NASH GRIER.
— você vem sempre aqui? — perguntei enquanto Stefanie me guiava pelos corredores do orfanato.
— pelo menos umas três vezes na semana — respondeu me olhando por cima do ombro. Ela sorriu gentil para uma senhora e depois colocou a mão nas minhas costas, me fazendo virar a direita. — chegamos.
Paramos em frente à um quarto rosa, cheio de bonecas e coisas de menina. O lugar em si era enorme, mas os quartos não eram tão grandes. O suficiente para uma criança, suponho.
— Steph! — disse uma voz fininha e eu sorri ao ver uma garotinha de cabelos loiros e olhos verdes correndo na direção de Stefanie, pulando feliz em seu colo. — pensei que não viria!
— desculpa a demora, mas a Steph teve alguns problemas de adulto para resolver — disse Stefanie, colocando a garota nos braços e lhe dando um beijo na bochecha. A garotinha sorriu e olhou para mim.
— então você é o garoto que a Steph gosta? — ela disse inocentemente, me fazendo rir.
Esfreguei as mãos nervoso, esperando a Stefanie calar ela. Não quero que dê início à um clima chato.
— Josie! — repreendeu a ruiva, corando rapidamente. Stefanie cora? Mais uma novidade sobre ela para anotar no caderninho.
— sou o Nash, prazer — falei, estendendo a mão para Josie, mas ela me puxou para um abraço, me fazendo ficar com o rosto próximo ao de Stefanie. A ruiva encarou meus lábios, e eu fiz o mesmo, olhando para seus lábios vermelhos.
Josie pigarreou e me afastei do abraço, coçando a nuca.
— então...quer dizer que Stefanie fala muito de mim para você? — perguntei, franzindo a testa e cruzando os braços.
— sempre! 90% das coisas que ela fala é sobre você — disse animada, sorrindo — ele é bonito mesmo, Steph — sussurrou no ouvido da ruiva, mas alto o bastante para que eu ouvisse.
Stefanie repreendeu a garotinha novamente, me fazendo rir.
(...)
— você vai voltar, não é, Nash? — perguntou Josie, fazendo biquinho.
— prometo que sim.
— promete de dedinho? — disse, estendendo o pequeno dedo para mim.
— promessas para nós só funcionam assim — disse Stefanie, com as mãos nos bolsos da calça. Josie balançou a cabeça em afirmativa e olhou determinada para o seu dedo, esperando que eu fizesse o mesmo.
— sendo assim, prometo de dedinho — falei, estendendo meu dedo para ela. Era até engraçado a diferença do tamanho entre meu dedo e o dela.
Nos despedimos de Josie e caminhamos para fora do orfanato. Avistei alguns paparazzis no outro lado da rua, mas ignorei. Eles estão em toda parte. Mesmo.
— há quanto tempo ela está lá? — perguntei enquanto caminhavámos pela calçada indo para uma cafeteria próxima.
— há quatro anos — respondeu Stefanie — ela chegou no orfanato com apenas um ano de idade. A mãe a abandonou em frente à um restaurante e depois fugiu.
Como alguém pode fazer isso com uma criança doce e inteligente como ela?
— que triste — falei. — e ninguém nunca quis adotá-la?
— estou tentando desde que fiz dezoito, mas você sabe, o processo é muito demorado...então toda semana durante esses quatro anos, venho visitá-la. Às vezes até posso sair para passear com ela, mas nada muito demorado, infelizmente. As regras são bem chatas no orfanato.
Stefanie suspirou e em seguida sorriu, demonstrando o quanto gostava daquela garotinha. Era estranho descobrir essas coisas sobre ela. Não imaginava de forma alguma metade das coisas que fazem da Stefanie o oposto do que achava que ela era antes. E o mais estranho ainda era que eu sorri ao ver Stefanie sorrindo.
É normal ficar feliz ao ver a pessoa que antes não suportava olhar na cara, feliz?
— eu sempre quis ser pai cedo — comentei. Eu mantinha minhas mãos nos bolsos da minha calça. Estava um pouco frio, o que era estranho.
— sempre quis ser mãe cedo também. Acho que a maioria das meninas pensam assim. Deve ser porque desde novinhas cuidamos de bonecas idênticas aos bebês e isso meio que...nos "acostumou" à essa ideia, de ter um filho e cuidar dele da mesma forma que cuidavamos das bonecas — ela olhava ao redor. Seus cabelos ruivos brilhavam na luz do sol. — mas sabemos que não é tão fácil, não é?
— isso mesmo — ri. — acho que nem se compara. Deve ser muito complicado...ainda tem a responsabilidade de educar, dar carinho e uma boa educação é muito importante.
— com certeza!
CAMERON DALLAS.
— você já sabia disso? — perguntei, assustado, após ouvir aquilo.
— sim — Skyllar suspirou, sentando na cama — foi por isso que a levei para morar com a gente. Ela não podia continuar naquela casa, com aqueles monstros...
— por que não me falou antes? — perguntei, sentando também.
— ela me pediu segredo, se alguém mais soubesse disso, eles poderiam fazer algo ruim contra ela. E agora que ela finalmente contou à polícia, deve estar apavorada, com medo de que façam algo contra ela ou o bebê...
Bebê? Que bebê?
— espera...ela está grávida? — perguntei assustado. O que diabos está acontecendo esses dias?
— sim, fiquei sabendo ontem — Sky sorriu, mas seu sorriso desapareceu logo depois — espera...esse bebê não é seu, não é?
— não! Claro que não — falei rapidamente, vendo ela suspirar aliviada.
Está bem, isso que aconteceu com ela não justifica nada do que ela fez contra Skyllar ou a mim, nós não temos culpa por nada disso!
Meu celular começou a tocar no criado mudo e eu estendi a mão para pega-lo. Era Bart.
— alô?
— que merda é essa que está acontecendo? — disparou ele, parecendo irritado.
— do que você está falando, Bart? — franzi a testa confuso, e Sky fez o mesmo.
— do que estou falando? Já olhou a confusão que está rolando no Twitter?
— sobre a Stefanie? Eu já estou sabendo e...
— isso também, mas acho melhor ver com os próprios olhos a merda toda — disse, e pelo o que eu conhecia Bart, ele estava bem preocupado. Peguei o notebook no final da cama e abri o Twitter. Skyllar veio para perto de mim para ver o que era.
Abri os Trend Topics e me assustei.
— puta merda — sussurrei, enquanto rolava para baixo os milhares de tweets sobre Stefanie, sua gravidez, e o pior de tudo: sobre Skyllar e eu.
— estou saindo do aeroporto, chego aí em alguns minutos — disse Bart, desligando a chamada em seguida.
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