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História Nós e o gato - Capítulo 7 - História escrita por Corujinha1 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Nós e o gato - Capítulo 7


Escrita por: Corujinha1

Capítulo 7 - Capítulo 7


VII

Normalmente era crepúsculo quando Leo chegava à casa de Alex depois das aulas. O tom adquiria um tom mesclado de laranja e roxo, as primeiras lâmpadas se acendiam nos postes. Mas naquele dia o sol da tarde ainda queimava fortemente suas costas quando ele bateu na porta, mais por hábito do que necessidade. Ele entrou sem esperar uma resposta, e logo sentiu Tiger se esfregando em suas pernas e miando para cumprimenta-lo.

- Ei, amiguinho. Cadê seu outro dono?

Antes que ele precisasse responder, Alex saiu do banheiro, vestindo apenas um short de algodão, com uma blusa na mão, uma toalha branca no ombro e o cabelo ainda meio molhado. Sem óculos ele parecia estranhamente jovem, Leo não se lembrava de alguma vez tê-lo visto assim.

- Ei, chegou cedo hoje.

Leo conseguiu, com muito esforço, desviar o olhar da figura redescoberta que fazia seu coração se agitar. Focando em um ponto aleatório do chão, ele encontrou sua voz.

- Hoje foi a segunda fase do simulado. Saímos depois de preencher os gabaritos. Ah, e entregaram os resultados do simulado de redação.

- E então? Quais os resultados de nossos esforços?

- 780.

- Ora, ora. Nada mal. Mas ainda podemos melhora, e o curso que você quer é bastante concorrido. Além disso, eu sei que posso fazer melhor. – Ele disse isso enquanto colocava os óculos, com um falso ar de intelectual arrogante, depois sorriu para Leo.

- Você pode fazer melhor?

- Obviamente. Seu desempenho depende, em grande parte, do meu esforço como seu tutor.

- Por falar nisso, por que você não escolheu licenciatura? Bacharelado nessa área é tão...

- Pode parar por aí, não fale mal do meu bacharel, eu já ouvi todas as piadas e críticas possíveis durante a graduação. E o porquê de eu ter optado por isso é uma história que fica para outro dia.

Alex o empurrou suavemente para a cozinha.

- Hoje você vai me ajudar a fazer o jantar, já que chegou cedo.

O dia se foi e a noite caiu enquanto eles se revezavam nas tarefas, se espremendo na pequena cozinha, tentando entrar em um acordo sobre como temperar um frango com verduras que os dois gostassem, pois Alex detestava cebola, enquanto Leo não comia pimentão. Assim as horas fluíram, durante a refeição eles falaram sobre seu dia, e sobre amenidades.

Leo se ofereceu para lavar a louça e estava quase terminando quando Alex falou atrás dele:

- Tem um doce de frutas caseiro, podemos comer de sobremesa. Ou você quer sorvete de novo? -  Ao perguntar isso Alex se colocou de frente para Leo, apoiado na pia, seu rosto estava repentinamente perto, Leo começou a se perguntar por que aquela proximidade o incomodava.

Sua reflexão foi interrompida pela dor lancinante na palma de sua mão esquerda, em uma fração de segundo a espuma na pia passou de branca a vermelha e, com um grito de surpresa, ele largou a faca de carne que estava lavando.

- Puta merda! – Alex se afastou de um pulo quando notou o acidente. Leo instintivamente colocou a mão machucada sob a água corrente da torneira, que já estava ligada.

- Ai meu Deus, deixa eu ver isso!

- Eu vou ficar bem, foi só um...ai caramba.

- Ok, ok. Sem motivos para pânico. Mantém assim, eu já volto.

Leo não tinha a menor intenção de mover a mão ou de olhar para ela de novo. Segundos depois Alex voltou do quarto com uma caixa de primeiros socorros, posicionou duas cadeiras da mesa uma de frente para a outra, sentou-se em uma e apontou para a outra.

- Tudo bem, pode confiar em mim.

- Tem certeza disso? Não é melhor ir na UPA aqui perto? – Leo observou Alex colocar um par de luvas cirúrgicas.

- Não precisamos dar mais trabalho aos enfermeiros de plantão. Eu já lidei com coisas piores durante meu estágio.

- Estágio?

- Eu não te contei que cursei Enfermagem durante o ensino médio na escola profissionalizante?

- Não, acho que não contou...

- Então eu tenho competência e autorização para tratar isso, mas talvez, só talvez, eu esteja um pouco enferrujado. Por isso vou precisar de silêncio e muita calma, fica quietinho aí por um tempo.

E ele ficou. Em algum momento do procedimento a mente de Leo começou a abandonar os pensamentos e focar nas sensações. Ele conseguia sentir os dedos frios de Alex traçando sua mão apesar do anestésico que ele havia aplicado. Seus dedos eram finos e ágeis, através da pele pálida ele conseguia ver as veias do pulso que se destacavam até o antebraço. Dali seus olhos se moveram para o rosto do outro. Sem muitas mudanças de cor, por que olhar para Alex era como admirar uma paleta de cores frias, exceto pelo rubor de suas bochechas cheinhas. Enquanto se concentrava em seu trabalho apertava os lábios e franzia as sobrancelhas. Seu cabelo estava mais longo, e as pontas negras flutuavam em sua testa. Leo imaginava se seriam como plumas de uma ave majestosa.

- Hum..Leo? Alguma coisa errada?

Quando ele falou Leo pôde sentir o calor de seu hálito, e foi como se deu conta de que, enquanto observava, se aproximou inconscientemente de Alex. Sua mão que não estava sendo sustentada por ele tocava o cabelo acima da orelha esquerda do amigo. Acordando do transe, ele se afastou.

- Não. Só...tinha uma coisa ali, eu já tirei.

Alex não parecia convencido, mas deixou passar.

- Tudo bem. Já terminei, agora você precisa ter cuidado com...

- Muito obrigado mesmo, mas eu lembrei que tenho que fazer uma coisa em casa pro meu pai hoje. Então...tchau.

- Tudo bem, mas...

- A comida estava ótima também.

- Leo...

- Desculpa dar trabalho e...

Leo procurava preencher o silêncio com qualquer assunto aleatório, na tentativa de calar seus próprios pensamentos confusos. Ele encontrou sua mochila e se dirigiu à porta. Antes de abri-la, Alex segurou seu braço.

- Leo, espera. Você tem certeza que...

- Está tudo bem Alex. Te mando uma mensagem quando chegar em casa.



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