Capítulo 10 – Back To The Future.
Pov’s Clara
Acordei um pouco assustada por causa de um pesadelo. Olhei para a janela aberta e vi o céu escuro da madrugada. Olhei para o outro lado e vi James dormindo. Ele respira aceleradamente quando está dormindo. Levantei da cama e fui até o banheiro. Andei devagar para não acordar James e entrei no banheiro. Encarei o meu reflexo no espelho. Meus olhos fundos e meus cabelos suados pelo nervosismo do sonho. Peguei uma gota do sabonete líquido na pia de James e lavei o rosto. Saí do banheiro e quando deitei na cama, James abriu os olhos.
- Clara? Tudo bem? – ele perguntou
- Tudo. Pode dormir.
- Não podemos ficar acordados? – ele sorriu
- Claro!
James sentou na cama. Ele estava sem camisa. Vestia apenas um short de dormir azul escuro. Ele observou o meu corpo esticado na cama. Olhei para mim e vi a minha roupa: uma camiseta branca e comprida e um short de pijama roxo.
- Vem aqui. - ele bateu no próprio colo.
- Por que eu deveria ir? – sorri
Ele sorriu e veio para mais perto de mim na cama. Continuou sentado. Levantei e sentei em seu colo. Ele tirou todo o cabelo que estava no meu rosto. Aproximou o rosto do meu. Beijou os meus lábios sem pressa. Abri mais a boca e iniciamos um beijo mais profundo. Beijamo-nos por um bom tempo. James foi descendo os lábios pelo meu rosto e pescoço. Ele respirava fundo. Fechei os olhos e pude sentir o toque do rosto dele na minha pele. Dei um beijo no lado esquerdo do pescoço branco de James. Ele segurou a minha cintura. Apertou devagar. Coloquei minhas mãos no peito dele e desci até a barriga. James afastou o corpo da cabeceira da cama. Pus minhas mãos nos ombros dele e fui descendo por toda a extensão de suas costas. Suas mãos entraram em minha camiseta na parte das costas. Ele acariciou as minhas costas da base até os ombros. Beijamos-nos mais uma vez. James colocou seus dedos entre os fios do meu cabelo. Fiz o mesmo com ele. James começou a respirar ainda mais forte. Mais ofegante. Abri os olhos e vi que seus lábios estavam vermelhos. As maças do rosto tão vermelhas quanto. Ele começou a levantar a minha blusa. Estiquei os braços para cima. Ele sorriu quando viu o meu sutiã branco. Não senti vergonha. Não foi estranho. Foi bom. James só olhava para mim admirado. Eu me senti bem. Nossos olhares se encontraram e desejei desesperadamente poder me afundar naquela imensidão de carinho e desejo. Nos beijamos.
- Obrigado. – ele disse
- Obrigado? – sorri
- Por confiar em mim. Eu te amo Clara.
Não respondi. Ele sabe dos meus sentimentos. Deitamos na cama. Minha cabeça apoiada no peito dele. Ele dormiu antes de mim. Dei um último beijo de boa noite nos lábios dele. Fechei os olhos.
Acordamos cedo naquela manhã de domingo. Depois de irmos ao banheiro, descemos para tomar café. A mãe de James convidou-me para o almoço. Passamos a manhã e parte da tarde jogando vídeo game. Após o almoço, dormimos na rede da varanda dos fundos. No fim da tarde, fui para casa fazer meus deveres de casa para a segunda-feira. Essa seria uma semana longa até sexta-feira, o dia do meu aniversário de 15 anos.
Cinco dias depois. – Aniversário da Clara.
Pov’s Clara
Acordei sentindo a maior dor de cabeça do mundo. Levantei cambaleante da cama. Parecia que eu estava de ressaca. Olhei para o criado-mudo e vi uma cartela de Rivotril vazia. Óbvio. Tomei um comprimido ontem e dormi demais. Entrei no banheiro e fui arrancando minhas roupas. Tomei banho frio, saí do banheiro, vesti o meu roupão azul e desci para tomar café. Minha mãe havia deixado um bilhete para mim na mesa da cozinha. Li e guardei no bolso do roupão. Nada de escola hoje. Subi de volta para o quarto com um copo de suco de maçã na mão. Quando entrei no quarto, George estava sentado na cama me esperando.
- A minha pequena já acordou. – ele disse cínico
- O que você quer? – perguntei irritada
- Não é óbvio? – ele disse levantando da cama. – Você.
- Hoje é meu aniversário e quero um presente. – falei séria e com uma coragem desconhecida.
- Tudo que você quiser. – ele disse na minha frente com as mãos nos meus ombros.
- Não quero fazer nada hoje.
- O que? – ele disse sério
- Isso mesmo. Hoje é meu aniversário de 15 anos. Tenho o direito de fazer este pedido. Não quero ir pra cama com você.
- E QUEM DISSE QUE VOCÊ TEM ESCOLHA??!!! – ele gritou furioso
- Continue gritando. Nossa empregada e os funcionários do sítio estão no quintal. Hoje é sexta-feira.
- Você não seria louca. Eu mato a sua mãe. Você sabe que eu faço.
- Eu não duvido, mas hoje não. Se você gritar, eu grito e todos ficarão sabendo.
- E como você vai provar? Como vai provar que eu gosto de te foder? – ele disse cheirando o meu cabelo e uma mão na minha bunda.
- Me toque e eu consigo um jeito de provar. Hoje não.
Sem resistir ou gritar, George afastou-se de mim. Olhei para ele com os olhos arregalados. Não podia acreditar. Deu certo.
- Hoje. Esse será o seu “presente”. – ele disse fazendo aspas com as mãos.
George saiu e bateu a porta do meu quarto. Corri e passei duas voltas na tranca. Sentei no chão e comecei a chorar. Chorei até sentir os músculos do meu rosto doendo. Chorei até o meu pulmão implorar por um pouco de ar. Eu me sentia sozinha dentro de um buraco negro. Nesses momentos nada podia me ajudar. Medo, nojo, solidão, dor, delírio. Não poderia ser feliz desse jeito. Eu continuaria chorando abaixo do fundo de um poço qualquer até que alguém pudesse me ouvir.
Inglaterra - Bristol.
- Diane! Já está tudo pronto? – David perguntou olhando as caixas da mudança espalhadas pela sala de sua casa em Bristol.
- Sim! – ela respondeu descendo as escadas com mais uma caixa de papelão nas mãos.
- Deixa eu te ajudar com isso. – David foi até a esposa e desceu os degraus que faltavam segurando a caixa.
- Onde estão as crianças? – Diane perguntou pelos filhos
- As nossas crianças de 17 e 15 anos estão na varanda ajudando o cara da mudança com as coisas dos quartos. – ele disse rindo.
- Para mim eles ainda são crianças. – Diane sorriu
- Eu sei.
- Ah, David. Nunca me imaginei voltando para os Estados Unidos. Inclusive morar na Califórnia é ainda mais surreal para mim. Faz tempo que deixei aquele lugar. Quando nos casamos, eu já morava em New York há 10 anos.
- Eu sei, mas o nosso negócio está ainda maior. Eu preciso voltar. A Califórnia será ótima para nós. – David disse e deu um beijo no rosto de sua esposa.
David Robert Jones, marido de Diane Kristina Jones. Pai de Mark Robert Jones e Alicia Jones. David era um homem de 42 anos, museólogo, nascido na Inglaterra que havia feito fortuna com o tráfico de drogas no final dos anos 80 até meados da década de 90. Nascido em uma família de classe média de Bristol, Inglaterra. Veio estudar nos Estados Unidos após ganhar uma bolsa de estudos em História da Arte e Museologia na Universidade de NYC na década de 80. Lá ele conheceu o primeiro grande amor de sua vida. Mary Kunis. Uma bela garota de uma cidadezinha do interior do estado da Califórnia, Huntington Beach, ironicamente a mesma cidade onde ele iria morar com a sua família. No penúltimo ano de faculdade, David conheceu um homem que simpatizou com ele e ofereceu uma saída fácil e perigosa de ganhar dinheiro em pouco tempo. Ele começou apenas como um revendedor de drogas e logo depois já estava traficando suas próprias mercadorias. Ele e Michael Phillips, seu melhor amigo dos tempos de faculdade que o ajudava com tudo que estava aprendendo na faculdade sobre Economia. David ficou rico sozinho aos vinte e quatro anos de idade. Mary era a garota que qualquer uma queria ser. Ela tinha os melhores presentes e viagens em todas as férias, sempre acompanhada de David. Abandonou o alojamento que dividia com uma amiga para morar com David no seu apartamento no Queens. Após dois anos do doloroso término com Mary, David conheceu em NY, a encantadora Diane. Uma garota da Califórnia que fazia muitos trabalhos como modelo fotográfica. Ela também era linda e ainda é. Seus cabelos encaracolados e seu sorriso aberto fazem qualquer um se apaixonar a primeira vista. Como uma rosa do verão que sempre precisava de chuva e sol, Diane fez dos dias escuros e cinzas de David, uma felicidade infinita. Eles namoraram, casaram, Diane engravidou do garoto de olhos azuis acinzentados e loiro como o pai que atendia pelo nome de Mark, dois anos depois veio a menininha de cabelos encaracolados, Alicia. Os filhos de David e Diane eram duas crianças perfeitas e eles pareciam uma família daquelas retratadas nos quadros de Monet. Eles não apenas parecem, eles realmente são perfeitos. David e Diane são incondicionalmente apaixonados um pelo outro. Mark é um filho rebelde que o casal concordou em apoiar e ajudar. Alicia é uma princesa que tem um futuro perfeitamente escrito pela frente. O que David não sabia e nem podia imaginar, era que sua primeira amada, carrega um segredo que pode mudar a vida de todas essas pessoas.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.