— okay, Nash. Obrigada. Ela vai ficar bem. Tenho certeza disso — falei, ouvindo um leve suspiro do meu irmão no outro lado da linha. Eu sabia que as palavras não haviam saído da minha boca de uma forma muito confiante, mas eu precisava reconfortá-lo.
— eu espero que sim — ele sussurrou. — preciso desligar, tenho que ir para casa cuidar de Josie. Até depois. Ligarei para dar notícias logo mais.
— tudo bem. Até, boa noite — respondi, suspirando e encerrando a ligação em seguida. Nash continuava frio comigo. Mas eu não esperava outra coisa mesmo. Depois de tudo...eu não o culpo.
— e aí, amor? — Cameron perguntou, e eu me virei, bloqueando a tela do celular e o colocando no bolso do meu shorts. Ele observava enquanto Jasmine e Noah dormiam calmamente em seus berços. Eu amava a forma como ele os olhava. Era visível o amor e cuidado em seu olhar, eu sempre soube que não poderia ter escolhido outra pessoa para ser o pai dos meus filhos.
— ela está bem. Talvez receba alta essa semana ainda — cruzei os braços. — Stafenie sofreu muito esses dias. Ela passou por uma cirurgia semana passada e...perdeu o bebê, como já era de se imaginar. O negócio não está muito bom — suspirei tristemente.
Eu me sentia péssima. Eu estava demasiadamente triste por ela ter perdido a filha, que estava prestes a nascer, e um medo constante de perder minha única amiga me perseguiu durante esses últimos dias. Eu realmente não sei como isso vai acabar. Eu só quero vê-la bem. Viva e bem.
— Nash deve estar muito mal — comentou Cameron. — ele pode até aparentar estar bem fisicamente, mas por dentro deve estar péssimo. Eu o conheço muito bem para saber.
Assenti.
— eles perderam a filha, imagina o quão devastados devem estar? — Cameron pegou a pequena mão direita de Jasmine enquanto ela dormia serenamente. Jasmyn e Noah tinham alguns traços de Cameron, como o nariz e o queixo. Os olhos azuis herdaram de mim, assim como a pele clara. Ele sorriu quando Jasmin abriu a pequena boca e em seguida fez uma careta engraçada. Ela apertou o dedo do pai, fazendo com que o sorriso dele aumentasse. Eu sorria igual uma boba também. As mãozinhas dela eram minúsculas comparadas as de Cameron. Era...fofo. — meu Deus, não consigo nem imaginar perder um filho.
— igualmente — me aproximei e abracei Cam por trás, envolvendo meus braços na sua barriga. — eu sei que o pai da criança é um monstro, mas Stefanie escolheu ter o bebê e ela o amou desde o primeiro momento, até mesmo quando pensou em tirá-lo de dentro de si antes do tempo, ela pensava que era o melhor para os dois, mas fico feliz em saber que ela seguiu outro caminho. Depois de tudo, de todas as inseguranças sobre ter ou não o bebê, acontece isso. É muito triste mesmo.
— com toda certeza — Cameron suspirou e eu cheirei sua camisa. Eu amava seu perfume. — não consigo nem imaginar como eu ficaria se soubesse que um dos meus filhos...não gosto nem de imaginar uma coisa dessas.
Ele balançou a cabeça em negação, numa tentativa de afastar os maus pensamentos.
Bom, fazia apenas duas semanas que Noah e Jasmine nasceram. O parto foi natural. Nada de cesária e foi bastante "tranquilo", apesar do meu nervosismo. Acho que Cameron ficou mais nervoso que eu!
Nos dois primeiros dias não me deixaram nem levantar da cama, por mais que eu já pudesse, e aquilo me irritou um pouco. Eu não estava doente e podia sim levantar e cuidar dos meus filhos. Foi bem chato. Mas agora eu estou andando normalmente e sem ninguém no meu pé. Só Cameron, às vezes.
Gina está passando uns dias conosco, e está sendo de uma imensa ajuda. Cameron quer ficar o dia todo em casa com os bebês, e eu tenho que obrigá-lo a ir trabalhar. Ele vai choramingando, mas vai. É até engraçado.
Cam como pai está sendo...encantador. Nós pensávamos sim em ter filhos, mas nunca imaginamos que seria tão cedo assim.
Eu ainda tenho 19 anos, e me imaginava sendo mãe por volta dos 26 ou 27 anos. Não mais cedo que isso. Porém, Cameron já se imaginava sendo pai muito jovem. Ele tem 24 anos, é cinco anos mais velho que eu e é bem mais maduro e responsável, e isso é bom. Mas só pelo fato de eu ser mãe já contribuiu para que eu ganhasse dez anos de maturidade e responsabilidade nas costas.
— acho que é melhor irmos logo jantar — disse Cameron —, vou chamar a babá e trocar de roupa depois.
— okay.
Cam me deu um selinho demorado e saiu do quatro das crianças em seguida.
Fiquei observando Jasmyn e Noah dormindo enquanto Stella não chegava. Ela tinha por volta de 40 anos e agia como se fosse minha mãe, por mais que só me conhecesse por duas semanas. Ela é adorável e lembra um pouco minha mãe Gina.
(...)
NASH GRIER.
— papai! — Josie gritou animada assim que abri a porta de casa. Ela estava sentada no sofá vestindo sua boneca.
— olá, querida — abri os braços sorrindo, e ela pulou em cima de mim, agarrando meu pescoço. — cadê sua avó?
— aqui, querido! — Elisabeth gritou da cozinha. Caminhei até lá e a encontrei fazendo algo no fogão. — estou terminando de fazer o jantar. Só mais alguns minutinhos...
Minha mãe está passando um tempo aqui em casa para me ajudar a cuidar de Josie, pois não estou passando muito tempo em casa.
— não vou jantar, mãe. Preciso voltar para o hospital — coloquei Josie sentada do balcão e fui até a geladeira pegar água.
— Nash, você precisa comer, tomar banho, dormir...tenho certeza que não está fazendo nada dos três.
— Stefanie não pode ficar sozinha.
— por que não? lá tem enfermeiras para isso — disse, suspirando em seguida. — querido, você parece mal. Precisa dormir. Por favor...
Suspirei, passando as mãos no rosto.
— tudo bem — falei. — vou voltar lá para avisar a ela que irei pela manhã e levarei Josie.
— vou ver a mamãe? eba! — Josie bateu palminhas animada.
— só amanhã — toquei seu nariz e ela cruzou os bracinhos.
— tudo bem, mas volte logo — disse minha mãe.
— jantar e depois cama, está ouvindo, mocinha? nada de filmes hoje a noite — falei, a tirando de cima do balcão. — está ouvindo, mamãe?
Elisabeth riu.
— estou, filho. Quando você chegar ela já estará dormindo.
— volto já.
Me despedi delas e fui em direção ao meu carro, dando partida e colocando alguma música para tocar na rádio.
Eu estava com olheiras, cansado e com sono. Minha mãe tem razão, preciso dormir. Urgentemente.
(...)
Assim que me aproximei do quarto de Stefanie, ouvi vozes vindo de lá de dentro. Estranho.
— você é burro ou o que? — ela disse baixo, porém dava para perceber que estava com raiva. — tem noção do que fez, idiota? E só me liga duas semanas depois?
Franzi o cenho, e percebi que as pessoas que passavam no corredor me encaravam por eu estar ouvindo através da porta.
Me aproximei mais um pouco para ouvir melhor.
— passe o telefone para ele. Cansei de falar com você — disse, suspirando. — oi. Onde está? falou que vinha me visitar hoje e não apareceu. Mas nem tinha como você vir. Ele passou o dia aqui comigo...
Franzi o cenho mais ainda - se fosse possível. Com quem ela está falando? Esse "ele" sou eu? Eu passei o dia com ela hoje. Então...
Por que ela está se referindo a mim dessa forma? O que diabos...
— amanhã não. Ele também vai estar aqui — disse baixo. — oras, não tenho culpa se ele não larga o meu pé um segundo. Ele só foi em casa porque eu pedi para ele ir ver como Josie está...
Sorri para um médico que passou por mim, voltando minha atenção para o que Stefanie falava.
— não fale assim dela. Você sabe que eu a amo mais que tudo — disse bruscamente. — tudo bem. Provavelmente receberei alta ainda essa semana. Depois nos encontramos em um lugar mais privado, aqui não é bom. Te ligo depois, Nash já deve estar chegando. Tchau.
Ela riu e repetiu o "tchau", desligando em seguida.
O que diabos ela estava fazendo? Com quem ela estava falando?
Eu nunca estive tão confuso na vida.
Suspirei, tentando relaxar meus músculos tensos para encontrá-la depois...disso.
Dei três batidas na porta, ouvindo um "pode entrar" lá de dentro, abrindo em seguida. Ela estava deitada na cama coberta por um lençol, sorrindo para mim.
— olá, amor. Como Josie está?
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