— Fico feliz que tenha realmente aceitado essa herança, Chaeyoung. — Juyeon diz com uma felicidade genuína, aquilo fez a morena sentir um gosto agridoce na boca.
Era bom ver Juyeon orgulhoso do novo passo que estava dando, mas ainda assim se sentia culpada pela explosão na tarde passada. Mesmo que depois que Juyeon e Eric tivessem chegado no apartamento de Rosé aquela manhã, o trio teve uma conversa bem franca entre eles. Claro, depois que Eric e Rosé passaram quase duas horas conversando dentro do escritório da dona do apartamento a portas fechadas. Eric e Chaeng até mesmo conversaram um pouco a sós depois que resolveram a papelada sobre a herança, bem como com a corretora do apartamento de Chaeyoung, mas logo tiveram que se separar já que o Son iria tentar resolver o problema de indisciplina de Wendy. Era esse o motivo de estar com Juyeon naquele momento, o mais velho perguntou se eles poderiam ter um tempo juntas.
— Por incrível que possa parecer, eu devo isso a Rosé. Ela abriu meus olhos para o loop que eu estava vivendo sem me dar conta. — Chaeyoung comentou enquanto entravam na academia de treinamento particular de Juyeon, onde a morena passou toda a sua adolescência treinando. Hoje o motivo era um pouco diferente, depois do que aconteceu aquela manhã, Juyeon tinha certeza que ela precisava extravasar. Mesmo sendo Chaeyoung, que está acostumada com situações assim, com a narração dos acontecimentos do dia, era evidente o autocontrole que teve com Wendy, a jovem estava no limite. E seria bom extravasar antes que explodisse da mesma maneira que a meia irmã problemática.
A morena realmente agradeceu de ter passado em casa em pegado roupas limpas, já que sabia que não sairia daquela academia sem apanhar bastante antes, não queria ter problemas com a blusa emprestada de Roseanne. Jogou a mochila num canto, antes de tirar o moletom preto, ficando apenas com sutiã desportivo preto, calça da mesma cor e colocando as luvas de muay thai. Não foi surpreendente encontrar o olhar avaliativo de Juyeon sobre ela assim que entrou no tatame, especialmente depois de citar a sua chefe e ter o colar que ela conhecia tão bem agora preso no pescoço da sua protegida.
— É verdade, então? Vocês têm alguma coisa? Um relacionamento? — A morena soltou um suspiro pensativo, esperando Juyeon colocar as próprias luvas. Nesse tempo pensava que nem ela sabia o que estava acontecendo, até agora nem entendia o motivo de Roseanne afirmar tanto que a queria, muito menos entende o que a fez beijar Rosé aquela manhã.
— Você quer a sinceridade? — Juyeon ergue a sobrancelha concordando com a cabeça enquanto incentivava a jovem a partir para cima dele. Não demorou para que Chaeng tentasse um chute alto, mas foi facilmente bloqueado. — Eu realmente não entendo a Rosé. Eu achei que tudo não passava de uma brincadeira para me provocar, mas ela vem mostrando em pequenos atos que parece querer mais do que uma simples aventura comigo. — A jovem inicia uma sequência de socos, a maioria desviado, assim como ela própria tem que desviar de alguns chutes de Juyeon. — Até porque ontem ela teve a... — Chaeyoung leva um soco no estômago, que doeu mais do que o esperado, por causa do soco anterior recebido por sua irmã. — ...oportunidade.
— Vocês... — Juyeon petrifica no lugar sem conseguir acreditar, mas Chaeyoung nega várias vezes com cabeça, antes de voltar a dar uma sequência entre socos e chutes rápidos.
— Ela mesmo me parou, dizendo que não queria aquilo sem que eu realmente desejasse o mesmo. — o mais velho continua apenas bloqueando cada ato da morena, mas pela sua expressão ele parecia surpreso com o que estava ouvindo. — Hoje ela gritou para Wendy que eu poderia fazer o que eu bem que quisesse com ela, porque eu pertencia a ela. — Um pequeno sorriso se fez presente no canto dos lábios ao lembrar a expressão da meia irmã ao ouvir aquilo, por conta da distração, Juyeon facilmente deu um chute na parte de trás da perna da morena, que cai de joelhos.
— Foco, Chaeyoung. — A morena resmunga ao levar, partindo para cima mais uma vez. — Devo admitir que eu nunca vi Rosé agindo assim com qualquer outra pessoa, especialmente quando vocês se conhecem há tão pouco tempo. — Juyeon concluiu depois de pensar sobre as antigas aventuras de Rosé, ela nunca foi do tipo de se aventurar muito, mas as poucas que teve parecia ser algo apenas carnal, com Chaeyoung parecia algo mais intenso e sem dúvida bem mais possessivo. Mesmo distraído, facilmente conseguiu dar uma sequência de socos que ao serem bloqueados por Chaeng o deixou em desvantagem, mas foi surpreendido por um chute que passou perto do rosto do mais velho o fazendo recuar, logo os dois se encaravam. — E você? Como se sente sobre isso? Ela é uma Park, ela tem poder sobre você, mas não é o mesmo poder que ela teria com o Eric, apesar de eles não poderem se relacionar mesmo que quisessem.
— Até porque eu sei que você não ia gostar nada de ter seu urso perto de outra pessoa, mesmo que seja um Park. — A morena ousa comentar aquilo, recebendo um olhar ameaçador do mais velho, que tenta chutar o abdômen de Chaeyoung, mas esta é mais rápida e soca o ombro do homem o fazendo cair pela primeira vez desde que começaram o treino. — Eu não entendo por que você não se declara, duvido que Eric iria dizer não a você, Oppa. Só basta você pegar, eu já te disse isso. — A morena observa seu mestre levantar com duas ameaças de chute fazem a morena perder a estabilidade e com um soco simples Chaeng volta ao chão.
— Não é tão simples assim, Chaeng. Vivemos uma vida perigosa, eu não quero ter a possibilidade de ser uma distração para ele. — Chaeyoung atinge o abdômen do mais velho, mas se arrepende ao levar outro chute na perna a fazendo quase perder o equilíbrio, mas não antes socar o ombro de Juyeon, fazendo os dois caírem juntos e descansarem por um momento. A morena tem os olhos fechados tentando recuperar o fôlego. — Ele é o filho mais velho do patriarca, isso o traz muita responsabilidade como um Son, especialmente por ser o Son principal de Rosé, ele tem muito na sua costa. — A morena sabia daquilo, era uma das poucas coisas que a deixava triste por não ser uma regular, não podia ajudar a tirar um pouco das suas responsabilidades, e Wendy não era cooperativa na grande parte do tempo. — E sem mencionar que talvez eu não seja bom o suficiente para um Son, especialmente para o Son Eric. — O mais velho comenta já levantando e dando um cutucão com o pé, para a morena continuar o treino.
— Por Deus, Juyeon, pare de pensar assim. — A jovem faz o primeiro movimento, mas é facilmente bloqueada e atingida no ombro. — Vocês vivem eternamente neste mundo perigoso, somos da máfia no final das contas. Como a Rosé diz: é a essência de vocês. Sem mencionar que você é porto seguro do Eric desde sempre, tenho certeza que você é muito mais do que suficiente. Até porque, olhe pra mim... — Juyeon traz uma sequência de chutes, que deixa Chaeyoung perdida e só consegue cair antes de ser atingida por mais um. Logo ela suspira e olha para o mais velho. — Olha para minha situação, eu sou uma irregular da família que protege os chefes da máfia, e ninguém menos que a segunda principal herdeira de toda a Blacks está me marcando como sua. Mais surreal que isso impossível, ainda assim ela insiste que eu sou a sua garota.
As suas palavras parecem fazer Juyeon pensar, até porque a sobrancelha do mais velho se ergue diversas vezes, isso só acontece quando ele está tendo uma briga interna. Estava rodeada de gente complicada, realmente estava pensando se não devia ter feito psicologia. A morena riu para si mesma, ao levantar e chutar a perna alheia, mas foi facilmente bloqueada e voltaram a trocar uma sequência intensas de socos, até Juyeon ser atingido e dar um passo para trás. — E você é a “sua garota”? — Chaeyoung revira os olhos, amava Juyeon com todo seu coração, mas odiava o quanto o assassino era fechado quando se tratava do que ele pensava, nem mesmo Eric ou Chaeng conseguiam entrar em seu mundo às vezes. Como resposta a jovem deixou mais um soco que passou bem perto do pescoço alheio.
— Eu... Não sei, realmente não sei, Juyeon. Ela ser um Park faz tudo mais... Confuso. — A frustração era evidente na sua fala, passando socos com mais rapidez. — Existem as questões dos meus deveres de Son, o fato dela ser uma Park, ao modo como ela me trata... Sem mencionar que ela visualmente falando já não ajuda. — Juyeon olha para a sua protegida confuso. Ela rapidamente se explica, já que estava evidente que Juyeon estava preocupado se a morena estava a base de alguma droga, ao dizer algo tão surreal como aquilo. — Não, não no sentido ruim, por Deus, é impossível ver Rosé de uma forma negativa. Só mesmo a doutrina Son para conseguir fazer alguém agir indiferente a beleza de um Park. E sinceramente? Eu agora entendo o porquê desse comportamento adotado pelos Sons. Não se dá pra pensar direito quando tem um Park olhando diretamente para você, especialmente quando afirma que você pertence a ele. — A morena estava perdida na própria explicação que nem mesmo notou quando foi chutada, apenas só percebeu quando já estava no chão, se deixando deitar no tatame e abrir os braços em uma clara frustração. Juyeon se senta enquanto avaliava a sua protegida com um discreto sorriso, parecendo entender mais do que se passava com ela que a própria Chaeyoung.
— E por isso que é confuso... Eu não sei o que eu sinto quando ela me chama de sua. É por ser um Son? E inconscientemente eu estou me tornando submissa a ela, por causa da minha natureza Son a um Park. É porque eu estou envolvida com a tensão sexual que existe entre a gente? O modo como ela me toca, me encara, me beija... Não posso negar que ela mexe comigo.
— Espera, vocês se beijaram? Mas você disse... — Juyeon parece perdido e Chaeyoung não pode deixar de rir das suas feições, mesmo que estivesse agradecida de estar tendo essa conversa com Juyeon do que com Eric. A jovem se força em sentar-se e começa a tirar as luvas.
— Eu a beijei hoje... — A boca de Juyeon se abre, imaginando que teria uma reação semelhante se fosse o contrário, já que a morena sempre foi a primeira a recusar as investidas de Rosé. — Uma vez, apenas uma vez. Eu não me contive, oppa. Ela vem me provocando e mexendo comigo há mais tempo do que eu quero admitir.
— Devo admitir que eu estou surpresa com seu autocontrole, não estamos de falando de uma mulher qualquer.
— Eu aprendi com o melhor. — A morena pisca para Juyeon, aproveita que ainda está com a luva para dar um soco moderado em sua cabeça, fazendo Chaeyoung gemer de dor, voltando a cair no tatame.
Depois de um tempo em silêncio a mais nova olha para o seu mestre, mas agora um pouco mais séria. — Oppa... Eu estava pensando no que aconteceu com a Wendy, especialmente nossos últimos encontros. — Juyeon a observa em silêncio, mas já imagina para onde essa história iria caminhar. — A Wendy realmente passou no treinamento mental dos Sons? Eu digo, ela realmente não pode ter sentimentos ou desejos pela Rosé? Ela já me odeia de natureza, mas quando Rosé está comigo, ela parece perder o controle. O que me parece que ela tem uma obsessão pela própria chefe.
Juyeon fica quieto por um bom tempo, parecendo pensar se comentaria aquilo ou não. — Eu realmente não sei, Moranguinho. Contudo, a sua observação está correta, o comportamento da Wendy é muito diferente dos demais Sons, especialmente comparado o dela com o Eric. — Juyeon tira as luvas colocando ao seu lado, antes de apoiar a cabeça no abdômen da mais nova, encarando o teto. — Eric nunca disse nada sobre isso, mas ele sempre parecia preocupado com Wendy, até mesmo mais do que com você na questão da disciplina. Tudo que ele dizia sobre vocês naquela época era sobre a gratidão que ele tinha a mim, por ajudar a cuidar de você, que pelo menos você podia ter uma ajuda a mais. — A morena ergue a sobrancelha ao ouvir aquilo, Juyeon também se sente da mesma maneira sobre a estranheza daquelas palavras.
— Na época eu achei que era por causa da perda da sua mãe, mas quando eu penso hoje... Vocês treinavam na mesma época, mas você aqui e Wendy no campo de treinamento dos Sons. Ele sempre ficava surpreso com a sua disciplina e habilidade, como se fosse algo fora do normal, mas tecnicamente Wendy deveria estar muito acima de você, por ter treinamento de conduta dos Sons desde pequena. Contudo, quando vocês fizeram o teste de proficiência obrigatório na Blacks, suas porcentagens eram semelhantes demais e não devia ser assim, afinal de contas ela tinha treinamento militar e você não.
— Não é por isso que ela me odeia?
— Pode ser. Mas ainda assim é estranho tanto ódio gratuito. — Chaeyoung concorda com a cabeça, distraída em brincar com os cabelos do mais velho. — Sem mencionar que a Wendy deveria ser a Son da Jihyo, mas a maknae dos Park não possui uma Son e sim as irmãs Jungs, que são primas dos Sons, com um treinamento semelhante, mas não tão eficiente quanto um Son. Normalmente os Parks sempre possuem um membro do Clã Son como assistente pessoal e com o apoio de um membro de outra família, como no caso do grande escalão normalmente é um membro do Clã Choi ou dos Jung, que juntos são considerados os membros pessoais do Park, que não podem ser colocados em outra equipe. Nenhum outro Park, tem dois Sons na equipe, apenas Rosé. E ainda assim, Wendy não é a membro pessoal da Rosé, ela me manteve como a sua membro pessoal, mesmo quando tinha outra Son a disposição.
— Pensando dessa forma, não parece que a Wendy está com a Rosé, para que Eric a deixe nos eixos? — Juyeon se mantém calado, porque não tinha como afirmar aquilo, nem mesmo negar aquela suposição da meia irmã dos dois Sons da sua equipe. — E o que você acha que ela sente pela Rosé?
— Ela sem dúvida é obcecada pela Rosé, mas nem Eric e Rosé parecem perceber ou aceitar isso.
— ... Ela vai me matar, não vai?
Juyeon fica calado por um tempo ponderando sobre a pergunta, mas acaba suspirando. — Depois que você foi marcada por Rosé dessa maneira tão direta e possessiva, é questão de tempo até Wendy: ou desista de Rosé ou tente matar você.
[...]
— É difícil de acreditar que nosso último dia de residência caia no dia no seu aniversário, Chae. Você ganhou mimos de todo mundo, até fiquei com inveja. — Mina comenta levantando os braços com as sacolas de presente que ajudava Chaeyoung carregar para o carro da japonesa. — Nem acredito que acabou e vamos poder começar a trabalhar agora.
— Nem eu... — Chaeyoung comenta numa mistura de felicidade e decepção. Ela estava feliz em começar a sua vida nova, apartamento novo que havia se mudado a dois dias. Havia mais zeros na sua conta bancária que nem mesmo imaginaria que um dia conseguiria, e dentro de um mês ela iria começar a trabalhar no maior hospital pertencente a Blacks, que ironicamente era administrado por debaixo dos panos pela mãe de Roseanne. Chegava até mesmo a suspeitar se Rosé tinha um dedo nessa escolha, mesmo que sempre soubesse que tinha obrigação como Son de trabalhar dentro de um hospital da máfia.
— Ah, nem pode reclamar, Chae! Você sempre foi a melhor da sala e conseguiu ter créditos suficiente para conseguir chamar atenção do para o hospital dos sonhos, dizem que eles pagam muito bem. E sem mencionar que a estrutura que vai ter lá é assustadora. — Lisa diz empolgada, sacudindo o braço da morena que dá um pequeno cascudo na amiga. — É só uma pena que não ficaremos juntas.
Esse era o motivo de tristeza da morena, depois de todos esses anos, as únicas amizades fora da máfia conseguiram um emprego em um hospital particular que ainda iria abrir daqui alguns meses, já Chaeyoung estava indo para um dos hospitais mais luxuosos de Seoul. — Não esqueça dos mortais, quando virar uma das médicas renomadas de lá, viu? — Mina brinca despertando a morena do seu momento triste.
— Vocês não vão se livrar de mim tão cedo.
— Assim eu espero! — Lisa abraça Chaeyoung por trás e sacode ela fazendo a morena bufar, já que ela sempre fazia isso para lembrar a diferença de altura das duas. — Hm? Aquela moça me lembrou um pouco o seu irmão Eric, Chae. — A enfermeira solta a médica, que ao levantar os olhos para quem ela dizia, seu coração congela. Alguns passos à frente, Wendy está parada, aparentemente esperando por Chaeyoung. O trio se aproxima devagar da mais alta que tinha os olhos fixos na morena.
— Chaeyoung...
— Seugwan... — Era a primeira vez que ouviu seu nome sair dos lábios da meia irmã, surpresa até mesmo que ela saiba. Mas não era isso que a deixa tensa, ela estava do lado de duas civis e não tinha noção quais eram as intenções dela, já que havia passado duas semanas daquele encontro fatídico. Nesse tempo todo não havia lhe visto, Eric e Rosé não falavam dela, Juyeon disse que ela recebeu um aviso de Eric, que se fizesse mais alguma coisa ela sairia da equipe de Rosé, desde então tudo parecia calmo.
— Oh, você realmente é bonita, lembra muito o Eric. — Lisa comenta fazendo Wendy olhar para enfermeira, para o alívio da morena, Wendy sorriu. Lisa e Mina haviam visto Eric algumas vezes, sabiam que ela era seu meio irmão, mas desejava no fundo de sua alma, que as meninas não desconfiassem que compartilhava a mesma relação com Wendy, justamente por não saber a sua reação.
— Meninas, essa é Son Seugwan, ela é... da família do Eric. — Chaeng fala baixo com cautela, já que estava em total desvantagem se Wendy começasse a ficar violenta com ela ou pior, com as garotas. As meninas se cumprimentaram com um sorriso.
— Nossa, Chae, a família do seu pai é um espetáculo, pena que você não pegou nada deles, especialmente a beleza deles. — Mina provocou, recebendo um olhar nada agradável da morena.
— Chaeyoung. — A morena ficou tensa ao ouvir seu nome mais uma vez, quando a meia irmã lhe chamou. — A Nayoung te mandou isso de aniversário, pediu desculpa por não vir te entregar pessoalmente, mas ela tinha umas entregas importantes para fazer... — A calma de Wendy chegava a ser assustadora para a morena, era a primeira vez em 24 anos que elas tinham um momento civilizado. Chaeng pega o pacote embalado com a logo da converse allstar, aquilo a fez sorrir, uma das poucas conversas que conseguiu manter com a Stones, descobriram a paixão semelhante por allstars. — E você não aprende, né? — A morena olhou para a velha intrigada com o comentário aleatório. — Esse pingente é bonito demais para você colocar de qualquer maneira. — A pequena médica ficou tensa quando Wendy passou por Lisa, ficando atrás de Chaeyoung, tirando o cordão de Roseanne do seu pescoço, devolvendo segundos depois, arrumado na posição que a mais alta considerou correta e voltou a prender no seu pescoço.
— Obrigada, Unnie. — A morena falou baixo, ainda tensa com a presença tão perto, mas logo Wendy se afastou e sorriu concordando com a cabeça.
— Já fiz o favor que devia, então... Adeus, meninas. Chaeyoung. — Wendy se retirou e o trio seguiu seu caminho sem realmente entender o que acabara de acontecer. Milagre de aniversário, talvez? Decidindo não pensar muito nisso o trio foi almoçar no restaurante favorito, enquanto a morena era bombardeada por perguntas sobre como andava seu relacionamento com Roseanne. A médica se limitou em dizer que estavam bem, mesmo que a realidade é que não se viram desde que a beijou. Chaeyoung estava sobrecarregada com a mudança, documentação para recebimento do diploma, a papelada que precisava arrumar para assumir no hospital. E Roseanne parecia estar resolvendo uns problemas com os “fornecedores” de armas que estava lhe dando certa dor de cabeça, sendo assim apenas trocaram algumas poucas mensagens.
Depois de passar rapidamente no apartamento para deixar os presentes, depois do almoço, Chaeyoung voltava sozinha para o hospital, já que ainda tinha algumas horas de plantão. No trajeto, recebeu uma mensagem que simplesmente dizia “Você é minha essa noite, vamos jantar. Te pego às 19 horas XD~”. — Tão arrogante que nem pergunta se eu estou interessada em sair para jantar com ela. — Riu ao pensar naquilo, mas no fundo gostou dos planos. Quando a jovem vira a cabeça para colocar o celular no bolso, nota alguns metros atrás uma van a seguindo bem devagar. A jovem continua seu caminho discretamente acompanhando a movimentação da van, sabia que aquilo não era apenas um simples assalto, ainda mais pelo número de homens que contou dentro da van. Ela discretamente tirou o canivete do cós da calça, abrindo o mesmo, deixando discretamente escondido embaixo da manga do jaleco. Estava perto de uma das entradas no estacionamento que estava estranhamente vazio no momento, fazendo a morena xingar baixinho.
— Ei, garota, entre na van. — Um dos homens chama ao descer da van, Chaeyoung finge ignorar, mas ela está ocupada em perceber que além do que falou mais quatros se aproximaram junto. — Ei garota, eu mandei você parar e entrar na v- — Na hora que o homem tenta segurar seu ombro, a jovem é mais rápida e segura o pulso do estranho puxando por cima do seu ombro e fazendo um movimento para trás, facilmente deslocando o ombro do homem que urrou de dor. Diferente de quando era com Wendy, com qualquer outro homem podia se defender, mesmo que ali estivesse em desvantagem numérica. Quando dois homens se aproximaram ao mesmo tempo, a morena puxou o canivete deixando um corte parcialmente profundo no antebraço de um dos homens já se preparava para começar a lutar com o outro.
— SE AFASTEM DELA! — Para o desespero de Chaeyoung, Dino se aproximou correndo, tentando entrar na luta com um dos homens, mas a morena sabia que eles não eram apenas alguns arruaceiros, logo Dino estava recebendo diversos socos no rosto e na barriga. — Fuja, Chaeyoung! — O garoto tentou falar, mas estava com dificuldade, por causa dos incessantes golpes. A morena tentou partir para cima dos homens, mas o que parecia chefe deles, apontou uma arma para a cabeça de Dino, que já estava cheio de hematomas.
— Me falaram que você daria trabalho, mas não esperava tanto... — O homem disse rindo, enquanto olhava dois dos seus homens feridos por uma garota que era quase metade do tamanho deles. — Agora seja uma boa cadela, solte a faca e entre na van, antes que você possa fazer um exame completo dos miolos dele. — Dino começa a protestar, mas leva um soco do homem.
— Eu irei obedecer desde que me garanta que não vai fazer nada com ele. — A morena olha de Dino para o homem, que começa a rir, mas concorda com o pedido da morena, como recompensa por ter sido um bom “desafio” para os seus homens. A morena suspirou, sabia que era quase a sua sentença de morte, mas não podia trazer Dino para esse mesmo destino. Jogou a faca aos pés do chefe, antes de se ajoelhar na frente de Dino que fica pedindo desculpas para ela. — Ei, Dino. Desculpa sempre recusar seus convites para sair, mas eu... bem... tenho namorada e ela é muito ciumenta. Bom, espero que consiga uma garota legal, adeus. — A jovem se despedia enquanto tinha os pulsos amarrados pelos homens que ainda estavam sem ferimentos, seu celular foi jogado no chão e espatifado por uma pisada. Ela acenou para o chefe, que concordou antes de dar uma coronhada na cabeça de Dino, fazendo o mais novo cair inconsciente, aliviada que pelo menos ele estaria seguro, enquanto ela era puxada para dentro da van e colocado um capuz preto em sua cabeça.
------- No mesmo instante do sequestro -------
— Ei, Wendy. Você está atrasada! — Eric reclama assim que viu Wendy entrando na sala, onde estava o resto da equipe, além de Wonwoo e o irmão mais velho de Rosé, Park Chanyeol com a sua equipe. A equipe está fazendo uma reunião para conseguirem fazer o planejamento de como seria a invasão de navio cargueiro que trazia diamantes de um dos chefes que causadores de problemas que resultou no tiro que Rosé levou.
— Desculpa, eu estava resolvendo algumas coisas a pedido do papai. — Wendy se apressa para ficar em pé ao lado de Rosé, que estava sentada na sua cadeira, esperando impacientemente uma mensagem de resposta de Chaeng, que ainda não via confirmado a saída aquela noite para comemorarem o aniversário da jovem.
— Wendy, cadê o pendrive com as plantas do navio que eu pedi. — Rosé diz sem tirar os olhos do celular, a Son de cabelos compridos passa a cutucar o corpo, buscando o objeto nos bolsos. Nesse instante o celular de Roseanne toca, para a sua surpresa não era a morena, e sim Jihyo. — Mana, é algo importante? Eu estou iniciando uma reunião importante sobre os diamantes.
— Roseanne, nós estamos com problemas. — A voz séria de Jihyo deixou Roseanne tensa, o que não passou despercebido por Eric e Juyeon. Nesse momento a movimentação de Wendy chama atenção dos olhos de raposa, que ao puxar o pendrive de dentro do bolso do blazer deixa algo cair. — É a sua garota... Acho que eles pegaram a sua garota. — No mesmo instante que Jihyo fala, Eric pega o que Wendy deixou cair no chão, ao levar um pouco o fio do colar, aparece um pingente em formato familiar de raposa, quando o Son que lembra um urso o coloca contra a luz, os olhos da raposa estão vermelhos. — Ela está correndo perigo, Rosie.
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