Chapter Six – The Party
I'm leaning to the insane
Got you under brain
– Sua o que? – pergunto em um tom elevado.
Minhas órbitas azuis andavam para um lado e para o outro enquanto eu tinha minha boca entreaberta, talvez surpresa com o que eu tinha acabado de ouvir. Harry Styles tinha uma namorada é isso? Eu estava perplexa em sua frente enquanto Harry coçava a nuca como se estivesse desconfortável com a situação. Não era algo comum de escutar por aí, quer dizer que o cara mais pegador e galinha da faculdade, tinha se apaixonado? Harry surpreendeu-me, mais uma vez. Fui pega desprevenida e outra vez ele provou que é diferente. Diferente do que eu sempre imaginei que fosse.
E agora eu estou aqui – olhando para o seu rosto, procurando por qualquer indício de deboche ou sarcasmo. Mas, pelo contrário o enxerguei mais sério do que nunca. Ele não estava brincando dessa vez. Talvez, eu estivesse desapontada. Desapontada porque de fato, ele estava quebrando toda à minha visão errada sobre ele. E talvez, eu não quisesse enxergar quem ele é de verdade.
Eu tinha que concordar: é verdade quando dizem por aí que quando passamos a conviver com uma pessoa que sempre odiamos, de alguma maneira, nós acabamos nos aproximando. E por mais louca que tenha sido a nossa convivência durante essa semana, eu não via mais motivos para odiá-lo tanto. Embora eu dissesse e gritasse na sua frente com toda a certeza do mundo. Tudo não passava de uma grande mentira que eu tentava acreditar aqui dentro que é verdade. Mas, eu estava enganada. E não era a primeira vez nessa semana.
A loira pigarreia com o silêncio que havia se formado entre nós. E eu sorrio fraco, apertando à sua mão que fazia alguns segundos que estava na minha frente enquanto eu não conseguia ter reação alguma.
– Katherine não é?
Ela pergunta amigavelmente e eu sorrio forçado concordando com um leve sim com a cabeça. Eu não tinha motivos para odiá-la, afinal eu tinha acabado de conhecê-la, mas de alguma forma não conseguia ver algum tipo de vínculo entre nós. Não conseguia ter alguma opinião sobre ela além de descrever a sua beleza invejável. Ela é absurdamente linda. Seus cabelos longos e dourados batiam na cintura tinha um corpo escultural cheio de curvas e os olhos tão azuis quanto o mar. Harry sabia escolher muito bem e isso já não era nenhuma novidade.
– Harry falou bastante sobre a colega de apartamento dele. É ótimo estar finalmente te conhecendo! – ela diz e esboça um sorriso alegre no rosto.
Eu queria dizer o mesmo. Queria muito. Mas, toda àquela sua doçura e simpatia me dava náuseas. Eventualmente fosse porque éramos muito diferentes uma da outra. E talvez fosse só a minha mania de ser fechada com às pessoas e não gostar de demonstrar os meus sentimentos. Mas, ainda assim, em partes, nós éramos diferentes.
– Espero que tenha sido bem! – eu digo e ela ri fraco com o meu comentário.
– Acredite foi mais bem do que imagina!
Foi quase que inevitável não o olhar. Harry tinha o maxilar travado e seus vidrados sob mim. E também não era a primeira vez naquela semana que eu me pegava o olhando quando ele já estava olhando para mim. E tudo isso era curioso e estranho demais para eu conseguir assimilar. E acredite, eu queria! Olho novamente para Samantha que ainda tinha o seu sorriso nos lábios e ela pega a bolsa que estava no sofá, colocando no ombro.
– Preciso ir! – ela diz e da um selinho apressado em Harry que sorri. – Até mais, Katherine! – sorrio e ela se desaproxima indo até a porta e acenando fraco enquanto Harry e eu assistíamos a porta fechar-se lentamente.
– Desculpe-me Katherine por você ter presenciado isso. Prometo que não vai mais acontecer! – explica-se gesticulando com às mãos e eu sorrio.
– Fica tranquilo Harry não tem problema algum!
Ele franze o cenho – talvez surpreso com a minha serenidade, mas, no entanto da de ombros. Todavia estivesse imaginando o meu escândalo por estar com alguém na minha casa sem permissão, entretanto tudo isso também era seu. Mesmo que fosse temporário. Ele anda até a cozinha e eu o sigo.
– Não sabia que tinha uma namorada. Ela é linda! – eu digo assistindo-o revirar os armários procurando por algum mantimento.
– Como eu disse: existem muitas coisas sobre mim que você não sabe! – ele diz e me olha rápido sorridente, mas logo volta a revirar os armários. – E também quando às coisas são sigilosas nada de errado acontece. – escuto atenta às suas palavras. Ele tem argumentos sobre tudo. E eu tinha que concordar. Sempre gostei de viver sem ter plateias ou pessoas falsas fingindo serem verdadeiras comigo ou gostarem da minha felicidade.
– É! Eu já percebi isso! Só estou um pouco surpresa... – dou de ombros encostando-me no balcão da pia.
– Por quê? – ele pergunta com o cenho franzido.
– Eu só achei que você fosse do tipo que não se apaixona!
Ele ri pelo nariz. – Acredite já me apaixonei mais vezes do que você imagina! Mas, é que eu sempre termino porque no final descubro que não é amor de verdade e que é algo momentâneo.
– E você se arrepende?
– Não! – diz, sorrindo.
– Então não é amor de verdade! – eu digo devolvendo-lhe o sorriso.
– E como sabe tanto sobre o amor se nunca viveu um?
– Não preciso viver um grande amor para saber o que é amar, Harry! Amar é quando você olha no olho do outro e consegue imaginar um futuro com essa pessoa. E mesmo com todos os defeitos continua ali, ao seu lado. É quando os batimentos cardíacos aceleram tanto que você pensa que vai acabar tendo um infarto. É tudo aquilo que te machuca, mas ao mesmo tempo te faz um bem enorme! – eu sorrio fraco enquanto ele estava atento em tudo o que estava dizendo. – Eu não preciso viver um grande amor. Para ser sincera eu nem espero! O importante é só amar e ser amado.
Ele abre à boca, fechando algumas vezes provavelmente sem ter o que dizer. Gargalho da sua frustação e ele me acompanha, rindo nasalado.
– Uau! Estou impressionado!
– Você saberá quando chegar a hora certa! – eu digo e bato levemente no seu ombro indo até a sala e sentando-me no sofá.
Pego o controle da TV procurando por algo que fosse interessante. Entretanto não encontro e dou de ombros, colocando em um canal qualquer. Harry se aproxima, sentando no lado esquerdo do sofá mordiscando uma maçã. Mike logo aparece, deitando-se no tapete da cor do seu pelo na sala. Sorrio e o acaricio. Ainda estava me acostumando com a ideia de ter um cão no meu apartamento no entanto Mike é tão adorável que é quase impossível não amá-lo.
– Você acha que ele vai crescer muito? – pergunto observando Mike.
– Não sei... Parece que ele cresceu do nada nesses últimos dois dias. – ele diz de boca cheia, dando de ombros. – Para quem não gostava de animais... – diz soltando um risinho provocante e eu reviro os olhos.
– É que ele é muito amável ao contrário de você! – lhe respondo e ele gargalha.
– E então... Como foi o seu “primeiro dia de aula?” – diz dando ênfase.
– O Ryan falou comigo! – digo sem muita animação e logo estranho o meu comportamento. Afinal, era de Ryan que estávamos falando e por alguma razão eu não fiquei histérica ou como a idiota apaixonada de sempre.
Ele engole em seco dando mais uma mordida na minha maçã. – E como foi?
– Nada demais ele só... – molho os lábios e sorrio fazendo um pouco de suspense. – Ele só... Me convidou para ir na festa dele na sexta-feira!
Ele se locomove no sofá com os seus olhos voltados para a televisão. – Isso é ótimo não é? Agora é só ir nessa festa e ver no que pode rolar!
– Hm... Eu acho que não vou! – murmuro baixo, mas o suficiente para que ele escutasse.
– Você não vai? Mas, por quê?
– Eu não gosto muito de ir em festas, você sabe disso!
– Mas, essa festa é um grande passo pra você e aquele... – ele pausa revirando os olhos. – Imbecil!
– Eu sei, eu sei!
– E é por isso que você deve ir! E vai Katherine!
Resolvo manter-me em silêncio. Não queria provocar mais uma discussão ou outra briga por mera bobagem. Além do mais ele estava mais certo do que nunca, era um grande passo a ser tomado. E conquistar Ryan é tudo o que eu sempre quis desde o primeiro momento e afinal foi para isso que Harry propôs um acordo não é mesmo?
Escuto duas batidas na porta e Harry se levanta apressado para abri-la. Assim que ela foi aberta foi quase que impossível não reconhecer a voz alta e doce de Amanda. E como sempre Scott estava junto. Sorrio ao vê-los e levanto-me para cumprimentá-los.
– O que estão fazendo aqui? – digo indiscretamente dando um leve abraço em cada um.
– Hello Kate! – ela levanta às mãos como se estivesse em rendimento e revira os olhos. – Hoje é sábado esqueceu?
Dou um leve tapa na minha cabeça lembrando-me do nosso sábado sagrado no meu apartamento. Desde que vim morar em Londres e acabei os conhecendo nós temos o nosso sábado sagrado. O dia de encher a cara – dos meus amigos para ser mais específica já que beber está fora de cogitação para mim, comer algumas besteiras e assistir a um jogo de beisebol na televisão. Fazíamos isso desde sempre.
Vejo Harry se encolher no canto da parede – talvez por estar boiando no meio daquele diálogo todo e os cutuco para o cumprimentá-lo, mas logo seus ouvidos é invadido pela histeria de Amanda e pelos os assuntos de Scott. Eles se afastam indo até o sofá e Amanda e eu caminhamos até a cozinha.
– Mas, e então... Como tem sido com Harry? – ela pergunta quase que berrando e eu praguejo-a com os meus pensamentos fazendo sinal para que ela pudesse falar mais baixo.
– Às coisas tem melhorado entre nós dois, eu acho! – digo dando de ombros. – Estamos até criando um cachorro juntos! – digo rindo ironicamente e ela arregala os olhos.
– É sério? – pergunta ainda perplexa.
– Uhm! – assobio chamando pelo o cãozinho e logo ele aparece balançando o rabinho como sempre, agacho-me a sua altura e o acaricio. – Ele é um fofo não é?
– Awn! Que amor! – ela diz fazendo carinho em Mike.
Tiro a pipoca do micro-ondas que eu havia colocado a alguns minutos atrás virando em um pote. Andamos novamente até a sala, sentando no chão. Amanda volta com quatro copos na mão e uma garrafa de uísque. Semicerro com os olhos percebendo quais eram às suas intenções e ela gargalha revirando os olhos.
Parece que Scott e Harry estavam se dando bem já que não paravam um segundo de dialogarem. Aparentemente eu já estava acostumada com a facilidade do meu colega de apartamento tinha em ser legal com todo mundo e saber conversar, mas ainda assim era com Scott com quem ele estava falando e para ser sincera talvez eu estivesse com um pouco de ciúmes.
– Vamos jogar: eu nunca! – Amanda diz animada enchendo quatro copos de uísque. – Espero que goste de beber, Harry! – ele sorri alegre.
– Divirtam-se acho que vou pra cama! – eu digo fingindo um bocejo e a Amanda gargalha não era a primeira vez que eu dava uma desculpa para tentar fugir de seus jogos. Eu não sou boa nessas coisas e sempre procurei evitá-las já que fico bêbada com muita facilidade. Levanto-me e a mesma me puxa novamente para sentar ao seu lado.
– Pode ficar aí mocinha! – ela diz sorrindo cinicamente e bufo irritada.
Tiramos “dois ou um” fazendo com que Harry e Amanda fossem os primeiros eliminados, restando apenas Scott e eu. Por fim, Scottt acabou ganhando no desempate para a minha felicidade.
– Eu nunca nadei pelado em uma festa! – Scott diz e eu viro minha bebida em um só gole lembrando-me do meu primeiro porre – e último depois da minha formatura do ensino fundamental. Sinto a bebida descer queimando e fecho os meus olhos. Coloco meu copo o enchendo novamente vendo que eles encaravam-me perplexo.
– O que foi? – pergunto e eles dão de ombros seguindo com o jogo.
– Eu nunca fiz ménage! – Amanda diz e apenas Harry bebe. Eu o encaro perplexa com a sua normalidade em confessar tal ato. Harry Styles definitivamente é um descarado. Me pergunto o que é que ele não poderia ter feito pela sua experiência de vida. Ele me olha com a sobrancelha arqueada e eu desvio voltando o meu olhar para às minhas pantufas cor-de-rosa.
– Eu nunca dei o meu número errado para alguém! – eu digo e os vejo virarem os seus copos em um só gole.
– Eu nunca consegui manter um relacionamento por mais de três meses! – Harry diz e apenas Amanda e Scott bebem.
Eu já estava no meu segundo copo de uísque sentia o meu corpo mole e o meus olhos embaçados enquanto eles mantinham-se normais. Nessa altura eu já não tinha mais controle sobre às minhas palavras ou atitudes de tão bêbada que eu estava e no entanto isso não fazia a menor diferença para eles já que eu sou a próxima. Suspiro enrolando uma mecha do meu cabelo com o dedo. Amanda pigarreia e sem vontade eu digo:
– Eu nunca fiz sexo com ninguém!
Mesmo que eu tivesse dito quase em um sussurro parece ter sido o suficiente para eles escutarem. Levanto o meu rosto – que agora estava parecendo um pimentão de tão envergonhada que eu estava. Amanda encarava-me como se dissesse: perdeu a chance de ficar calada Katherine, Scott com “cara” de dó e Harry perplexo com a boca aberta.
– Qual o problema disso? – pergunto irritando-me novamente.
– Nenhum... Eu mesmo jurei me casar virgem, mas é que... – Scott diz e Amanda lhe olha de cara feia o interrompendo.
– Cada pessoa tem seu tempo Kate! E o seu também vai chegar! – Amanda diz e eu me levanto emburrada. – É eu acho que deu de jogo por hoje!
Eles se levantam despedindo-se de Harry e depositando um beijo em minha bochecha. Os acompanho até a porta sendo acompanhada de Harry. Aceno fraco sorrindo levemente e fecho à porta ao vê-los distantes. E mais uma vez eu tinha sido um fracasso. O que já não era mais incomum para mim. Suspiro e passo a minha mão ajeitando os meus cabelos.
– Quer dizer que você já nadou pelada?
Harry diz quebrando o silêncio perturbador que havia se formado no ambiente. Coro imediatamente olhando para o seu rosto e ele ri pelo nariz percebendo o meu constrangimento.
– É! Foi na minha formatura do ensino fundamental. Um idiota me embebedou e aí eu acabei nadando pelada.
Ele gargalha, mas logo fecha a cara mordendo o seu lábio inferior. – Ninguém deveria tratar alguém assim... – ele diz aproximando-se e eu dou uns passos para trás batendo às minhas costas na porta. – Além do mais quando esse alguém é você!
Arregalo os meus olhos com suas palavras. Harry Styles estava me paquerando é isso? Ele coloca seus braços em minha volta impedindo que eu saísse dali e imediatamente eu desvio o meu olhar do seu ao sentir sua respiração em meu rosto. Eu não queria encará-lo. Não agora. Não na situação em que estávamos. Sinto o meu coração acelerar e Harry segura a minha mão depositando um beijo molhado nela. Mordo o meu lábio inferior e por fim, decido o olhar.
Eu admiro os seus olhos verdes e suas covinhas porque significa que ele sorri. Admiro o quão atencioso ele é e a forma como trata todos. Com tanta gentileza e sinceridade. Admiro os seus lábios avermelhados e suas bochechas minimamente coradas. Às poucas sardas e as pintas de seu rosto. Mas, é difícil para mim confessar aqui dentro que ele não é só um idiota da faculdade com quem eu resolvi dividir o meu apartamento. Ele é melhor do que isso. Muito melhor.
Respiro fundo enchendo os meus pulmões de ar e ele sorri fraco colocando a minha mão sob o seu ombro. Eu estava nervosa – mais nervosa do que eu era normalmente. Não é como se eu nunca tivesse beijado antes ou algo do tipo eu me lembrava dos beijos frustrantes que dei em minha vida. Tão insignificantes. E agora eu estava aqui – prensada pelo o meu colega de apartamento e torcendo do fundo do meu coração para que ele me beijasse. É eu queria beijá-lo. E muito!
Harry se aproxima lentamente do meu rosto e o meu estômago embrulha. Sinto um enjoo e imediatamente acabo jogando para fora todo o líquido que eu havia ingerido à alguns minutos atrás em seus pés. Cambaleio para o lado e Harry me segura pelos braços.
– Aí meu Deus! Nossa eu estou tão envergonhada! Desculpe-me Harry eu juro que...
Ele me interrompe rindo nasalado. – Tudo bem Katherine não tem problema!
Arrumo o meu cabelo colocando os fios soltos novamente para trás da orelha.
– Você e sua mania chata de me chamar de Katherine! É Kate! – eu digo revirando os meus olhos e ele gargalha.
– O que eu posso fazer se seu nome é bonito? – ele debate risonho. – Katherine Monroe! – ele repete várias e várias vezes me deixando zonza e eu bato em seu ombro gargalhando. – Você é incrível! Sabia disso Katherine?
– E você não existe Harry Styles! – sorrio e novamente cambaleio. – Opa!
– Vem! Vou te levar pra cama!
Harry diz e num movimento brusco me pega no colo e eu solto um gritinho agudo. Se alguma semana atrás alguém me dissesse que eu estaria aqui – tendo uma conversa civilizada com a pessoa que eu mais odiava no mundo inteiro eu não acreditaria e diria até que essa pessoa estava blefando. Ele abre à porta do meu quarto com certa dificuldade enquanto eu tinha o meu rosto encostado em seu pescoço. Seu perfume amadeirado invade às minhas narinas e eu suspiro alto. Droga! Por que ele tinha que ser tão atraente?
Ele me coloca delicadamente sob a cama tapando-me com o cobertor felpudo.
– Boa noite Katherine! – ele diz baixo sorrindo fraco e afastando-se.
– Boa noite Harry! – sussurro ao vê-lo fechar a porta.
[...]
O resto da semana passou voando. Fui em algumas entrevistas de emprego e estava até agora esperando que eles me retornassem já que tinham prometido ligar. Finalmente eu tinha conseguido uma folga, não tive trabalhos importantes que tirassem parte do meu tempo e nem provas. Mamãe finalmente conseguiu uma maneira de vir me visitar no final do ano, Amanda e Scott foram visitar os seus pais, mas felizmente já tinham voltado, Ryan pegou detenção após se meter em uma briga no refeitório o que impediu que eu o visse pelos corredores, levamos Mike no veterinário e Harry me convenceu a trocar a pintura da sala.
Não demorou mais que dois dias para concluirmos e eu estava adorando. Os tons claros em pastéis foram trocados por tons verdes-musgos dando um ar mais moderno e vivo. Finalmente troquei o meu quadro de cowboy já que não combinava mais com a decoração colocando um foto nossa que tiramos com Mike no meio da semana o que foi mais uma ideia de Harry.
Eu estava contente e satisfeita. Finalmente saindo da minha zona-de-conforto e muito feliz por sinal. E agora eu estava aqui – sentada em minha cama com uma toalha enrolada no cabelo e outra no meu corpo encarando o meu roupeiro procurando por algo para usar na festa de Ryan. Contudo, não encontrava nada que me satisfizesse a ponto de usar essa noite.
Confesso que eu não queria ir. Nunca gostei de ir em festas, sempre preferi ficar em casa lendo um bom livro e tomando uma xícara de café ou devorando um pote de sorvete. Entretanto, Harry e Amanda insistiram tanto que finalmente eu cedi e disse que ia. A sorte é que Amanda e Scott também vão fazendo com o que eu me sinta menos só no meio de toda àquela gente que eu não conheço. Harry também vai – mas, no entanto não faz a menor diferença para mim já que provavelmente ele nem volte para a casa.
Reviro e reviro mais uma vez o meu roupeiro e suspiro. Logo um choque de realidade surge e eu me dou conta. Antes de vir morar em Londres mamãe tinha comprado um vestido para mim ir em uma festa de despedida dos formandos, no final eu fiquei sem companhia e depois vocês já sabem o que aconteceu... Ele tinha que estar aqui em algum lugar! Abro à outra porta do roupeiro e o encontro num cabide velho e com um saco de plástico o cobrindo. Eu tinha esquecido o quão lindo ele era.
Tiro o plástico que estava sob ele e passo a mão sob o tecido aveludado. Mamãe nunca teve um gosto bom para comprar roupas, mas dessa vez ela tinha se superado. Céus, ele é lindo! Em um vermelho intenso com um leve decote nos seios e o caimento perfeito. Pego na sapateira um salto alto preto que eu havia comprado recentemente e os jogo em cima do tapete.
Depois de quase uma hora finalmente eu estava pronta. Olho-me mais uma vez no espelho sorrindo confiante. Pego minha bolsa e ando até a sala onde Harry disse que me esperaria. Logo o vejo jogado no sofá de cara emburrada – talvez pelo o meu atraso já que eu havia dito que não demoraria tanto. Sorrio fraco ao ver que ele ainda não havia notado a minha presença. Pigarreio e imediatamente seus olhos são voltados para mim. Ele abre à boca, surpreso, olhando-me de cima à baixo, mas se recompõe esboçando um sorriso tímido.
– Você está linda Katherine! – ele diz quase em um sussurro.
Sorrio fraco. – Obrigada Harry!
– Vamos? Seus amigos estão nos esperando!
Ele diz e eu apenas concordo com um sim. Ele fecha à porta do apartamento e andamos até o elevador e eu aperto o botão do térreo. Assim que o elevador parou caminhamos em passos largos até a garagem em um silêncio absurdo. Abro a porta do carro sentando ao seu lado e ele parte rapidamente fazendo os pneus derraparem sob o asfalto.
Desde o dia desastroso em que fiquei bêbada e quase nos beijamos às coisas haviam ficado bem estranhas entre nós. E eu ainda indagava se havia alguma possibilidade dele se lembrar. Contudo eu engoli tudo àquilo que eu queria perguntar já que ele preferiu ignorar-me a semana inteira. E para ser sincera não devia ter feito a menor diferença para ele. Afinal, quais são às chances dele se interessar por mim? Suspiro e logo o carro estaciona, Amanda e Scott adentram.
– Aí que demora! Pensei que fossemos congelar... – Amanda diz e eu rio fraco. – Fala sério Katherine, assim não da mais para ser sua amiga! – diz indignada observando-me.
– Oi pra você também Amanda! – eu digo e ela revira os olhos.
– Caralho! Isso é um Audi R8? – Scott diz e Harry sorri fraco.
– É! Na próxima ele é todo seu!
– Sério? Você é o cara! – ele diz e bate levemente no ombro de Harry que gargalha.
[...]
Fecho os olhos forçando-os para enxergar já que eu estava sem os meus óculos. Às luzes em neon estavam quase deixando-me cega. Suspiro e ando até o bar de vez em quando levanto alguns encontrões. Eu havia me perdido de Amanda fazia algum tempo e não fazia a menor ideia de onde Harry poderia estar. Procurei Ryan por todos os cantos e infelizmente não tinha o encontrado. Definitivamente eu estava sozinha. E eu deveria estar acostumada visto que eu sempre estive sozinha. Olho ao redor. Eu não me encaixava ali – naquelas mulheres que dançavam loucamente e nem naqueles homens bêbados.
O barman se aproxima e sorri fraco ao ver o meu estado deplorável e eu reviro os olhos.
– Está tudo bem? – ele diz gentilmente e eu apenas concordo. – Tem certeza? – pergunta novamente como se estivesse preocupado e eu volto a concordar.
– Eu quero uma dose de uísque!
Ele ri fraco. – Tá bem!
Ele enche o copo de uísque e eu decido sair dali já que eu estava cansada de ficar sentada. A casa de Ryan é absurdamente linda e gigante, tinha pessoas por todo o canto, algumas até do lado de fora. Ando com dificuldade até às escadas e subo. Sinto um puxão brusco em meu braço e me viro rapidamente.
– Katherine Monroe! É você mesmo? Como ficou tão gostosa?
Engulo em seco ao observar Noah um dos caras do time de futebol. Ele é um babaca, metido a machão e extremamente grosseiro. Lembro-me das vezes em que nos esbarramos pelo campus. Sempre tão arrogante e idiota. Suspiro passando às mãos em meu cabelo e ele se aproxima. Ele exalava a bebida alcoólica e talvez fosse por isso que estivesse agindo mais idiota do que o normal.
– Oi Noah! – por fim, digo revirando os olhos.
– Caramba Kate! Os seus peitos cresceram... – ele diz e ri debochadamente e eu levo minha mão até os meus seios cobrindo-os. – Não precisa ficar tão envergonhada gatinha! – ele passa sua pelo o meu rosto e eu dou um tapa fazendo com que ele gargalhe alto.
– Não enche Noah! – digo irritada dando-lhe às costas, mas novamente ele me puxa pelo braço. Tento soltar-me, mas a tentativa falha só fez com que ele apertasse ainda mais o meu braço. Solto um gritinho baixo de dor e ele sorri vitorioso. – Me solta!
– Não escutou o que ela disse? Solte-a!
Ouço uma segunda voz e olho para trás sentindo um imenso alívio percorrer pelo o meu corpo. Harry tinha os punhos cerrados e estava visivelmente irritado. Lentamente Noah solta o meu braço e eu ando até Harry. Noah gargalha e Harry franze o cenho.
– Do que você está rindo seu imbecil? – Harry esbraveja.
Toco em seu ombro tentando acalmá-lo no entanto foi em vão pois ele se irritou ainda mais com Noah. – Harry vamos! Não vale a pena! – digo baixo em seu ouvido.
– Escuta a sua vagabundinha Harry e vaza logo daqui!
Antes que eu pudesse ter tempo de impedi-lo Harry deu um soco em Noah fazendo com que o mesmo caísse no chão. Admito que em outros momentos eu adoraria assistir toda aquela cena – Noah cuspindo sangue e gemendo de dor, mas pelo contrario estava assustada. Eu nunca tinha o visto tão enraivecido e para ser sincera não gostei nenhum um pouco dessa versão. Ele respira fundo e segura a minha mão levando-me até o lado de fora. Todos os olhares estavam voltado para nós dois deviam estarem perguntando-se o que é que nós dois fazíamos juntos e por qual razão Harry tinha me defendido. E para ser mais exata, eu também me perguntava.
– Obrigada Harry por ter me defendido! Mas, não precisava ter o matado praticamente! – eu digo e ele ri pelo nariz. – Não é engraçado Harry!
– Da próxima vez eu deixo ele te agarrar! – ele diz dessa vez, irritado.
– Ele é um idiota! Sério!
– Também com esse decote todo... Você está praticamente implorando por problema! – ele diz e eu gargalho sem graça. Ele encara o copo em sua mão dando um gole na bebida.
– É sério Harry! Obrigada de verdade... – digo fazendo com que seu olhar voltasse para mim.
– E onde está seus amigos? – ele diz mudando de assusto e eu reviro os olhos.
– Não sei! Faz um século que eu não os encontro. – ele da de ombros e ameaça dar outro gole em sua bebida e eu arranco o copo de suas mãos jogando-o no chão. – Eu me preocupo com a sua saúde, não quero que morra com cirrose ou algo do tipo!
– Quer dizer que se preocupa comigo Katherine? – ele gargalha e eu coro mordendo o meu lábio inferior.
– Talvez... Um pouquinho...
Ele gargalha e eu olho para o lado arregalando os meus olhos em seguida enxergando quem eu mais queria ver com outra pessoa. Ryan estava aos beijos com Kimberley. Suspiro, sentindo os meus olhos marejarem. Eu já tinha ouvido boatos por aí que eles ficavam entretanto assistir com os meus próprios olhos era demais para mim.
– Me leva pra casa Harry! – digo em um sussurro triste e Harry assenti sorrindo fraco.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.