Eadlyn Schreave
4 de março de 2018, La Jolla
=^^=
Silenciosamente entramos em casa com os nossos sapatos nas mãos. Deixamos o resto das coisas na varanda. Não haveria nada além de nós dois agora, e nossos corações sendo o único som que poderíamos ouvir.
E o meu está batendo tão forte. Ansiedade e antecipação correm pelas minhas veias e preciso dosar tudo isso com cautela porque estamos em uma casa com a minha família inteira.
Subimos as escadas e atravessamos o corredor como suspeitos de um assalto, olhando para todos os lados e garantindo que ninguém saberia o que roubaríamos um do outro essa noite.
Ninguém tem que saber.
Quando eu abro a porta do meu quarto, ele entra primeiro e dou uma última olhada fora antes de fechá-la e trancá-la.
Ninguém vai abrir.
Faremos desse quarto um oásis secreto, e ninguém fará ideia.
Eu joguei meus saltos no chão e encostei na porta, o observando. Ele não acendeu nenhuma luz quando entrou, e eu continuo no escuro o enxergando como a única luz nesse quarto.
Ele abre as cortinas e o luar invade. Parado em frente à janela, eu o vejo em tons de azul. A explosão de fogos de artifício colorindo o rosto dele dois meses atrás se transformou nessa única cor oferecida pela noite com um céu puro e cru, e ainda é lindo.
Atravesso o quarto até ele e paro a sua frente. Ele está respirando pesadamente e me pergunto se suas mãos estão tremendo como as minhas.
Eu tiro os seus óculos devagar e ele fecha os olhos por um segundo.
− Consegue me ver nitidamente assim? Sem óculos e no escuro? – Pergunto baixinho quando ele os abre de novo.
− Não tão nitidamente, mas consigo. De qualquer forma, a única coisa que eu preciso para amar você, é sentir você. – Meu coração palpitou.
Ele pegou os óculos da minha mão e pôs no criado mudo perto de nós. Me aproximei para beijá-lo, mas ele pôs o indicador nos meus lábios, me impedindo.
Ele andou em volta de mim e parou atrás. Segurou meus cabelos, os pondo pra cima em um rabo de cavalo com uma das mãos.
− Você vai me sentir também. – Ele disse, sussurrando em meu pescoço. Sua respiração quente seguida de um beijo deixado ali fizeram meu corpo se arrepiar.
Fechei os olhos e me concentrei em cada sensação enquanto ele continuava cobrindo meu pescoço, meus ombros e minhas costas de beijos.
Eu me virei ansiosa e lhe beijei de uma vez. Ele soltou meus cabelos e passou as mãos pela minha cintura, colando nossos corpos.
Eu tirei a jaqueta que ele estava usando, sem parar de beijá-lo. Coloquei as mãos em seu corpo o sentindo mesmo por cima da camiseta.
− Princesa Margareth. – Ele disse quando eu subi a sua blusa e nos soltamos para ele retirá-la. Eu sorri.
− Eu amo quando você me chama assim. – Ele sorriu e olhei para ele, encantada.
Encantada com tudo nele. Seu cabelo já bagunçado por minhas mãos. Seus olhos emanando desejo com as pupilas dilatadas e apenas uma linha fina do tom azul a circulando. Seus lábios molhados e bem vermelhos, afastados, esperando os meus encontra-los de volta. E a sua pele nua. O formato do seu corpo como um entalhe que iria me marcar e me moldar a ele assim que nos tocássemos de novo.
− Eadlyn? – Ele teve que me chamar e eu olhei de novo em seus olhos. – Posso tirar o seu vestido? – Eu sorri e me veio à mente o momento em que eu estava olhando o vestido na loja e desejando exatamente isso.
− Você deve. – Eu disse, me virando de costas para ele.
Coloquei o meu cabelo para frente, e ele desamarrou lentamente o laço, afrouxando o vestido em meu corpo.
Eu nem tentei segurá-lo, e ele deslizou pelo meu corpo caindo no chão de uma vez. Eu não estava usando sutiã graças a modelagem de costas nuas do vestido. Kile veio para frente, e suspirou vendo o meu corpo. Tirou os meus cabelos da frente dos meus seios e me beijou de novo.
Estávamos fazendo isso delicada e lentamente até agora, mas esse beijo nos envolveu com uma intensidade absurda e única.
Éramos mãos e lábios por todos os lados.
Eu abri a sua calça e ele me ajudou a livrar-se dela. Pele com pele se conectaram em um incêndio iminente.
Ele me segura e eu passo as pernas em volta da sua cintura, sendo carregada até a cama.
Tantas vezes antes eu acreditei que estava me entregando a alguém que me amaria e cuidaria de mim como eu mereço e eu estava errada em todas elas. Aqui estou eu de novo, escolhendo não desistir do amor baseada em experiências passadas. Eu sinto que é diferente agora.
Eu sinto que mesmo que alguma coisa prove que Kile e eu não deveremos ficar juntos a longo prazo, talvez para sempre, somos parte de algo que é especial o suficiente para ser lembrado como inevitavelmente e incrivelmente bom.
E dessa vez, eu não vou ser quem vai desistir facilmente quando as coisas ficarem difíceis e tentar me apaixonar novamente por outro alguém.
Eu o amo.
Ele vale a pena o suficiente para me fazer querer cruzar todas as linhas de um relacionamento e ir longe.
E se eu de novo estiver errada e acabar me queimando, pelo menos vamos ter sido eletrificados com essa energia.
Uma energia que nos fez loucos um pelo outro.
Amor.
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