História No Broken Hearts - As cidades.

P.O.V. PERCY JACKSON

O que eu deveria fazer? Vamos lá, eu tenho até uma lista mental. Que tal prestar atenção no que Quíron fala? Prestar atenção no que a Hazel me fala? Pensar em possíveis estratégias para ganhar esse ano? Cogitar a possibilidade de recrutar novas pessoas para o meu grupo ou até mesmo ver se estou com a camisa correta ou do avesso, eu poderia estar ocupando minha mente com qualquer desses assuntos, mas em vez de fazer qualquer uma dessas coisas que seriam úteis para mim, estou encarando a cretina loira amiga da minha prima, analisando os detalhes dos traços do rosto dela, vendo que os cílios longos dela parecem descansar nas bochechas quando ela fecha os olhos para pensar em sei lá o que, tentando de uma forma ridícula descobrir quanto o cabelo dela mede e o porquê da blusa ser justa a ponto de eu conseguir saber exatamente o tamanho dos seios dela. DROGA! Essa desgraçada deve ter feito alguma coisa, alguma magia sombria, para que eu fique tão interessado nela e parece que essa merda ‘tá acontecendo com o Octavian, que fica babando nela como um cachorro, ela ainda sorriu para ele, ergo minha cabeça para o palco, onde já deveria estar, mas quando vejo pelo canto dos olhos que ele parou de encará-la e volta a olhar para o palco sorrindo junto com ela, a merda do meu corpo me trai, eu me traio, minha mente me trai e quando percebo, já estou a encarando novamente, só que dessa vez ela percebe e me olha, odeio que ela me olhe com aqueles olhos amedrontadores, sufocantes, cerro meus punhos e volto a olhar para o palco, sinto que meu movimento com a cabeça foi brusco, mas não me importo. Tento me concentrar no que Quíron diz, mas a lembrança de hoje mais cedo invade minha mente: “Você tem a mente mais maldosa do que demonstra, Annie.”, por que eu fiquei tão incomodado com a merda da intimidade que aquele cara parece ter com ela? Por que caralhos eu fiquei ouvindo a conversa? Que se dane. Que ele se dane. Que ela se dane. Forço minha mente a parar de perder tempo com idiotices e me concentro no que Quíron fala.

  -...espero que depois do que eu acabei de falar, vocês se sintam em casa, ou pelo menos conformados com o fato de que irão ficar aqui por um bom tempo. – sorriu de forma amigável. – Agora irei explicar algumas regras antes de dizer como vai funcionar essa disputa. Bom, espero que vocês tenham lido o guia que demos alguns dias antes de vocês chegarem aqui, mas de qualquer forma, não custa ressaltar, irei falar as principais. É terminantemente proibido trazer bebidas alcoólicas para o acampamento, nós não permitimos campistas andando pelo acampamento após o toque de recolher, pois temos guardas e eles não saberão identificar se são campistas ou invasores no escuro e vocês podem acabar se machucando. – ouvi alguns risinhos, depois de algum tempo, eles aprendem quando esses guardas fazem ronda e onde, aí fica mais fácil de fugir para onde se quer. – É normal no acampamento, nosso pessoal ser competitivo, mas nada de lesões, mutilações e nem sonhem em nada relacionado à morte. – disse e vi que seu olhar se fixou em uma parte da multidão onde tinha uma garota de cabelos castanhos e parecia ser bem forte, ela estava rodeada de pessoas parecidas com ela, no quesito violência. – O Half Blood quer uma disputa limpa, nada de trapaças, ou pegadinhas em provas, podem machucar os competidores, e isso irá gerar sérias consequências. – dessa vez o olha dele se focou em dois gêmeos loiros, que faziam um toque de mão estranho e quando perceberam que estavam sendo observados, pararam e tentaram parar de sorrir, podem se passar anos e o Quíron nunca vai aprender a ser discreto. Ou talvez ele nem tente. – Nós temos horários para comer, dormir, passear. Respeite-os e sua equipe será recompensada, respeitem o lugar onde vocês estão. Nada de lixo pelo acampamento, esse lugar é limpo, quero ele exatamente assim até o fim desse verão.  E por último e não menos importante...- ele encarou todos calmamente  e disparou: - Nada de dormir no chalé de outra equipe, os chalés são para as equipes, apenas membros dela podem dormir no local, se forem pegos, enfrentarão sérios problemas, espero que gostem do acampamento e se divirtam, qualquer coisa que precisarem, não hesitem em me procurar. – e voltou para a mesa carregado de aplausos. Zoe se aproximou do centro do palco e sorriu.

  -Creio que muitos de vocês já me conheçam pela recepção calorosa que eu fiz questão de oferecer. – reviro os olhos. – Então já sabem que meu nome é Zoe Doce-Amarga e que eu sou chefe dos monitores, logo, preciso dizer umas coisinhas. Primeira: esse lugar é um lugar de preservação, eu não quero ver nada sujando ele, se eu ou algum monitor ver a pessoa que jogou, da sua equipe será descontado pontos. Ártemis não fez tanto esforço para salvar isso aqui para acabarem com ele em um verão. Segunda: eu não quero jogo sujo, eu sou criteriosa sobre a organização dos quartos e não gosto de baderna. Terceira: se eu encontrar qualquer tipo de droga ilícita com vocês, vocês nunca mais pisam aqui, entendido? – terminou com um sorriso de “vou te ferrar” e em seguida continuou como se só tivesse anunciado o que vai ter no jantar. -O acampamento tem a honra de apresentar: Medusa, ela nos ajuda a vigiar vocês, Celeno, Aelo e Ocípide, nossas principais seguranças da noite. – conforme ela ia falando, as pessoas na mesa iam se levantando para se identificar, eu conheço todos e não suporto quase nenhuma, mas a quem tem um lugar favorito no inferno na minha opinião, é Medusa, mulher asquerosa, parece uma cobra.

   Zoe apresentou mais diversos funcionários, incluindo uma nova funcionária que pelo que ela disse, é uma professora de matemática, os da enfermaria, da Casa Grande, de diversos e nos apresentou a Ártemis, a dona dessa colina, ela parece ser bem nova, mas ouvi dizer que é muito rica e é mais velha que o irmão dela que tem vinte e sete anos, não quero nem pensar no que ela faz para manter aquele rosto junto.

[...]

Depois de muito falatório desnecessário para mim, Quíron assume a frente e começa a explicar como funciona a disputa.

  -Houveram algumas mudanças nas equipes, antes eram menos alunos, como são mais agora, vamos fazer chaves para as disputas e as equipes que ficarem em primeiro de cada chave, vão começar a disputar entre si até sair uma vencedora, cada equipe, vai representar uma Cidade-Estado grega, para manter a tradição das nossas raízes, as equipes que irão se destacar, vão subir e terão a chance de disputar com outras equipes, as que perderem, poderão se unir as que estão competindo, daí eu conto com a estratégia de vocês, a diplomacia, o senso de negociação para decidirem a quem irão se aliar. As cidades escolhidas esse verão são: Esparta, Paestum, Olímpia, Athenas, Creta e Éfeso. Cidades belas e importantíssimas para a Grécia Antiga. Nós nos reunimos e decidimos pelo perfil escolar de vocês, quais de vocês irão liderar essas cidades. Quando eu digo nós, quero dizer Dionísio, Zoe, Medusa e outros funcionários que já os conhecem e eu, é claro. – sorriu e pela primeira vez me sinto um pouco inseguro, fui escolhido nos meus últimos anos para ser líder, mas Quíron é imprevisível. Ele sorri para nós e suspira antes de começar a anunciar a primeira cidade.