Satoru carregava o azul do céu inalcançável nos olhos. Eram de um turquesa límpido como um dia fresco de verão, à sombra da praia. Seus cabelos cor de sódio litorâneo nunca ficavam no lugar e ele frequentemente sorria ensolarado, como se não possuísse inimigo algum no mundo. Ele se sentia confortável nesse mundo, afinal. Nada poderia tocá-lo de qualquer forma, nem ninguém.
Por isso, eu o amava e o invejava ao mesmo tempo. Porque eu mesmo não conseguia sorrir com tanta facilidade. Estava condenado a engolir o amor e a amargura da mesma forma que engolia minhas maldições. Eu jamais diria em voz alta, mas eram elas que me consumiam por me assombrar o sono. Era o preço a se pagar pela força, uma força que perto de Satoru não significava muito.
Aqueles olhos abissais estavam focados nas pequenas coisas. E eu era simplesmente demais para ele. Talvez a distância ele pudesse me enxergar melhor, não que eu merecesse. Então, a forma que encontrei de honrar o seu valor foi me despedindo dele. E sentindo saudades por toda a eternidade.
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