— Por um momento, eu pensei que você iria esquecer de me ligar…
— Você sabe que eu nunca esqueço essas coisas, sou o primeiro de nós dois a lembrar de literalmente todas as datas comemorativas, seu bobinho — a fala, seguida da risada calorosa que amava com todas as forças, fez o baixinho sorrir adorável enquanto encarava o marido através tela do celular pela primeira vez no dia; este que o ligará a menos de um minuto para ver como estava e acompanhá-lo nos últimos dez minutos antes da meia noite e metade da madrugada inteira depois.
Jihoon odiava ficar sozinho e aquilo era um fato comprovado por ele, seu parceiro e seus amigos mais íntimos — principalmente o primeiro e últimos citados —; porém, com Soonyoung tendo sua agenda cheia graças às performances que fora chamado para mentorear e Jihoon possuindo seus próprios compromissos com composição, foi praticamente impossível segurar o homem de olhos de tigre na Coreia do Sul a uma semana atrás quando a força maior o chamou para algo extraordinário. Estando, desde então, em uma missão artística fora do país para ajudar um grupo rookie de sucesso que faria sua estreia com alta produção de fora em breve, projeto este trazendo mais visibilidade ainda para o Kwon e seu nome já forte na indústria como dançarino.
O baixinho amava ver o outro fazendo o que gostava desde quando se entendia por gente, o sorrisinho de ponta a ponta em todas as ligações quando havia acabado de treinar os mais novos, as três (a quatro) horas de ligação durante o longo intervalo de ambos — e admitia o produtor, um pouco do seu expediente chato também, quando ninguém estava olhando — apenas contando toda a experiência e situação na empresa alheia, as pequenas vezes na qual fora apresentado aos seus trainees secretamente favoritos… tudo aquilo era a serotonina diária de Jihoon e o motivo mais forte para prosseguir com seu dia no maior bom humor possível e deixar o coração quentinho.
Mas, ao mesmo tempo, Jihoon sentia uma saudade absurda deste.
Desde a manha do seu homem pela manhã murmurando que não desejava levantar da cama, até o toque alheio sobre seus cabelos quando este achava que ainda estava adormecido e aproveitava para admirá-lo, Soonyoung fazia uma grande falta em seu dia-a-dia quando estavam separados por forças maiores como aquela; era como se um pedaço da sua torta de chocolate favorita estivesse faltando, e o Hoon sentia falta de absolutamente tudo, dos beijos suaves e sem intenções secundárias por seu rosto e pescoço — apenas transmitindo sua pura e forte linguagem do amor, que não era lá tão favorável com o estilo de vida do mais baixo, mas amava tanto que se acostumou a conviver com esta naturalmente —, da risada de golfinho adorável quando Junhui falava literalmente qualquer coisa que soasse ao contrário do que queria dizer…
Talvez, fosse apenas um homem sensível demais e que odiasse mudanças bruscas na rotina perfeita, o que significava que, sem o Kwon, as coisas não eram iguais.
Ou, só estava sensível por ter que passar seu primeiro aniversário, desde o ciclo ficantes > namorados > maridos, sem ser mimado por este até às meia noite do dia seguinte.
Um pouco dos dois, diria Wonwoo se estivesse consigo naquele exato momento. Tudo na lata.
— Realmente, você sempre lembra, o esquecido aqui sou eu — confirmou sem graça em tom de brincadeira, sentando-se no banco da cozinha e apoiando seus cotovelos no balcão de mármore escuro enquanto segurava o celular. Observando o outro arrumar seus cabelos enquanto se confortável na cama grande da hospedagem onde estava.
— Eu adoro essa ponte gigantesca entre nós dois, só mostra o porquê de estarmos juntos oficialmente, duas peças opostas se encaixam bem! É como uma história!
— Você e suas histórias criadas ao meu redor… — riu soprado, admirando o outro amassar sua bochecha no travesseiro. Adorável… — Quando… você volta pra casa? Q-quer dizer, não que eu esteja com saudades, longe de mim, sabe que eu não sou desse tipo de coisa grudenta…
— Suponhamos que você não esteja, jagiya — Riu o Kwon, fazendo uma falsa afirmação e caindo na gargalhada quando o mais novo o respondeu respondeu um careta; era óbvio que Jihoon sentia sua falta, apenas observando as feições no rosto redondinho alheio ele pôde notar aquilo, mas não admitiria em voz alta.
E estava tudo bem, ele sabia e cuidava daquilo como se fosse um segredo.
A verdade era que Soonyoung também odiava deixar o baixinho sozinho, principalmente quando datas comemorativas como aquela — que era, simplesmente, um dos dias mais importantes na sua opinião — estavam próximas; do mesmo jeito que Jihoon nunca deixou um aniversário do mais alto ser passado em branco, o Kwon também não fazia o mesmo consigo, sempre iam para lugares distintos todos os anos, comiam, se divertiam, e passavam um tempo consideravelmente gostoso um com o outro mesmo que já ficassem juntos o suficiente na rotina atual do casal. Uma tradição inteira desde quando começaram a se conhecer e montaram uma vida juntos desde então…
Jihoon estar sozinho pela primeira vez enquanto completava mais um ano de vida parecia, até mesmo, como se estivessem namorando virtualmente por pequenos intervalos de tempo, idênticos a adolescentes bobinhos com muito amor no coração. Não era péssimo de morrer, apenas tristemente incomum para ambos, o que significava que casou com uma pessoa na qual realmente não sentia vontade de se separar nunca.
— Semana que vem, garotinho — com um suspiro alheio, prosseguiu suavemente — eu não vejo a hora de estar aí com você, trabalhar é ótimo, mas estar em uma hospedagem sem te ter dormindo e acordando comigo é tão esquisito…
— Eu acho que vou demorar para me acostumar se isso passar a acontecer mais vezes, agora com a sua possível carreira internacional — confessou, com um biquinho — também é esquisito não te ter aqui, eu sei que passo muito tempo com os meninos, principalmente Seungcheol e Minghao, mas não é a mesma coisa
— E isso é porque não está com saudades, claro
— Eu vou desligar na sua cara
— Piedade, jagiya, piedade TT — ambos riram juntos daquela frase, mantendo um silêncio gostoso depois com um pequeno sorriso de orelha a orelha enquanto se encaravam.
Pareciam dois bobos que estavam se encontrando pela primeira vez sempre que ficavam juntos, e aquilo só mostrava, mesmo que mais secretamente pela parte do Lee, que aquele relacionamento era pura água com açúcar. Tudo era bom, respeitoso e existia claro amor; o suficiente para ambos viverem felizes.
— Eu sinto a sua falta… — o comentário baixo do Lee fez Soonyoung soltar um sorriso bobo, sabendo que, se o marido estava revelando aquele sentimento, era porque este estava envolvendo brandamente o seu grande coração; era verdadeiro.
— Eu também sinto a sua falta, prometo que quando eu estiver aí, todos os meus dias vão ser dedicados inteiramente a você
— Mais ainda? — piscou adorável, tendo uma risada alheia novamente.
— Muito mais, meu amor, tudo o que você merece! Eu me casei contigo pra isso! — Soonyoung afirmou animado, checando o horário enquanto o Hoon sorria bobo; como toda vez que o marido relembrava que eram realmente casados — Oh, já é meia noite! Parece que alguém está ficando mais velho~
Jihoon fitou os zeros em seu relógio na barra de notificações do celular rapidamente, sorrindo um pouco ao ver que a sensação que esperava sentir não veio e entendendo mentalmente o verdadeiro sentido da situação; era óbvio que havia diferenças claras de momentos passados e atual, mas, quebrando tudo o que especulava anteriormente, Soonyoung estando consigo em carne e osso ou por telefone, ele ainda estava lá. Ligou para saber como se encontrava com sua ausência, viraria a madrugada consigo apenas para que não ficasse sozinho mesmo que possuísse compromissos pro dia seguinte.
Ele nunca ficaria sem o seu homem, porque este já era seu e voltaria a ficar consigo na semana seguinte. Apenas precisava ser paciente e afastar pensamentos ruins daquela forma.
Estar sozinho não era ruim, tinha um tempo para ficar consigo mesmo e um celular que o conectava a sua outra metade na maior parte do tempo que precisasse. Seu marido sempre estaria ali para ouvi-lo até mesmo de longe,
— Feliz aniversário, meu amor! — ouviu o homem de olhos de tigre desejar, com um sorriso bobo em seu rosto e os olhinhos se transformando em dois risquinhos — Você é a pessoa mais perfeita e importante do universo inteirinho, e eu sou o sortudo que te ama mil milhões!
— Eu também sou o sortudo que te ama mil milhões, jagiya… obrigado~
— Aish! Por que eu não gravei isso? Você é tão adorável! TT
— Você é um idiota!
— Idiota de quem?
— Meu… meu idiota!
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