História Nosso fuso - Capítulo 3

Hoje é o meu primeiro dia de trabalho e estou mais que ansiosa, não sei como sobrevivi o domingo pareceu ter infinitas horas, a parte boa foi o fato de ter falado com meu pai e ele me contar que a Sansa tinha ganhado a corrida, não era novidade nenhuma pra mim ela nunca me decepciona por isso minha aposta é sempre nela outra parte é que meu pai vem passar uns dias aqui, ele terá um trabalho a fazer em New York e em LA para uma visita.

Eu estou em frente ao espelho faz pelo menos uns 20 minutos olhando se realmente eu estou vestida adequadamente para o primeiro dia de trabalho, apesar de ser uma revista voltada a moda masculina e todo o universo masculino, ainda sim é um ambiente de trabalho e isso requer pensar no que se mais adequa ao local. Uma calça preta um body branco, uma bomber jacket de couro fake apesar de não estar tão frio assim em LA, o sapato foi uma bota de cano médio também preta, na dúvida a gente sempre aposta no preto e branco, os acessórios foram dois anéis de caveira, e um colar de duas voltas no pescoço com um pingente de beetle e uma mini caveira, sim amo caveiras, peguei a minha bolsa e saí do quarto eu estava duas horas adianta e a distância de onde eu trabalhava até meu apartamento era de 20 minuto.

- Uma verdadeira redatora. - Ally já estava pronta também para o trabalho de fotógrafa.

- Nervosa estou. - Eu sentia as minhas mãos suarem por nervosismo.

- Relaxa Carol, você só é a nova redatora da GQ. - Ela falava aquilo como se fosse a coisa mais natural do mundo, talvez realmente fosse, mas é que eu sonhei tanto e batalhei tanto pra isso que parece coisa de outro mundo.

- Por esse motivo meu nervosismo, Ally eu não acredito que isso realmente esteja acontecendo. - eu não conseguia parar de sorrir na verdade eu quero é gritar de tanta felicidade.

- O que acha de almoçarmos juntas para comemorar? - O que seria de mim sem a Ally aqui.

- Claro, podemos sim, te mando mensagem assim que estiver saindo para o almoço.

- Ótimo, agora me deixa ir para o meu trabalho, porque eu ainda não sou a fotógrafa chefe e não tenho as mesmas regalias que uma redatora tem. - Ela me deu um beijo no rosto e pegou sua bolsa na cadeira. - Não esquece de mandar mensagem.

- Pode deixar. - eu disse a ela. - Me deseja sorte. - Cruzei os dedos.

- Você não precisa de sorte, mas eu te enviar boas energias. - ela jogou vários beijinhos no ar e saiu.

Eu já estava na porta da revista, meu coração parecia que iria sair pela boca ou coisa parecida, durante todo o percurso eu vim mentalizando coisas positivas e tentando me manter calma, entrei com o pé direito. Fui até a recepção e me apresentei e depois segui até o meu andar onde era a redação, assim que saí do elevador tinha uma pessoa me esperando.

- Você deve ser a Carolina. - Era a assistente do Jim o editor chefe da GQ.

- Sim sou eu.

- Muito prazer, eu sou Beatrice, mas me chame de Trixie eu sou a assistente do Jim ele já está à sua espera. - ela disse passando pelo corredor e eu a seguia, ela era bem bonita diga-se de passagem. Pele clara, cabelos escuros cortados na altura do queixo e com uma franja, tinha olhos escuros e um sorriso encantador.

- Estão todos ansiosos com a sua chegada.- Ela disse mordendo uma caneta. - Ouvimos coisas muito boas sobre você.

- Obrigada pelo carinho. - eu já estava ficando um pouco mais tranquila.

- Acho que você vai gostar de trabalhar aqui, sério mesmo. - ela sorriu. - A propósito eu amei sua jaqueta. - ela parou em frente a uma porta e deu três batidas antes de entrar. - Chefe ela chegou. - Ela disse a alguém dentro da sala.

- Seja bem vindo. - Ela abriu um pouco mais a porta para que eu pudesse entrar.

- Obrigada.- disse antes de entrar na sala e a porta ser fechada atrás de mim.

- Carolina. - Jim se levantou de sua cadeira e veio em minha direção.

- Jim é um prazer revê-lo. - Eu e ele tínhamos nos encontrado pela primeira vez a quase um ano na semana de moda em Milão quando eu fui convidada a fazer uma matéria para a GQ Brasil.

- Prazer é todo meu, fico feliz que finalmente iremos trabalhar juntos - nos cumprimentos com dois beijos no rosto. - Sente-se por favor. - ele puxou a cadeira pra mim.

- Não sabe a honra de estar trabalhando com você.

- Imagina, a honra é minha, tenho certeza que a sua chegada traz ainda mais valores e experiência a GQ.

- Será um prazer fazer parte do crescimento da revista.

- Me fala como está o Brasil, estive falando com Ricardo. - Ricardo era responsável pela GQ Brasil.

- O mesmo de sempre continua lindo apesar dos pesares.

- Amo aquele país de verdade. - Continuamos conversando um pouco mais até ele chamar a Trixie e pedir a ela que me apresentasse a minha sala.

- Se quiser fazer qualquer mudança na decoração é só me falar, já agendei ainda pra essa semana entrevistas para sua assistente Trixie me apresentou a minha sala maravilhosa, com decoração branca com toque de cores pastéis e cinza claro que era a segunda cor predominante.

- Está tudo perfeito. - Eu estava me sentindo a própria Miranda em o diabo veste Prada. - E essas flores? - Tinha um buquê de tulipas rosas e brancas.

- Foi seu pai quem pediu para entregar a você. - Ela encarou o buquê. - Eu vou te deixar sozinha, qualquer coisa me liga meu ramal é o 9. - Ela saiu da sala me deixando sozinha eu fui olhar o meu buquê, meu pai era o melhor pai do mundo e eu não tinha dúvidas nenhuma sobre isso.

" Para a minha princesa, que você seja muito feliz na sua nova caminhada, saiba que eu estarei sempre torcendo por seu sucesso, você merece todo o sucesso do mundo, te amo todas as voltas do infinito. Ass: o pai mais orgulhoso do mundo. Juan Luiz. "

Eu sequei as lágrimas que escorreram pelo meu rosto, eu amo tanto esse homem por tudo que ele fez por e faz até hoje, por não ter me abandonado feito a minha mãe que não considerou o fato de que eu era apenas uma criança de cinco anos.

" Era noite de natal quando eu ouvi passos no corredor próximo do meu quarto, eu achei que fosse o papai Noel trazendo o meu presente eu abri a porta do meu quarto com muito cuidado pra que ele não fosse embora, mas não era o papai Noel, ele não usava salto alto, era a minha mãe saindo do quarto dela com uma mala ela me encarou parada na porta e me olhou com os olhos semi cerrado. Ela manteve a postura gélida e desceu as escadas sem olhar pra trás eu corri a janela do meu quarto, ela saiu pela porta da frente tinha um carro esperando por ela, eu estava com as mãos e rosto apoiados no vidro olhando ela ir embora sem um último sorriso, abraço e um adeus, ela sabia que eu a observava da janela porque ela me olhou pela última vez antes de entrar no bcarro e ir embora.
Eu corri para o quarto do meu pai ele estava sentado no chão chorando eu corri até ele e o abracei forte, a partir daquele dia foi apenas eu e ele juntos um pelo outro".

Eu nunca mais ouvi falar na Laura e nem me dei o trabalho de ir atrás dela eu não iria atrás de alguém que me abandonou, eu não tinha culpa de nada que pudesse justificar o abandono dela e foi ela quem foi embora não eu, foi ela que rejeitou o meu amor. Teve um dia em uma viagem até Capri em algum aniversário do meu pai em que sem querer a encontramos pela rua, foi uma surpresa desagradável eu nunca senti raiva de alguém como naquele dia, sabe quando você está andando com alguém conversando e rindo sobre alguma coisa engraçada e de repente você acaba olhando para alguém e seu humor muda na hora foi o que eu senti quando meus olhos se cruzaram com os de uma mulher que andava falando ao telefone, aquilo foi tão estranho porque de imediato eu sabia que era ela eu sentia dentro de mim que aquela mulher que falava ao telefone era a mesma que tinha me abandonado quando eu tinha cinco anos.

Ela parou de falar ao telefone e me encarou depois seus olhos foram de encontro com os do meu pai, ele parecia estar tão surpreso quanto eu, e a mulher a minha frente pareceu estar feliz porque eu vi um sorriso no seu rosto se forma, mas o que ela teve de mim foi um olhar mais desprezível o mesmo que ela havia me olhado quando me abandonou, eu segurei o braço do meu pai e passamos reto por ela, mesmo com ela pedindo para esperar e  chamando pelo meu nome e o nome do meu pai.

No mesmo dia eu pedi ao meu pai que voltássemos para Milão não ficaria mais em Capri sabendo que poderia reencontrar com ela novamente.

O restante do dia na revista passou bem rápido, não tive muita coisa a fazer, revisei algumas matérias que seriam publicadas em breve o almoço com a Ally foi fantástico demos muitas risadas sobre as primeiras horas do nosso trabalho, quando eu voltei para a revista a Trixie disse que haviam entregado outro buquê pra mim e estava na minha sala, não fazia a mínima ideia de quem poderia ter mandado as rosas brancas, fala sério rosas brancas não perfeitas minha segunda flor favorita era rosas brancas.

" Não poderia deixar esse dia passar em branco, parabéns pelo seu primeiro dia na GQ, Espero te ver muito em breve para você fazer uma matéria sobre 'surf' Ass: Christopher. "

Ele queria me deixar mal acostumada com isso, porque se for ele estava conseguindo, o que seria a próxima surpresa ele na minha porta trazendo comida japonesa e uma garrafa de vinho.

Carol: Sério que irá continuar fazendo isso.

Carol: Você vai me deixar mal acostumada.

Carol: Tem apenas três dias que a gente se viu você já me deu um celular novo, uma pulseira e agora flores.

Carol: você tem alguns pontos extras. Rosas brancas são minhas favoritas.

Carol: Levando em consideração a diferença do fuso de 18:00, eu aceito a justificativa de você não está me respondendo aqui são quase três da tarde e aí quase cinco da manhã.

Carol: Ah não é que você esteja indo surfar outra vez.

Carol: Obrigada pelas flores e as palavras.

Carol: Carinha de surf.

Quando voltei pra casa já passava das 8:00 da noite depois do trabalho Trixie me chamou para tomarmos um drink e comemorar o meu primeiro dia, se ela não fosse assistente do Jim eu queria ela como minha assistente sabe sério temos muita coisa em comum além dela ser metade brasileira, eu liguei para a Ally e pedi que ela trouxesse pizza e vinho tínhamos muito o que comemorar.

Estávamos deitadas no sofá vendo reality show " irmãos a obra" como eu amo esses dois, sério a cada episódio eu tenho vontade de redecorar qualquer coisa.

- Foi sabendo. - Ally disse comendo pizza.

- O que? - perguntei.

- Chris Hemsworth e Elsa Pataky se separaram. - ela me deu uma encarada estranha.

- Sério? - Eu tomei um pouco de vinho e mordi a fatia de pizza, a pizza pepperoni é a melhor.

- Achei que soubesse? - Porque eu iria saber sobre a separação deles.

- Porque deveria?

- Você meio que trabalha no meio das celebridades, e bom esse assunto está sendo super falado nos últimos três dias. - Ela estava me mandando uma indireta ou era impressão minha, porque se for eu não sei por qual motivo.

- Meu foco é outro Ally, a vida pessoal das pessoas não me interessa.
Se você está dizendo. - Ela deu de ombros e voltou a atenção para a TV.

C.H: Carol.

C.H: Desculpa é que eu estava no vôo e não vi suas mensagens.

C.H: Fico feliz que tenha gostado das flores.

C.H: Eu estou em Londres agora então não tem tanto fuso assim.

C.H: Como foi o primeiro dia?

Carol: Ainda temos um fuso de 7 horas.

Carol: Para o primeiro dia foi tranquilo.

Carol: Eu sai para comemorar com a assistente do Jim a Trixie.

C.H:  Quando eu for a Los Angeles, iremos comemorar.

C.H: Eu chego em dois dias se tudo der certo.

Carol: Não vou te prometer nada sobre nós encontrarmos em dias, meu pai está em NYC e ele virá a Los Angeles, talvez eu seja exclusiva dele nesses dias.

C.H: Combinamos esse encontro.

Carol: A trabalho em Londres?

C.H: Sim.

C.H: Já está em casa?

Carol: Sim, comendo pizza e assistindo TV e bebendo.

C.H: Ainda é segunda feira você está bebendo segunda feira?

Carol: Não sabia que tinha dia pra beber.

Carol: Porque pra mim todo dia é dia pra beber, não importa a hora.

C.H: Cogitou a possibilidade de ir em uma reunião do AA?

Carol: Posso levar bebida?

C.H: A que ponto chegamos.

Carol: Você o que faz?

C.H: Acabei de sair do banho.

Carol: Você deveria estar dormindo.

C.H: deveria.

Carol:  Até você chegar em Los Angeles eu vou te falar que deveria estar dormindo.

C.H: Falo isso aos meus filhos sempre.

Carol: Você tem filhos? desculpa a pergunta indiscreta.

C.H: Três, uma menina e os gêmeos.

Carol: Posso te fazer outra pergunta indiscreta?

C.H: Não sou casado, então não precisa se preocupar.

Carol: Sério que vergonha isso não é da minha conta desculpa.

C.H: Não se preocupe.

Carol: Você te deixar descansar okay deve estar com jet lag.