"Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall..."
Oasis - Wonderwall.
Ele acabou dormindo demais. Chegou um momento em que a cortina não conseguiu segurar a luz de sol, fazendo com que entrasse em contato com suas pálpebras sensíveis de sono.
Stiles acordou, em apenas alguns segundos não se lembrando de onde estava, ou do que havia acontecido. Quando se lembrou, ele sentiu um vazio imenso se apoderando de seu peito. Não conseguiu controlar a sensação de que tudo estava acontecendo rápido, rápido demais.
Ele iria questionar-se sobre onde estaria Allison, até após perceber que a garota não estava em seu lado, contudo logo depois ela entrou pela porta do quarto. Suas mãos estavam cheias de guloseimas. Os quatro olhos castanhos encontraram-se.
Ela sorriu.
— Encontrei isso aqui em uma máquina perto da recepção. — comentou, sentando-se do outro lado da cama, após fechar a porta. — Não são as melhores coisas para se comer no café da manhã, porém é melhor que nada.
E era mesmo.
Stiles, ainda sonolento, pegou um chocolate com amendoim e um saco de batatas fritas, Allison pegou um saco de salgadinhos de queijo e um chocolatinho em barra. Cada um ficou com uma lata de refrigerante. Por um instante, comeram em silêncio, cada um olhando para um lado.
— Você acordou faz bastante tempo? — ele perguntou de boca cheia, buscando o olhar de Allison.
Ela assentiu, rapidamente colocando um dedo em frente à boca.
— Não muito. — respondeu, retribuindo o olhar. — Eu me levantei e fui ao banheiro, depois fui buscar algo para comer, e então voltei. Consegui espiar na recepção que é quase nove horas.
Stiles ficou surpreso.
— Uau!
Ela assentiu novamente.
— Nós dormimos umas onze horas. — disse ela brincalhona, o fazendo sorrir.
Stiles ficou sério por um instante.
— Aliás, obrigado por lembrar-se de mim. — ele comentou indicando as guloseimas com os olhos.
Por um momento as cenas da noite anterior passaram pela mente de Allison, e foi o suficiente para seu coração acelerar-se sem controle.
— Mas é claro. — ela respondeu rapidamente, desviando o olhar.
Aquilo era bom, as energias estavam renovadas. Não é como se os dois tivessem inúmeras coisas para fazer, além de ficar naquele quarto. Os outros hóspedes — se é que havia outros naquela espelunca de estrada — poderiam vê-los e reconhecê-los.
Mesmo embora tivesse acordado há pouco tempo, a mente de Stiles já funcionava como um caminhão novo.
— Como voltaremos à Beacon Hills? — ele perguntou esfregando as mãos para o lado do chão, permitindo os restos das batatas fritas, nada saudáveis, caírem no carpete pouco conservado.
Allison permaneceu olhando para sua comida.
— Poderíamos pegar a moto de onde deixamos, mas seria arriscado demais. — ela respondeu, com sua mente também funcionando. — Durham está perto, podemos ir caminhando e encontrar outro veículo para roubar.
Ok, aquela última frase soara estranho para ambos. Quem diria que um dia os dois estariam roubando carros. Juntos, ainda por cima. Stiles por um instante viu-se rindo, e Allison também. Ele esperava que Scott e Malia já estivessem cientes do ocorrido, e já houvessem saído da França. Não havia tempo a se perder, logo a polícia, na pior das hipóteses, poderia achá-los, tudo a qualquer instante poderia ir por água abaixo.
Continuaram comendo em silêncio, com suas próprias dúvidas e receios.
Quando terminaram colocaram as embalagens e as latas de refrigerante no pequeno lixo perto da porta.
— Eu vou ir tomar banho. — Stiles comentou, levantando-se, indo mexer em sua mochila. — Acho que não tenho como ficar mais fedido do que isso. — ele cheirou-se, dando ênfase à frase.
Após os dois soltarem um riso, ele foi para o banheiro, e Allison ficou sentada na cama, sentindo o tédio chegar. Ouviu o barulho do chuveiro ligado e olhou para o teto, sem saber o que fazer. Ela levantou-se da cama alguns minutos depois e foi até a janela. Segurou a cortina e olhou para a recepção, podendo ver a mulher chegando ao mesmo instante. Ela entrou e deixou a porta aberta. Dali, Allison conseguia observá-la sentando-se na cadeira atrás do balcão e ligando o computador. Ficou ali até se dar conta de que estava espiando aquela mulher. Voltou para a cama sentindo-se um pouco ansiosa, e então uma ideia passou por sua mente.
No segundo em que ouviu a porta do banheiro sendo aberta, ela foi em direção a Stiles.
— Poderíamos ligar para Seth do telefone da recepção. — despejou de uma vez só, não escondendo a empolgação.
Stiles, confuso, mexeu no cabelo bagunçado, que ainda estava molhado.
— Eu acho que ela logo vai perceber quem nós somos. — ele disse receoso, indo até sua mochila e guardando as roupas sujas de qualquer jeito na mochila, com Allison logo atrás. — Mas acho que vale a tentativa.
— Ok, prós e contras. — Allison quase gritou, balançando as mãos. — A polícia pode rastrear a ligação e deduzir que fomos nós, já que sabem que Seth é próximo de você.
Ele assentiu, novamente mexendo no cabelo.
— A polícia pode achar que foi engano, ou outra coisa, por causa do número ser de um motel aleatório de beira de estrada. — ela prosseguiu. — Algo mais?
Stiles negou.
— Não, já me convenceu. — ele soltou um riso e deu de ombros.
— A mulher de ontem acabou de chegar. Eu vi pela janela. — Allison falou completamente rápido, não sabendo ao certo como Stiles conseguiu entender.
Acompanhando o raciocínio, ele ponderou por um segundo.
— Talvez seja melhor só um de nós irmos, seria estranho os dois. — ele disse, Allison assentiu. — Precisamos de uma desculpa, já que todo turista tem celulares.
— Tudo bem, e já aproveitando o gancho, você que vai até lá. — ela falou, dando um pequeno sorriso, sendo correspondida por Stiles, já nervoso.
— Posso dizer que perdemos os celulares. Isso quase sempre funciona. — ele sugeriu cruzando os braços.
— Ah, ok. — Allison deu de ombros, indo até sua mochila. Tirou de lá um caderninho e uma caneta vermelha.
Stiles franziu a testa, de pé no meio do quarto.
— Posso perguntar o que é isso?
Allison também franziu a testa.
— Um caderno e uma caneta? — ela respondeu. — Brincadeira. Ás vezes eu gosto de escrever sobre o que eu estou sentindo, ou sobre o que está acontecendo, porque tenho a sensação de tudo estar passando rápido demais, sem eu conseguir acompanhar. E também porque eu quero me lembrar com detalhes. Mas enfim, o que falará para Seth? Tem que ser em um tempo julgado normal para a mulher não criar mais suspeitas.
Tentando assimilar tudo o que estava acontecendo, Stiles respirou fundo.
— Desculpa se estou soando um tanto louca, eu só estou empolgada. — Allison se justificou.
— Não, tudo bem. Eu também estou empolgado. E você não está soando louca.
Uma pausa.
— Talvez só um pouquinho.
Allison soltou uma risada nervosa, e abriu o caderno.
— Voltando, o que você vai dizer para Seth?
Stiles olhou para teto.
— Basicamente, que está tudo sob controle. Estamos perto de Durham na Carolina do Norte em um motel de estrada, e que planejamos ir até Beacon Hills contar tudo para nossos amigos.
— E quando planejamos ir para Beacon Hills? — Allison questionou, olhando no fundo dos olhos de Stiles.
Eles se encararam por um longo momento.
— Precisamos ir o mais rápido possível. — ele respondeu, deixando o resto pairar no ar.
— Eu concordo. — ela falou, mordendo os lábios. — Vamos hoje à noite.
Ele nem precisou dizer mais nada. Estava combinado
— Depois pensamos na maneira que iremos. Afinal vamos praticamente atravessar o país até Califórnia. — Allison disse, soltando um suspiro. — Quase dois dias de viagem. Teremos de ser cuidadosos, com certeza devem estar nos procurando pela I-40.
Os dois soltaram um riso. Ali a relação dos dois parecia subir um nível a mais.
— Já que já estou soando louca, vá de uma vez ligar para Seth para eu poder atualizar meu “diário”. — Allison falou, fazendo sinal para Stiles sair do quarto. Ele sorriu, simpatizando com ela mais uma vez, e, por fim, saiu do quarto.
Assim que se encontrou do lado de fora, sentiu um leve arrepio por sua nuca. Aquele lugar parecia mais vazio do que na noite anterior. Enquanto caminhava até a recepção, perdeu as contas de quantas vezes repetiu a si mesmo que tudo ficaria bem, como Allison dissera. A porta já estava aberta, então ele entrou.
A mulher estava mexendo no computador, de óculos, e tomando uma xícara de café. Não percebera noite passada, mas os cabelos dela eram castanhos, e os olhos verdes como grama. Aquilo o deixou nervoso.
— Olá, bom dia. — ele pigarreou segundos depois, tentando disfarçar a leve, mas persistente, tremedeira. — Posso usar o telefone?
A mulher, surpresa, tirou os olhos da tela do computador e o analisou de cima a baixo. Semicerrou os olhos assim que seus olhares se cruzaram.
— Não tem celular? — ela questionou, baixando os óculos.
— Tínhamos. — ele fez questão de incluir Allison. — Mas perdemos ao caminho até aqui. Foi uma loucura.
Stiles soltou um risinho educado e a mulher um constrangido.
— Só imagino. — ela respondeu, colocando novamente os óculos. Virou a cadeira e apontou para a porta atrás de si. — O telefone está ali e pode usá-lo à vontade, pode fechar a porta para ter mais privacidade.
Stiles quase explodiu de alívio.
— Muito obrigado. — sorriu e foi até a porta.
Nem precisou virar-se para trás para saber que a mulher observava cada movimento que ele fazia. Fechou a porta e quase se atirou sobre o telefone. Agradeceu aos céus por saber o número de Seth decorado.
Discou e esperou a magia acontecer. 10 segundos depois, precisamente.
— Alô? — o garoto do outro lado da linha soou medroso, e por um momento Stiles quis gargalhar.
— Oi seu safado. — ele no fundo não soube de onde tirou tanta intimidade, porém certas situações dão a sensação de que tudo pode acontecer.
— Ai meu Deus do céu! — Seth berrou, e Stiles afastou o telefone da orelha. — Está uma loucura por aqui. Já fui interrogado três vezes, por Harley, a polícia e pelos outros agentes do FBI. As aulas foram até suspensas!
Stiles não pôde esconder o choque.
— Acho que no começo eles acharam que eu também estava envolvido, mas perceberam que eu sou muito imperativo para isso. — o garoto prosseguiu, parecendo aliviado. — Está tudo bem por aí? Posso saber que número é esse?
Stiles soltou um riso.
— Sim, está tudo bem. Nós dois estamos bem. — ele esperava que Seth pudesse entender que não ele podia mencionar nenhum nome. Não poderiam correr esse risco. Era uma benção a mulher não ter pedido documentos na noite anterior. — Estamos perto de Durham, na Carolina do Norte em um motel de beira de estrada.
— Ah! — Seth soltou um suspiro de alívio, e Stiles conseguiu perceber um sorriso no rosto do garoto. — Fico tão feliz em ouvir isso.
Stiles preparou-se para falar a próxima frase.
— Vamos voltar hoje à noite. — ele sussurrou, bem baixinho, bem perto do telefone.
— Para Alexandria? Vocês endoidaram? — Seth gritou novamente. Demorou um instante até ele entender a que Stiles se referia. — Ah, para Beacon Hills.
— Sim, mãe também estou morrendo de saudade! — Stiles falou um pouco mais alto para caso a recepcionista estivesse ouvindo.
— Aham, tá, ótimo teatrinho. — Seth ironizou, entre sorrisos. — Já sabem como irão voltar? A viagem é longa e perigosa. Com certeza estão controlando a Interestadual 40. Tentem por rotas alternativas e sempre trocando de veículo, talvez até caminhando.
— Ainda veremos como iremos voltar. — Stiles respondeu conseguindo acompanhar a rapidez de Seth, que conseguia ser pior do que ele e Allison juntos ligados no 220.
Um momento de silêncio se fez presente.
— E você está bem? — Stiles perguntou em seguida, sério. — Mãe. — acrescentou depois de um tempo.
— Sim filho, estou, de verdade. — Seth falou, soltando um riso sincero. — Mas já estou com saudade de vocês dois. — Stiles não conseguiu esconder um sorriso. — Sério.
— Eu sei, também estamos com saudades. — ele disse. — Nos veremos muito em breve. — fez questão de dar ênfase ao breve.
— Uau, agora você soou como um vilão de filme de terror. — Seth respondeu de volta, fingindo medo. — Estou esperando ansiosamente. Assim que tudo estiver resolvido quero ir ao Starbucks com vocês dois.
Stiles franziu o rosto.
— Ao Starbucks? Por quê? — ele questionou, realmente confuso.
— Porque você só vai ao Starbucks com quem você gosta. — Seth respondeu como se fosse óbvio.
Stiles soltou uma risada.
— Isso soou romântico. — ele disse.
— Poderíamos formar um trisal. — Seth brincou entre risos. — Eu, você e a Allison.
— Ok, eu não vou responder nada sobre isso. — Stiles disse de volta, ficando vermelho como pimenta.
— Isso já é uma resposta! — Seth gritou espontâneo, gargalhando.
Stiles também riu.
— Se cuidem, tomem cuidado. — Seth falou após um instante.
— Se cuide também mãe. — Stiles brincou, porém falando sério.
E a ligação foi desligada.
Por um momento, entre o qual Stiles colocou o telefone no lugar e o que ele observou ao redor, o mundo pareceu parar.
Havia um carro atrás do motel.
Talvez o da mulher na recepção. Talvez o de outro hóspede.
Ele sabia fazer ligação-direta. O carro possivelmente possuía gasolina.
Nada mais importou.
Ele encontrara uma forma de voltarem para Beacon Hills.
[...]
Enquanto perto de Durham, Stiles contava a Allison sobre a grande novidade, um Johnson arrumado e limpo, em Suffolk na Virginia, Observava a casa de sua mãe rodeada de policiais. Não fora difícil se atualizar sobre tudo o que estava acontecendo. Estava em todos os lugares. A mentira escaldante; Allison Argent e Stiles Stilinski sendo procurados pela policia e pelo FBI, responsáveis pela morte de Anne Anderson e Murphy Jordan motivado por vingança, que o motivo até então era desconhecido pelas autoridades. Mas ele sabia da verdade. Johnson sabia exatamente a verdade, e precisava agir rápido. O Tempo estava correndo.
...
Seth ouviu a campainha de seu apartamento tocar exatamente às 12h30min. Ele não estava esperando visitas, e a polícia iria deixá-lo em paz no momento. Deixou as perguntas de lado e foi atender a porta.
De todas as possibilidades ele nunca imaginara, quem de fato, poderia ser.
Era Johnson.
Seth não teve nem tempo de perguntar como e porque ele estava ali, o garoto já foi entrando em seu apartamento.
— Eu sei o que está acontecendo. E eu sei por que está acontecendo. — Johnson falou rapidamente, logo após Seth fechar a porta.
— Que?! — Seth gritou, totalmente confuso com o que estava acontecendo. — Nós tentamos procurar você, fomos até sua mãe e...
— Eu sei, ela morreu. — Johnson disse, com tristeza, e Seth se surpreendeu com a capacidade que ele tinha de engolir os sentimentos. — E sei que não foram vocês, e sim Harley. Ele e seus capangas me sequestraram, e eu fugi ontem à noite.
Seth assentiu três vezes.
— Eu vim até você porque sei que você está do lado dos dois, e porque preciso dizer a verdade, sobre o que está acontecendo.
— Mas já sabemos o que está acontecendo. — Seth falou, franzindo a testa.
— Não, não, não. — Johnson negou. — Você não está entendendo. É o porquê de isso estar acontecendo.
Seth arregalou os olhos.
— O motivo tem haver com a morte falsa de Allison Argent e sobre o passado dela. Harley não é quem comanda tudo. Quem comanda tudo isso é outra pessoa. E eu sei exatamente quem é.
Seth abriu a boca em um perfeito “o”.
— Precisamos encontrar os dois e contar tudo. Só assim as coisas se resolverão.
Seth assentiu outra vez.
— Eles sairão de Durham esta noite e irão para Beacon Hills. — Seth comentou, olhando para Johnson.
— Perfeito, também iremos.
[...]
Após Allison sair de um longo banho, a noite já se fazia presente. O dia fora longo como nunca antes, e as horas se arrastaram como lesmas preguiçosas. A única saída foi conversar, e os dois conversaram. Conversaram sobre tudo que havia acontecido, com muitos detalhes, após Allison “morrer”. Foram duas vezes até a máquina de comida para guardar para a longa viagem e para comerem naquele momento. Pegaram várias garrafas de água, bolachas, e salgadinhos, tudo que foi possível. Em nenhum momento durante o dia a mulher foi embora da recepção.
Stiles estava vestido para aventura, com sua típica roupa de sempre. Camiseta, camiseta xadrez avermelhada, e calça jeans azul escuro. Allison estava de calça jeans vermelho escura, uma camiseta preta e um casaco jeans azul claro. Os dois estavam de All Star preto.
Tudo estava se encaminhando para a saída dos dois. Haviam até combinado de não fazerem check-out, evitando assim imprevistos.
— Tudo certo? — Stiles perguntou vendo Allison pentear os cabelos. Ele estava ansioso e com dor de barriga.
Ela assentiu também ansiosa.
— Quer repassar o plano novamente? — ela perguntou, o olhando através do espelho. Ele assentiu. — Vamos deixar as luzes acesas, para a mulher que não sabemos o nome pensar que ainda estamos aqui, sair pela porta e ir para os fundos do motel pela direção oposta da recepção. — Allison explicou calmamente, mesmo embora seus nervos estivessem a ponto de explodir. — Se o carro não estiver mais lá, teremos que caminhar até encontrarmos outra forma.
Stiles murmurou um sim 100% empolgado. Aquele quarto cheirava a ansiedade.
Allison foi até sua mochila, guardou tudo o que faltava e Stiles fez o mesmo. Colocaram as mochilas nos ombros e se encararam.
— Pronta? — Stiles perguntou.
Ela assentiu.
— Pronto? — Allison perguntou.
Ele assentiu.
Eles sorriram e foram até a porta. Passaram e logo a fecharam delicadamente. Conseguiram ver que a mulher ainda estava lá, no computador, e que talvez logicamente o carro também.
Foram na direção oposta como combinado e se infiltraram no escuro silencioso. Andaram por quase um minuto e meio até encontrarem o carro. Era um Camry vermelho, quase novo.
— Como que ela teve dinheiro para comprar um Camry trabalhando nesse lugar? — Allison perguntou sussurrando.
— Eu não faço a menor ideia. — Stiles sussurrou de volta. — Talvez ela trafique drogas.
Allison soltou um risinho baixo.
— Pelo visto aqui não é um lugar perigoso. — Stiles comentou sussurrando novamente. — A porta não está trancada.
Entraram no carro no máximo de silêncio que conseguiram. Nenhum dos dois souberam ao certo quanto tempo se passaram, ou como exatamente conseguiram, mas logo se viram na rodovia, e Allison acelerou o máximo que foi possível.
...
A mulher na recepção estava ouvindo música, distraída, passando pelas notícias do dia na internet. Ela não percebera que seu carro havia sido roubado, ou que Stiles e Allison não estavam mais ali. Mas percebera de onde havia os reconhecido na outra noite quando passou por acaso por uma notícia velha. Suas mãos tremeram ao ler a manchete.
“Stiles Stilinski e Allison Argent estão sendo procurados pelo FBI e pela polícia pelo envolvimento na morte de Anne Anderson e Murphy Jordan. Motivos até então desconhecidos. Recompensa de até US$ 100.000,00 para quem tiver informações.”
Ela levantou-se da cadeira em um pulo desesperado e correu até o telefone.
Só após ligar para a polícia e informar erroneamente que os dois procurados estavam ali, ela percebeu que seu lindo Camry vermelho não estava mais onde deveria estar.
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