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Primeiros Desenrolares
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Finalmente chegaram às terras do Oeste!
Ao pousar, a primeira coisa que Kagome fez foi cair miseravelmente no chão e, em um impulso de alívio, beijou o solo, logo arrependendo-se ao sentir o nojo e o gosto de areia em seus lábios.
Sesshoumaru tentava encontrar palavras para descrever os absurdos que havia ouvido e até mesmo visto naqueles últimos dias, mas nem mesmo ele, o Lorde rico em repertórios de ofensas, conseguia encontrar uma que chegasse aos pés de tantos absurdos vindos da miko.
Enquanto Kagome limpava a língua suja de terra na gola de sua roupa, Ryu sentia-se enojado. Os olhos topázios do Lorde apenas a observavam com incredulidade.
O que era perfeitamente compreensível!
Kagome havia finalmente se libertado das amarras que havia posto em si!
Agora agia de acordo com os seus "quereres" independente do que a sociedade daquela época pensasse.
Poderiam pensar que era apenas uma miko louca.
E não era? Loucura seria negar o inegável!
Era louca sim! E com orgulho!
— Muito bem. — Respondeu Sesshoumaru com um aceno de cabeça, seu tom de voz permanecendo calmo e impassível. Seus olhos dourados fixaram-se na prisioneira, avaliando-a brevemente antes de voltar a encarar o youkai mensageiro. — Prossiga com a extração das informações. Assegure-se de que nada lhe escape.
"AH, vá tomar no cu!" A de olhos azuis pensou rolando os olhos na maior cara de pau.
— Este Sesshoumaru que irá interrogá-la. — Respondeu firme deixando levemente sua sede por sangue afetar as pessoas ali envolvidas. Kagome logo entendeu que o albino estava realmente irritado! Nem mesmo quando ela quase o tirou do sério sentiu uma aura tão assustadora assim!
— Meu Lorde, o que faremos com sua convidada? — O youkai perguntou ainda olhando Kagome de cima a baixo.
— Mande as empregadas prepararem um quarto para ela. A miko ficará durante um período curto no castelo. — Tradução: Logo irei me livrar dessa verme, apenas ignore-a.
"Filho da puta... acha mesmo que não estou entendendo o que quer dizer?"
— Mas meu querido Lorde, o senhor não prometeu fazer-me a melhor espadachim? — Ela perguntou com uma voz irritantemente melodiosa e com corações nos olhos como quem simpatizasse com aquele cubo de gelo.
— Não prometi. — Frio e inexpressivo ele semicerrou os olhos dourados para os azuis numa tentativa de prever o próximo absurdo que poderia sair dos lábios carnudos da mulher.
"Pense direito na merda que você vai falar!" Ryu já estava exaltando-se com a humana
O Senhor prometeu sim, já se esqueceu? — Ela respondia enquanto Ikutto já havia chegado no castelo muito antes de Sesshoumaru e Kagome e conseguiu ver o momento em que a jovem sorria de forma maligna para o Lorde. — Tudo bem... não são todos que têm a capacidade de oferecer um bom treinamento e estar seguro disso. Acontece, né? — Com apenas essas frases pôde ver faíscas saindo dos olhos dourados. As finas e albinas sobrancelhas estavam levemente franzidas em sinal de descontentamento e talvez raiva.
— Retirem-se daqui. — Ordenou com a voz cortante de forma "calma" aos empregados que estavam perto deixando apenas ambos sozinhos.
" Tá feliz? NÃO É POSSÍVEL! VOCÊ NÃO APRENDE, HUMANA BURRA!" Ryu entrava em desespero ao ver Sesshoumaru sacando de uma vez sua bakusaiga.
"Sabe que eu estou me arrependendo?"
"NÃO ME DIGA! É MASOQUISTA POR ACASO?!"
Kagome foi surpreendida com um golpe certeiro muito antes de pensar em dar alguma resposta para Ryu. Pelo impacto e precisão do golpe, era nítido que o Lorde do Oeste estava a fim de lhe dar uma bela surra como punição por tantas insolências.
A miko só percebeu o quanto sofreu com o golpe quando sentiu sua cabeça girar e suas costas estalarem com o impacto violento contra o chão. Pôde sentir o gosto de metal em forma líquida inundar sua boca e logo ser liberada por tosses.
Estava tossindo sangue.
Mas sabia que não podia reclamar, aquilo até que demorou para acontecer! Uma hora ou outra o albino iria perder de vez a paciência.
— Me mostre do que é capaz! — Ordenou olhando-a por cima.
— E.. como quer que eu faça isso se nem ao menos sei usar essa coisa!? — Referia-se à máscara presa em sua cintura.
— Se estivesse levando esse treinamento a sério, saberia pelo menos o básico.
— E como saberei se o Grande Lorde insiste em fazer mistérios? — Limpava o canto da boca sujo de sangue enquanto levantava-se. — Você mesmo já disse que sabe de algumas coisas sobre a máscara, mas se nega a me dizer! — Irritava-se.
— Ainda não está pronta para saber. — Em um movimento rápido, ele parou a centímetros de distância fuzilando-a com os olhos. — Escute, miko. Este Sesshoumaru está disposto a treiná-la, mas não vejo seriedade e nem espírito guerreiro vindo de você. Tudo o que vejo é uma filhote humana que nem sequer sabe o motivo de estar no meu Castelo. — Deu de ombros.
— Estou aqui para treinar! O que mais seria?! — Kagome rosnou, atraindo um pouco da atenção do mais alto.
— Por que aceitou vir treinar se claramente não gosta da presença deste Sesshoumaru? — Indagou vendo-a engasgar com a pergunta. — Diga-me, por quê?! — Elevou levemente o tom de voz ao receber um silêncio como resposta.
" Filhote, prepare-se. Acho que o verdadeiro treinamento está por vir!" Ryu sentia-se tenso.
"Qual é a resposta correta?!" A Higurashi estava completamente perdida em sua resposta.
"Filhote, você sabe a resposta, apenas não quer encarar a realidade"
Estava prestes a fazer outra pergunta quando o albino lançou mais um ataque que quase a derrubou novamente.
"Filhote, ele quer arrancar sua resposta colocando-a sob pressão. Isso pode não ser tão ruim se ele souber fazer. Pode ser que você consiga lidar melhor com a máscara estando nessas circunstâncias. Apenas siga-o" Orientou num tom de voz tão sério que Kagome questionou se realmente era Ryu ali.
"Tô gostando desse papo não!"
"Filhote, leve isso a sério!" Ryu rugiu em sua mente no mesmo momento em que mais um golpe foi lançado contra a miko.
— Me recuso a gastar meu tempo com uma criatura tão patética. Essa máscara é uma relíquia e possui um poder muito além da sua compreensão limitada. Se é para não levar seu destino a sério, então me entregue o artefato e eu mesmo irei protegê-lo. — Ordenou erguendo uma das mãos para que a menor lhe entregasse.
— Poder? Eu sabia que isso me dava poder, mas não imaginei que fosse tanto a ponto de precisar de alguém para protegê-la. — Refletia em voz alta. — Eu até aceitaria o meu destino se soubesse qual é! Você insiste em ainda não me falar nada, então não irei entregar a minha máscara! — Algo em seu peito doía ao pensar na possibilidade de estar longe do objeto. Era como se existisse um forte elo entre ambos e algo dentro de si dizia que estava pronta para lutar contra o albino se fosse necessário.
— Garota teimosa... — O mais alto guardava sua espada. — Essa coisa em suas mãos tem o poder de destruir uma nação inteira! E até mesmo começar ou acabar com guerras. Existem pessoas e youkais atrás dela e eles vão atacar não só você como a todos ao seu redor. — A informação fez com que a mulher ficasse petrificada com a ideia das pessoas ao seu redor sofrerem por sua causa. — Se quer proteger a todos, primeiro precisa saber proteger o artefato e principalmente: Levar esse treinamento a sério! Você tem até o anoitecer para me dar uma resposta definitiva. Ou fica em meu domínio treinando a sério, ou voltará para sua vila e me entregará essa maldita máscara. — Era muita informação de uma só vez, ainda mais vinda de alguém que quase nem abria a boca.
Kagome sentia seu sangue gelar e pela primeira vez ela sentia de verdade o peso da responsabilidade em seus ombros. Era uma carga muito maior do que quando estava tentando caçar o Naraku e juntar os fragmentos da Jóia de Quatro Almas.
" Agora você entende que nem tudo é brincadeira?" Ryu perguntou sentindo que a jovem havia compreendido perfeitamente a mensagem.
"Eu...entendo e estou com medo de saber mais sobre a máscara"
"Eu também estou... eu também." Nem mesmo Ryu entendia ou sabia como funcionava ao certo o objeto onde estava selado. Mas uma coisa ele compreendeu: Quanto mais a jovem levasse a sério aquele treinamento e avançasse, mais ele conseguiria de alguma forma auxiliá-la. Era como se fragmentos de informações fossem liberadas para ela aos poucos e então o mesmo repassava para a portadora da relíquia.
Sesshoumaru a viu letárgica digerindo as informações e estava dando de ombros, afinal, ele tinha uma prisioneira para interrogar e talvez até torturar...
— Para fugir do meu passado! — Kagome gritou fazendo-o parar e então continuou. — Eu aceitei vir para cá apenas para fugir do meu passado como Kikyou... mas agora sinto que tudo mudou. — Respondera a pergunta que ateriormente foi feita pelo mais alto.
— Hum. — O platinado apenas fez um som e logo tornou a falar ainda de forma estóica. — Agora sabe que isso vai muito além de seus problemas, então supere-os! — Aquelas palavras poderiam muito bem serem consideradas palavras de força, motivação... mas nos frios e grossos lábios do Dai-Youkai, aquilo saíu mais como uma ordem.
Nada de novo...
Mas era novo o fato dele ter falado tanto pela primeira vez em toda viajem.
...
Estava tomando seu banho em uma banheira estupidamente grande e se lembrando das duras palavras do governador do Oeste. Foram palavras frias e duras, mas precisavam ser ouvidas.
De fato, Kagome não estava levando esse treinamento a sério. Algo dentro dela até então estava no piloto automático, e o conceito de preocupação não era muito presente.
Até descobrir parte do real significado daquela máscara.
Perguntas surgiram em sua mente, mas tinha medo de obter as respostas.
Tinha ciência de que deveria dedicar-se mais naquilo, levar tudo mais a sério pelo bem daqueles que amava. A ideia de estar sendo perseguida por portar uma relíquia recheada com poder a assombrou. Sua imaginação presenteou sua mente com uma breve cena de uma vila em chamas, Kaede morta, Inuyahsa morto, Sango, Miroku, seus filhos mortos, Kohaku e Rin igualmente mortos, e tudo era culpa sua.
Piscou rapidamente, dispersando aquela cena que veio à mente como uma alucinação pronta para drenar sua sanidade. Sesshoumaru estava disposto a ficar com a máscara e protegê-la, não para proteger os outros seres humanos ou para obter mais poder para si. Ele era o Daí-Youkai mais poderoso, não precisava de mais poder. Mas obtendo a máscara e protegendo-a de forma sábia, poderia oferecer mais proteção a Rin. Já com Kagome... sendo inexperiente com o artefato e não levando nada a sério, seria um alvo fácil para aqueles que desejavam o poder, e isso poderia custar a vida de todos ao redor da miko.
Kagome não era totalmente burra e sabia que, caso cedesse a máscara ao Lorde, ele manteria Rin ainda mais por perto. Quem seria louco de fazer mal à única humana que aquele coração de pedra cuidava? Quem seria suicida o suficiente?
Ninguém!
Nem mesmo aqueles que estavam cegos pelo poder da máscara.
"Filhote, mesmo que você deixe o artefato com ele, no fundo você sabe que será impossível" Ryu referia-se ao elo entre ambos. Sabiam que não iriam conseguir ficar separados mas não entendiam o motivo de sentirem isso.
Muito menos sabiam o que aconteceria caso ambos realmente se separassem.
— Isso tudo é confuso... você está selado na máscara. Sei que me aceitou como portadora da relíquia, talvez nosso elo se formou no momento em que você me aceitou... — Murmurava para Ryu ao enxugar-se e vestir uma espécie de roupão.
"Tudo está confuso para mim também..." Ryu tinha a voz reflexiva como quem tentasse encontrar uma resposta para alguma pergunta,
Kagome saiu do banheiro deparando-se com o seu quarto. Sim, seu quarto possuía uma suíte e isso a fez sentir-se importante! Lembrou-se do youkai que a olhava de cima a baixo... Hijikata era seu nome. Um youkai irritante metido a certinho!
"Já não gostei dele..."
"Filhote, foco! Você precisa pensar bem no que vai fazer. Vai desistir do treinamento ou vai ficar e aprender a lidar com a máscara?!" De fato as vezes Ryu era a verdadeira voz da consciência que Kagome não tinha!
SSuspirou pesado, sentindo ainda o peso da recém-responsabilidade que havia finalmente enxergado. Em sua cama, que por sinal era enorme, estava um belo kimono azulado.
Teve certa dificuldade em colocá-lo. Certamente na era feudal, o ato de colocar um kimono era praticamente uma arte! Havia toda uma preparação com diversas roupas.
A miko ficara levemente irritada com as ordens de tantos panos para vestir. Nagajuban vinha primeiro, sendo usado como uma roupa íntima. Após isso, ela vestiu o kimono azul com sua abertura virada para frente. Logo após, amarrou o tecido na cintura mantendo o lado direito por cima do esquerdo.
Pegou uma faixa chamada koshi e a enrolou ao redor da cintura para então finalizar com uma segunda faixa obi de cor branca. Após dar duas voltas, ela encerrou com um belo laço.
Fez todo o processo enquanto xingava até a décima geração de seja lá quem inventou tantas roupas difíceis de se vestir.
— Senhora Kagome-sama, posso entrar? — A voz suave e feminina ecoou atrás da porta fechada.
— Oh, claro!
— Com licença. — A pequena youkai revelou-se ao abrir timidamente a porta. Uma pequena youkai raposa entrava sorridente, ostentando duas pequenas presas. Seus cabelos eram ruivos e seus olhos prateados e brilhantes. Sayumi era seu nome, e Hijikata - o youkai que olhava Kagome de cima a baixo - a designou para ser empregada pessoal da miko.
— Onde está aquele Hijikata? — A morena perguntou, fazendo questão de colocar desprezo na voz ao citar o nome do youkai.
— Hijikata-sama está com Ikutto-sama e Sesshoumaru-sama em uma reunião. — Sayumi respondeu aflita, temendo que a humana ficasse irritada por não ter Hijikata à disposição naquele momento.
— Poderia me levar até Sesshoumaru? Sei que está em uma reunião e posso esperá-lo terminar para poder falar com ele. — Pediu, vendo a pequena acenar com a cabeça e virar-se num pedido mudo para que a seguisse.
Kagome pegou sua máscara e a pendurou na cintura antes de sair andando juntamente com Sayumi. A miko já havia observado aquele lugar, mas aproveitou para contemplar novamente. O salão principal era revestido com um piso de mármore branco. As paredes eram num tom entre branco e dourado, dando um ar de realeza.
No centro do salão, havia uma enorme e larga escada dourada com um tapete vermelho, que dava acesso ao andar superior. Era lá que ficavam os aposentos e escritório de Sesshoumaru e de outros integrantes da casa, como oficiais e até mesmo seus braços direito e esquerdo. E foi exatamente ali que ambas subiram.
Foi mencionado que Ikutto era o braço direito do Lorde, mas a miko descobrira recentemente que Hijikata era seu braço esquerdo - ou seja, era chato, não gostava dela e tinha poder o suficiente para ferrar com ela ali dentro. Fez uma nota mental sobre ele.
Logo chegaram em uma enorme sala no final do corredor. Sayumi informou que Kagome poderia esperar sentada em um sofá que estava naquele lugar.
— Obrigada. Irei esperar. — A de olhos azuis sorriu doce, sentando-se.
— Se me der licença, irei me retirar. Qualquer coisa, basta chamar, mesmo que seja num sussurro, e eu estarei de volta. — A pequena embolava-se para falar enquanto inclinava seu tronco numa reverência respeitosa.
A mulher ficou boas horas sentada naquele sofá. Falando em sofá... aquele era imensamente macio e confortável. Decidiu deixar um pouco os bons modos de lado e deitou-se, suspirando.
Sua coluna estava muito feliz de poder experimentar uma maciez dessas.
Quanto esse sofá deve ter custado? 40 milhões? 30 bilhões?
Com certeza nada desse lugar era barato!
Seus olhos ficavam pesados à medida em que pensava e somando com o silêncio e calmaria que era aquele lugar...
Estava no céu!
Muitas coisas vieram à mente: pensamentos passados, situações futuras e o breu logo tomou conta de sua visão, dando espaço aos sonhos sem o menor sentido.
— Gome... Agome... Kagome! — A voz de Ikutto estava cada vez mais alta, até fazê-la saltar do sofá e sentir sua baba escorrer pelo pescoço.
Céus... passando vergonha na frente de três de uma só vez!
Hijikata, Sesshoumaru e Ikutto a observavam. O Lorde mantinha-se com um olhar enigmático enquanto limitava-se a olhá-la - indiferente como sempre - já Ikutto estava rindo com a cara amassada da jovem que lhe dava soquinhos enquanto secava a boca.
Hijikata a olhava com desdém e logo teve seu olhar retribuído.
— Senhorita Kagome, aqui não é lugar para dormir. — A voz firme de Hijikata ecoou.
— Não estava dormindo!
— Como não?!
— Quieto, Ikutto! — A jovem tentava lhe socar, mas era lenta demais.
— Tentando mentir na cara dura, ein! Que feio! — O moreno ria, limpando a lágrima no canto dos olhos.
— Ah, é, eu estava dormindo sim! Agora me deixa quieta! — Admitiu antes de lançar um travesseiro na direção do mesmo, que desviou. O que ela não contava era que o objeto iria acertar Sesshoumaru, visto que esse estava atrás do mesmo.
O albino, que antes tinha os olhos fechados e sua típica carranca, abriu lentamente os olhos e, em questão de segundos, agarrou o travesseiro fazendo suas garras afundarem e rasgarem o fino tecido.
— Chega de brincadeiras. O que faz aqui, miko? — Repreendeu antes de mirar intensamente a menor.
— Eu tenho um nome, sabia? — Franziu as finas e arqueadas sobrancelhas, mirando os azuis para os âmbares.
— Garota, não brinque com a sorte! — Hijikata referia-se a desafiar o albino.
— Não estou brincando! — Levantou-se, ficando de frente para o mesmo. — Seu Lorde nem mesmo olha para mim!
— Não preciso olhar para escutar, miko.
— Mas é como se não ligasse para o que tenho a dizer. Isso é falta de educação! — Colocava as mãos na cintura.
— Onde já se viu, uma humana que nem mesmo sabe colocar um kimono, vir falar da educação do meu Lorde! — Hijikata alfinetava a menor.
— Como não sei colocar? Não estou vestindo ele?
— Mas dobrou o kimono errado, o lado esquerdo deve passar por cima do direito. Deveria mudar isso, pode lhe causar mau agouro. — Hijikata insistia na história.
— Minha bunda que eu vou mudar! — Apontava para Hijikata. — Sei que não gosta de mim e eu também não suporto você. Agora se manda, quero falar com o Sesshoumaru! — Ordenou.
— S-Sehorita Kagome, seria bom se você arrumasse sua roupa. Apenas os mortos passam o lado direito do kimono por cima do esquerdo... isso pode não atrair coisas boas... para a... senhora. — Ikutto explicava, mas sua voz morria à medida em que via o olhar assassino da jovem.
— Lorde Sesshoumaru, eu gostaria de saber o motivo dessa humana atrevida estar aqui. É claro que não estou repreendendo-o, mas como seu assistente, preciso entender o que está acontecendo aqui. — Hijikata cobrava, mantendo uma postura um tanto assustada com a possível reação do mais alto.
— Dos meus assuntos cuido eu. Concentre-se em lidar com a prisioneira. — O Daí-Youkai respondia, já sem paciência. Ikutto e Hijikata sentiam que logo sobraria para ambos, e não perderam a chance de correr. — Diga. — Referia-se a Kagome.
— Carinhoso ele... — Zombou, recebendo um rosnado. — Calminha aí! Vai beber um maracujá! — Rolou os azuis. — Sobre mais cedo... mesmo que eu lhe entregue a máscara, tem alguma coisa que não me deixa ficar longe dela. — Explicava, assumindo um tom sério.
— Vejo que começou cedo. — O albino murmurou, chamando a atenção da menor. Logo virou-se de costas e começou a caminhar novamente para o escritório.
— Então... é para eu te seguir? — Perguntou confusa, enquanto o seguia.
— ....
— Será que poderia me responder? É ou não para seguir?
— ...
— Ah! quer saber? Não vou te seguir, coisa chata! — Reclamou, parando no caminho.
— Mas já me seguiu, miko. — O tom levemente zombeteiro do Lorde ecoou dentro do imponente escritório.
"Filho da puta!" Xingou-o ao se dar conta de que já estava dentro do escritório. Seu sangue ferveu raivosa quando deparou-se com um brilho nos olhos dourados. "Esse cuzão tá se divertindo!"
"Nossa... tu não tem moral com ninguém, ein!" Ryu debochava.
— Engraçadinho você, ein "seu filho da puta" — Completou mentalmente o resto da frase. — O que você quis dizer ali fora?
— A máscara já está vinculada a você. Mesmo que queira se desfazer dela, já é tarde.
— Como assim?!
— Era para ter demorado. Pelo jeito, a relíquia encontrou um proprietário perfeitamente compatível, por isso você está sentindo essa ligação tão cedo. — Explicou.
— Calma! Como diabos aconteceu essa ligação? — A Higurashi apoiava-se na imponente mesa de madeira no centro da sala.
— Qual o nome da voz que você escuta na sua mente?
— Ryu, por quê?
— Antes ele estava selado na máscara. Agora ele e a máscara são apenas um.
— E daí?! — A morena já estava irritada com tanta enrolação.
— Ryu está selado dentro de você. — Manteve sua voz firme e um tanto monótona ao dar a notícia.
— E-Espera! CALMA AÍ! — Os azuis estavam arregalados para o Lorde. — RYU FAZ PARTE DA MÁSCARA. ELES DOIS SÃO APENAS UM E AGORA ELE ESTÁ SELADO DENTRO DE MIM!? — Respirava com certa dificuldade. — Ou seja... a máscara está selada em... mim?
— Ou metade dela. — O albino completou, olhando-a de frente. — Aos poucos você está absorvendo os poderes da máscara e a personalidade de Ryu.
— M-M-MAS ELE É UM YOUKAI!
— É possível que você também vire um. No final, a máscara passará a ser apenas um mero objeto e a verdadeira relíquia será você. — Sentiu tudo rodar após aquela última informação. Era muito para sua cabeça. Ouvia Ryu gritando para que ela se mantivesse firme. O breu tomava conta de sua visão. Sayumi a chamava de longe, até que firmes e grandes mãos seguravam seu corpo. O medo tomou conta, mas naquele momento de desmaio, ela iria poder descansar antes de acordar e surtar novamente com tudo aquilo.
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