“Bem, garota, eu acho que essa é apenas uma parte do amor
Mas eu espero que você saiba que é a única com quem eu sonho
Acabou a brincadeira, acabou
Eu não tenho tempo para jogar nenhum jogo com você”
(PLAYTIME - JUSTIN BIEBER)
Eu estava entendendo nada. Como assim ela me deu uma passagem de avião? Analisei bem e não vi o destino. Não tinha nada, estava em branco. E também não tinha data de ida ou de volta. Como assim? Ela queria que eu fosse embora? Queria me ver longe daqui? Com tudo que está acontecendo a minha mãe quer que a abandone?
- Filha, finalmente você vai poder ir embora daqui. Viver sua vida e sem Jeremy para te atormentar. Eu quero que você seja feliz filha. E se tiver que ficar longe de você, que assim seja.
- Mãe eu não posso aceitar. – disse chorosa tentando limpara as lágrimas que já molhavam meu rosto.
- Claro que pode. Como vai. – Minha mãe falou seria apertando a sua mão sobre a minha. – Olha mas não precisa decidir nada agora querida. Só quero que saiba que se quiser ir embora e ter uma vida normal, eu não vou te impedir. – Nesse momento eu e ela já chorávamos sem nos importar com a presença de minha amiga no quarto. – Eu te amo Tália, mais do que tudo na minha vida. E quero eu fique segura, com o seu irmão. Me prometa que vai cuidar dele filha. - Assenti me agarrando no seu pescoço, como uma criancinha que precisava de colo.
- Eu te amo mãe, você e o Paul são tudo para mim. - Eu soluçava entre as palavras. – Não vou deixar que nada. Nada, aconteça com vocês.
- Filha mais uma coisa. – Ela se soltou de mim. Pegando algo em seu bolso. Era uma carta. – Eu não podia deixar de te dar isso. Não abra a carta. Eu quero que a guarde para mim. Quando chegar a hora quero que você a leia. – Eu assenti e deixei a carta em cima do criado mudo.
- Mãe assim eu vou achar que você está querendo se livrar de mim. – ri um pouco mais no fundo era o que eu realmente achava. Tem alguma coisa que ela está me escondendo.
- Não filha, nunca pense isso. Eu simplesmente quero que você tenha uma vida. Não te quero amarrada a uma história que não é sua. Quero te ver feliz, sem Jeremy, nem eu. Nem ninguém para atrapalhar sua jornada.
- Own mamãe. – a puxei para um abraço enquanto sentia meu choro molhar sua camiseta vermelha. – Eu adorei o presente, mas..., Ainda tenho muita coisa para resolver em Atlanta.
- Eu sei querida. – ela se afastou e limpou as lagrimas que inundavam seu rosto. Depois riu. – Ta bom de choro por hoje mocinha. É o seu dia.
Ela se levantou e deu um beijo demorado sobre minha testa. Depois caminhou até a porta e saiu, sem falar mais nada.
(...)
Me encarava no espelho havia alguns minutos, ainda não acreditando que aquela que olhava no espelho seria eu mesma. Toda a caretice que eu representava esses últimos meses havia evaporado. Meus olhos pareciam brilhar, minhas bochechas rosadas e meu corpo não parecia tão magro. Priscila havia feito cachos em meus cabelos loiros e o prendeu num coque elaborado com tranças e a coroa de flores na minha cabeça. Meu vestido prendia no pescoço sendo as alças de correntes douradas. Com a maquiagem baseada em branco e dourado, minha boca estava com um brilho incolor. Já me sentia chamando atenção de mais com essas asas nas minhas costas.
Minhas mãos vão para o meu pescoço e eu vejo o colar que Justin me deu a semanas atrás quando eu terminei com ele. O coração rosa. Eu nunca consegui tira-lo, fazia parte de mim agora, estava ali para me fazer lembrar todos os dias dele, todos as horas que eu vou sempre vou ama-lo. Não importa de quem ele seja filho ou quantas coisas eu terei que enfrentar, eu amo Justin e não vou nunca mais deixar você ir embora.
- LIA VAMOS O TAXI NA TÁ NA PORTA. – Gritou Kristy do andar de baixo. Peguei uma bolsa pequena preta e o meu celular antes de sair do quarto e a fechar atrás de mim.
No andar de baixo avistei minhas amigas conversando, Kristina vestia um vestido vermelho colado brilhante e uma tiara com chifres. Uma mão se apoiava num tridente vermelho enquanto a outra repulsava em sua cintura com suas unhas na mesma cor de seu vestido. Com saltos altos vermelho sangue e uma meia calça furadinha preta Kristy esbanjava sensualidade. Seus cabelos loiros claros estavam lisos e chegavam até mais da metade se suas costas, com os lábios vermelhos e os olhos perigosos. Já Pri estava comendo um pacote de biscoitos recheados como se sua dependesse disso. Priscila agora vestia uma camiseta grande e um short curto, com o cabelo preso no topo da cabeça minha amiga estava adorável. Quando desço o último degrau o barulho do meu salto com o chão chama a atenção das duas. Elas se viram boquiabertas, era engraçado ver as duas dessa forma. Kristy e Priscila batem palminhas animadas ao notarem meu repentino sorriso.
- Amiga se o Bieber não te der valor todos os outros vão, você está arrasando. – Kristy diz pegando minha mão e me fazendo dar uma voltinha.
- Não amiga, você é que esta! Vai deixar todos os garotos babando. - respondi e vi suas bochechas corarem de vergonha. Ri de sua reação seguida de Priscila.
- vou nada! Agora vamos que o taxi já deve estar puto conosco. - Krity mudou rapidamente de assunto segurando minha mão e me puxando para fora.
- Espera! – me soltei e corri em direção a minha amiga a abraçando. - E você vai ficar bem?
- Claro! O Chaz já está vindo me buscar, não se preocupe aproveite seu dia. - Priscila argumentou sorridente, me apertando mais. – Eu te amo amiga.
- Também te amo gorda. – Disse beijando sua bochecha e correndo para o táxi que me esperava impacientemente.
Adolescentes, Fantasias, bebidas, música e sexo.
Era o que eu definia uma festa de Halloween dada por um dos populares do colégio. A casa ou melhor, mansão estava toda decorada com teias de aranha, luzes florescentes e aboboras assombradas. O lugar era mal iluminado deixando mais sombrio, havia fumaça no chão e sangue falso nos moveis. Chegamos na festa já chamando atenção, os olhares estavam em nós e pela primeira vez em meses eu já não me sentia a Lia triste e depressiva. Aos poucos reconheci algumas pessoas da minha sala, a garota que fazia dupla comigo na aula em Inglês, Hailey estava vestida de enfermeira, com uma mão “morta” envolvida no seu pescoço por dois fios. Vi Joe com o desenho de uma cabeira no rosto e com seus cabelos escuros espetados no alto da cabeça. Havia muitos Piratas, Princesas sexy e bruxas. Ri com isso, as pessoas perderam o espirito do halloween mesmo, posso jurar que vi meninos sem fantasias apenas com roupas casuais. Que sem graça.
Kristy entrelaçou seu braço no meu e sorriu para mim, caminhamos juntas até a rodinha de amigos em que Ryan, Justin e Kevin estavam, eles bebiam e riam animados. Até que viram a gente, parecia coisa de filme, Kevin nos viu e bateu em Ryan para chamar sua atenção, que na mesma hora bateu em Justin.
Posso jurar que se não estivesse me apoiando em Kristy eu teria caído, minhas pernas viraram gelatina e eu só conseguia ouvir o som do meu coração batendo. Tudo ao meu redor havia ficado mudo. Eu só o via. Justin vestia uma fantasia colada de Power Ranger vermelho lhe mostrava todos os seus músculos e delineava seu corpo. Seu cabelo loiro estava em um topete desleixado e perfeito. Ele bebia algo em um copo vermelho enquanto me encarava minuciosamente.
Meu coração disparou e eu me senti como se estivesse tudo em câmera lenta, apenas eu e ele.
- Uau vocês estão lindas. – Elogiou Ethan, um dos garotos do time de beisebol. Um moreno atlético de olhos escuros e sorriso brilhante. Ethan vestia uma fantasia de Super man. – Kristy ...Você está...
- Arrasando? - brincou minha amiga sorrindo para Ethan que estava praticamente babando por ela.
- Quer dançar?- perguntou com um sorriso nos lábios estendendo a mão para a loira de olhos azuis.
Ela assentiu pegando sua mão e foi guiada por Ethan até a pista de dança. A segui com os olhos enquanto pude porem eles rapidamente desapareceram na pista. Ouvi um quebrar de algo e voltei os olhos para Ryan e Justin. Ryan estava com cacos de vidro na mão o que uma vez fora seu copo. Com os olhos em chamas de raiva ele rapidamente saiu de vista antes que alguém falasse algo. Ainda restava eu, Justin e outros dois garotos, Wesley e Bobby.
- E você Lia?- Wes chamou a minha atenção. Ele era um rapaz adorável, charmoso de olhos azuis, cabelo preto e espetado, jogador de hóquei se não me engano. Ele vestia roupas rasgadas e seu rosto foi pintado a imagem de um zumbi. – Quer dançar? – seu tom malicioso era nítido. Discretamente olhei para Justin, sua veia no pescoço estava saltando e ele fechara sua mão em punhos.
Dei um sorriso amarelo e nessa mesma hora ele peou minha mão e me levou, sem ao menos eu responder sua pergunta. Não o julguei, estava bêbado e eu sem ação, não podia cobrar algo que nem eu mesma estava sendo capaz de cumprir. Passava Titanium do David Guetta, eu amo essa música.
- You shoot me down but I won't fall, I am titanium– Cantei enquanto dançava no meio da multidão com Wesley na minha frente.
- I’M TITANIUM – Cantamos juntos antes da batida rolar começarmos a pular junto com os outros.
Era viciante, a batida, a melodia, o ritmo. Tudo era perfeito. A música, a melodia que percorre meu corpo e o faz transmitir as sensações tão prazerosas que ela proporciona. Ela me faz sentir mais viva, mais eu mesma. Sem falhas, sem problemas ou mentiras, apenas eu. E para ela eu sou o suficiente, eu sinto ela me invadir e tomar conta do meu corpo. Movo os quadris conforme a música e me deixo levar. Apenas hoje.
“I'm bulletproof nothing to lose
Fire away, fire away
Ricochet, you take your aim
Fire away, fire away
You shoot me down but I won't fall
I am titanium
You shoot me down but I won't fall
I am titanium
I am titanium”
(TITANIUM – DAVID GUETTA)
Porem sinto minhas asas baterem em alguém atrás de mim. Justin. Me viro e o encaro confusa, ele toma a minha nuca com uma das mão e sem falar nada beija meus lábios. Aquela sensação boa volta, o friozinho na barriga, a borboletas no estomago, as pernas de gelatina e o coração batendo forte. Tudo por culpa dele, Justin Bieber me faz sentir dessa forma, ele me completa. Ele foi feito para mim, cada detalhe seu, cada sorriso tolo, cada brincadeira besta, cada abraço sincero. Os beijos de amor.
- Justin... – falei o separando de mim, o que não mudou muito a nossa distância já que ele me segurava pela cintura com a outra mão. – O que você está fazendo?
- Uma coisa que eu já deveria ter feito a tempos, pegando o que é meu de volta. - Bieber disse me puxando novamente e atacando meus lábios sem pudor algum. Não aguentei e me entreguei ao beijo, explorando seus lábios carnudos e sedentos de desejo. Sua língua entrou na minha boca sem cerimônia tomando o controle da situação. Brigando com a minha língua, uma guerra sem fim inteiramente deliciosa.
Ao sentir o ar faltar Justin passou os beijos para o meu pescoço depositando um chupão em eu pescoço me fazendo delirar. Não consigo reprimir um gemido e ele o faz novamente, Ok isso com certeza vai ficar roxo amanhã. Puxo seus cabelos o afastando do meu pescoço para assim morder ferozmente seus lábios os chupando em seguida.
- Porra- falou em um sussurro ainda de olhos fechados. – Vamos sair daqui Miller, agora.
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