Duas semanas se passaram. Desde o dia que Castiel ficou doente, Dressert começou a visitá-lo todos os dias. Ela chegava sempre pela manhã e eles voltavam juntos para casa depois da escola, passavam algumas horas na casa de Dressert ou na casa de Castiel, a maioria das vezes era na casa dele. Os sonhos com a Dressert não pararam, na verdade eles pioraram conforme os dias iam passando, mas Castiel não tentou afastar ela. Ela de alguma forma estava preenchendo um espaço vazio nele. Mas, nesta manhã, ele esperou por ela, mas ela não veio.
No dia anterior
- Tenho uma coisa importante para te contar, mas esqueci no caminho para cá... - Lysandre disse com a mão no queixo tentando se lembrar.
- Se você esqueceu, é porque não é importante... - Castiel já estava acostumado com Lysandre. Se ele não fosse assim, todo desorientado, talvez eles não fossem amigos.
- Era importante sim. Muito importante... – Ele se esforçava para lembrar.
Os dois caminhavam pelo pátio com as mochilas nas costas. Já era hora de ir embora e eles esperavam apenas a Dressert sair para irem. A diretora queria conversar com ela sobre as notas das provas. Não que ela tenha ido mal, mas por ela ter sido a melhor.
Dressert veio correndo.
- Vocês não vão acreditar... A diretora pediu para eu escolher o que vai ser o próximo evento da escola como recompensa por ter tido o melhor desempenho nas provas! – Ela disse animada.
- Tenho certeza de que ela vai se arrepender disso... - Castiel disse rindo.
- O que você escolheria? – Dressert simplesmente ignorou o comentário maldoso dele.
- Eu escolheria não ter evento nenhum. Já passamos muito tempo neste lugar... - Castiel responde sem precisar pensar.
- Uma festa seria interessante... – Lysandre disse.
- Sim! Uma festa! Eu nunca participei de uma, com certeza deve ser divertido! – os olhos dela já estavam brilhando.
- Sabe o que geralmente acontece nas festas? – Castiel foi se aproximando dela devagar.
- N-não... O que acontece? – Ela se assustou um pouco com a atitude estranha dele.
- Sabe... – ele pegou no braço dela e falou em seu ouvido esquerdo – Pessoas como você costumam perder a virgindade – E voltou a olhar para ela sem soltar seu braço.
- Isso é maldade, Castiel. Ela parece que vai explodir de tão vermelha... – Lysandre disse olhando a cena. Ele ficava se perguntando porque os dois não ficavam juntos de uma vez por todas, mas tinha uma ideia do porque.
- É por isso mesmo que eu faço isso. Não é engraçado? – ele disse rindo.
- Castiel... Acabei de me lembrar o que eu tinha para te contar... – Lysandre olhava fixamente para a direção da qual Castiel estava de costas. Castiel se virou um pouco para olhar.
- É... realmente era importante... – Ele disse soltando o braço de Dressert imediatamente.
Todos olharam para a direção que Lysandre olhava. Sem saber porque, Dressert sentiu uma sensação ruim quando Castiel soltou seu braço ao ver a garota de cabelo castanho e olhos azuis que olhava para ele da saída da escola. Ela e Castiel trocaram olhares surpresos até ela dar dois passos para frente e depois correr na direção dele. Castiel não se moveu até a garota alcança-lo, o beijar e logo em seguida abraça-lo. Dressert ficou sem reação ao ver a cena, enquanto Lysandre parecia irritado.
- Eu senti a sua falta, gatinho... – ela disse se soltando do abraço devagar.
- Debrah... O que você está fazendo aqui? – Castiel ainda estava surpreso.
- Eu voltei para te ver... – ela disse acariciando o rosto dele. Ele não a impediu – Você não sentiu a minha falta?
- E-eu... – Ele se virou para Lysandre e Dressert, mas olhou apenas para Lysandre – Com licença... – Ele pegou no braço de Debrah e a levou com ele para fora da escola.
Agora
Não aconteceu nada entre ele e a Debrah naquele dia. Mas ela pediu uma coisa... Queria voltar com ele. Não era só a banda, mas voltar a ter um relacionamento com ele. Ele não podia negar que aquilo era o que ele queria desde quando eles terminaram, mas as coisas estavam diferentes agora. Seus sentimentos estavam confusos por causa de uma certa pessoa.
Ele concluiu que ela não apareceria na casa dele pela amanhã, então resolveu ir para a escola sem ela. Chegando lá, foi para a sala e não a viu em lugar nenhum. Sentou-se em sua cadeira, mas ficou encarando a cadeira dela vazia até Faraize entrar na sala e começar a aula. “Ela está atrasada... Ou será que não vai vir?”, ele não parava de pensar nela desde a hora que ele acordou e não ver ela lá o deixava tão preocupado que queria levantar dali e sair correndo procurando por ela.
“Será que ela está bem?” ele se perguntava quando a viu entrar pela porta. Ela imediatamente se sentou sem falar com ninguém. Faraize pensou em falar algo, mas desistiu. Antes dela se sentar, Castiel conseguiu ver rapidamente um de seus joelhos sangrando. A roupa dela também estava um pouco suja. Milhares de coisas passaram pela cabeça dele.
Ele rapidamente rasgou um pedaço de papel e escreveu “O que aconteceu com você?” e jogou na mesa dela. Ela demorou para pegar o papel. Ele estava pensando em escrever outro quando viu ela abrir o papel e escrever nele. Depois o jogou de volta na mesa dele. “Eu caí...”. Ele sabia que ela podia até ser um pouco tapada, mas não era desajeitada a ponto de cair por acidente. Ele escreveu “Foi a Ambre?” e jogou na mesa dela novamente. “Já disse que eu caí. Não me pergunte mais nada...” ela respondeu e ele decidiu não perguntar mais.
Uma hora antes
Dressert estava acabada. Não conseguiu dormir nem um pouco durante a noite já que não parava de se lembrar da cena daquela garota beijando e abraçando Castiel. O pior de tudo para ela é que ele não fez nada para parar ela. “Ele ainda gosta dela...”, ela pensava enquanto andava cabisbaixa pela escola. Ela subiu alguns degraus da escada e quando chegou no final, se deparou com alguém que não queria ver nunca mais em sua vida.
- Olha só quem é... – Ambre disse parando na frente de Dressert.
- Me deixe passar... - Dressert a encarava.
- Você parece mal. Descobriu que ela está de volta, não é? A ex dele... – Ambre disse sorrindo – Suas chances com ele acabaram...
- E as suas também... – Dressert respondeu vendo o rosto de Ambre se encher de raiva.
Sem ter a chance de se defender, Dressert foi empurrada e saiu rolando pela escada. Quando finalmente chegou no final, ela sentiu seus joelhos arderem e uma dor não tão forte nos braços. Ambre saiu correndo de lá antes que alguém a visse e Dressert se levantou devagar, pegou suas coisas que tinham caído no meio da escada e foi para o banheiro. Ficou um tempo por lá se encarando em um dos espelhos para a raiva passar e depois foi para a sala.
Agora
O primeiro período passou e o sinal para o intervalo tocou. Dressert se levantou rapidamente e saiu a passos largos da sala. Castiel foi atrás dela e a alcançou com facilidade.
- Dressert! – ele ainda estava atrás dela que continuava a andar – Dressert, para um pouco! – Ela continuou andando. Perdendo a paciência ele acelerou um pouco mais e a pegou pelo braço a fazendo parar – O que você... – Ele viu a expressão de dor no rosto dela e soltou o braço dela imediatamente – “Mas... eu nem segurei com tanta força...”, pensou.
- Me deixa em paz... – Ela disse massageando o lugar que ele estava segurando.
- Eu só quero saber se você está bem! Por que você está desse jeito? – ele já estava nervoso, mas não aumentou o tom de voz.
- Não é comigo que você tem que se preocupar agora... – ela disse encarando o chão.
- Eu me preocupo com quem eu quiser e na hora que eu quiser! – agora sim ele aumentou um pouco o tom de voz.
- Então escolhe outra pessoa...
- Francamente, eu não tenho paciência para essas frescuras... – ele pegou no braço dela novamente e a saiu puxando pelo corredor.
Ele a levou até a enfermaria sem se importar se o braço dela doía enquanto a puxava. Chegando lá não tinha ninguém, então ele pegou algumas coisas para fazer um curativo e obrigou Dressert a se sentar.
- Vou fingir que acredito na sua história de que caiu e nada mais... – ele disse passando remédio no joelho dela enquanto ela fazia careta – Vai me dizer porque está toda estranha? Não está pensando em suicídio de novo, está? Se for o caso faça direito dessa vez...
- Eu não te devo explicações, você não é meu pai... – ela disse ainda fazendo careta.
- Não sou mesmo. Por isso vou passar isso aqui que arde muito no seu joelho machucado sem dó nem piedade... – Dessa vez ela soltou um ‘Ai’ fazendo ele rir.
- Eu te odeio... – ela disse enquanto sentia o joelho arder tanto que parecia queimar.
- Eu sei... – ele continuou cuidando do machucado dela. Quando terminou ele olhou bem nos olhos dela – Foi a Ambre, não foi? Por que ela fez isso dessa vez?
- Sim... – Dressert pensou se respondia a segunda pergunta ou não, ela não queria entrar nesse assunto – Foi por causa da Debrah... – resolveu ser sincera. Ele ia saber que estava tentando esconder alguma coisa e ia insistir.
- Entendo. Ela deve estar preocupada com a volta dela... – Ele pareceu ficar distraído por um instante – Você também está?
- Claro que não! – Ela respondeu nervosa enquanto se mexia na cadeira.
- Você não sabe mentir... – ele sorriu fraco e depois se virou ficando de costas para ela – Vamos voltar...
Os dois voltaram em silêncio. Passaram o dia sem se falarem direito. Não foram embora para casa juntos. Ele tinha que dar a resposta para Debrah. Não queria dizer não, mas também não queria dizer sim. Se lembrava dos momentos que passou com ela e queria ter aquilo de volta. Mas não sabia se era com ela. O que ele não percebia é que enquanto ele pensava, as coisas entre ele e a Dressert ficavam cada vez mais estranhas sem que ele percebesse. E isso poderia ser um grande problema.
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