POV Bakugou
As horas nunca demoraram tanto para passar.. Ficar aqui sentado nessa cadeira de hospital aguardando o médico me dar alguma notícia está sendo a coisa mais agonizante da minha vida!
Vou explicar, eu e Deku saímos as pressas para ir ao encontro de Todoroki e Momo, tudo estava um caos quando chegamos, eram vilões demais para heróis de menos, mas daríamos um jeito, sempre conseguíamos, dessa vez não foi diferente, conseguimos, a luta foi dura, mas foi mais duro ainda ver Izuku levando uma flechada em meu lugar, e pior ainda foi pega-lo no colo, e ele desmaiar em meus braços me dizendo que jamais deixaria que algo acontecesse comigo.. E agora? Estou em prantos por dentro. Nunca fui de chorar, muito menos em público para que alguém tentasse - se não quisesse morrer depois - debochar disso, mas agora? A única coisa que sei fazer é respirar fundo, engolir o bolo que se forma em minha garganta, e pedir, pra sei la se há um Deus de verdade, mas se houver, que ele cuide da minha esmeralda, porquê o desespero de mais cedo não se compara a nada com ter Deku em meus braços quase sem vida, com o rosto extremamente sem cor, seus olhos dolorosamente fechados, céus..
_ Bakugou..?
_ Eu não quero falar agora Kirishima, pouco me importa o que você tem pra falar..
_ Cara, eu sei que você está mal, mas você está aqui desde que Midoriya deu entrada no hospital, você precisa comer, descansar e..
_ Cala a boca! Me poupe do seu discurdo seu infeliz, eu não sairei daqui até obter uma resposta do médico sobre o estado dele..
Pela minha visão periférica, apesar de estar com a cabeça curvada pra baixo, vejo Kirishima se sentar na cadeira que tem no meu lado direito, e sinto ele passar o braço por cima dos meus ombros, e eu me permito derramar uma lágrima solitária.. Eijiro foi uma das únicas pessoas que eu realmente considerei como amigo na vida, e ele parece saber exatamente do que eu preciso e o que eu sinto no momento.
_ Eu vou buscar um café e um lanche pra você, eu ja volto..
Eu suspiro, cansado, abalado, e limpo o único vestígio que eu deixei escapar de minha fraqueza, quando na verdade todos sabem, talvez até mais tempo que eu, que a minha real franqueza será sempre o garoto de cabelos e olhos verdes..
Depois de algum tempo, Kirishima volta com o café e o lanche prometido, me entrega, mas ele sabe que eu não vou comer, então suspira por eu pelo menos tomar o café.
_ Não.
_ Não o que? - olho em sua direção.
_ Não foi sua culpa Katsuki! - Eu suspiro pela quinquagésima vez no dia, porque ele realmente me conhece bem ao ponto de saber que eu estou me culpando mais que tudo no momento.
_ Ele me protegeu, eu falhei com ele, e agora ele está nesse hospital, esse infeliz sempre colocando os outros na frente dele, me colocando na frente dele - Fungo, não aguentando mais guardar aquela amargura em mim - Eu deveria ter visto aquele arqueiro de merda..
_ Claro, até porque você estava sentando comendo pipoca e não lutando contra dois vilões ao mesmo tempo ne seu bosta..?! Cara, se Izuku souber que você se culpa por isso, ele vai ficar mal, porque o único intuído dele foi proteger quem ele ama, foi fazer o dever dele, e você teria feito o mesmo em seu lugar..
_ Exato, porque eu preferia estar lá naquela cama de hospital, não ele, ele não Kirishima..
Eu finalmente me permito chorar, em silêncio, com a cabeça novamente curvada em direção ao chão. Sinto novamente o braço de Eijirou em mim e por incrível que pareça, me ajuda a sentir que não estou sozinho..
_ Bebê!!! - Eu realmente odeio esse apelido, assim como minha mãe só usava para me atormentar, mas naquele momento foi um apelido muito mais que valioso, e enquanto ela me abraça colocando minha cabeça em seu peito, eu choro com toda a força que meus pulmões permitem. - Eu sei meu amor, eu estou aqui..
_ A mãe dele..? - pergunto olhando em seus olhos.
_ Seu pai está com ela querido..
_ É minha culpa mãe, eu não cuidei dele, ele..
_ Xiii, não é sua culpa Katsuki! - ela diz e me puxa para seu peito novamente fazendo carinho em meus cabelos - Somente descanse.. - Depois disso, eu realmente me sinto sonolento, e tenho noção de que, Kirishima colocou um calmante em meu café, mais tarde eu mato ele..
Acordo ainda sentindo carinho em minha cabeça e braço, percebo que estou deitado agora, abro os olhos e sentados em minha frente estão Kirishima, Todoroki, cara de bolacha e papa léguas.
_ Alguma notícia dele mãe?
_ Você não tem jeito mesmo Katsuki, tomou um calmante e dormiu 20 minutos..
_ É, me lembre de matar o porco espinho mais tarde.. - Digo fuzilando Eijirou que engole seco.
_ Infelizmente nada ainda querido..
Eu bufo em frustação e me sento no sofá, que reparo agora que estou deitado em um, sem saber como vim parar aqui, e não sei se estou afim de descobrir..
_ Coma meu bem..
_ Não quero, velha..
_ Eu não estou pedindo, estou mandando.. E me chame de velha mais uma vez que você dá entrada aqui como mais novo paciente..
Reviro meus olhos em resposta e pego o lanche de suas mãos e me forço a comer, percebendo que querendo ou não, o cabelo de menstruação realmente me conhece e pega um lanche de carne sabendo que é um dos meus sabores favoritos. Termino o lanche, jogo papel no lixo a tempo de ver um médico vindo em nossa direção, todos se levantam e eu vou ao seu encontro.
_ Como ele está? - pergunto antes mesmo que ele fale algo.
_ Sr. Bakugou, me desculpe, mas infelizmente não trago as notícias que quer ouvir..
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