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História O Algoz (Sobre o desmantelar da glória) - Capítulo Único - História escrita por Arlecchinata - Spirit Fanfics e Histórias
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História O Algoz (Sobre o desmantelar da glória) - Capítulo Único


Escrita por: Arlecchinata

Notas do Autor


A série Penny Dreadful e os personagens aqui retratados não me pertencem. (Justine não está listada como uma das personagens porque não está disponível entre as opções)

Capítulo 1 - Capítulo Único


Testemunho a epítome de tudo o que fui ensinada a odiar: o homem, em sua arrogância infinda. Ao despojar minhas irmãs de seu ouro, sua púrpura - o mínimo fragmento de glória que poderiam desejar -, ele não esboça qualquer remorso. Sorri, como se retomasse o trono que lhe cabe por direito. Seu rosto se contorce em uma expressão de obscena satisfação.

"Durante minha vida, testemunhei milhares de Lilys. Debatendo-se em sua fúria, como chamas brilhantes demais, selvagens demais. Entendo seu deslumbramento, seu fascínio... Mas ela se foi."

Muda, olhos envoltos por uma centelha de desdém, observo a sinfonia dos músculos de seu rosto. (Traidor, facínora, fragmento de imundície monstruosa.)

"Confie em mim quando lhe digo que você tem sorte. Você vislumbrou a liberdade, e isso é mais do que a maioria jamais conhecerá. Agora-- volte à sua vidinha insignificante, ou construa uma nova. Pouco me importa."

Cada uma de suas palavras desperta em mim um impulso violento, uma contração de meus punhos, meus dedos. Ímpetos fúteis, diante de seu corpo pétreo, imaculável - contenho cada um deles, sufocada pelo não-dito, pelo não-feito; pelo irrealizável. Minhas palavras são mínimas, mas há orgulho trêmulo em minha voz.

"Não suportaria viver daquela maneira outra vez."

Uma expressão próxima ao riso permeia suas feições.

"Você se surpreenderia com o que a constituição humana pode suportar."

(Sujo. Grão de poeira, molde alquebrado de argila. Fragmento de nada. Homem, homem, homem...). Desejo poder lanciná-lo com meus olhos.

"Não vou voltar."

"A decisão não é sua, criança."

"Ah, é sim. Eu preferiria morrer aqui, de pé, a passar o resto da minha vida de joelhos."

(Eu sou o ventre do mundo, a prostituta sagrada, a força de todo sangue derramado, de carne há muito chacinada. Perecerei, mas permanecerei viva nos gritos de fúria de cada mulher, em cada lágrima desolada a escorrer dos olhos de outras meretrizes. Serei o brilho de cada faca a penetrar a pele de um homem, e você-- Você será eterno, e miserável em sua eternidade. Você não é nada, criança. Mesmo milhares de anos não seriam suficientes para abrir seus olhos a esta verdade: você é ínfimo. Insignificante.)

Ele me odeia. Seus olhos transparecem-no. Dorian me deseja morta.

"Tem certeza disso?"

Tudo é calma, por um momento. Quietude. A consciência da morte paira sobre mim - meu corpo em breve tornar-se-á insustentável. Serei silenciosa, tão silenciosa. E, no entanto, não - não o temerei, como aprendi a não temer homem algum. Como uma despedida, um réquiem tardio, imagino minha Lily - minha mãe, minha amante, minha existência e morte. Enfim, concordo, com um meneio de minha cabeça.

"Como desejar."

Suas mãos são precisas, quase clínicas - como metal agudo. Agudo como seus olhos, agudo como as esquinas de seu sorriso. Já vi o diabo dentro dos olhos de um homem, mas ele -- não há nada de medo mítico, de crueldade inerente sobre ele. Ele é perversão construída, a tenacidade crua de Lúcifer mesclada à perfídia que apenas um homem poderia cultivar. Minha garganta estremece sob seus dedos; minha pulsação estremece.

Tudo é calma, outra vez. Sou silêncio - silêncio que cresce, desfaz e perfaz-se em negro - em nada. Noite perpétua.


Notas Finais


Obrigada por ler! Sinta-se à vontade para me contar o que achou :)


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