História Nove Meses - Chanbaek - Depressão?

Capítulo 06 

Depressão? 

Baekhyun tinha toda certeza do mundo que, além dos amigos, o próprio Chanyeol o achava imaturo demais para ter um bebê, mesmo que ainda tentasse lhe convencer a não entregar aquela criança para a adoção porém, Baekhyun já tinha uma opinião formada quanto a sua decisão.

Não ia ter um filho de alguém que não sentia ao menos carinho. Não conseguia sentia nada por Oh Sehun, talvez nem raiva como sentia no início. Era indiferente e um completo nada. Contudo, Baekhyun não poderia negar que gostou do que viu no exame, como o bebê se mexia pela primeira vez, lhe causando uma sensação tão única que lhe deu vontade de chorar mas assimilou aquela vontade, com todo o choro desde o início da descoberta da gravidez. Ele só não queria ter um filho e pronto. Ninguém, nem mesmo Chanyeol que o ajudava em tudo o que precisava, o convenceria a mudar sua mente.

Havia chegado em casa naquela tarde, mostrou os exames para o Park que o esperava ansioso para saber sobre a ultrassonografia e nela havia aquela pequena manchinha que o médico ser o feto e Baekhyun ainda não acreditava ser tão pequeno.

Chanyeol parecia o pai, estava tão feliz e orgulhoso ao ver aquele pequeno pontinho no papel que deixava Baekhyun com o coração quentinho de um jeito que não sabia explicar.

— Baek, eu te ajudo, prometo nunca te abandonar mas fique com o bebê? — Chanyeol argumentava sentado no sofá segurando os exames enquanto Baekhyun se acabava, comendo tangerina com leite condensado misturado com calda de pêssego. Eram essas coisas malucas que o bebê lhe fazia sentir vontade de comer e logo depois, era certo sempre passar mal com as misturas bombásticas.

— Chanyeol, eu não tenho estrutura psicológica pra cuidar de uma criança. Entenda isso! Eu quero minha vida de volta, meu quarto, meu celular, vídeo game, quero meu cartão de crédito pra comprar o que eu tenho vontade sem me preocupar com quem vai pagar minha fatura.

O Park o olhava com pesar, seus olhos corriam no exame, aquela pequena bolinha ali despertou a paternidade nele mas em Baekhyun não. Ou pelo menos, ainda havia despertado.

— Então... dê ele pra mim? — O grandão falou com convicção, encarando Baekhyun nos olhos que estava incrédulo com o que acabara de ouvir.

— Você está brincando, não é? Você quer ficar com ele?

— Quero. Vou criá-lo como se fosse meu. Vou dar amor, carinho, vou dar do bom e do melhor pra ele. O deixe comigo? Prometo ser o melhor da vida dele.

Baekhyun ficou pensativo, talvez não fosse má ideia, pelo menos, saberia que o bebê estaria em ótimas mãos.

— Tudo bem Chanyeol. Quando nascer, essa criança será sua. — Falou com a intenção de saber se o Park estava blefando mas a verdade era que não estava.

— Okay, então você vai seguir a risca tudo o que o médico lhe disser. Alimentação, vai fazer o pré-natal, cuidar da saúde do bebê.

— Isso é um trato? — De fato, Chanyeol não estava blefando e poderia provar, deixando o Byun confuso com a atitude Inesperada.

— Entenda como quiser. Só quero que cuide dele enquanto estiver dentro de você, quando ele nascer eu cuido.

Baekhyun sorriu ladino estendendo a mão, firmando o trato de permanecer saudável até que o bebê nascesse. Depois, o bebê seria de Chanyeol. — Certo, trato feito.

Chanyeol se levantou após apertar a mão do ômega, indo para a cozinha aquecer o jantar que havia feito para os dois. Talvez Baekhyun nunca entendesse a cabeça do grandão mas era realmente interessante suas atitudes com o seu melhor amigo. Todo o apoio e dedicação era louvável, digna de uma amizade incrível que tinham.

No dia seguinte, Baekhyun foi na consulta com o psicólogo que o Park havia marcado, mesmo pensando que não precisava daquilo. Trato, era trato.

— Como está, Baekhyun?

— Fora me sentindo obeso, inchado insuportável e dolorido, eu estou bem, doutor. — Baekhyun ainda não aceitava todas as mudanças drásticas de seu corpo e organismo por causa da gravidez e ainda teria que esperar os nove meses para dar fim a tudo aquilo.

— Por que obeso? Sua barriga ainda está tão pequena.

— Eu tô comendo feito um desesperado por causa dessa criança, minhas calças não me servem mais, meu abdômen definido desapareceu dando lugar a essa... barriga horrorosa. — E ainda tinha todo aquele drama diário, do qual não conseguia se livrar.

— Mas ainda assim, é tão pequena. Está com quanto tempo de gestação?

— Doze semanas e meia.

— Ah sim. Mas você não vê um lado positivo na sua gravidez? — Parecia que todos viam um lado bom da gravidez, menos Baekhyun que só enxergava tudo de ruim que lhe aconteceu por causa dela.

— Positivo? Eu fui expulso de casa, doutor. O pai dessa criança não quer ele, eu não durmo, choro o tempo todo, como mais do que devia... — Então, seus olhos lacrimejaram e Baekhyun continuou seu desabafo. — Eu não aguento mais. Eu queria abortar mas um dos meus amigos não deixou então decidi entregar o bebê.

O médico o analisava por cima de seus óculos de grau, fazendo anotações num caderno, o ômega continuou contado mais coisas que estavam lhe chateando, não via o seu pai há um tempo e isso doía tanto. Não tinha mais a vida boa de antes e não sabia de a teria de volta.

— Vamos fazer o seguinte, Baekhyun. Que tal você fazer um diário?

— Diário? — Era informação demais para a cabecinha do Byun.

— Sim. Escreva todos os dias ou em dias alternados caso aconteça algo diferente. Você está desenvolvendo um quadro depressivo.

Ouvir aquelas palavras, eram como se uma bomba estourasse perto de seus ouvidos e mais confuso ainda o garoto estava. — Q-quadro... depressivo?

— Sim, meu querido. Infelizmente tudo o que me relatou é um sinal de que você possa estar sim, desenvolvendo a depressão mas tem cura. Vou marcar consultas semanais com você, quero muito acompanhar seu caso de perto.

Baekhyun não sabia como lidar com aquela informação, a única alternativa foi chorar ali mesmo, na frente do médico, que se levantou lhe abraçando forte, acariciando seus cabelos, enquanto dizia que tudo ficaria bem.

— Eu vou morrer? — Perguntou inocente, era mais uma novidade em sua vida, algo que lhe fazia ter mais medo do que a gravidez em si.

— Claro que não. Isso é normal em vários aspectos da nossa vida. Não se preocupe, por isso, pensei de você manter um diário. Vai te ajudar a desabafar o que sente pra não deixar tudo guardado e continuar te fazendo mal.

Baekhyun olhou para o doutor suspirando, sabia que era mais um caminho que deveria percorrer. — Vou fazer e lhe mostrarei toda semana.

— Não precisa me mostrar, é seu, para você desabafar coisas que não consegue dizer a ninguém, entende?

— Entendi sim. Obrigado, doutor. O senhor me salvou.

— É o meu trabalho. Sinta-se a vontade para falar comigo quando quiser.

O garoto sorriu se levantando da cadeira, o abraçou novamente e se despediu. Não sabia como contaria para Chanyeol sobre aquilo porém, mais do que nunca, Baekhyun precisava do Park para lhe ajudar a passar por isso também.