprio bem e claramente estava afetado por estar ignorando-o, mas ele continuou mesmo assim, assim como Inouka e o resto dos primeiranistas.
Ele poderia lidar com aquilo, Taketora não era do tipo que levava as coisas para o lado pessoal, mas a situação foi assustadora quando até Kenma e Fukunaga o ignoraram pela primeira vez.
As aulas do dia terminaram e ele correu para alcançar os dois para irem para o treino daquele dia, mas então quando Yamamoto os pediu para esperarem, eles continuaram andando sem olhar para trás. Ele achou que não o haviam escutado, mas eles continuaram a ignorá-lo quando tentou falar com eles assim que os alcançou no ginásio. Aquilo finalmente pareceu atingi-lo e ele ficou afetado durante aqueles dias intermináveis.
Yamamoto era o último a chegar e o primeiro a ir embora dos treinos, ele não dizia nada durante o tempo todo e falava somente o necessário com Nekomata e Naoi e ia embora sozinho tão cabisbaixo como nunca foi.
Ele era o tipo de pessoa que não ligava muito para laços de amizade, mas foi com o Nekoma que a sua ideia sobre afeto mudou e ele começou a considerá-los como família, então ser subitamente ignorado era, no mínimo, um motivo bom o suficiente para estar triste e não querer ir treinar.
No dia do seu aniversário, então, ele não foi para o treino. Assim que as aulas terminaram, ele foi para casa ficar triste e sozinho em seu quarto. Sua mãe ainda se interessou em saber o motivo da falta, mas ele não se prolongou muito na sua explicação.
Era por volta das seis da noite quando a campainha da sua casa tocou e sua mãe pediu para que ele recebesse as visitas.
Yamamoto desceu as escadas a contragosto e percebeu que o corredor estava escuro, as luzes apagadas. Ele foi a passos lentos até a cozinha e quando atravessou a porta, a luz foi acesa junto de confetes voando e gritos soando agressivamente animados. Sua cozinha estava cheia com os seus colegas de time, e havia um bolo vermelho na mão de Yaku que lhe sorria gentilmente.
— FELIZ ANIVERSÁRIO! — eles disseram juntos e Yamamoto quase sentiu vontade de chorar.
Ele se aproximou deles, Yaku chegou mais perto e estendeu o bolo em sua direção para que apagasse as velas. Taketora assoprou sobre as velas e continuou olhando para o Nekoma como se fossem estranhos.
— Por favor, não chora, Yamamoto! — Kuroo disse, bagunçando os fios do seu cabelo.
Ele continuava desacreditado.
— Então era por isso que vocês estavam me ignorando esse tempo todo?
— Nós não concordamos com isso — Inouka se apressou a dizer e Lev concordou. — foi Kenma e Fukunaga quem deram a ideia.
Yamamoto olhou magoado para os dois.
— Foi de propósito, mas havia um bom motivo — Fukunaga disse.
— Não vamos te ignorar por nada, Tora — Kenma acrescentou, levantando um embrulho pequeno em sua direção.
Agora ele estava genuinamente emocionado. O Nekoma havia se importado o suficiente até para comprar um presente para ele.
Ele segurou o presente com cuidado e pôs sobre a mesa e desfez o laço vermelho que cobria a caixa.
— Cuidado — Kenma o alertou.
De todas as possibilidade de coisas que poderiam ser aquele presente, Taketora nunca imaginou que seria aquilo.
Um miado.
Yamamoto olhou para os seus colegas.
— Sério?
— Sabia que dia 17 de fevereiro é dia internacional dos gatos? É muita coincidência. Não podíamos perder a oportunidade — Yaku começou. — É claro que pedimos permissão da sua mãe, e Fukunaga nos disse que uma vez você falou sobre querer um animal de estimação. Esta é uma boa oportunidade, não é?
Ao final daquele dia, Yamamoto não imaginava que estaria dividindo um bolo de aniversário com seus amigos de time, e nem que agora era pai de um gato filhote siamês. Alguns presentes, definitivamente, não tem preço.
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